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cantinho da casa

cantinho da casa

Douro # Régua

O tempo passa, os afazeres ocupam o dia, nem sempre há vontade de ligar o PC, venho com menos frequência, a vida leva, a vida traz, e quando há oportunidade vai-se arejar e visitar as terras do nosso lindo país, e muitas mais gostaria de conhecer, venho, hoje, contar a minha/nossa passagem pela Régua.

Decidimos trocar a hora de saída do Pinhão e apanharmos o comboio mais cedo para a Régua.

O único senão de ter antecipado a hora, foi ter informado, na altura da reserva do AL, que chegaria  a meio da tarde.

E devia ter ligado de manhã, a avisar que faríamos o check-in mais cedo..

Chegamos à Régua, queríamos deixar os sacos em algum lado, a estação não tem cacifos, fomos pela rua principal. Parávamos de vez em quando para tirar umas fotografias, até que, a fome já apertava, a minha irmã lembrou-se de telefonar a uma amiga, que conhece muito bem a cidade, para nos dizer onde comer bem.

" No Castas e Pratos", junto à estação de comboios", respondeu.

Ora se já estávamos perto do Museu do Douro, não íamos voltar para trás.

Disse onde estavamos, respondeu: " o Maleiro

O vento era desconfortável para ficarmos na esplanada, foi possível arranjar mesa para duas pessoas lá dentro, porque grupos não faltavam.

Comemos bem.Mas fiquei com o peso na consciência porque se tivéssemos pedido apenas um prato não sobejava nas travessas.

Entretanto, a minha irmã reservou uma mesa para  jantarmos no "Castas e Pratos".

Depois do almoço, fomos ao Museu do Douro.

Com um terraço de frente para o cais, sentei-me num dos bancos a apanhar um pouco de sol( que bem que se estava ali) viam-se dois grandes barcos atracados, e um pequeno, não havia espaço para mais, até que, uma dada altura, acabava de entrar um barco pequeno, com turistas, que teria feito um passeio pelo rio.

Passado cerca de 20 minutos, tiveram de encostar o barco, igual ao que estava atracado, fizeram a travessia para o cais através deste.

Má gestão de horários. E o cais é pequeno.

Decidimos  entrar no Museu ( os sacos ficaram guardados em armários próprios para estes), fazíamos tempo para ir para o alojamento.

O que não esperávamos é que apesar de o espaço não ser grande de mais,há muito para ver.

E quem ver tudo ao pormenor, como a minha irmã, tem qb de esperar por ela.

A primeira sala tem uma exposição permanente de quadros de autor com fotografias do Douro.

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A sala contígua conta a história do que foi, e é, a vida do rio, e do Douro; o desenvolvimento da região os materiais usados na cultura da vinha no solo de xisto; o tipo de castas; o processo do vinho; o armazenamento em pipos; a colocação dos rótulos.

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No andar de cima

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a Exposição permanente de Armanda Passos.

Neste piso há uma biblioteca,uma sala de arquivo, a sala de leitura e um restaurante/bar, aos quais não tive acesso.

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A saída é pela loja, onde vi de tudo um pouco e enquanto a irmã não chegava, comprei um creme de mãos.

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Saímos do Museu e fomos para o Alojamento,um pouco distante do Museu, e depois de subirmos uma rua íngreme a casa onde ficamos revelou-se uma agradável surpresa.

 

 

 

 

Ó Sol

Que aqueces os nossos corações e dás-nos energia para seguir com a nossa vida,  mesmo que com alguns percalços pelo caminho.

Gosto de ti, Sol de Inverno.

Está frio, mas bem agasalhados, sair à rua é um prazer.

Logo de manhã pus a roupa a secar.

Cancelei a aula no ginásio, vim para casa da sobrinha, ela teve de ir à empresa, e porque o filho está doente, aqui estou eu na sala por onde tu entras e a enches de luz e calor.

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A natureza dá-nos o melhor da vida.

 

 

 

estás mais magra!

Eu percebi que sim,que emagreci.

Pesava-me na balança do ginásio, não é sempre que o faço, mas de quando em vez.

Pensei que a balança, que já foi substituída muitas vezes, porque todas as mulheres, no final do banho, passam por lá, que ela estava doida. E acredito que sim, senão não a substituiam. Pudera! Sistematicamente a passarem por cima,acredito que depois de muito trabalhar, fica descontrolada.

A meio do ano passado, fui a uma consulta de ginecologia, é costume fazer uma triagem antes de de entrar no consultório.

Estava vestida e calçada, a balança marcou um peso que achei estranho.

A enfermeira disse" tiramos 1/2kg para a roupa,não está mal.Quem dera a muitas senhoras terem este peso".

