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cantinho da casa

cantinho da casa

o "se" de senhora

No sábado dia sete, fui almoçar com os meus irmãos, os nossos amigos da adolescência, que vivem no Porto,  vêm, desde há quatro anos, com mais frequência a Braga, e a Isa, viúva do nosso grande amigo M( quantas saudades ).

Depois de um bom churrasco, o casal foi deixar uns sacos de compras no hotel.

Enquanto esperavamos na recepção, eu , a Isa,  e o meu irmão, reparei numa cesta de junco que me lembrou a empregada da minha avó materna.

Uma mulher pobre, com muitos filhos, e marido alcoólico.

Do pouco que me recorde, ela não limpava a casa. Fazia as camas porque o tempo dela era para cozinhar.

E cozinhava muito bem.

Depois do almoço, dormia uma sesta.

A minha avó era amiga dela, facilitava-lhe a vida, já de si miserável ( ela também gostava de beber um copito).

A arrumação ficava para uma das filhas, que trabalhava na lavandaria do hospital, era a cuidadora da minha avó quando ficou viúva.

Criou-se uma grande relação entre elas e a minha família.

Lembro-me de ver a senhora descer a rua, muito devagar, chegava por volta das dez horas, visto que ela vinha e ia  a pé para casa  a cerca de dois quilómetros.

Sempre que passo no Areal, lembro da Semeliana.

Ora, sentados nas confortáveis poltronas, chegaram o casal e a minha irmã, que entraram na conversa.

A  I achou estranho porque eu dizia que chamavamos a empregada de Semiliana. Acrescentei que não tinha a certeza se o nome próprio era Emília ou Emiliana.

"Emiliana", confirmou o meu irmão.

E foi então que explicamos que, naquele tempo, juntava-se o se, de senhora, ao nome próprio.

A minha amiga lembrou-se do nome da empregada da tia, que era chamada pelo apelido, no caso de Sefigueireda.

E lembramos a pobreza dessa empregada, alcoólica, com muitos filhos, também com uma vida miserável.

As nossas famílias davam emprego a estas mulheres, as "se"  de senhoras, que eram respeitadas e bem tratadas.

Recebiam um salário que dava para alimentar os filhos.

A  nossa Semeliana era uma senhora educada e muito querida na família.

 

 

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0 livro

Demorei alguns dias a ler o livro do nosso amigo José da Xã.

Não porque fosse um livro maçudo ou desinteressante.

Pelo contrário.

Fácil e acessível leitura e com grande envolvência do leitor.

Eu é que não tive oportunidade de o ler no tempo que gostaria.

Histórias fictícias com muitas referências que se percebem que o escritor está a par da vidas de muitos aldeões, quer seja de tempos mais antigos, quer seja da actualidade, e que todos sabemos que as aldeias estão despovoadas e isoladas das cidades e do mundo moderno.

Predominantemente são as pessoas idosas, e sozinhas, ou acompanhadas dos seus animais de estimação que se sustentam do trabalho do campo e da criação de animais. 

Descrições peculiares, com humor, com tristeza e sofrimento; da pacatez característica das aldeias; dos ambientes sujos dos tascos; das viúvas sempre atentas ao que se passa na aldeia; dos desconhecidos que chegavam de longe; das raparigas que eram a tentação dos homens e da rapaziada. 

E do mundo dos insectos, da paisagem, do tempo, dos animais... Tudo devidamente escrito ao pormenor.

Senti-me uma turista que descobrira aquela aldeia e que me punha a reflectir no que os meus olhos viam e "pensavam".

E na perspicaz história de uma família da cidade que, dentro de casa, comunicava pelo uotessape...Até ao dia que alguém vai mudar o sentido de vida desta família.

"Pela Noite Dentro" é um livro de contos de que podemos tirar grandes lições de vida do que foi, e é, viver com dificuldades.

Gostei de todos.

Destaco dois pela surpresa: o nome dos personganes são o jovem Amílcar e o dr.Edgar.

Obrigada, José.

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no autocarro

Fui ao ginásio, ontem, de autocarro.

Sempre que tenho tempo, prefiro ir de autocarro, poupo na gasolina, na carteira e o ambiente.

A aula de Pilates é às 11:30h, tenho cartão da TUB, a paragem fica perto de minha casa.

São cerca de 12 minutos ( ao domingo é mais rápido, há pouco trânsito) até à paragem, junto ao Continente.

