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cantinho da casa

cantinho da casa

as minhas confissões

Há anos, escrevi este post, e outros ( # tag batom) sobre a vizinha do R/C fumar e deitar as pontas dos cigarros para a entrada da minha garagem.

Continuou por mais uns tempos, mas reparei que há uns largos meses que não vejo as pontas de cigarro espalhadas pelo piso.

Agora, têm sido os cocós dos gatos que são depositados, também, ( pega lá Maria, falaste demais, implicaste com a madame do batom vermelho, as pontas de cigarros desapareceram), junto à garagem, que remédio tenho eu senão pegar na vassoura e varrê-los para um canto para não ter a surpesa de os pisar e levar a sujidade colada às solas dos sapatos, que muito custa tirar, e empestar a casa com este "perfumado" cheiro.

Adiante. Vem este post a propósito de a madame do batom vermelho ser uma "simpatia" de mulher.

Funcionária numa loja comercial, deve ter a mania que é importante, talvez porque tenha um marido, e eu não tenho, é uma parva (desculpem-me, mas é verdade).

São muitas as vezes que, quando passa por mim sozinha, deita os olhos ao chão e não me cumprimenta. A não ser que se cruze comigo nas escadas, mas é um cumprimento estilo "por favor", como se fosse a dona do prédio ( ninguém aqui simpatiza com ela). Quando está acompanhada do marido, por vezes cumprimenta e olha-me de frente, outras vezes, faz de conta.

Ao domingo, terá folga, é costume sair com o marido pela hora do almoço.

Hoje, chegava eu do supermercado, quando me aproximei da porta do prédio, saem os dois. Ela à frente, ele atrás.

Sempre vestida de calças metidas nas botas de cano alto, ar empinado, batom vermelho em destaque, desviei-me para passarem, olhei para ela (vi que mastigava chiquelete) deitou os olhos ao chão. Ele segurou a porta para eu entrar e cumprimentou-me tão baixo que mal  o ouvi, ao mesmo tempo que eu o cumprimentava e agradecia o gesto.

A porta fechou-se, comentei eu para o meu decote, e porque às vezes também sou mazinha: " Parva! Tens a mania que és uma grande senhora, dizias à minha irmã que és minha vizinha e que eu sou muito simpática, passas por mim e baixas os olhos e não cumprimentas?  Quem pensas que  tu que és?"

Mas eu sei porque o faz.  

O pai costumava ir de cadeira de rodas para o lar de dia (agora ficou interno) o marido dela ia levá-lo e buscá-lo.

Há um lance largo de escadas para o r/c e como o homem tinha de subir e descer o carro de rodas, com o sogro, um dia lembrou-se de pedir autorização a todos os inquilinos para fazer uma rampa que facilitasse a descida/subida do carro.

Ninguém se opôs, mas eu adverti-o que deveria ver onde a colocar, respondera-me que seria junto às caixas do correio, visto que do lado oposto tem as escadas para os outros andares.

Ora, passado uns largos dias, ouvi um barulho ensurdecedor  nas escadas, lembrei-me que alguém estaria a tratar da rampa.

À noite, fui pôr o lixo na rua, vi que a rampa ocupava muito espaço, tinha uma inclinação bastante acentuada, e da forma como estava colocada, na descida o carro de rodas e o senhor facilmente seriam projectados contra a parede.

No dia seguinte, volta o ruído ao prédio, não me meti em nada, deixei-os fazer o serviço como entendessem.

Por azar, ou sorte, o meu irmão vinha cá a casa e não sei porquê precisou que eu descesse as escadas, quando chegou deu o toque para o telemóvel, desci.

A rampa tinha mudado de lugar, estava mesmo em frente às escadas de acesso aos andares, quem viesse da rua, habituado a entrar e subir as escadas desse lado, tropeçava na rampa, e quem descesse  deparar-se-ia com o mesmo problema.

Nervosa com o aparato, tive de falar.  

O vizinho do primeiro andar, um louco, entrou uns minutos depois do meu irmão, que entretanto subiu as escadas e não se meteu no assunto, e porque não era nada consigo, também não disse nada, fechou-se em casa.

Tremia quando expus a situação, aconselhei-os a tirar a rampa dali, iria causar danos a todos, pensassem noutra forma de facilitar a subida e descida do carro e do senhor.

Quando entrei em casa, o meu irmão comentou comigo no perigo que a rampa causaria a todos os inquilinos além de que tinha de ser uma rampa adequada, não em madeira, e com menor inclinação.

Os homens tiraram a rampa. Desde então nunca mais a madame foi a mesma ( e eu agradeço, não quero confusões com ninguém), o marido é uma simpatia quando  está sozinho e se cruza comigo, com ela cumprimenta o mais baixo possível.

Mas há mais.

Como sou eu que estou encarregue de receber o pagamento da energia eléctrica do prédio, a casa dela é alugada, quem paga a luz é o senhorio. 

Quando há alguma obra a fazer, o inquilino do terceiro andar toma a iniciativa de falar com os outros. Contudo, há um deles que me pediu que apresentasse uma queixa e de comum acordo com os outros, ao senhorio, porque a madame do batom vermelho, sempre que põe a máquina da roupa a lavar, a água infiltra-se na cozinha dele, e cá fora forma-se um riacho em frente às escadas dele e à minha garagem.

Sempre vira aquela água, pensei que seria água com detergente que ela usasse para limpar a cozinha e a casa de banho e que a deitasse escadas das traseiras abaixo, soube, há cerca de um ano, embora isto dure há anos, que o tubo da máquina de lavar não está direccionado para a canalização interna, mas para o exterior, isto é, para as escadas.

