coisas do fim de semana e de alguma má educação
Escrevi sobre o aumento no próximo ano, da mensalidade do ginásio, aqui, mas tenho mais para contar.
Na passada quinta-feira, feriado, fui a uma aula de Pilates à hora do almoço.Vou passar a ir a esta aula, uma vez que não tem muitas pessoas, gosto do professor que, antes da pandemia, dava aula com a bola de Pilates, que eu também gostava por ser diferente.
Falei-lhe nisso antes de a aula começar, ele disse que era uma boa ideia, e uma vez que o material existe, está na altura de o usar, que ia falar com a CEO.
A aula começou, eu fiquei à frente na sala, ao meu lado direito uma mulher, que,ao lado do colchão tinha o telemóvel e as sapatilhas.
Um dado momento, reparei que ela não fazia os exercícios, permanecia sentada a teclar no telemóvel.O professor olhou para ela, que nem deu por nada, percebi que ele não estava a gostar da cena.
Uma dado momento, pousou o telemóvel, acompanhou-nos no exercício, mas imediatamente pegou nele e voltou a teclar.
Ela não se dava conta de que estava a desconcentrar-me, e quem estava do outro lado, e ao professor, em frente a ela.
O professor muda para outro o exercício, olha para ela, e, de repente, pôs as mãos nos olhos e comenta que não consegue concentrar-se. Volta a olhá-la, ri-se para nós, e mais uma vez, diz que precisa de se concentrar. Ela, de cabeça baixa, escrevia, e não o ouvia.
Ele não teve a coragem de a chamar à atenção. Ele tomou fôlego e começou o novo exercício.
Apeteceu-me dizer-lhe que saísse da aula e fosse teclar fora dali, mas não me cabia a mim fazer isso.
E pensava para mim que esta gente não enxerga, que é uma falta de respeito e de educação.
Uns segundos depois, sem que desse por nada, ela pousou o telemóvel, olhou para o que o professor estava a fazer, retomou o exercício e até ao final da aula não pegou mais no telemóvel.
A aula acabou às 13:30h, o ginásio fecha às 14:00h, fui buscar as minhas coisas ao cacifo. Quase todas as pessoas estavam de banho tomado, e, de repente, quando saía, estava ela sentada no banco, super descansada, a teclar no telemóvel.
Isto faz-me lembrar que, um destes dias, a minha irmã contou-me que se esqueceu que o ginásio fecha às14:00h ao domingo e dias feriados, estava nas máquinas, tiveram de a chamar para sair porque estava na hora de fechar. E eu, como é óbvio, "ralhei" com ela. Há anos que fecha a estas horas e ela comentou que não sabia?!
Procuro ir à hidroginástica ao Domingo, sobretudo se não tenho compromisso para ir tomar café, ou dar um salto à praia com a sobrinha, ou os meus irmãos, e/ou nos dias de chuva, como o de hoje.
Quando passei no chuveiro antes de entrar na piscina, estava um senhor, que costuma fazer a aula, no jacuzzi a falar alto em tom de protesto.
Olhei para ele, que dizia: "eu não ando aqui a pagar para vir ao ginásio e a água da piscina estar fria".
Estavam pessoas na água, não tantas quantas nos outros domingos, e o homem continuava a protestar e dizia que não entrava naquela água.
A professora não era a mesma, mas conheço-a de substituir outros professores, estava de costas para a piscina a escolher a música para a aula.
Quando entrei na água: "Nossa Senhora! Que fria!"
Mas deixei-me ficar.
A professora começou a aula, ouvia-se o homem a falar com outras pessoas que provavelmente desistiram de fazer a aula. A música alta, mesmo assim não abafava a voz dele, que incomodava.
Eu comentava para a miúda que estava do meu lado esquerdo que era uma falta de educação estar a acontecera aula e ouvir-se a voz dele a resmungar.
A professora decide mudar a música para dar uma aula mais activa de modo a que não arrefecessemos.
Vinte minutos depois, ainda se ouvia o homem a falar.
Às tantas, a professora vai na direcção do jacuzzi, levou o dedo ao nariz para ele se calar.
Aproximou-se dele, teria dito que estava a incomodar, mas ele erguia o tom da voz.
Dentro da água, continuavamos o exercício, mas todos olhávamos para o lado do jaccuzzi.
A professora voltou para o seu lugar em frente a nós, e sem comentar nada continuou a aula.
O homem esteve dez minutos calado. Ouviu-se, de novo,a voz dele.
Passaram outros dez minutos, porque às onze horas, vimo-lo sair do jacuzzi, acompanhado de uma senhora, que seria a esposa.
Exceptuando a música, a professora, e nós, os vinte minutos que faltavam para terminar, correru bem.
Quando a aula acabou, a professora explicou que provavelmente teriam feito a limpeza dos filtros e a água arrefeceu.
Fosse ou não, para mim, foi que por ser domingo, e para pouparem no gás, teriam diminuído a temperatura e "esqueceram-se" que hoje havia aula.
Estava fria, sim. Custou-me um pouco a fazer a aula, mas quem estava na piscina não saiu antes dela terminar.
Fui ao cacifo buscar as toalhas e os produtos de banho, quando vou para uma das cabinas, suponho que há 30, para tomar o meu banho quente, e tem vindo a acontecer desde há quinze dias, ao Domingo ( os outros dias não sei porque faço as aulas e tomo banho em casa), os filtros de escoamento da água estão entupidos, os nossos pés nas havaianas ficam encharcados de água. E a juntar a espuma do champô, nenhuma delas escapa à água que se acumula e não vai para lado nenhum.
Ouvia-se as senhoras a protestar que nunca nada aconteceu igual, que não sabem porque ainda não está resolvido o problema, que só se preocupam em aumentar a mensalidade.
E eu acredito que o problema não será do ginásio, porque nunca aconteceu nada disto, talvez seja fora, nos tubos de saneamento, é a Agere que tem de tratar de ver onde está o problema.
Aconteceu, e acontece, várias vezes no ano, aqui na rua, alguém deve ter problemas de entupimento, vem o camião da Agere, os trabalhadores vêm às traseiras do meu prédio, abrem a tampa de saneamento e a longa mangueira é empurrada até ao lugar onde está o problema, e os jactos de água tratam do resto.
Perante estes acontecimentos do fim de semana, amanhã, depois de levar o menino ao colégio, tenciono passar no ginásio e contar o que se passou.
O senhor tinha razão, mas não tinha o direito de estar a incomodar o trabalho dos outros. Caladinho, no jacuzzi, que é bom e raramente consigo um lugar para mim, melhor usufruía dele.