Um Natal em tricot
Estou numa de comprar uns quantos novelos e fazer algo diferente para a decoração da mesa , assim como atrever-me, pela 1ª vez, a tricotar uns sapatos fofos e quentinhos:
imagens daqui
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Estou numa de comprar uns quantos novelos e fazer algo diferente para a decoração da mesa , assim como atrever-me, pela 1ª vez, a tricotar uns sapatos fofos e quentinhos:
imagens daqui
Há alguns fins de semana que não vejo esta série e hoje, falando no skype com um amigo do Brasil, não prestei atenção ao episódio que ainda está a passar na RTP1.
Não sei qual o tema mas, de repente, olhei para a TV e vejo uma das personagens sentada junto a uma máquina de tricotar.
Fez-me voltar atrás no tempo.
Minha mãe era doméstica. Meu pai tinha uma empresa. Coincidência, ainda hoje, em Lisboa, falava com a minha sobrinha sobre a localização do escritório que a empresa tinha na capital, que ficava junto ao jardim Constantino. Fez 16 anos que lá fui pela última vez.
Vivíamos bem, mas a minha mãe, depois de nascerem os meus irmãos mais novos, completanto 6 filhos, decidiu aumentar o rendimento da casa, pelo que foi aprender a tricotar à máquina, porque à mão sabia ela, e bem.
Aprendeu rapidamente. Comprou uma máquina. Arranjou boa clientela.
Verdade. A minha mãe era perfeita naquilo que fazia.
Eu ajudava a dobar a lã. Ufffff! Cansava!
Eu estendia os braços, ficando estes paralelos, e ela encaixava a meada juntos aos pulsos, e fazia o novelo.
Mais tarde, comprou uma dobadeira em madeira, onde se encaixava a meada e com o movimento das nossas mãos, aquilo andava à volta enquanto sa fazia o novelo. Pelo menos só cansava duas mãos, não as quatro!
Também era eu que ia entregar o trabalho a casa das clientes.
Lindas peças que saíam das mãos dela.
Lindas peças que ela me fez em malha. As que mais me seduziram, foram: um vestido verde canelado até á cintura, liso para baixo , tirado o modelo de uma página de revista que a minha irmã mais velha trouxera de Londres; um macacão cor de rosa com um fecho grande, que vinha da cintura, também, até à gola.
Era uma adolescente. Apesar da minha altura , baixa, confesso que me sentia uma modelo dentro dessas duas peças.
Ficava envergonhada quando passava na rua e ouvia os comentários mais grosseiros dos trolhas, e não só. Ria-me de alguns, outros não gostava nada.
O tempo foi passando....
Hoje foi um dia de recordações.