O último dia na capital foi para a consulta que tinha de manhã às 10h. O regresso seria no Alfa das 19h, de tarde faríamos o que nos apetecesse, mas sem as malas atrás de nós.
Deixámos o apartamento às 9 h, dicidimos ir para a clínica de táxi uma vez que se fossemos de metro, a estação mais perto da clínica fica a cerca de 700m, não dava para andarmos com as malas atrás de nós.
A dona do APA informara-nos que tinhamos paragem de táxis junto ao Hospital dos Capuchos, mas decidiu acompanhar-nos até lá.
O taxista sai do carro, põe as malas na bagageira, eu digo que quero ir para a Avenida dos Combatentes, entramos no carro e diz ela para o taxista:
- O melhor será o senhor ir por aqui, vira ali, desce a rua tal, sobe x, é o trajecto mais curto para chegarem a horas e evitarem o trânsito. Conheço muito bem Lisboa, sei o que estou a dizer.
O taxista levou a mal.
Estavamos nós dentro do táxi, educadamente mas muito ofendido, ele dá-lhe, mais ou menos, esta resposta:
- Com que intenção está a senhora a dizer isso? Acha que vou enganar as senhoras? Sei muito bem por onde ir. Conheço bem as ruas, vem agora a senhora dizer como fazer! O taxista sou eu.
E blá,blá, blá.
Dento do carro, não dizíamos nada.
Lembrei-me da Uber. Quase me apeteceu sair do táxi mas como não conheço o trabalho e se anda por estas zonas, deixei-me estar calada.
Acabaram a discussão, ele entra, e digo eu:
- A senhora disse o trajecto para a ajudar, não foi com intenção de o ofender.
- Ah, mas quem julga ela que é? Ando nisto há muito tempo, julga ela que sou Alentejano? Se eu não soubesse por onde ando, usava o GPS.
E resmungava, mas sempre educadamente. Nós tentamos serenar a coisa mudando o rumo da conversa. Soubemos que é um Beirão reformado (mas continua a trabalhar), que qualquer dia vai para a terra, e tal.
Eu olhava os números no taxímetro.Chegamos à clínica, pagamos 7,68.
Mas gostaria de ter tido experiência do serviço Uber. Gostaria de comparar, já que os comentários à notícia chovem ora a favor, ora contra a manifestação.