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cantinho da casa

cantinho da casa

Festival de Jardins de Ponte de Lima

Já abriu o  18º Festival Internacional de  Jardins de Ponte de Lima .

Há alguns anos que vou ver, gosto do espaço e ver o trabalho de cada um dos países participantes.

Logo que tiver um fim-de-semana sem chuva, vou ( neste momento a trovoada, e a chuva forte que cai, confirmam as previsões meteorológicas).

Então, se for brevemente, presumo que  terá menos público, e também por que na altura que costum o ir, Agosto ou Setembro, grande parte das plantas estão secas ou murchas.

Este ano o tema é " Jardins Saudáveis”,  e  os  países participantes são :

 Polónia, Áustria, Alemanha, Espanha, Brasil, China (Macau), Argentina, França, República Checa, Suécia e Portugal, e do jardim mais votado do ano passado, “Jardim da Reflexão”, que resultou de uma parceria entre autores do Brasil e Espanha.

No meu post do ano passado os fotos do jardim mais votado ( à saida do espaço, preenchemos um pequeno inquérito e escolhemos o jardim que mais gostamos)

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dizem que é A Casa mais bonita do Porto

Quando li que A Casa mais bonita do Porto  abre ao público, aos sábados, tratei de imediato de fazer a marcação.

Esgotados nos primeiros sábados do mês, consegui para o dia 25. 

Andar na Invicta a passear na zona onde estão as obras da nova linha do Metro, é impossível com a quantidade de turistas que visitam a cidade.

Passei no Mercado do Bolhão, os turistas eram em maior número do que os clientes que faziam compras.

Viam-se os telemóveis e as máquinas fotográficas por todo o lado, comecei por aqui mesmo: tirar fotos às bancas.

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Este mercado não me atraiu, de todo.

Nada que se compare ao Mercado de Olhão, e do Livramento, em Setúbal, os que conheço melhor.

Arquitecturas diferentes, gosto deste, onde faço as minhas compras.

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Passei na Rua de Santa Catarina, sempre gostei de comércio de rua, recordei  algumas das lojas, que já não existem, sobretudo os Porfírios. Muitas vezes fui de propósito ao Porto fazer compras.

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Os centros comerciais roubaram os transeuntes, mas, felizmente, há alguns anos, a vida voltou às ruas...não fosse o turismo.

E nesta Rua, reparei na loja que está a causar furor em todo o lado: Primor.

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Entrei, dei uma volta pelas prateleiras da cosmética, desci à cave onde tem artigos variados, inclusive, a mousse Gourmet que a minha gata muito gosta, que comprei cerca de 0,30€mais barata.

Não me interessava vir carregada para casa, brevemente a loja abre no Nova Arcada, em Braga, fica para mais tarde comprar umas coisas que quero.

A visita estava marcada para  as 15h30, depois de almoçar, fui tomar café na esplanada perto do Palacete. Uma esplanada pequena,em frente ao rio, não tem espaço interior, tem apenas o balcão, não estive mais de 15 minutos porque o vento era muito forte. E paguei 2€ por um café ( e queixamo-nos que as esplanadas de Braga estão a cobrar pelo café 1,20€!) .

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Era cedo para a visita, estava a decorrer a primeira visita da tarde, fui dar um passeio pelo jardim.

Que boa ideia!

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Os grupos são de 15 pessoas, começamos no hall, com a guia a contar como começou a história desta Casa e do seu fundador, Silva Monteiro, o homem que emigrara para o Brasil e que uns anos depois voltara para Lordelo, prosperou nos negócios,foi um benemérito em várias obras e impulsionou outras, assim como importantes construções desta cidade ( ler aqui).

A Casa era a sede da Comissão Vitivinícola do Porto, actual Casa do Vinho Verde, passou a ser um espaço de visita pública, em sua homenagem, e pelo bem que fez à cidade.

Viajara pelo mundo, apreciava a arquitectura decorativa, cada sala tem elementos decorativos específicos, que dessem conforto àsua família.

A sala chinesa, o lugar dos fumadores, onde as mulheres não podiam entrar.

