uma foto # 39
Xertelo - Gerês( 2015)
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Xertelo - Gerês( 2015)
o irresistível convite de uma amiga para irmos de fim de semana até Covelo, Peneda, e com o objetivo de passarmos o dia de sábado nas Sete Lagoas do Gerês, não podia ser esquecido.
chegamos a Xertelo, na margem direita do Cávado, deixamos os carros estacionados, faríamos o percurso pela serra, 1:30h de caminhada pelo trilho "orientado" dos mariolas.
Xertelo, aldeia pequena, com poucos habitantes e idosos, mas muito recetivos a quem por lá passa.
verdes campos de cultivo, onde pastavam cavalos.
o cruzeiro de Xertelo
na entrada para o trilho aparece-nos o Fojo do Lobo, o único que vi, mas há muitos mais perto das aldeias
zonas íngremes (evitava olhar para baixo e ver a inclinação da serra, eu que tenho vertigens) o cuidado com as pedras e os rochedos que barravam o caminho e obrigavam-nos a passar de lado.
todo o percurso correu bem, ninguém tropeçou ou caiu, éramos guias de nós próprios. uns caminhavam mais apressados, outros, como eu, com as nossas máquinas fotográficas, ficavamos para trás para captar a paisagem.
quando chegamos ao destino fiquei impressionada com a beleza do lugar. lá do alto, via umas a cor branca das rochas aqueles buracos escuros...as lagoas.
mas à medida que descíamos, apercebia-me dos tons mais nítidos das lagoas.
belo! indescritível!
viam-se algumas pessoas com as toalhas estendidas nas rochas a desfrutarem da límpida água das lagoas.
descer foi um problema, muitas rochas, todo o cuidado era pouco. um caminho de terra e rocha por onde todas as pessoas desciam, foi o mais seguro para nós.
a água caía em cascata, uma hormonias de cores, o castanho das rochas, o azul e o verde transparentes, de rara beleza.
as nossas meninas, as primeiras a saltarem, divertiam-se à brava, enquanto os pais pediam cuidado
eu e a minha amigas deixamo-nos ficar por aqui. o grupo foi conhecer algumas das lagoas, que eu adoraria ter visto mas...
é impossível sair do banho pelos nossos pés. a pedra é excessivamente escorregadia, só de gatas, arrastando o corpo nas rochas e com muito cuidado.
tive receio de ir mais longe e ver mais, fotografar as outras lagoas.
no início da tarde o número de veraneantes era demais, preferi não correr riscos, captei as que a minha máquina alcançava.
e as nuvens pareciam algodão doce
a água é bastante fria mas não impediu que os mais novos saltassem lá de cima e viessem de imediato enrolarem-se nas toalhas e sentarem-se ao sol, do choque térmico que sofriam.
o filho da minha amiga muito indeciso se havia de saltar ou não andava de um lado para o outro, lá no cimo da lagoa... mas saltou.
algumas pessoas facilitavam...
grupos de rapazes e famílias chegavam, o ambiente começou a ficar um pouco "chunga", tinhamos de voltar aos carros, mais 1.30h de caminhada pelos trilhos da Peneda, decidimos deixar as lagoas por volta das 16h
e tirei fotos das lagoas, agora na subida para o trilho
no sentido inverso, as rochas que não vira, eram agora visíveis e algumas delas com formas interessantes: embora pouco nítida, esta fez-me recuar aos descobrimentos. quem seriam? o Infante D. Henrique e um dos seus navegadores.
a vegetação verde, pinheiros que desciam a serra, um aqui, outros mais alé, ( e vimos pedaços de terra queimada, que assassinos!)
tranquilos, chegamos a Xertelo.
dentro de um carro, parado no meio da pequena estrada, um casal de meia idade e três adolescentes falava com um dos nossos homens. percebi que estavam a querer saber como chegar às lagoas."
às 17:30h queriam fazer os trilhos para as lagoas com três crianças?" , pensei.
mas o nosso homem aconselhou-os a não arriscar. eles não conheciam nada, chegariam tarde e o tempo era pouco para usufruirem das lagoas, fazia-se noite para o regresso, era muito arriscado. (foi o que ele nos contou mais tarde, já em casa).
a chegada a Xerdelo, abastecemos as garrafas com água pura da fonte
não há estrada que ligue Xerdelo a Covelas, nós fomos por onde viemos e fizemos mais 10 a 15 km até casa.
situada no sopé de uma montanha, a aldeia de Covelas é pequena, como todas as da serra, distantes do Gerês e ou Montalegre, onde habitam 4 , 5 famílias.
dois dos nossos homens (um deles o filho da minha amiga) decidiram, então, fazer mais 1.30h até casa, percuso este a pé e pela serra.
não valeu de nada evitarmos que desistissem de mais uma caminhada.... e nós seguimos viagem, de carro.
chegamos a casa,uns para o banho, outros para a cozinha tratar do jantar para 15 pessoas.
e a noite foi de convívio.
domingo de manhã cedo, já se ouviam os chocalhos do gado que ia para os pastos.
uma passeio pelos campos e uma visita aos cães de caça.
e o cansaço das meninas era demais...
almoço no terraço da casa, em grande convívio.
arrumamos as coisas. quando estavamos para sair de casa, os homens e os jovens decidiram ir ao rio, a 1 km de casa (tive pena de não ter ido, mas não me disseram nada) tivemos de esperar que chegassem e meter o carro à estrada.
pelo caminho, a linda paisagem do rio Cávado e do Gerês convidavam-me para a fotografia mas não foi possível com o carro em andamento.
depois do Maciço da Calcedónia, este foi o meu segundo desafio. acho que conseguirei ir um pouco mais longe, quem sabe, para o ano, na primavera, visitarmos as Minas dos Carris, mas com a ajuda de um guia.