uma foto # 50
o presépio do Braga Parque
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o presépio do Braga Parque
Estava a fazer horas para ir buscar o meu sobrinho neto ao colégio, depois de comprar um pinheiro para decoração do móvel da televisão, pinheiro este que vai ser plantado num vaso grande e mais tarde num lugar onde possa crescer livremente, passava em frente à igreja da minha freguesia, lembrei-me de entrar e ver se tinha presépio ( gosto muito de ver os presépios das igrejas).
Estava a sair um funeral.
Quando entrei, estavam uma jovem mulher e um homem que arrumavam as colunas e o tapete da cerimónia fúnebre.
Depois de tudo feito, efoi rápido, perguntei à jovem mulher se podia tirar uma foto ao presépio.
Respondeu-me que não sabia, estava ali a fazer um trabalho, não pertencia à igreja, mas certamente que podia.Que o presépio estava bonito, que nem todas as igrejas, este ano,fizeram.
Tirei duas fotografias. E agradeci.
A meu lado para a saída da porta, comentei algo sobre a COVID19 e os óbitos que andam entre os 70 e 90.
Diz-me a jovem mulher " Sim, há muitos óbitos de COVID19. Mas garanto que há muitos mais de cancro e de morte natural em idosos que vivem sozinhos ou em lares, e que não procuram o médico. Por outro lado , o Serviço Nacional de Saúde está cheio de trabalho, não é possivel chegar a todos."
Se todos cumprissemos com o distanciamento e usássemos máscara obrigatoriamente em todo o lado, os números não seriam os que lemos todos os dias, e muitos doentes não COVID teriam a assistência que lhes é devida.
Este post é a propósito disto:
porque é já hoje que começo a minha azáfama, deixo-vos uma fotografia, do meu telemóvel,do presépio da escadaria do Braga Parque, que mais parece um postal de Natal.
Até logo.
Estamos na aula de Pilates, uma senhora, que já falei dela aqui, põe-nos a rir com os seus comentários habituais, porque enquanto faz os exercícios, responde a tudo o que a professora pergunta:
- Estão a sentir o alongamento? Como estamos? Está a doer? Turma, é para doer!
- Sim, sentimos. Estamos bem. Sim, dói. Ai, que isto custa!
No fim da aula estavamos a fazer o relaxamento, a professora manda-nos cruzar a perna esquerda sobre a direita, o braço esquerdo apoiada no lado de dentro da desta perna, com o joelho fletido. A mão direita fica apoiada no tapete, tronco e cabeça virados para a direita.
Ora nesta posição os nossos olhos encontram as janelas.
Com o tempo de chuva e frio que tem estado, diz a senhora lá detrás:
- Estamos em dezembro, temos de fazer o presépio.
Gargalhada geral.
Mas na verdade, ela até tem razão.
Que tempo tão instável!
que faço sempre na mesa da entrada, que era dos meus avós, em frente à porta, para receber a família e os amigos, quem gosta de vir a esta casa, sempre à vossa disposição.
A cabana tem muitos anos, mas ainda não me apeteceu desfazer-me dela, assim.
Hoje fui comprar as ovelhas, o pastor e os Reis Magos (tenho a certeza que comprara algumas das figuras e as guardara na garagem, mas não as encontro).
É pequeno o meu presépio mas tinha de encher aquele musgo que comprei há dias...estava tão pobre!
Gostam?
Ontem foi a RTP.
Hoje , em Priscos, com o "Presépio vivo", temos a TVI.
Lamentavelmente, o tempo não está a ajudar à saída de casa, às compras, ao passeio pelo centro da cidade.
Eu fico por aqui, com o meu crochet.
Quando eu era criança, não havia pai Natal.
Em minha casa era feito um presépio com todas as figuras alegóricas de uma aldeia pequena. Algumas ainda guardo numa caixa, outras partiram-se com o decorrer dos anos, mas Nossa Senhora, São José, o Menino Jesus, a vaca e o burro, nunca deixaram de fazer parte das minhas humildes decorações de Natal.
