coisas do meu dia
Fui ao Mercado Municipal, espreitei a zona dos talhos, que antigamente estavam apinhados de pessoas que iam comprar a carne para toda a semana, estava tudo vazio, não se viam talhos nem carne nem pessoas.
Espero que as próximas obras do mercado dêem vida ao que foi um grande Mercado Municipal e que hoje restringe-se à venda de legumes e frutas.
A vinda dos hipermercados e supermercados destruíram o nosso mercado onde havia uma certa confiança e familiaridade entre quem comprava e vendia.
Lembro-me de ir com a minha mãe, ajudá-la nas compras, por vezes estávamos meia hora ou mais à espera, quer no talho quer no peixe, à espera da nossa vez, e de onde trazíamos de tudo, e com boa qualidade, para toda a semana.
Passei numa vendedora que legumes, que não a habitual, porque vi favas. Adoro-as na sopa, embora as pessoas digam que são deliciosas num arroz ou estufado, mas não aprecio. E a minha mãe cozinhava-as muito bem. Aliás, tudo o que ela cozinhava, excepto bolos, era bem feito. Dá-me umas saudades da comida da minha mãe!
Ora estava eu a comprar as favas, trouxe ovos biológicos, também, aproximam-se duas senhoras que perguntam o que era aquele legume.
A vendedora respondeu, mas elas não entenderam.
Meti-me na conversa, disse o nome, que elas repetiram , e perante a pergunta " como se comem?", expliquei que pode ser na sopa, no arroz ou estufadas. Pedi à vendedora uma, abri a vagem, retiro uma fava e ensinei como se tira a "pele".
Ficaram maravilhadas as duas senhoras brasileiras do interior do Estado de São Paulo que vieram viver para cá há pouco tempo, andavam a conhecer o mercado e os produtos.
Lembrei-me que está a chegar o mês das cerejas, mas este ano, com a chuva e o frio que tivémos nestes últimos dois meses, certamente que elas chegarão aos mercados para meados de Maio. Espero que com o calor destes dias traga muitas e boas cerejas.
Comprei flores que as vendedoras trazem do campo, e que prefiro-as às das floristas.