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cantinho da casa

cantinho da casa

Bem-vindo Estranho

Uma mãe afectuosa e manipuldora, uma filha advogada que obtém a absolvição do assassino por quem se apaixona e o traz para viver no pequeno apartamento que divide com a mãe. Uma hitória dramática e absorvente com pitada de humor e sensualidade dos personagens em especial de uma grande senhora do teatro e da novela, a atriz Regina Duarte.

"Tragam os amigos para ver a peça, mas não contem o final!"

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Uma peça a não perder. Vão. Regina Duarte falou com ao público,  no final da peça, e comunicou  que vão regressar a Lisboa, em maio nos dias 12,13, 14 e 15, no Teatro Tivoli.

 

 

 

Rui

Transcrevo neste meu cantinho, o post que o Rui, do blogue "Coisas da Fonte" escreveu sobre o dia de São Valentim e a sua participação no passatempo da NI.

Leiam estas palavras e entendam a vossa mente, o vosso coração, as vossas relações...

 

Na sequência da frase):


" Para quê, dizer-te quanto te amo, ... se o sentes a cada momento ? "

 

Na realidade, o amor é para ser "sentido" e, se sentido verdadeiramente, para quê, estarmos constantemente a dizer : "Quanto te amo !" ?
Festejar, ou comemorar ?... Também porquê, se o ano tem mais 364 dias ? ... Não seria melhor viver o amor durante esses dias e deixar o 14/2  para meditar sobre "o seu estado" ? Quantas vezes utilizei o dia de aniversário de casamento, para uma conversa aberta, franca e leal, acerca dos factos, acções, ditos, atitudes e omissões,  que nos "fizeram bem" e para os que nos "fizeram mal" e dai tirarmos as devidas ilações, pedindo mutuamente para os apontar e corrigir o que esteve mal ? ... Pensem nisso !!
 
 
Deliciem-se entretanto,  como "nós", com esta voz maravilhosa e "carreguem baterias" para este fim de semana! ;)
Neste caso, da canção, um amor desencontrado, perdido e procurado desesperadamente, porque era e continua a ser enorme ! Um amor que o tempo e o espaço separou, mas que não conseguiu por-lhe um fim ! Um amor que permanece eternamente, como acontece com o verdadeiro amor !!!...
Leiam a letra, acompanhando a música bem alta e ponham-se no lugar da Enya ! ... e, ... se lhes apetecer chorar, ...chorem, que não faz mal a ninguém ! (talvez que, depois de aberto, tenham que clicar no YouTube).
 
E agora, escutem a canção, silenciosamente.
 

Limite

Os poucos momentos em que me sinto triste, sem motivo aparente, penso nas famílias (pais e filhos) e o que os levam a chegar ao limite da relação : incompreensão, desespero, falta de diálogo, falta de tempo,  trabalho.

Sinto-me irritada, desanimada e impotente.

Não sei como me aproximar.

 

Filho(a) é para sempre.

 

 

 

   (estes dias vi este filme, Grbavica, um exemplo das muitas relações conflituosas,neste caso, mãe e filha)

 

 

 

 

E-mails com estórias

Hoje recebi um e-mail com várias histórias sobre alguns factos daquilo que eu considero, relações modernas.

Não conheço o seu autor, cujo nome é Tiago Rebelo. Procurei alguma informação sobre este e encontrei a sua bibliografia na página da WOOK, onde tem alguns livros deste autor, em promoção.


Tiago Rebelo é um dos romancistas mais brilhantes das letras portuguesas. Na última década manteve uma produção literária constante e os seus livros tornaram-se há muito presença habitual nos lugares cimeiros das principais tabelas de vendas nacionais. Com títulos disponíveis em diversos países, desde o Brasil a Angola e Moçambique, foi igualmente editado em Itália e na Argentina. Depois dos enormes sucessos aplaudidos pelo público e pela crítica, O Tempo dos Amores Perfeitos e O Último Ano em Luanda, o seu útlimo romance, O Homem Que Sonhava Ser Hitler, editado em 2010 pela ASA, é um magistral e absorvente relato de uma face desconhecida da sociedade actual. A par da actividade literária, Tiago Rebelo tem já uma longa carreira de jornalista, sendo actualmente editor executivo na TVI.

 
O texto que mais gostei foi este:
 
 
Amanhã logo se vê
 

 

Preso no trânsito da cidade ao princípio da noite, sozinho no carro, ele pensa nela, lembra-se do dia em que a viu mais bonita do que nunca, com o cabelo molhado do banho acabado de tomar. Era Verão e penteara-o sem o secar. Recorda-se de ter pensado que estava linda, simplesmente perfeita. Agora é Inverno e, não obstante terem passado apenas poucos meses, andam os dois às voltas com o que fazer à vida.

 

Começa a pingar uma chuva miudinha, liga o limpa-pára-brisas, fica como que hipnotizado pelo seu movimento, pela cadência do barulho surdo das escovas. Fica assim, a pensar nela, como faz durante todo o dia. Ao contrário do resto do mundo, não tem pressa de se livrar do trânsito, que avança metro a metro. Escolhe um CD, ouve Amy Macdonald a cantar ‘Run’. Pergunta-se o que estará ela a fazer nesse momento.

 

Sentada à frente do computador portátil, na mesa da sala de jantar, em casa, ela distraí-se a ver um catálogo. O indicador direito, pousado na roda do rato, faz deslizar as imagens no ecrã sem que a mente registe verdadeiramente o que os olhos vêem. A mão esquerda brinca com o cabelo, enrolando pensativamente uma madeixa no dedo. Trouxe trabalho para adiantar, mas acabou por deixá-lo de lado. Também se esqueceu de jantar, embora sejam quase oito de noite e só tenha almoçado uma sopa e mordiscado uma maçã a meio da tarde. Está a pensar que, ainda há poucas semanas, fez amor com ele ali mesmo, no seu apartamento, e foi a última vez. Separaram-se logo a seguir, apesar de ambos saberem que se amavam. Havia as razões dela e havia as razões dele. E acabaram em nada.

 

Ele chega a casa uma hora mais tarde. Passa pela cozinha, descobre uma lasanha pronta a comer no congelador, retira-a da embalagem, enfia-a no microondas. Leva o prato para a sala e janta a ver televisão, a saltitar de canal, a pensar nela.

 

Ela vai buscar um iogurte ao frigorífico e senta-se comodamente no sofá, descalça, com as pernas encolhidas ao lado do corpo, a ver televisão sem som. As luzes estão apagadas e há fantasmas a bailar nas paredes, da claridade intermitente do ecrã. Ela fita a televisão, a pensar nele.

 

Ele tem o telemóvel ao seu lado no sofá e pondera telefonar-lhe, mas pensa no que ela disse, no que ela fez, e perde a vontade. Ela está com os olhos fixos no seu, na mão, à espera que toque, mas, como ele não lhe fala, também não lhe liga. Ambos desejam falar um com o outro, mas não o fazem. Ele apaga a televisão, ela faz o mesmo, vão-se deitar a pensar amanhã, logo se vê, mas amanhã só estarão mais afastados do que hoje. E um diria, pensarão, será tarde de mais.