Tenho de atravessar o parque de estacionamento do hipermercado, subo uma rua um pouco íngreme, que dá para o parque de estacionamento do ginásio.

Subir a rua são cerca de sete minutos ( depende do passo  ).

Depois da aula, voltei à paragem, o autocarro chegava em 10 minutos.

Estava sentado no banco, um imigrante. Pele escura, pelos traços percebi que seria indiano.

O autocarro chegou.

Entretanto,chegaram mais três pessoas. Uma delas entrou, a seguir o jovem, eu e duas senhoras ficamos atrás dele.

Ele tinha passe, passou na máquina, mas esta não o lia.

O condutor do autocarro, pediu-lhe o cartão. Passou uma,duas, três, vezes, e amáquima não lia.

Pediu que esperasse para que os outros passageiros, e eu,  passassemos os cartões.

Eu deixei-me estar a obervar o que o motorista dizia ao jovem.

Comentava que o cartão estaria desactivado talvez porque o tinha junto ao telemóvel.

Eu ofereci-me para pagar a viagem.

Uma senhora brasileira aproximou-se, com uma nota de 5 euros, para pagar a viagem.

O motorista disse que não era preciso que iria tentar perceber o que estava a acontecer.

O jovem não percebia nada do que ouvia, até que lhe perguntei  se percebia inglês.

E resolvemos o problema.

O motorista, reparando que era um passe, pediu-me para lhe perguntar se ele tinha o recibo do valor que pagou pelo carregamento.

O jovem foi à carteira,  tirou não só este como o do multibanco.

Entregou ao motorista que viu de facto o valor correspondia ao pagamento do passe por um mês, mas não percebia porque a máquina não lia.

Até que me perguntou que dia era, e à minha resposta, " dois de Março", ele respondeu de imediato que o recibo datava do dia três de Fevereiro, logo ele tinha de carregar o passe.

Perguntei se ele não tinha de pagar a viagem, ele respondeu que não.

Transmiti ao jovem que não pagava esta viagem mas que tinha de carregar o passe para o mês de Março.

Sentou-se.

Quando eu ia ocupar um dos lugares, comenta uma senhora ," A senhora sabe falar com ele". Respondi que estudara inglês.

Sentei-me atrás do jovem.

E foi então que lhe perguntei de onde era: Índia.

Comentei que compreendia que é difícil para um estrangeiro aprender português.

E dei-lhe um conselho: se tiver algum amigo que fale e compreenda portugês, que o levasse com ele à TUB e explicasse o que aconteceu. E que tenha sempre o recibo com ele.

Não fiz qualquer pergunta sobre se tem emprego, ou do tempo que está em Portugal. 

Quando chegamos à paragem que eu saía, toquei-lhe ao de leve no ombro e desejei-lhe boa sorte.

Com o gesto de gratidão, olhou para mim, levando a mão direita ao seu coração.

Saí.

Nos anos oitenta, fui sozinha para a Suíça.

Arranjei emprego como baby-sitting ( ficava-se a viver em casa da família que dava emprego) para ganhar algum dinheiro, pois queria ir a uma clínica de cirurgia plástica, em  Berna, e ser vista por um conceituado cirurgião.

Na altura estava no último ano do curso, interrompi para ver se realizava um sonho.

Mas não me dei bem. Sentia-me sozinha.

O miúdo, de cinco anos, era demasiado mimado. Não sabia brincar. Tinha de lhe fazer as vontades todas. E atirava-me com os bonecos articulados, fazia troça das pessoas.

Tinha o meu emprego cá, tinha o curso para acabar, não me via ficar lá por muito mais tempo.

Estive um mês e meio.

Cerca de dois anos depois, através de uma familiar que várias vezes esteve internada em Lisboa, no HSM, e sendo ela uma pessoa que travava conversa com enfermeiros e médicos, conheceu um cirurgião plástico. 

E falou-lhe em mim. 

Imediatamente tentou marcar uma consulta com ele.

Este meu pequeno testemunho é para mostrar que não é fácil deixar para trás a família e ir à procura de uma vida nova num lugar desconhecido. Não foi o meu caso.

As saudades são muitas, conhecer pessoas não é fácil,  perceber uma língua desconhecida é muito,muito  complicado.

Eu aprendi francês e inglês. Falava fluentemente, no caso, o francês.