Mas eu fiquei de pé atrás.

Entretanto, o veraõ passou, eu sentia-me bem, fazia as minhas aulas de Pilates , Hidrogonástica, e AerialTraining. Há uns tempos a esta data, também Pilates com Pequenos Materiais, que gosto, e tento não faltar.

Em outubro passado, pesei-me depois do banho e, de facto, o peso era o mesmo que tinha nos meus 20s.

Admito que engordei na menopausa, tive um "pneu" que não gostava de ver,mas com o cuidado que tinha com a alimentação, foi desaparecendo. Eu nunca pesei mais de 47kg. Também sou baixa.

A barriga  já não era a da juventude, mas mantinha o corpo bem cuidado, e elegante( embora não fosse por isto que eu deixasse de comer). Sempre fui magra, a partir dos 50tas comecei a ter mais cuidado com certas comidas.

Aliás,a família gozava comigo porque dizia que eu não comia nada e,nas festas, comentavam que eu apenas comia peixe cozido.

Eu não gostava da conversa, porque em casa, como o que me apetece. Apenas cortei à carne com gorduras, e os enchidos. Estes, deixava, e deixo, para os almoços ou jantares em família, ou fora, com os amigos.

Então, em finais de 2023, na passagem do ano em casa de uma amiga que costuma juntar as amigas que viveram nesta rua, uma delas, que não via há bastante tempo, mal me viu comentou alto: " Estás muito magra!". E repetiu várias vezes.

Eu respondi que estou magra porque com o avanço dos anos, a idade também faz com que muitas mulheres e homens emagreçam. Que sinto-me bem, não ando cansada, fiz exames de sangue, está tudo controlado.

A minha irmã, olhava para mim. Acho que percebeu que estar magra não significa  estar doente, mas preocupada.

É um dos grande males meus: preocupo-me demais com os meus e os outros.

Mas não deixo de cuidar de mim e viver a minha vida.

Óbvio que, ás vezes, do nada, como aconteceu com o meu amigo Manuel, que a partir de uma dor continua na perna, quando a esposa decidiu que fossem ao médico, e depois de um RX percebeu-se que algo estava mal, passou por outros exames e todo o corpo e cérebro estavam metastizados.

Um cancro nos pulmões levou-o em dois meses e meio.

E ainda, há uma semana, uma amiga do meu sobrinho, com quem o grupo ia fazer a passagem do ano em casa de um deles, no domingo, íamos almoçar à praia, estava ele e a companheira com a minha irmã, muito tristes, contaram que a amiga falecera.

Sentia-se cansada, pensava que seria o trabalho, durante a semana teve de ir para o hospital, depois de vários exames foi imediatamente para o IPO.

Uma leucemia levou-a na véspera de Ano Novo.

Esta é a realidade que vivemos.

Estamos aqui hoje, logo ou amanhã talvez não.

Ora, quando fui tomar a vacina da pneumonia, e após várias perguntas do enfermeiro, que registava as minhas respostas no PC, eu cometei que estava mais magra.

Perguntou-me se me sentia cansada, se não tinha vontade de comer, se fumava ou bebia, e recebendo as respostas  negativas, comentou que era essencial eu continuar a minha vida. Mas alguma coisa diferente eu sentisse, que procurasse o médico.

Um destes dias, numa fotografia no Instagram, deste nosso querido Triptofano , num comentário privado que fizemos sobre comida, e tendo escrito que não gostei de ter emagrecido, comentou:

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Fez-se luz no meu cérebro.

Na terça-feira, consegui uma consulta de nutrição para o dia seguinte, no Hospital Privado.

Gostei da nutricionista. Contei tudo o que aconteceu até à data. Disse que a minha idade metabólica é de 55 anos em relação à idade cronológica.

Agora, tenho de seguir um plano alimentar durante um mês.

Comentando com a minha sobrinha, que também está a seguir um plano alimentar, e lhe disse o que tenho de comer, comentou de imediato: tudo proteína.

Quero recuperar os 3 ou 4 quilos que perdi.

Falta-me agradecer ao Trip ter comentado o que pode estar a causar o meu emagrecimento.

 

 

 

 

 

o Sol faz-lhe falta

e a nós, também.

Por cá, a cidade da chuva, não pára de chover.

Sempre que vou buscar o sobrinho  a casa e levo-o à escola, ele pergunta :" o sol?"

Respondo que está por cima das nuvens e que a chuva enche os rios para termos água para beber.

Está a fazer falta o sol.

A partir de amanhã, vai regressar.

Vai ser o fim de semana de brincadeira, de pinhal, de rolar na areia da praia, de jogar à bola, de parque, e de masgusto adiado na escola.

E para nós, de passeio, de tomar a vitamina, de fazer nada, de brincar com o miúdo.

