2017 foi o ano que menos vezes fui ao cinema e espectáculos. Nem sequer actualizei o cartão que me dá descontos.
Vira a publicidade à peça " Os Guardas do Taj" mas não dera a devida atenção.
Quando ontem Reynaldo Gianechinni foi ao Jornal da Noite da SIC, recebo uma chamada a dizer: "quero ver esta peça".
Apesar da peça ficar por cá quatro dias, e porque quem vai vê-la comigo, uns não podem nuns dias, outros noutros, comprei os bilhetes para o dia 12 de Novembro, à tarde. Desta forma, estamos todos disponíveis.
Foi pretexto, também, para actualizar os cartões.
Na página online vi a programação até ao final do ano, já tenho vários espectáculos em vista
Eu queria ver este senhor, mas os bilhetes esgotaram no dia da venda e online.
A minha pergunta, lá no Theatro Circo, e por que por vezes consigo, é: " Um lugar perdido, não há?"
Theatro Circo "quase" cheio ( explico já este quase) o espectáculo começou com uma melodia jazz, em inglês.
À terceira canção o cantor cumprimentou a audiência. Começa o diálogo com o público, com algum humor, apresenta os músicos: o pianista, espanhol, que teve o prazer de ser seu convidado para este espectáculo; o contrabaixo, que diz ter comentado que em Braga as mulheres são as mais bonitas do país; o baterista, que também comentara que elas são as mais feias.
Palmas e mais palmas, algumas bocas masculinas da audiência, não sei se a provocá-lo, a verdade é que Salvador Sobral cantou e contou histórias, de uma forma timída, mas segura, que encantou o público.
Retirava-se do centro do palco, ora sentava-se junto do piano, ora afastava-se para as partes laterais do palco, era a vez de os músicos mostrarem a sua performance. Voltava ao centro do palco, continuava a canção. De quando em vez, improvisava com a sua fantástica voz, ora melodiosa e baixa, ora rouca e alta qual alma cigano a gesticular e cantar para o seu povo.
Chegou a altura que falou da sala de espectáculos de Braga, sendo a mais bonita da Europa. Muitas palmas, ao que ele comenta que não tinha passado por nenhuma, não podia comparar, ainda não chegou a altura de ir a um Olympia, mas que a sala é muito bonita, é.
Histórias da irmã, do sobrinho, de si próprio, algum humor contido, talvez, eis que fala naquilo que em vários espectáculos eu reparara, e já comentara com uma das funcionárias da bilheteira.
" O concerto estava esgotado há muito tempo, algumas pessoas comentaram que não conseguiram bilhete e afinal a sala não está cheia. Vêem-se uns quinze lugares vagos", comenta ele.
E o público aplaudiu.
Estava eu no 1º balcão, tinha uma visão da sala que os da plateia não tinham.
No início do espectáculo estavam duas filas vazias. Mais tarde vi que algumas pessoas ocupavam alguns lugares.
Do outro lado, aqui e ali viam-se uma ou duas cadeiras vagas.
Num dado momento em que Salvador Sobral comunicava com o público, as luzes eram dirigias para este, fiz a contagem dos lugares vagos. Nas duas filas com menos lugares ocupados, contei 20 cadeiras. Do outro lado, mais dispersos, contei cerca de 13.
A verdade é que são vários os espectáculos que vou que não consigo bilhete para a plateia e no dia do espectáculo aquelas filas (são sempre as mesmas) nunca têm ninguém.
E foi com as palavras do cantor que pensei: " Estes lugares são oferecidos a individualidades, empresas e organizações."
Não sou contra, mas duas filas vazias é muito, tira oportunidade ao público de ver os espectáculos que gosta.
Voltando à sua actuação, confesso, adorei!
O final, depois de muitos aplausos, voltou ao palco, sozinho. Sentou-se ao piano, contou mais umas histórias até que, emocionado, diz que vai cantar um medley que dedicava a uma pessoa muito amiga, que fez muito por ele, aliás, fez muito por muita gente e a melhor dedicatória que podia oferecer-lhe, porque ele " morreu ontem...", para o Francisco estas canções.
O público escutava, não se ouvia uma mosca.
No final, os músicos juntaram-se ao cantor, os agradecimentos habituais, e os segundos que ele prometeu que dava para tirarem as fotografias.
Digam o que disserem de Salvador Sobral, no palco, é Excelente.
Terça-feira, passei no Theatro Circo para saber quando estava prevista a venda de bilhetes para o espectáculo deste novo ídolo de Portugal, que até sábado ninguém sabia quem ele era, incluindo-me na maioria.
A funcionária, que me conhece há anos, informou-me que ainda não havia data, mas para estar atenta ao site. Eu tinha visto a programação, nesse mesmo dia, e nada estava anunciado.
Soubera que o cantor viria a Braga através das notícias online.