Para além de ela não poder fazer isto, a água, com seus produtos poluentes, que se acumula junto das escadas e da minha garagem forma uma película esbranquiçada e de lama, que porporciona o aparecimento de bicharada nos dias mais quentes.

E pediram-me para resolver o assunto.

Mas eu não vou resolvê-lo sozinha. Vou saber os pormenores, vou fazer uma carta que vai assinada por todos os inquilinos.

E a madame do batom vermelho vai culpar-me disto. E vai odiar-me.

 

 

 

 

 

O canteiro da vizinha

O dia de sol de ontem foi para estender a roupa lavada nas cordas.

Não sei o que me levou a olhar para o terraço do r/c da vizinha do lado, eis que fiquei boquiaberta.

Se no ano passado fazia-me confusão as folhas que se estendiam no chão e não conseguia perceber o que tinha cultivado naquele bocado de canteiro, até que um dia vejo uma razoável quantidade de chilas, este ano as folhas são outras, e de estaca.

Ontem, a "fruta" que vi é outra  e bem aviada: os meus olhos ficaram encantados com os apetitosos e grandes tomates.

Pergunto-me como é possível aquele bocado de terra ser tão produtivo.

Na minha varanda, nem as flores que cuido com carinho aguentam-se nos vasos.

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coisas do meu dia

Sinal vermelho para os peões, vejo a vizinha do R/C da casa do lado, onde há as obras, que falei aqui, que com a pressa que estava quase atravessava a passadeira.

Parou a meu lado, falei-lhe nas obras.

Diz que está cansada do barulho, até que, propositadamente, perguntei se ouvia os berros do meu vizinho.

Esta vizinha vive há cerca de dois anos aqui, desconhece as loucuras do meu vizinho, quando lhe perguntei se a incomodava os insultos e os gritos dele, sai-se com esta, que me fez dar umas gargalhadas:

" De facto ouvia berros e insultos quando o homem usava a broca, mas pensei que fosse ele que os proferisse". Comentava "o homem é louco? berra sempre que usa a broca?!" " Então é o seu vizinho! Ele tem mesmo ar de louco!"
"Se imaginasse o que passamos há uns anos com este homem" , comentei

E ela seguiu porque estava com pressa, ficou a conversa por aqui.

No caminho para casa, ria-me: " e esta hein?!, pensar que o homem berrava e insultava a broca quando a punha a funcionar, ahahah!"

é preciso ter lata!

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ontem, quando cheguei do passeio ao Gerês, antes de entrar no gaveto que dá acesso à minha garagem, por cortesia, deixei entrar os três familiares, um deles conheço, o cunhado da vizinha do r/c, a madame do batom vermelho. 

Ora eles passaram, não agradeceram, pararam à entrada do portão da rua, a conversar. Eu, com o carro a trabalhar, esperava que suas excelências se  desviassem. Bastava encostarem-se ao muro e deixavam-me passar.

Calmamente, em passo de caracol, continuaram a sua "caminhada" até às traseiras do prédio. 

Devagar, atrás deles, resmungava comigo própria a passividade propositada dos gajos . Mereciam que acelerasse e os assustasse para se desviarem.

Quando, finalmente virei, para estacionar o carro em frente à garagem, a minha, pararam a conversar... E foi então que vi uma moto  estacionada  mesmo em frente à porta.

Aguardei que subissem as escadas de acesso à casa da madame.

Como não tinha intenção de guardar o carro porque saíria hoje de manhã cedo para o ginásio, estacionei o meu carro bem colado à moto.

Como se nada nem ninguém estivessem ali, subiram as escadas da casa e entraram.

Se tivessse de meter o carro na garagem, teria de lhes pedir para tirarem a moto que obstruía a entrada.

Outros familiares da madame  viram a cena, sabiam que o veículo não devia estar ali. Ignoraram-me.

Saí do carro, fechei-o e vim para casa.

Havia festa em casa da madame do batom vermelho.

Quando tudo estava sossegado, fui à janela e vi que a tinham tirado do lugar, estava encostada  ao portão da minúscula garagem de arrumações do vizinho da cave.

De manhã, continuava lá.

O sol é de mais nas traseiras do prédio, o carro fica muito quente.  De manhã fui ao ginásio, quando cheguei estacionei-o dentro garagem.

Dia de aniversário da Mafalda, à tarde, fui beber um copo com as minhas amigas. E saí de carro.

Ao final da tarde tinha compras de supermercado para fazer, cheguei a casa por volta das 20h.

Decidida a guardar o carro na garagem, deparo-me, novamente, com a moto em frente à portão.

Saí, abri o ruidoso portão e meti-me no carro esperando que alguém enxergasse e a tirasse dali.

Ninguém do r/c veio à janela. Fosse eu a vizinha do prédio ao lado, faria alarido, caíam o Carmo e a Trindade, mas como não quero confiança com esta gente, buzinei.

Das escadas surgiu o rosto da madame do batom vermelho que disse qualquer coisa a alguém que, imediatamente, também das escadas, levantou-se um dos três homens da cena de ontem, que as desceu, desviou a mota, virou-me as costas e subiu de novo.

Guardei o carro na garagem, fechei o ruidoso portão, vim para casa.

Nenhum deles pediu desculpa por ter o veículo a obstruir a entrada.

A madame não tem carro, não tem garagem, não tem direito a qualquer pedaço de gaveto de acesso às garagens. Se tivesse carro, 

teria de pedir autorização a todos os inquilinos, donos dos apartamentos, para estacionar o carro junto ao prédio.

Sabe disso, mas abusa.

Quando vai acompanhada do marido, passa por mim, não me cumprimenta. Fá-lo, sim, quando  sozinha e se não puder evitar.

Retribuo-lhe com a mesma moeda. Não quero conversa, não quero confiança. Detesto esta mulher.