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gostei dos pormenores trabalhados do candeeiro 

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Subimos a escadaria nobre.

Uma clarabóia ornamentada de bonitos estuques com motivos mercantis, e pinturas de lugares do Porto e do Brasil onde Silva Monteiro viveu, e passara, deixava entrar a esplendorosa luz para escadaria.

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Gosto de corrimãos de madeira. E de portas e tectos de casa antigas:

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Passamos ao Salão de Baile

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A sala de baile onde se vê no tecto as figuras alusivas à arte, ao campo, à música, ao teatro.

E nas paredes, as fotografias que mostram o trabalho dos camponeses e camponesas do Estado Novo .

a tecto da Sala Árabe

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a Sala Dourada de tectos e paredes pintadas a ouro

 

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Relevos esculturais nos cantos da clarabóia e pinturas alusivas aos portos do Rio de Janeiro e Lisboa, mostram-nos a importância que este homem atribuiu ao homem e ao mar.

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A visita estava quase a finalizar, regressamos ao hall. A guia abriu-nos a última porta, a do Salão Nobre.

Várias mesas redondas com toalhas brancas bordadas num fio branco, sobre elas esperavam-nos os copos para a prova de vinhos.

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Uma troca de perguntas e respostas, entre a guia  e os visitantes, sobre a região do vinho verde, provamos dois vinhos de dois produtores da região.

Depois desta, a visita era pelo jardim, o grupo seguiu para lá, eu saí do palacete e fui conhecer o Miradouro da Vitória.

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Leiria # 1

Tinha planeado ir à Praia de Pedrógão quando chegasse a Leiria, mas fui ao hotel fazer o check-in antes da hora que marcara, e sem problema pude ocupar o quarto que estava pronto. Deixei a mochila no quarto ( fui de mochila, mas já sabia que não ia dar resultado porque os meus ombros  ficam doridos, gosto mais de levar a mala). Levei o mínimo de tudo, inclusive os cremes de rosto na quantidade que sabia ser necessário, em mini frascos que guardei de produtos anteriores.

Saí do hotel e em vez de me meter no autocarro que me levasse à praia, fui directamente ao Castelo de Leiria.

Tinha visto o anúncio da Feira Medieval, estavam a Praça Rodrigues Lobo e o Jardim Luís de Camões decorados à maneira, com as habituais tendas de  tudo um pouco. Mas o que não faltava, mais do que aqui em Braga na Feira Romana, eram as tendas de comes, sobretudo de  leitão, que eu não gosto nada. 

À hora que passei, seriam 15h30, já se acendiam os fornos (para o pão) e preparavam a carne para os espetos, o cheiro era intenso, àquela hora.

As esplanadas estavam cheias de pessoas, fui na direcção do Castelo, que fica mesmo à beira da Sé.

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Imaginei-me a subir muitos degraus ou um caminho íngreme até chegar ao castelo, mas qual quê? Quando subia a rua reparei que havia um elevador.

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E um elevador com vista para a cidade!

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Aliás, dois um elevadores: um para subir, e mais à frente, outro para descer.

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Fiquei admirada porque a PSP fica perto da Murallha, ao lado da Capela de São Pedro, que não vi porque estava  estava fechada.

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Chegada ao topo da entrada do Castelo, lá estava o cartaz. Neste dia o Castelo fechava mais tarde, tinha lugar vários eventos dentro da muralha.

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Não tinha interesse ficar a ver o que ia acontecer, fui conhecer o Castelo por dentro e por fora.

Um Palácio Real quatrocentista, com aTorre de Menagem, a  Igreja de Santa Maria da Pena, e as  muralhas.

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E não estava à espera de ver o Estádio Municipal de Leiria, ali tão perto.

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Quando cheguei ao miradouro, foi uma surpresa. 

Eram muitos os jovens que, sentados, conversavam serenamente e observavam a cidade.

As pessoas sentavam-se para a foto, circulavam, deixei-me ficar por um bom tempo. Adorei aquele lugar.

"Achei"  um banco e sentei-me a admirar a bela cidade.  

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Continuei a visita pelo interior.