Ontem à noite, não sei o que me levou a entrar no site do Theatro e vejo já a informação da venda de bilhetes a partir das 10h de hoje.
Como não sou das que pensa que o povo vai a correr para a bilheteira, pensei ir depois do almoço. Até porque moro a 200m do Theatro, estava tranquila.
Fui ao mercado às compras. Praticamente vazio. Amanhã temos o Rally de Portugal, as ruas estão fechadas ao trânsito a zona do mercado é uma delas. Estava lá a senhora a quem costumo comprar os legumes. Fui depois a uma das bancadas da frutas e vim para casa.
De repente, a voz do meu coração dizia-me para passar na billheteira agora de manhã. Se bem o pensei, melhor o fiz.
Quando lá cheguei havia uma fila que vinha até à rua, mas nada de mais.
Em frente à porta a CMTV estava a montar a máquina de filmar.
A senhora que estava à minha frente comentava comigo que lhe haviam dito que às 9h da manhã a fila era imensa, que ontem, na página não havia compra online nem reservas.
Quem saía dizia que já só haviam bilhetes para a galeria superior, e poucos.
A repórter da CMTV perguntou se alguma de nós queria falar. Eu respondi que não, a senhora da frente, que reclamava o que se passava respondeu que queria dizer qualquer coisa. Entretanto, quando sai alguém que diz que já não havia bilhetes, ela sai da minha frente e desiste. Incentivei-a a não sair e expor a sua indignação às funcionárias.
Lá foi. Não sei o que disse, saiu desanimada. Depois, não sei se falou com os repórteres.
Chegada a minha vez, falei com a funcionária e lamentei o que se passava. Uma hora e meia depois de porem os bilhetes à venda já estavam esgotados.
Como noutras ocasiões, por vezes, consegue-se um bilhetes isolado. Ela foi ao computador, verificou que tinha um de visibilidade reduzida. Respondi que para pagar 25 euros para não ver nada, não estava interessada.
Foi à planta exposta em cima do balcão, assinalou o lugar, que ela recomendou, porque mesmo sendo de visibilidade reduzida, era no 1º balcão , que para ela é um lugar razoável, recomendava não perder a oportunidade. E com a vantagem de, para estes lugares, haver um desconto.
Voltamos à planta, verifiquei melhor o lugar e decidi comprar.
Poderei não ver de todo, mas ouvir, sim.
Deixei uma recomendação à menina: " Seria aconselhável fazerem outro espectáculo, mais para a frente".
"Sugestão para registar", respondeu-me ela.
Os comentários gerais eram de que " Se não tivesse ganho o Festival, ninguém sabia quem era Salvador Sobral"
Pois na passada terça-feira, fui ver a Comédia a La Carte, dois dias em cena, cá em Braga.
Tinha comprado os últimos bilhetes para terça-feira.
Ora o espectáculo começou com a entrada dos actores no palco e com muitos aplausos do público.
César Mourão começou por saudar os presentes, dizendo que o Theatro Circo é a sala mais bonita do país.
O início da comédia dá-se quando ele conta, com o seu humor característico, que os portugueses, nos espectáculos, são diferentes da maioria dos europeus e do público em geral.
Porquê?
Por que enquanto todos os outros envolvem-se no que acontece no palco, nós estamos sempre à espera que algo corra mal. Dá vários exemplos. Um deles: Stevie Wonder.
Vêmo-lo ao vivo, pensamos: " como é possível aquele homem cego, toca piano, como é que ele faz? E de repente, Stevie Wonder levanta-se, agradece os aplausos, de repente, não "vê" os fios que andam pelo palco, tropeça neles e cai.
Ora, se temos uma característica que nos define, se damos mais atenção à desgraça, ao que aconteceu, esquecemos o resto. E, no dia seguinte, alguém pergunta como correu, se gostou, e tal, o que respondemos? "Ah, já não me lembro. Mas eu estava lá e vi quando ele tropeçou e caiu" .
Ou seja, ele quis dizer que estamos sempre alerta para o que pode acontecer de mal, para o imprevísivel.
Começou a representação. Cerca de três minutos depois de ele ter contado a história, ouviu-se um estrondo no palco.
O público ri às gargalhadas, os actores viram-se para trás
Vemos dois músicos levantarem-se. O público continua a rir às gargalhadas, os actores também.
A cena demora cerca de um minuto.
O que aconteceu foi que o baixista, sentado na cadeira em cima de um pequeno palco, caiu de costas.
Os outros colegas tentavam levantá-lo.
Todos se riam, eu também.
Mas de repente, pareceu-me que estava a ser difícil levantá-lo.
Fiquei precupada quando percebi que certamente teria acontecido sido algo mais grave. Que ele não conseguia mexer-se.
Surge então o baixista entre os dois que o levantavam.
Cesar Mourão ria-se. Mas perguntou-lhe o que acontecera e se estava bem.
Ajeita-se a cadeira, responde que está bem, senta-se.
