E eu saí porque precisava de caminhar e de ir à farmácia.
O tempo está agradável, o povo aproveitou este dia para comemorar o 48º aniversário da LIBERDADE, e da libertação das máscaras, era ver a 3ª idade a dançar aos pares o costumado bailarico de pátio da aldeia,e que, nesta cidade, antes covid, os domingos eram para isso.
E mais à frente, junto ao Turismo, num palco da CGTP, um cantor cantava aquelas canções populares, como "Ó ferreiro casa a filha, não a deixes à janela, anda aí um rapazinho que não tira os olhos dela".
E a verdade é que toda a gente cantava... E eu também ( enquanto pensava na minha falecida mãe que a cantava) quando descia a avenida, no regresso a casa.
Se a Quaresma é tempo de reflexão, e se rezar traz paz interior a quem tem fé, reze-se pelo povo ucraniano e pela paz da Ucrânia.
Uma coisa é certa: demore o tempo que demorar esta guerra, quando houver paz e o povo voltar à Ucrânia encontrará um país destruído, que vai levar anos a reconstruir.
Foi no meu Instagram que cheguei a este jovem médico.
Tem um livro publicado, " O Mundo Precisa de Saber" sobre o seu trabalho nos vários países de África e Ásia, realizou, agora, o sonho de ver traduzido para inglês, precisa da nossa ajuda. Citando o autor: " ... pronto para viajar pelo planeta, e por isso preciso de contactos, ideias, sugestões sobre como entrar em diferentes países com os meus sonhos humanitários colocados num livro.
Se você acredita que as histórias ao vivo do Congo, Afeganistão, República Centro-Africana, Síria, Sudão, do Sul, Iêmen, etc..., devem ser contadas ao mundo, por favor ajudem-me sobre como atravessar diferentes fronteiras com o meu livro! Nunca vamos parar de sonhar.!
Por favor, ajudem-me! Por favor partilhem!
( Se para este propósito gostar de receber uma cópia digital, por favor envia-me uma mensagem).
E para que o livro chegue longe, vejam estes links, leiam as suas histórias, e partilhem-nas também. O altruísmo é um sentimento que faz falta neste mundo vulnerável e cheio de incertezas.
Balneário do ginásio, três senhoras já prontas para sair, falavam das carpideiras.
Uma delas contava que estas mulheres iam às igrejas chorar o morto, que não conheciam.
Ora numa altura, foram a um velório sem que fossem "contratadas" , chorar o homem da aldeia.
A esposa, sentada a um canto, não falava, não chorava.
Aproximaram-se, iniciaram a choradeira do costume: "Ai coitadinho, tão boa pessoa, ai, ai".
A viúva, não dizia nada, até que uma delas perguntou-lhe porque não chorava, ao que respondeu: " Já devia ter morrido há muito tempo".
A choradeira, o pranto das outras continuava. A viúva, no seu canto, não mostrava sinal de dor, de desgosto pela morte do marido.
Voltou a ser interrogada até que diz: " Este homem já devia ter ido embora há muito tempo. Batia-me, maltratava-me, como posso eu chorar um homem que me fazia tão mal?"
Ora esta conversa trouxe-me à recordação as idas, algumas obrigatórias, aos funerais de pessoas amigas dos meus pais.
Na altura, não sabia que essas mulheres não pertenciam à família do morto nem sequer que eram pagas para esse teatro. Destestava ouvir berros e choros disfarçados. Sempre me incomodaram. Como nunca gostei de ir a funerais. Dispenso. E se puder, fujo deles.
Felizmente nunca mais presenciei estas cenas. E se alguma vez, num velório, me lembrei delas, com certeza que pensei que já não existiam.
Fui à procura de informação, encontrei este precioso site com documentários, filmes e livros do etnomusicólogo, que os mais velhos devem lembrar-se, ( não me lembrava de nada) era um programa da RTP, "O Povo que Canta" de MICHEL GIACOMETTI.
A conversa do homens, alto e bom som, era sobre a Troika e o governo.
As pessoas andam preocupadas.
O que está a valer, neste momento, e para que o povo descarregue toda a energia negativa que tem assolado o país, só o excelente jogo da seleção para amenizar os ânimos.
E as bolas não querem entrar.
Enquanto o jogo acontece, trabalho e lanço os olhos à TV.