Gosto de ver a novela da SIC, embora passe um pouco tarde, deixo a gravar quando tenho de me levantar cedo no dia seguinte.
Ora, a propósito de uma fotografia e dos vários vídeos que recebi da sobrinha que anda a viajar com o marido e os filhos por Mato Grosso, agora pelo Pantanal, pensei que aquela onça que aparece na novela fosse alguma montagem, e que este felino estivesse em extinção. Mas estava enganada, não estão em extinção e viram várias. E soube que são as maiores do mundo.
Estavam fascinados com as onças, e eu vi-as no vídeo.
E como seria de esperar, a fotografia de uma delas.
Há dias,a minha irmã falou-me das minhas sardas, das muitas que já tive mas que, com o decorrer dos anos e os cremes que usei e uso, além dos cuidados com o sol, nas estações frias são menos evidentes, aumentam no verão, e de como gosta de as ver no meu rosto.
Na minha adolescência, muitas colegas da escola as invejavam.
Ah! A Irene! Tinha o dobro das minhas.
Talvez fossemos as únicas da escola com sardas.
Uma bela altura, as sardas foram moda e como não havia nada a fazer para quem as queria, com um marcador fino, castanho, faziam pintinhas no rosto.
As celebridades estão a usá-las, voltou a moda.
Os tempos são outros, tudo se inventa no que àmaquilhagem do rosto diz respeito, e, por isso, já não são só os marcadores que vingam.
Perder um familiar, um amigo, alguém com quem nos relacionamos virtualmente, e o tempo nos leva a conhecermo-nos, darmos lindos passeios, sentarmo-nos à mesa num convívio sincero e descontraído, constrói-se uma linda amizade.
Quando a doença vem, sabendo que as hipóteses de viver são infímas, a dor é imensurável.
Perder uma pessoa jovem que sofreu de cancro, sendo ela desconhecida para nós, lê-se uma notícia, vai-se espreitar quem é, ouve-se uma voz pura, verdadeira, que diz que 2% de vida não é zero por cento, 2% de vida é alguma coisa, dói. Dói por ela, dói por quem não temos cá, dói porque a qualquer momento bate-nos à porta.
Grandes lições de luta e de vida aprendemos nós ( eu aprendo) de quem sofreu, e sofre de cancro.
Doeu-me ler a notícia e ouvir o original de "Nightbirde" , a linda voz que partiu aos 31 anos de vida.
Certamente que este vídeo é conhecido, foi publicado durante a pandemia de 2020, vídeo este de um autor desconhecido, e que hoje, em Portugal, e em muitos cantos do mundo onde o vírus está a infectar e matar milhares de pessoas, vem a propósito de que este texto é a lição que podíamos tirar do que a natureza nos quer dizer há muitos anos.
Ela sabe o que faz, e mais cedo ou mais tarde viríamos a sofrer as consequências do mal que lhe fazemos.
todos os anos, no dia de Ceia de Natal, no Centro Histórico desta cidade, há o encontro dos amigos, dos familiares, dos conhecidos, dos estrangeiros, de gerações que se encontram no Centro Histórico para beberem o Moscatel e comerem a banana.
Uma tradição ( a história aqui) que começou há muitos anos, o meu falecido cunhado, e os amigos, foi a segunda geração a dar continuidade a este encontro.
Cada ano que passava levava-se um amigo, e o amigo deste, depois vieram os jovens do Erasmus, os turistas e até aos dias de hoje que geraram uma multidão que passou além fronteiras.
É, também, ao fim-de-semana que os amantes da bicicleta procuram esta casa, ao final da manhã, para recuperarem as energia...porque eu vejo-os quando vou dar a minha volta pelo centro.
Ora, este ano, com o coronavírus a impedir ajuntamentos, festas, celebrações de cariz religioso, até ao passado dia 18, era de conhecimento que a casa ia estar aberta neste dia.
Com as novas medidas, a autarquia implemementou outras, locais, de modo a evitar ajuntamentos, sobretudo nas esplanadas abertas, cobertas e fechadas em todo o Centro Histórico, acrescentando que "A tradição do Bananeiro ou tudo o que a ela se assemelhe, este ano, não será admitida”.
Acredito que o estabelecimento estará aberto,como é habitual,no dia 24, até às 13h.
A PSP estará pelo Centro Histórico a controlar quem anda na rua, e a impedir ajuntamentos, mas que não vai faltar quem passe lá e beba o Moscatel, garanto que vai haver.
Veio a propósito este assunto, uma brincadeira que a Imobiliária Era publicou no Instagram, que consiste em sabermos quem somos nós no Natal.
Uma característica psicológica é associado ao mês em que nascemos, e uma palavra, um acção, um lugar, um objecto, um doce, todos estes relacionados com o Natal, ao dia que nascemos.
Gostei do que vi, tratei de procurar a característica que me definia: "empolgada" .
Pois bem, no dia de nascimento estava lá o Bananeiro.
Desde 2008 que o Natal é em minha casa, uns anos com toda família ( seria este o ano), outros com metade, quando os sobrinhos vão aos sogros, pelo que nem sempre vou ao Bananeiro neste dia,tudo depende do tempo que estou na cozinha a fritar as rabanadas e os bolinhos de jerimum.
Mas é verdade que fico empolgada para ir ao Bananeiro, não pelo Moscatel e pela Banana, mas porque é lá que encontro e vejo pessoas que há muito anos deixei de ver, pelo ambiente de festa, de risos, de alegria, de brindar à saúde, à amizade, à família.
Então, este ano, o Bananeiro, já ERA!
Não há Moscatel, nem banana, na tarde do dia 24, mas todos nós podemos celebrar o dia recordando os anos anteriores.
E vendo o vídeo, "encontrei" um amigo que não vejo há mais de um ano, a quem vou enviar por e-mail, pois certamente não imagina que em 2018 apareceu aqui.