E regressei.

E o sonho não se realizou em Berna mas no meu país.

A emigração/ imigração é um bico de obra para quem vem e para quem recebe.

Mas dá-me dó quando a língua é um entrave à socialização.

 

Douro # Régua

O tempo passa, os afazeres ocupam o dia, nem sempre há vontade de ligar o PC, venho com menos frequência, a vida leva, a vida traz, e quando há oportunidade vai-se arejar e visitar as terras do nosso lindo país, e muitas mais gostaria de conhecer, venho, hoje, contar a minha/nossa passagem pela Régua.

Decidimos trocar a hora de saída do Pinhão e apanharmos o comboio mais cedo para a Régua.

O único senão de ter antecipado a hora, foi ter informado, na altura da reserva do AL, que chegaria  a meio da tarde.

E devia ter ligado de manhã, a avisar que faríamos o check-in mais cedo..

Chegamos à Régua, queríamos deixar os sacos em algum lado, a estação não tem cacifos, fomos pela rua principal. Parávamos de vez em quando para tirar umas fotografias, até que, a fome já apertava, a minha irmã lembrou-se de telefonar a uma amiga, que conhece muito bem a cidade, para nos dizer onde comer bem.

" No Castas e Pratos", junto à estação de comboios", respondeu.

Ora se já estávamos perto do Museu do Douro, não íamos voltar para trás.

Disse onde estavamos, respondeu: " o Maleiro

O vento era desconfortável para ficarmos na esplanada, foi possível arranjar mesa para duas pessoas lá dentro, porque grupos não faltavam.

Comemos bem.Mas fiquei com o peso na consciência porque se tivéssemos pedido apenas um prato não sobejava nas travessas.

Entretanto, a minha irmã reservou uma mesa para  jantarmos no "Castas e Pratos".

Depois do almoço, fomos ao Museu do Douro.

Com um terraço de frente para o cais, sentei-me num dos bancos a apanhar um pouco de sol( que bem que se estava ali) viam-se dois grandes barcos atracados, e um pequeno, não havia espaço para mais, até que, uma dada altura, acabava de entrar um barco pequeno, com turistas, que teria feito um passeio pelo rio.

Passado cerca de 20 minutos, tiveram de encostar o barco, igual ao que estava atracado, fizeram a travessia para o cais através deste.

Má gestão de horários. E o cais é pequeno.

Decidimos  entrar no Museu ( os sacos ficaram guardados em armários próprios para estes), fazíamos tempo para ir para o alojamento.

O que não esperávamos é que apesar de o espaço não ser grande de mais,há muito para ver.

E quem ver tudo ao pormenor, como a minha irmã, tem qb de esperar por ela.

A primeira sala tem uma exposição permanente de quadros de autor com fotografias do Douro.

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A sala contígua conta a história do que foi, e é, a vida do rio, e do Douro; o desenvolvimento da região os materiais usados na cultura da vinha no solo de xisto; o tipo de castas; o processo do vinho; o armazenamento em pipos; a colocação dos rótulos.

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No andar de cima

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a Exposição permanente de Armanda Passos.

Neste piso há uma biblioteca,uma sala de arquivo, a sala de leitura e um restaurante/bar, aos quais não tive acesso.

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A saída é pela loja, onde vi de tudo um pouco e enquanto a irmã não chegava, comprei um creme de mãos.

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Saímos do Museu e fomos para o Alojamento,um pouco distante do Museu, e depois de subirmos uma rua íngreme a casa onde ficamos revelou-se uma agradável surpresa.

 

 

 

 

Ó Sol

Que aqueces os nossos corações e dás-nos energia para seguir com a nossa vida,  mesmo que com alguns percalços pelo caminho.

Gosto de ti, Sol de Inverno.

Está frio, mas bem agasalhados, sair à rua é um prazer.

Logo de manhã pus a roupa a secar.

Cancelei a aula no ginásio, vim para casa da sobrinha, ela teve de ir à empresa, e porque o filho está doente, aqui estou eu na sala por onde tu entras e a enches de luz e calor.

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A natureza dá-nos o melhor da vida.

 

 

 

estás mais magra!

Eu percebi que sim,que emagreci.

Pesava-me na balança do ginásio, não é sempre que o faço, mas de quando em vez.

