às 5h da manhã,
a mente acorda, desperta o corpo que procura regressar ao sono, vira-se para o lado direito da cama, vira-se para o lado esquerdo, estende-se de barriga para cima, passa-se uma hora, o sono não vem, volta a virar, encolhe-se, as imagens de acontecimentos passados passam pelo olhos, ambos estão cansados. 6horas, "vamos acalmar, tenta dormir", 7.30h liga-se o candeeiro da mesa de cabeceira, pega-se no livro que ficou interrompido há cerca de dois meses e lê-se.
8 h a gata quer comer, levanta-se o corpo, o peso nos olhos pede alívio, "põe-se um pouco de gelo mais tarde", volta para a cama, desliga o despertador que o acordaria para ir ao ginásio, volta a pegar no livro.
finalmente o sono regressa e aconhegado aos lençóis, o corpo adormece.
acorda com o toque da campainha da porta. eram 10 h.
vai às compras, deixa o carro longe da farmácia e do supermercado. quando sai, a chuva caía com intensidade. chega ao carro tira o casaco encharcado.
antes de regressar a casa, para o carro na melhor padaria da zona, encontra uma amiga da irmã mais velha que lhe diz "eu ainda me lembro de ti. sei que a tua irmã faleceu, e que o teu nome é L. não tens frio?"
este corpo responde "tenho frio, sim, mas apanhei uma molha, tenho o casaco no carro"
e a funcionária da padaria diz "mas isso não é o seu nome próprio"
e a amiga da minha irmã pergunta-me "sabes o meu nome?
"sim, é Antónia"
"mas não me chamam de Antónia..."
"Tona", responde este corpo cansado pela noite mal dormida.
A Tona foi sempre, e é, uma mulher simpática, voz rouca, tem corpo de menina, mas as rugas e o ar acabado do seu rosto, acompanhados da tosse rouca e intensa, denota que nunca conseguiu deixar os muitos cigarros que fuma... uma característica que define a Tona.