Há mais abundância de legumes no mercado: favas, feijão verde, batatas e cebolas novas, mais flores ( que não as das floristas) que as vendedoras trazem dos seus campos; ervilhas de greiro e de quebrar, enfim, mesmo a rondar tudo o euro por quilo, é sempre melhor comprar a estas pessoas que nos supermercados.
A fruta continua cara, mas as cerejas, os morangos, e as nêsperas não podem faltar aqui em casa, e enquanto há,porque rapidamente passa a época desta fruta.
Uma vendedora pediu-me 2,75€ /kg pelas bananas que compro a 1,20€ no supermercado, a única fruta que compro nestas superfícies.
Comprei flores para a casa e para pôr nas campas dos meus familiares.
Vi uns jarros roxos e trouxe-os.
Entretanto, no regresso a casa, reparei que as decorações para a festa de São João já estão a dar vida ao centro da cidade.
Alojadas em Lanzada, não fizemos praia nas que se estendiam para o lado direito e esquerdo do hotel, em frente ao mar, porque estão mais expostas ao vento.
Tranquilidade, e muitos passeios pelas várias praias da Galiza, foi San Vicente do Mar a eleita.
A minha amiga N passara férias nesta praia, já lá vão 30 anos, desafiou-me para passarmos alguns dias, lá queria voltar ao lugar onde fora feliz, e onde tinha de ir à cabine telefónica, que existe ainda, para ligar aos pais a informar que estava bem... Outros tempos.
Metíamos pelos caminhos entre as casas e os pinheiros.
E a paisagem era maravilhosa.
Pequenas praias que as rochas protegem do vento, sol quente, água fria mas ao mesmo tempo deliciosa porque se formavam pequenas lagoas onde as crianças estavam à vontade a tomar banho e a brincar. Óbvio que me banhei nelas.
De manhã, o público era maioritariamente com idade para cima dos 40 até aos 70, 80... que se reuniam naquele bocado de água que lhes dava até aos joelhos e cavaqueavam por ali até à hora do almoço.
Reunidas as tralhas, ficava a praia semi deserta.
Por voltas das 16:00h mudava o público, vinham os casais com filhos pequenos.
Às 17h00, juntavam-se os adolescentes.
Um grupo considerável concentrava-se no passadiço, alguns metiam-se debaixo dele, outros deitados na areia a conversar e com música a acompanhar.(Provavelmente encontravam-se todos os anos no verão naquela praia, como na minha adolescência nos anos em que os meus pais alugavam casa por um mês, era o reencontro com os amigos que vinham de outras cidades):
Depois, vinha outro grupo, mais pequeno, que ocupava sempre as mesmas rochas. Estes também faziam o mesmo dos mais velhos que estavam de manhã na praia: juntavam-se no mar a conversar, tomavam banho, voltavam para as rochas. Alguns sacavam do cigarrro ( não faziam como os adultos que guardavam as pontas dos cigarros em garrafas de cerveja, mas depositavam-nas na areia).
No meio destes, e porque a hora da sesta passara há muito, chegavam os pais de 40 e 50; e os avós; e os grupos de jovens rapazes e raparigas de 30 que se deitavam na areia a conversar.
Era demais, e continuamente, os adultos, os jovens, e crianças que subiam os rochedos e sentavam-se lá no alto a ver a paisagem ( que tenho a certeza que seria fantástico).
A água era muito llimpa, não tinha a areia pó que há aqui no norte, mas abundavam as algas.
Era um prazer tomar banho naquelas " lagoas".
Passava das 20h00 quando o sol se punha por trás das árvores e uma parte da praia ficava à sombra, era então a hora de pegar nas coisas e regressar a casa.
Mas os jovens ficavam por lá.
Já passaram muitos anos que eu ficava na praia até depois das oito. Foi este o ano que voltou a acontecer.
Este lugar era especial.
Regressávamos ao hotel, a cerca de 8 km, e do quarto em frente ao mar, tinhamos o maravilhoso pôr-do-sol para ver e fotografar.