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Ontem,um dia de Sol, janelas abertas para arejar a casa, estava na varanda a dar um jeito às flores dos meus vasos, a árvore em frente despida de folhas, tem um ninho.
Será do melro-preto que passou em frente à janela da minha sala e "aterrou" no telhado do prédio do lado?
E o ninho lembrou-me o poema e a pequena narrativa de "Os Bichos" de Miguel Torga
Sei um ninho
E o ninho tem um ovo.
E o ovo, redondinho,
Tem lá dentro um passarinho
Novo.
Mas escusam de me atentar:
Nem o tiro, nem o ensino.
Quero ser um bom menino
E guardar
Este segredo comigo.
E ter depois um amigo
Que faça o pino
A voar...
Diz a lenda que colhendo estas flores da urze na véspera do 1º de maio e pendurando-as, à noite, na porta, muma janela ou varanda, significa que durante o ano não vai faltar o pão em casa.
As histórias são diferentes de região para região, é uma tradição que nem sempre cumpro, mas hoje, quando fui meter gasolina, e de propósito fora da cidade, encontrei-as num terreno do lado de trás da bomba.
As minhas Maias...
Um poema de José Régio
Canção de Primavera
Eu, dar flor, já não dou. Mas vós, ó flores,
Pois que Maio chegou,
Revesti-o de clâmides de cores!
Que eu, dar, flor, já não dou.
Eu, cantar, já não canto. Mas vós, aves,
Acordai desse azul, calado há tanto,
As infinitas naves!
Que eu, cantar, já não canto.
Eu, Invernos e Outonos recalcados
Regelaram meu ser neste arrepio…
Aquece tu, ó sol, jardins e prados!
Que eu, é de mim o frio.
Eu, Maio, já não tenho. Mas tu, Maio,
Vem com tua paixão,
Prostrar a terra em cálido desmaio!
Que eu, ter Maio, já não.
Que eu, dar flor, já não dou; cantar, não canto;
Ter sol, não tenho; e amar…
Mas, se não amo,
Como é que, Maio em flor, te chamo tanto,
E não por mim assim te chamo?
Uma canção de Maio
Ora entrei nas notícias Sapo e vejo a grande notícia da descoberta de um navio da armada Portuguesa na Índia, e mais abaixo, encontro este título " Hoje é o dia do Pi. Que tal escrever um piema?"
Recordações da Matemática o uso do pi (π), 3,14, para os estudantes, o número vai muito além destes dígitos, como aqui refere o artigo.
Quando começou?
"O dia do Pi começou a ser comemorado em 1988. Foi escolhida a data de 14 de março porque na convenção dos EUA essa data se escreve… 3.14. E porque é, por coincidência, a data do aniversário de Albert Einstein.
O interessante de aplicarmos o símbolo Pi em várias áreas ou contextos :
nos bordados (este é para o blog ponto aqui, ponto acolá).
na NASA
Nas competições matemáticas em sala de aula
Em 2015 o fenómeno do relógio digital. um dia, a cada 100 anos, os primeiros dez digitos do número Pi coincidem no mês, dia, ano, hora, minuto e segundo.
The Pi Day Clock - 3.14.15 9:26:53
Na música:
"2014, Greg Ristow publicou a sua “Fuga em Pi”, uma pequena peça musical criada traduzindo os números de pi em graus duma escala."
Na literatura, um romance escrito em piês...
3 1 4 1 5 9 2 6 5 3 5
Now I fall, a tired suburbian in liquid under the trees,
Drifting alongside forests simmering red in the twilight over Europe.
8 9 7 9 3 2 3 8 4 6
E um poema em Pi
Em nossa casa, porque não?
um poeta, um cantor, uma canção.
Porque hoje escutei-a na rádio, apetece-me, aqui.
"abre as portas do jardim
deita-me na tua cama
e diz que sim
e diz que sim"
Se tu viesses ver-me hoje à tardinha,
A essa hora dos mágicos cansaços,
Quando a noite de manso se avizinha,
E me prendesses toda nos teus braços...
Quando me lembra: esse sabor que tinha
A tua boca... o eco dos teus passos...
O teu riso de fonte... os teus abraços...