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Voltei ao exterior e

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deparei-me com a Igreja de Santa Maria da Pena.

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Saí da muralha,havia muito mais para ver.

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Cheguei à Torre Sineira ( "Leiria tem uma torre que não é Sé e uma Sé que não tem torre")

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O elevador de descida ia até ao recinto da Sé.

E entrei no preciso momento que um homem sentado no banco, junto ao orgão, tirava os sapatos, e pôs-se a tocar.

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A Sé é edifício muito simples, sem a torre, daí dizer-se que  "Leiria tem uma torre que não é Sé e uma Sé que não tem torre", porque a torre Sineira não está integrada na catedral.

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Depois da visita, fui para o centro da cidade.

 

 

 

fui turistar pelo centro do país

" turistar" ,palavra que copiei do nosso último, saí na sexta-feira, tinha autocarro às às 09:15h  ( a Rede Expressos está muito bem equipada), o primeiro destino era Fátima. O autocarro estava atrasado 15 minutos, vinha dos Arcos de Valdevez, atrasou, também, no Porto, pelo que a chegada a Fátima que seria às 12:10h, foi às 12:45h.

Tinha autocarro para Leiria às 14:00h, por isso a minha passagem por Fátima não foi a que eu desejei, mas deu tempo.

Não fui em promessa, fui porque tinha feito projectos de ir um dia que não estivesse muito calor dar um passeio por uma das cidades do centro do país, escolhi Leiria, que conhecia só de passagem em 2018.

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Ora, em Fátima, no grande recinto que podia estar à vontade, sem a máscara, aproximei-me do espaço onde compramos as velas.

Os balcões têm de tudo, velas grandes e pequenas com os respectivos preços. Não há vendedores. Peguei nas que queria e, de repente, ouço alguém falar para mim. Uma mulher contava as velas que eu pegava, e fazia a conta. Fiquei baralhada. Voltei a fazer a conta das velas que tinha na mão, e o dinheiro que devia introduzir na caixa, diz ela : o dinheiro é para pôr neste copo (que segurava na mão), porque o dinheiro é para os pobres.

Parei a observá-la. O seu aspecto duvidoso fez-me dó, não por ser pobre, mas porque percebi que se aproveitava das pessoas para lhe darem dinheiro, e aproximando-se de mim, insistiu que eu devia pôr o dinheiro no copo,que o dinheiro é para os pobres, que " está ali escrito, veja", apontando para um qualquer lugar onde vi que estava outra mulher que andava atrás das pessoas a fazer o mesmo.

Virei-me para ela e disse:" o dinheiro vai para esta caixa, não vou pôr nada no copo. E se a senhora quer dinheiro, eu dou-lhe o que eu entender, não lhe dou o valor das velas".

Intoduzi as moedas na ranhura da caixa, e tirei do porta-moedas 70 cêntimos e meti no copo dela.

Fiquei a remoer por dentro.Como é possível esta gente querer enganar as pessoas? Como se eu fosse acreditar que todo o dinheiro que entra nas caixas fosse para os pobres. O Santuário tem despesas com a cera. E se a comissão dá dinheiro aos pobres, acho muito bem, mas estas pessoas não deviam estar ali a massacrar os fiéis que o dinheiro é para eles.

Entretanto, fui pôr as velas no tocheiro,segui para a Capela das Aparições. A missa estava quase no final. Deixei-me estar sossegada, contrariamente a muitas pessoas que não respeitam o silêncio de quem quer estar a reflectir ou rezar, assim como de quem celebra a Eucaristia.

Quando saí da Capela, e logo a seguir ao tocheiro, não vi as mulheres, mas mais à frente, ouvia-se falar alto. Um grupo dos tais pobres discutia, não percebi nada do que diziam, presumi que fossem imigrantes.

Segui o meu caminho, não fosse haver zaragata.

Não sou contra pedirem esmola, mas achei estranho aquelas pessoas ficarem atentas ao que os peregrinos compram e dizerem o que eu ouvi.

Às 14:30h, estava em Leiria.

