vivi nesta praça
era uma criança..
Há uns quantos anos estava esquecida, mal tratada .
Felizmente, é um lugar bonito, cuidado, e que me traz recordações.
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era uma criança..
Há uns quantos anos estava esquecida, mal tratada .
Felizmente, é um lugar bonito, cuidado, e que me traz recordações.
Ontem, fez 13 anos que faleceu a minha irmã mais velha.
Ontem, foi o dia de aniversário da Sofia ( durante alguns anos foi difícil ela perceber porque a tia faleceu no dia do seu aniversário).
Hoje, faz 39 anos que a minha mãe faleceu.
Todos estes dias vivo-os com muita intensidade.
Por que Sofia nasceu há 23 anos e sou a sua madrinha.
Porque o meu coração pedia-me para ir ver a minha mãe, sozinha no quarto do hospital, não imaginava que seria a última vez.
Muita coisa aconteceu na minha vida. Muitos momentos baixos, muitos mesmo.
Mas fui enfrentando, vivendo, ganhado forças, vencendo batalhas.
39 anos de uma vida que nunca imaginei que passasse tão depressa, e que recordo como se tivesse sido há pouco tempo.
A minha irmã, a quem fazia companhia sempre que tivesse umas horas disponíveis, e por causa de uma reunião que tive de preparar, estive três dias sem lhe fazer companhia, no dia da reunião, em que estivemos uma manhã a discutir o sexo dos anjos, o telemóvel vibrou. Vi o nome. O meu coração em sobressalto, pedi licença para atender. E saí.
E ouvi o que não queria. E o meu coração explodiu.
Uns minutos depois, a reunião acabou.
Hoje, fui pôr luz nas suas campas.
A vida é um sopro de vento.
Uma sexta-feira que começou cedo, a manhã com um bonito sol.
À noite, desligo o wifi do telemóvel. E quando o liguei, tinha umas quantas mensagens no whatsapp, do grupo da família, que me fizeram chorar
Quantas pequenas estórias contadas pelos irmãos, agora pais, e da infância e adolescência, pelos sobrinhos, que eu desconhecia, algumas, outras não me lembrava...até porque eu era jovem e vivia, com muita paixão, outras coisas.
Foram muitas surpresas que me deixaram feliz.
A tarde acabou com o céu carregado de nuvens cinzentas a condizer com a melancolia que sinto.
Gosto muito da minha família.
Tenho pensado muito no sorriso feliz da mulher que foi, e está presente nos nossos corações, Maria João Abreu.
Um bom fim de semana.
muito obrigada.
Estou muito bem acompanhada, ali da Mula,que ela sabe que eu gosto muito dela.
Ontem, à procura de umas fotografias que a sobrinha Sofia me pediu, revi outras dos sobrinhos mais velhos.
Deste grupo de sobrinhos o mais novo,ao colo da mais velha, tem 29 anos.
Três são mães,um é pai.
Uns anos mais tarde,viriam mais três( Diogo,Sofia e Nuno).
A vida passa!
E encontrei umas quantas cartas de uma amiga que nos anos 90 leccionou em Londres.
Li algumas.
Quantas recordações estes dias nos trazem.
Obrigada.
.
No Jornal da Noite, passou a notícia do jovem Nuno Henriques que teve a ideia de recuperar a tradição do fabrico de cestos de junco, uma herança da família, fazer o seu negócio e expandi-lo.
Os únicos artesãos do fabrico da cestaria são pessoas de avançada idade, mas o jovem empresário quer dar a conhecer ao mundo esta linda tradição dos cestos portugueses, como aqui refere:
Todo este processo está ameaçado a acabar. Não há artesãos jovens que queiram aprender este trabalho e mesmo a apanha do junco no sul de Portugal, também ela perfeitamente manual, não encontra mãos novas. Mas antes que isso aconteça eu gostaria de partilhar e valorizar esta bela parte da minha herança cultural consigo (da página de Toino Abel).
Aqui no norte também se faziam, felizmente ainda se mantém a tradição, eram vendidos nas feiras e em lojas de cestaria. Em Braga havia uma loja, as Cesteiras que, infelizmente, já não existe, onde se vendia de tudo o que se fazia cá em Portugal, de norte a sul, em verga e junco: chapéus, baús, malas, cestas, cadeiras, tabuleiros, camas de criança...