Pensei que a balança, que já foi substituída muitas vezes, porque todas as mulheres, no final do banho, passam por lá, que ela estava doida. E acredito que sim, senão não a substituiam. Pudera! Sistematicamente a passarem por cima,acredito que depois de muito trabalhar, fica descontrolada.

A meio do ano passado, fui a uma consulta de ginecologia, é costume fazer uma triagem antes de de entrar no consultório.

Estava vestida e calçada, a balança marcou um peso que achei estranho.

A enfermeira disse" tiramos 1/2kg para a roupa,não está mal.Quem dera a muitas senhoras terem este peso".

Mas eu fiquei de pé atrás.

Entretanto, o veraõ passou, eu sentia-me bem, fazia as minhas aulas de Pilates , Hidrogonástica, e AerialTraining. Há uns tempos a esta data, também Pilates com Pequenos Materiais, que gosto, e tento não faltar.

Em outubro passado, pesei-me depois do banho e, de facto, o peso era o mesmo que tinha nos meus 20s.

Admito que engordei na menopausa, tive um "pneu" que não gostava de ver,mas com o cuidado que tinha com a alimentação, foi desaparecendo. Eu nunca pesei mais de 47kg. Também sou baixa.

A barriga  já não era a da juventude, mas mantinha o corpo bem cuidado, e elegante( embora não fosse por isto que eu deixasse de comer). Sempre fui magra, a partir dos 50tas comecei a ter mais cuidado com certas comidas.

Aliás,a família gozava comigo porque dizia que eu não comia nada e,nas festas, comentavam que eu apenas comia peixe cozido.

Eu não gostava da conversa, porque em casa, como o que me apetece. Apenas cortei à carne com gorduras, e os enchidos. Estes, deixava, e deixo, para os almoços ou jantares em família, ou fora, com os amigos.

Então, em finais de 2023, na passagem do ano em casa de uma amiga que costuma juntar as amigas que viveram nesta rua, uma delas, que não via há bastante tempo, mal me viu comentou alto: " Estás muito magra!". E repetiu várias vezes.

Eu respondi que estou magra porque com o avanço dos anos, a idade também faz com que muitas mulheres e homens emagreçam. Que sinto-me bem, não ando cansada, fiz exames de sangue, está tudo controlado.

A minha irmã, olhava para mim. Acho que percebeu que estar magra não significa  estar doente, mas preocupada.

É um dos grande males meus: preocupo-me demais com os meus e os outros.

Mas não deixo de cuidar de mim e viver a minha vida.

Óbvio que, ás vezes, do nada, como aconteceu com o meu amigo Manuel, que a partir de uma dor continua na perna, quando a esposa decidiu que fossem ao médico, e depois de um RX percebeu-se que algo estava mal, passou por outros exames e todo o corpo e cérebro estavam metastizados.

Um cancro nos pulmões levou-o em dois meses e meio.

E ainda, há uma semana, uma amiga do meu sobrinho, com quem o grupo ia fazer a passagem do ano em casa de um deles, no domingo, íamos almoçar à praia, estava ele e a companheira com a minha irmã, muito tristes, contaram que a amiga falecera.

Sentia-se cansada, pensava que seria o trabalho, durante a semana teve de ir para o hospital, depois de vários exames foi imediatamente para o IPO.

Uma leucemia levou-a na véspera de Ano Novo.

Esta é a realidade que vivemos.

Estamos aqui hoje, logo ou amanhã talvez não.

Ora, quando fui tomar a vacina da pneumonia, e após várias perguntas do enfermeiro, que registava as minhas respostas no PC, eu cometei que estava mais magra.

Perguntou-me se me sentia cansada, se não tinha vontade de comer, se fumava ou bebia, e recebendo as respostas  negativas, comentou que era essencial eu continuar a minha vida. Mas alguma coisa diferente eu sentisse, que procurasse o médico.

Um destes dias, numa fotografia no Instagram, deste nosso querido Triptofano , num comentário privado que fizemos sobre comida, e tendo escrito que não gostei de ter emagrecido, comentou:

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Fez-se luz no meu cérebro.

Na terça-feira, consegui uma consulta de nutrição para o dia seguinte, no Hospital Privado.

Gostei da nutricionista. Contei tudo o que aconteceu até à data. Disse que a minha idade metabólica é de 55 anos em relação à idade cronológica.

Agora, tenho de seguir um plano alimentar durante um mês.