Já chega de mais de 30 de chuva.

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Viver é isto

A morte deTina Turner levou-me para os  anos áureos da minha juventude, das viagens para as discotecas, nas noites de sábado de verao,para Viana do Castelo,   ou Ofir.

A mulher que o meu irmão dizia que tinha as pernas mais bonitas do mundo.

Depois, no programa "Essencial" do Jornal da Noite, da SIC, as três vítimas de assédio sexual na infância e adolescência, por padres ,  chocaram-me com as suas declarações.

E trouxeram-me lembranças da minha inocente infância, quando ia confessar os meus pecados ao padre, e eu pensava para mim mesma que não os tinha.

Quando ele me perguntava quais foram os que cometi e respondia que me tinha zangado com os meus irmãos, ou que não fizera o que a minha mãe mandava.

Eram sempre os mesmos. Mas a minha mãe mandava -me confessar-me e eu ia.

Eu inventava porque eu era criança e não sabia o que era fazer mal a alguém.

E poucos minutos após confessar os "pecados" , dava a absolvição e ainda tinha de rezar não sei quantas Avé Marias( hoje rezo porque quero e pela fé que tenho).

Acabado o Jornal da Noite,  peguei no telemóvel, entrei no Sapo blogs e vejo um destaque cujo nome reconheci.

E li.

As orquídeas que a Isabel trouxe de casa da mãe, e cuidou delas.

E neste primeiro aniversário do seu falecimento, com muito orgulho, e em sua homenagem mostra-nos a fotografia.

E que lindas orquídeas!

E as lágrimas caíam pelo meu rosto, limpava-as com as mãos.

Sempre que há uma notícia da morte de alguém, traz memórias da minha mãe.

Fiquei sem mãe, pai e dois irmãos, mas a minha mãe é a primeira pessoa que está sempre comigo. 

Faleceu a 13 dias de completar 53 anos.

Quando fiz 60, pensei " a minha mãe morreu com 52, a minha irmã com 56, o irmão com 55".

Respirei de alívio e comentei: "eu passei!"

E tudo isto põe-me a chorar.

Talvez seja a forma de libertar o que me preocupa no presente e que tento mostrar que está tudo bem.

Viver é isto.

 

 

 

água é fonte de vida

 

A falta de água é uma ameaça.

Com a falta de água e as chuvas torrenciais que leva a cheias, devemos arranjar soluções rápidas como, entre muitas:

-reflorestar as margens dos rios;

-evitar desperdício;

-utilizar de forma consciente a água que gastamos no dia-a-dia;

-tratar os esgotos.

Verifico que quem mais água desperdiça são as Câmaras.

As torneiras do cemitério desta cidade são do pior material que há, isto é, os seus componentes são tão fracos que a água sai a jorros, e quando há vento espalha-se por todo o lado.

É preciso "fazer jogadas" para que ela caia fluída para dentro do regador.

Substituir o vedante, quase sempre é a solução.

Esquecem-se que todos pagamos a água que gastamos e a que eles desperdiçam.

 

56 anos

Uma lutadora,  sozinha criou os dois filhos que ficaram sem o pai.

Os filhos formados já trabalham e estão muito bem.

Há um ano lutava contra o cancro que veio fazer parte da sua vida.

Felizmente, correu bem.

Mas todos sabemos que é para a vida toda.

Hoje, faz 56 anos, a minha irmã mais nova.

 

 

 

 

há 10 anos foi assim

Primeiro dia de aulas de 2013.

Dez minutos depois de a aula começar, sumário registado no quadro, observa a professora para um aluno do 6º ano:

P - Então R, não tiras os livros da mochila?

R- Ó setôra, tiro já.

P- O sumário está escrito, os teus colegas já começaram a trabalhar e tu tens a mochila em cima da mesa e fechada?

R  Encolhe os ombros, e comenta:

- A professora deu-me 2 no final do período.

P- Tiveste 2 porque as tuas notas não chegaram à positiva e o teu comportamento é fraco. És um aluno com capacidades, se quiseres tiras positiva a todas as disciplinas. Mas para isso, tens de melhorar a tua atitude.

R- Ó professora, eu não gosto da escola.

P- Não gostas da escola, mas tens de cumprir a escolaridade obrigatória. Que esperas da vida? Do futuro?

R- Ó professora, eu não espero nada da vida. Eu não preciso de trabalhar. Para ganhar dinheiro basta apostar nos jogos online.

(De referir que o aluno é obeso e dissera, noutras alturas, que não gosta da escola. Gosta de dormir, comer e ver televisão).

Dez anos depois, que será feito deste jovem de 23 anos?

Dignificar o ensino, é, também, a luta dos professores.