 

 

 

 

Quaresma # 1

Vivemos a Quaresma que, em 2019 , o coronavírus veio cancelar as celebrações da Semana Santa e o Compasso Pascal. 

Este ano, são retomadas as celebrações, que começou hoje na Sé de Braga com o Sagrado Lausperene Quaresmal.  Os altares das igrejas estão cobertos por um tecido roxo, e não há flores a ornamentá-los. Neste período  de tempo, e a cada dois dias, há uma igreja que tem o altar do Santíssimo Sacramento exposto, ricamente ornamentado com flores e luz, e em que os fiéis vão louvar o Senhor.

Existe um calendário com a data em que as igrejas têm o altar exposto. Esta viagem do Senhor termina na quarta-feira da Semana Santa.

Ora, hoje, quarta-feira de cinzas, o Sagrado Lausperene começou na Sé de Braga.

Raramente vou neste primeiro dia à Sé, por falta de oportumidade, ou porque me esqueço..

Mas hoje, à hora do almoço, tive de tratar de um assunto, e passei lá.

Vi a senhora que vende rebuçados de açúcar ( noutros tempos eram muitas as senhoras que, com as suas mesas desmontáveis, vendiam os rebuçados embrulhados em papel de várias cores, cortado em franja nas pontas, e, à saída da igreja, eram muitas as pessoas que compravam, penso que seria com o intuito de ajudar as senhoras, a maioria idosas, que por gulodice), na entrada, e lembrei-me que hoje era o primeiro dia da Quaresma. E entrei.

Muitas vezes entro numa igreja para me refugiar um pouco e reflectir, ou rezar, seja por mim, seja pela família,seja pelo mundo.

Depois de rezar, não resisti a tirar uma fotografia ao altar do Santíssimo Sacramento, que estava lindíssimo.

Mas estava muito atrás, achei que não devia aproximar-me do altar só para a fotografia, pelo que ficou pouco nítida.

Perguntei ao senhor que estava perto da entrada qual era a igreja que na próxima sexta-feira, ao meio-dia,  vai abrir o altar. E deu-me o Lausperene Quaresmal, para que eu possa  seguir o percurso do Senhor.

Gosto da celebração da Quaresma, dá-me uma sensação de paz comigo própria.

Não sei se vai ser possível  visitar as igrejas todas.

Farei o que puder. E se tiver a possibilidade de trazer para este cantinho fotos dos altares que visitar, publicá-las-ei com muito gosto.

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Altar do Santíssimo Sacramento, Sé de Braga

 

tenho o coração triste, muito triste

Ontem, depois do almoço, recebi uma chamada da minha amiga Márcia, perguntou-me se a acompanhava numa visita à nossa amiga Alice.

A última vez que fui visitar a Alice, foi com esta minha amiga,em Maio do ano passado. Nessa altura, fiquei de coração partido. 

Em Setembro passado, a amiga Márcia ligou-me a comunicar que tinha voltado a visitá-la, ficou muito triste com o estado dela. Numa cadeira de rodas, mal olhava as pessoas, estava muito frágil, não reagia a nada.

Pedi-lhe que a próxima vez que lá voltasse, que me ligasse, eu queria ir vê-la.

E ontem foi o dia.

Foi um choque, uma dor no coração, uma revolta que senti.

A Alice está na cama, não pode levantar-se, não come, está a ser alimentada por sonda que vai directa ao estômago. Olhos perdidos no infinito, por vezes, mexia as pernas, queria levantar-se, emitia um som de grito, de revolta?, talvez. 

Saí do quarto, precisava chorar, ganhar força para voltar.

Não sei dizer mais nada, muito mais aconteceu, não consigo escrever o que vi e senti.Sinto uma grande dor.

Esta mulher era uma pessoa humilde, boa amiga, trabalhadora, alegre, sempre disposta para as noites de dança quando o grupo se juntava. E cozinhava um arroz pica no chão que era uma maravilha.

Infelizmente, e de repente, a Alice começou a perder o norte.

A Alice tem 58 anos. Pode viver com esta doença muito tempo, como pode ir embora de repente.

Deus a alivie.

Sinto uma agonia enorme.

A Alice não me sai do pensamento.