um pequeno caso sério
que me irrita de verdade são os tupperwares que guardamos nos nossos armários da cozinha.
À medida que não os usamos vamos encaixando-os uns nos outros. Contudo, quando precisamos de um temos de os tirar todos, quer seja o grande que está no fundo, quer seja um médio, que anda lá pelo meio, e aqui é que o diabo torce o rabo, tiramos os pequenos para chegarmos aos médios, ora cai um, depois aquele não dá, muda-se, volta-se a encaixar tudo de novo, é um desespero, na minha opinião.
Depois, há as tampas que ocupam espaço e se os nossos armários, como os meus, que não são xpto e não têm aqueles organizadores ou estantes giratórias de arrumação, há que arranjar uma solução prática e que não estorve os outros utensílios de cozinha.
No meu caso, meti-os em cestos e acomodei-as em prateleiras mesmo à mão para não ter de os tirar dos armários.
Ora, eu não gosto de ter tupperwares de mais nem de menos, tenho-os de todos os tamanhos, mas sou sincera, detesto-os pelo trabalho que dão em os arrumar.
Quando a Sofia almoçava cá em casa, e sobrava comida, levava-a para casa nos ditos cujos. Trazia na mochila, se fosse pequeno, e quando lhe apetecia vir carregada. Ou então, quando ia a casa dela, trazia-os eu.
Esta treta toda porque li neste blog uma história muito engraçada sobre este utensílio de muito uso nas casas portuguesas, porém capaz de pôr os nossos nervos em franja, como os desta que escreve este post que confessa ter-se habituado à ideia de que o que vai não tem retorno..
Há anos que no Natal a história repete-se. Os tupperwares com as sobras que vão para casa dos sobrinhos ficam lá para sempre. Se não ficam, certamente que os levam para casa das mães que, por sua vez, dizem que não lhes pertencem mas não sabem de quem são ... e ficam a encher os seus armários.
Este Natal, só um sobrinho levou as sobras. Com elas foram os melhores tupperwares e os que mais uso lhes dou.
Pensei, então, comprar novos para os substituir.
Os sobrinhos nem sempre vêm a casa, gostam demais do Porto, mesmo assim achei por bem esperar algum tempo.
Deu-se o caso de este fim de semana entrar no FB para saber se havia alguma novidade disto, estava ele, o meu sobrinho, online.
Se por um lado queria falar-lhe dos ditos, por outro, e os rapazes não lhes dão a mínima importância e esquecem-se do que é de quem, não queria ser chata.
Escrevo, não escrevo... Escrevi.
E tive a resposta:
Afinal, também para eles, ter tupperwares em casa, é um pequeno caso sério.