Os aplausos de todos.
Com razão, César Mourão acabara de definir o comportamento do nosso público nos espectáculos. Coincidência ( se as há) algo insólito acontecera.
E não foi propositado, disso tenho a certeza.
Daí para a frente foi só rir, rir, rir.
Nada mais aconteceu de mal. Foi um grande espectáculo.
gosto de rir, gosto que me doa o estômago de tanto me rir, mesmo sabendo que as minhas vincadas rugas de expressão mais se acentuam.
quando soube que eles vinham cá, liguei de imediato para o Theatro Circo para reservar bilhetes. já só haviam 5 na 1ª plateia, que remédio tive eu dar 25 euros por cada bilhete.
mas não choro o dinheiro que dei.
logo à noite, quero rir a valer. preciso.
quem vai comigo, também precisa. e mais do que eu.
atenta ao cartaz, e porque há muito desejava ver o grupo Harlem Gospel Choir mas nunca conseguira bihetes, desta vez, foi em setembro que comprei.
Hoje é o dia.
HOMENAGEM A ADELE
Já é o sétimo ano consecutivo na crescente história que une o Harlem Gospel Choir de Nova Iorque a Portugal sendo que desta vez as datas que apresentarão no nosso país na época festiva do Natal se integrarão numa mais alargada digressão Ibérica, sinal do impacto crescente que uma das mais celebradas formações deste género vem conseguindo do lado de cá do Atlântico.
O Harlem Gospel Choir, talvez o mais famoso grupo de gospel do mundo neste momento, já trouxe a Portugal espetáculos de homenagem a gigantes da música como Michael Jackson, Stevie Wonder ou Whitney Houston, compositores de méritos mais do que reconhecidos que nas experientes vozes deste grupo se tornam também autores de hinos universais capazes de capturar o espírito de uma época muito especial. Desta vez trarão na bagagem canções de uma das mais aplaudidas vozes da actualidade, Adele, cuja música, que lidera tops em todo o mundo, inspira um sentido tributo que é também uma oportunidade de celebração do que de melhor a vida nos oferece: o amor, pois claro.
Consigo, o Harlem Gospel Choir trará, além das canções de Adele que todos conhecem, uma vasta experiência própria de um colectivo que já cantou ao lado de ou para gente tão importante como Nelson Mandela, o papa João Paulo II, Paul McCartney, Diana Ross, U2 ou Gorillaz, entre tantos outros, que tem quase três décadas de uma história cheia que lhes permitiu colecionar muitos sucessos que agora se traduzem num envolvente espetáculo, capaz de elevar os espíritos e de inundar de paz qualquer plateia.
O convite é para uma celebração muito especial e dirige-se a toda a família. A banda sonora, essa será de luxo e entregue com o inimitável estilo do Harlem Gospel Choir: Adele como nunca a ouviram antes.
Há anos, fui ver David Fonseca. Na altura todo o repertório foi cantando em Inglês.
Hoje, vou ao Theatro Circo ouvi-lo cantar em português.
Espero que me supreenda.
“Futuro Eu” é o título do novo trabalho de David Fonseca e a base do concerto que apresentará no Theatro Circo. Com o título retirado da canção revelada através das redes sociais, “Futuro Eu” expõe um conceito inédito na sua já vasta obra em que o inesperado é princípio basilar. Publicado em Outubro último, “Futuro Eu” tem como grande novidade o facto de se tratar do primeiro disco integralmente composto em português de David Fonseca, mais um novo desafio artístico que, a avaliar pela forma elogiosa como a crítica especializada se referiu à sua sexta edição discográfica em nome próprio, ultrapassou com distinção. Sempre surpreendente, também ao nível cénico David Fonseca nos traz um conceito completamente inédito, conjugando como poucos dramaticidade com espetacular ou intimismo com energia, sempre numa envolvente plástica cuidada e única.
Hoje é dia de espectáculo, e sendo ele em homenagem ao excelente e saudoso António Variações, não podia faltar.
Samuel Úria e amigos
António Variações nasceu a 3 de Dezembro de 1944, em Amares, e faleceu em Lisboa, antes de completar 40 anos, corria o ano de 1984. No arranque dos anos 80, no entanto, assinou uma curta mas fulgurante carreira de que ainda hoje se sentem os ecos. Variações - Entre Braga e Nova Iorque pretende homenagear este criador pós-moderno num dos polos da sua inspiração artística, a cidade de Braga, que apontava como símbolo da sua ligação a uma nítida portugalidade que hoje inspira uma nova geração de músicos e cantores a expressar-se na sua própria língua e a assumir ligações às nossas raízes. Este espetáculo resulta de uma encomenda a Samuel Úria que convocou uma série de aliados, entre eles Tiago Cavaco, também conhecido como Guillul, figura de proa da FlorCaveira, um dos primeiros coletivos a assumir a influência direta de Variações na presente década