Comentando com a minha sobrinha, que também está a seguir um plano alimentar, e lhe disse o que tenho de comer, comentou de imediato: tudo proteína.

Quero recuperar os 3 ou 4 quilos que perdi.

Falta-me agradecer ao Trip ter comentado o que pode estar a causar o meu emagrecimento.

 

 

 

 

 

o Sol faz-lhe falta

e a nós, também.

Por cá, a cidade da chuva, não pára de chover.

Sempre que vou buscar o sobrinho  a casa e levo-o à escola, ele pergunta :" o sol?"

Respondo que está por cima das nuvens e que a chuva enche os rios para termos água para beber.

Está a fazer falta o sol.

A partir de amanhã, vai regressar.

Vai ser o fim de semana de brincadeira, de pinhal, de rolar na areia da praia, de jogar à bola, de parque, e de masgusto adiado na escola.

E para nós, de passeio, de tomar a vitamina, de fazer nada, de brincar com o miúdo.

Já chega de mais de 30 de chuva.

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Viver é isto

A morte deTina Turner levou-me para os  anos áureos da minha juventude, das viagens para as discotecas, nas noites de sábado de verao,para Viana do Castelo,   ou Ofir.

A mulher que o meu irmão dizia que tinha as pernas mais bonitas do mundo.

Depois, no programa "Essencial" do Jornal da Noite, da SIC, as três vítimas de assédio sexual na infância e adolescência, por padres ,  chocaram-me com as suas declarações.

E trouxeram-me lembranças da minha inocente infância, quando ia confessar os meus pecados ao padre, e eu pensava para mim mesma que não os tinha.

Quando ele me perguntava quais foram os que cometi e respondia que me tinha zangado com os meus irmãos, ou que não fizera o que a minha mãe mandava.

Eram sempre os mesmos. Mas a minha mãe mandava -me confessar-me e eu ia.

Eu inventava porque eu era criança e não sabia o que era fazer mal a alguém.

E poucos minutos após confessar os "pecados" , dava a absolvição e ainda tinha de rezar não sei quantas Avé Marias( hoje rezo porque quero e pela fé que tenho).

Acabado o Jornal da Noite,  peguei no telemóvel, entrei no Sapo blogs e vejo um destaque cujo nome reconheci.

E li.

As orquídeas que a Isabel trouxe de casa da mãe, e cuidou delas.

E neste primeiro aniversário do seu falecimento, com muito orgulho, e em sua homenagem mostra-nos a fotografia.

E que lindas orquídeas!

E as lágrimas caíam pelo meu rosto, limpava-as com as mãos.

Sempre que há uma notícia da morte de alguém, traz memórias da minha mãe.

Fiquei sem mãe, pai e dois irmãos, mas a minha mãe é a primeira pessoa que está sempre comigo. 

Faleceu a 13 dias de completar 53 anos.

Quando fiz 60, pensei " a minha mãe morreu com 52, a minha irmã com 56, o irmão com 55".

Respirei de alívio e comentei: "eu passei!"

E tudo isto põe-me a chorar.

Talvez seja a forma de libertar o que me preocupa no presente e que tento mostrar que está tudo bem.

Viver é isto.

 

 

 

água é fonte de vida

 

A falta de água é uma ameaça.

Com a falta de água e as chuvas torrenciais que leva a cheias, devemos arranjar soluções rápidas como, entre muitas:

-reflorestar as margens dos rios;

-evitar desperdício;

-utilizar de forma consciente a água que gastamos no dia-a-dia;

-tratar os esgotos.

Verifico que quem mais água desperdiça são as Câmaras.

As torneiras do cemitério desta cidade são do pior material que há, isto é, os seus componentes são tão fracos que a água sai a jorros, e quando há vento espalha-se por todo o lado.

É preciso "fazer jogadas" para que ela caia fluída para dentro do regador.

Substituir o vedante, quase sempre é a solução.

Esquecem-se que todos pagamos a água que gastamos e a que eles desperdiçam.

 

56 anos

Uma lutadora,  sozinha criou os dois filhos que ficaram sem o pai.

Os filhos formados já trabalham e estão muito bem.

Há um ano lutava contra o cancro que veio fazer parte da sua vida.

Felizmente, correu bem.

Mas todos sabemos que é para a vida toda.

Hoje, faz 56 anos, a minha irmã mais nova.