as praxes e as pinturas
A Sofia nunca gostou de pinturas no rosto.
No infantário era a única criança que saía para os desfiles de carnaval sem pinturas.
Nunca gostou de palhaços, desviava-se deles.
Costuma participar nos eventos de animes, veste-se como gosta, rosto limpo.
A semana passada foi à Faculdade, alertei-a para a recepção aos novos alunos, a pintura no rosto.
No final do dia perguntei-lhe como correra.
"Não fizeram nada de especial", respondeu.
Ontem foi para o Porto, despedi-me dela e avisei-a:
- Sabes o que te espera, Sofia. Vais deixar que te pintem o rosto?
- Nem pensar! Mordo-lhes a mão-, respondeu.
- Morder a mão, não.
- Mordo-lhes a mão, sim -, insistiu.
- Não faças isso. Não te metas em confusão. Tens de lhes dizer que entras na praxe mas não queres que te pintem o rosto.
Calou-se. E riu-se.
Logo, vou saber as notícias deste primeiro dia na Faculdade.