Os teus beijos... a tua mão na minha...
Se tu viesse quando linda e louca
Traça as linhas dulcíssimas dum beijo
E é de seda vermelha e canta e ri
E é como um cravo ao sol a minha boca...
Quando os olhos se me cerram de desejo...
E os meus braços se estendem para ti...
Florbela Espanca
Quando escrevi este post , e porque ia e vendo as notícias da tarde nos diferentes canais, estava longe de imaginar que iria ter mais de 30 comentários, alguns em forma de poema.
Fico grata a todos, li-vos, e gostaria de deixar aqui um dos poemas e este, acabado de chegar de Espanha.
"Hola, soy una española que adora Portugal, solía ir a menudo, sobre todo a Sesimbra, ahora iba más a Sao Martinho do Porto y Nazaré, ya que Sesimbra ya es como estar en España, y también precios abusivos en restaurantes y mercado, pero viendo todo lo que está pasando con los peajes, la subida excesiva de la gasolina y la inseguridad ciudadana que está creciendo de forma alarmante, no me planteo volver a Portugal en una buena temporada. Y mira que lo siento profundamente, porque adoro Portugal y su gente. Espero que el gobierno, tome nota , ya que es una imagen tercermundista la que se ha dado del Algarve y sus peajes."
Poema
Tenho uma colecção de textos escritos por AL(guém), um amigo.
O tempo em que era frequente receber os seus escritos,quase quinzenalmente, passou.
O tempo não permite, agora, que se escreva com frequência.
Separados por alguns quilómetros, são raros os conta(c)tos que temos, mas a amizade é eterna.
E quando menos espero, recebo um mimo, como este:
QUEM ESPERA NUNCA ALCANÇA
Admiro os jovens que se amam,
E que fazem juras eternas desse amor.
Como aliás admiro todos os outros.
Incansáveis buscadores de quimeras!
Os utópicos e os distópicos,
Os furiosos de barbas longas e chinelas
Que anunciam o fim do mundo.
Enganados estão, julgando que há mundo
Para se acabar em data fixa.
O mundo somos nós todos,
Criaturas acéfalas que vagueamos por aí.
Enganados na esperança,
No futuro, nos dias de amanhã.
Cegos não entendemos
Que aquilo que é o mundo
É mais um solipsismo em que nos meteram.
E nós, tão audazes,
Queremos sair dele a toda a força.
Por isso prometemos, esperamos,
Louvamos a Deuses que nunca vimos,
Dos quais só ouvimos falar por palavras emprestadas.
Mas isso satisfaz-nos!
Ficamos saciados de amor e paixão.
E nesta fraternidade universal,
Onde apenas somos rebanho sem pastor,
Esperamos com Godot:
Que o dia de amanhã nasça com sol,
E que o de hoje se ponha sem chuva,
Que as juras de amor se concretizem,
Que as cartas tenham respostas,
Que D. Sebastião, mesmo cansado, regresse.
Esperamos sempre,
Sentados à mesa.
Olhando por uma janela de vidros sujos.
Que as nossa lágrimas não conseguem limpar.
Ontem recebi uma missiva de uma amiga virtual, residente em São Paulo, mas da Figueira da Foz. Uma amiga de coração que conheci há cerca de 3 anos. Sim, porque aqui na internet também se fazem bons amigos.
Aqui está o e-mail:
Para você com todo carinho que eu possa ter,
por tudo de bom que você me representa,
pelos nossos risos,
pela nossa amizade,
por eu te gostar tanto...
Estas flores é para você não esquecer
de uma pessoa que nunca
se esquece de você,
mesmo longe,
mesmo não se falando sempre,
mesmo sem te conhecer o bastante.
Que estas flores,
possam traduzir o meu carinho
e a minha admiração por você!
Beijos, lhe desejo tudo de bom nesta vida...
E.C (LIA)
(as flores que me enviou)
A verdade é que tenho tido pouco tempo para "conversar" com ela, no messenger.
Tempo em que desabafava as suas tristezas, tempo em que nos ríamos, tempo em que partilhávamos, simplesmente.
Neste simples poema, transmitiu esta nossa ausência e falta de tempo.
Mas eu vou voltar. Prometo.