Minha mãe comprava musgo, fazíamos uma cabana para a Sagrada Família com uma caixa de sapatos revestida com esse musgo, e depois coberta pela eterna, mas sempre na moda, a farinha Branca de Neve. Um rio feito de papel celofane azul fazia mover as velas do moinho, uma ponte em barro, com alguns carneirinhos que se posicionavam para o lado da cabana, sempre com o olhar atento do pastor; as lavadeiras que lavavam a roupa; a banda de música que tocava em honra do Menino, e para finalizar a cena os três Reis Magos, Baltazar, Gaspar e Melchior. A estrela, feita de papel dourado, era colocada por cima da cabana para orientar os Reis no caminho. Este presépio era completado com um pinheirinho de Natal que o meu pai cortava no monte e decorado com bolas vermelhas, estrelas, sinos e, farinha Branca de Neve.
Com os tempos modernos o presépio foi desaparecendo na decoração de Natal. Não é que não tenha vontade de o fazer, mas porque para arranjar musgo, teria de ir ao mercado municipal, o que não faço há alguns anos.
Quando era criança, não havia pai Natal e, nessa altura, as prendas que desejávamos ter eram pedidas ao Menino Jesus.
Se ele nasceu pobre, numa cabana humilde, porque seria ele a dar-nos prendas?, perguntava-me já mais crescidinha, mas também não me recordo de perguntar aos meus pais.
Cerca de quinze dias antes do Natal, a minha mãe dizia que devíamos escrever uma carta, ou um bilhete, ao Menino Jesus e pedir as prendas que gostaríamos de receber. Depois deveríamos colocá-la no marco do correio para que chegasse a tempo de Ele os preparar.
Não me recordo de alguma vez ter pedido bonecas. Nunca as tive.
Escrevíamos o bilhete ou carta e no destinatário , "Menino Jesus, céu".
Lembro-me muito bem do marco de correio onde o colocava. Metia-o direitinho na abertura com tampa para que caísse bem para o fundo não fosse estar repleto de cartas e as nossas já não caberem .
Passo frequentemente na praça onde ainda existe esse marco e onde passava tardes infinitas de brincadeira.Um dia encontrei uma moeda de 5$00 (0,25 €). Não fazia a menor ideia do que fazer à moeda. Mas como era muito gulosa por rebuçados, pirolitos e chocolates, fui a uma mercearia perto da praça e comprei todo o valor em rebuçados.
Quando a senhora me entregou um "cartucho" cheio de rebuçados fiquei sem saber onde meter, pois no estômago não caberiam todos.E a minha mãe iria ralhar-me por ter gasto esse dinheiro em gulodices.
A noite de ceia era sempre bem passada, mas nunca recebíamos as prendas à meia-noite.
Deitavamo-nos sempre ansiosas(os) que a manhã seguinte chegasse rápido para podermos ir à cozinha e ver o que o Menino tinha deixado. Os sapatos eram deixados em cima do fogão para que durantre a noite o Menino descesse a chaminé e deixass lá as prendas.
Numa noite de ceia de Natal, dormia com a minha irmã mais velha, sonhei com o Menino Jesus. Vestido de branco, aproximou-se da nossa cama e falou comigo. O que me disse não me lembro. Só me lembro de ver um vulto vestido de branco.
Lembro-me de acordar a chorar e dizer à minha irmã que tinha visto o Menino Jesus e que ele falou comigo. Minha irmã dizia-me que eu sonhara. Que era impossível vê-lo porque Ele tinha de deixar prendas em todas as casas do mundo e não havia tempo para falar com as crianças.
Sim, sonhara, mas nunca me esqueci da sombra branca que vira.
Acordávamos muito cedo e íamos, os quatro filhos, excitados, para a cozinha ver as prendas do Menino Jesus.
Meias, camisolas, luvas. E brinquedos, nada!
Tenho uma vaga ideia de alguns brinquedos, uma tábua de passar, um fogão, louça, um ferro, mas se foram prendas de Natal, isso não me recordo.
Mas eram sempre bem-vindas aquelas peças quentinhas e fofas.
O tempo foi passando, os meus pais tiveram netos e a tradição passou do Menino Jesus para o pai Natal. Nós fomo-nos adaptando à mudança deixando para trás o Menino que era e é lembrado no presépio que hoje tenho, comprado há alguns anos, também com musgo "incorporado", embora já esteja a precisar de uma nova e verde cobertura.
Este ano o Natal é em minha casa. A família está mais pequena. Os mais velhos já não estão cá.
E porque nesta época lembro sempre o meu sonho de criança "com o Menino Jesus", é este o meu conto de Natal.