Lembro-me de, em miúda, gostar muito destes cestos e de os ver nas mãos das empregadas domésticas (minha avó paterna tinha uma cesta grande que era usada para a empregada ir às compras ao mercado e à mercearia) e das lavradeiras que iam vender para o mercado (ainda hoje se vêem nas vendedoras mais velhas). Eram cestas usadas para as compras, pelas mulheres de condição social baixa.
Nessa altura, vivia-se mal. As mulheres faziam docinhos, pequenas coisas de artesanato, rendas, tudo o que fosse possível vender de porta em porta para ganhar alguns trocos para o sustento da família. E estes cestos andavam nas suas mãos.
Minha mãe era uma mulher muito habilidosa na costura, bordados e tricot. Fazia pequenas coisas para a casa, sacos para o pão, panos de cozinha, os babeiros (alguns bordava-os) para mim e para a minha irmã mais velha, os remendos nas calças dos meus irmãos.
Costumava comprar retalhos a uma velhinha, muito limpa, que trazia os retalhos muito bem dobrados, cobertos com um pano branco bordado, dentro do cesto. Batia à porta, eu descia com a minha mãe para ver as novidades dos retalhos que eu tanto gostava. Adorava mesmo mexer naqueles pequenos tecidos tão arranjados e dobrados. A senhora falava muito baixinho, era de uma humilde imensa e minha mãe, uma boa cliente da senhora, muitas das vezes, penso eu, devia comprar mais para a ajudar que por necessidade.
Os anos passaram, as mercearias deram lugar aos supermercados e mercadinhos, o mercado das lavradeiras foi quase esquecido, as sacas de pano foram substituídas por sacos de papel e de plástico, os remendos deixaram de se fazer, tudo passou a descartável e os cestos deixaram de ser usados na cidade.
Mas os tempos também ajudam as pessoas a procurar alternativas ao desemprego e a recorrer ao que antigamente se fazia. E "Toino Abel" está a desenvolver um bonito negócio e a divulgar lá fora o que de muito bom de artesanal se faz neste país.
E foi então que vim pesquisar se a nossa cestaria andava por aqui... E encontrei a marca Toino Abel, do jovem que foi notícia no Jornal da Noite.
Tem uma página em português e inglês onde explica como começou este seu negócio, a história da família, de como são feitos os cestos, de quem os faz, onde são feitos e o vídeo que mostra como se fazem as asas das cestas.
Um negócio em expansão, com necessidade de mão d'obra mais jovem para dar continuidade a uma tradição familiar tão bonita e moderna.
Os cestos andam aí, chamam a atenção das mulheres portuguesas (esta blogger adora-os) e poderá ser a mala da moda urbana para o próximo verão e para a praia, porque não os lindos cestos com o design "made in Portugal"?
E há modelos para todos os gostos. Eu gostei de todos.
carro à estrada, fui relembrar os anos da minha infância e juventude, aqui, nesta praia que os "homens destruíram" com a força do mar.
Mas hoje, maré vaza, desci à praia e captei as fotos daqueles que foram os lugares de muitas noites de serenatas, cantares, dançares, diversão.
Saudades dessa que foi a imensa praia com aroma das algas " sargaço , que invadem os nossos olfactos.
O sol estava quentinho, o passeio foi sereno e cheio de recordações.
Duas horas a "tomar" os primeiros banhos de sol e de mar de 2013.
No regresso, comprei as apetitosas batatas, as cebolas, as alfaces, as hortaliças de Apúlia e "bora" porque o trabalho para o início da semana esperava-me (que por acaso ainda nem comecei).
Acordei cedo, com o sonho da praia da minha juventude e fui lá:
(o restaurante/café/esplanada, abandonado, dos mirones, de dia, e das noites de cerveja)
(o castelo, agora um café)
a azáfama da recolha dos barcos (lamentável o cheiro a gasóleo dos tractores)
(o rochedo que foi testemunha dos nossos cantares e dançares, nas noites de luar)
(moinhos recuperados e habitados)
(flores de praia, nas dunas)
Esta menina fez-me recordar a minha adolescência quando lia os "caprichos", assim chamados, (há venda aqui), e os romances nas páginas interiores da revista da Crónica Feminina.
(ai, como me lembro tão bem destas capas!)