Durante muitos anos, a feira municipal, que se realiza à terça-feria, ocupava o recinto daquele que foi o Parque de Exposições, que após grandes obras de reestruturação, passou, desde Abril deste ano, a ser o Fórum de Braga, pelo que aquela passou a ter lugar na estrada, cortada ao trânsito neste dia, junto ao monte Picoto.
Acabada a feira, quem por lá andasse, via o lixo de papel e sacos de plástico que jaziam no chão. Aberta a estrada, e enquanto os funcionários da Câmara não chegavam para o limpar, quem passasse de carro era surpreendido por uma folha de papel de jornal, ou um plástico, que batia no pára-brisas, porque o vento era forte levava tudo pelos ares.Passou, recentemente, esta feira para o parque de estacionamento do monte Picoto.
Por que falei de feira e de lixo, à quinta-feira, num espaço mais pequeno junto à entrada do mercado municipal, há, também, o que eu chamo de uma mini feira.
As tendas dos vendedores de etnia cigana estendem-se ao longo do passeio que circunda o mercado, gerava-se uma confusão à entrada, as pessoas que iam às compras passavam com os carrinhos tinham de fazer algum malabarismo para conseguir entrar, eles não se desviavam um millímetro, foram muitas as vezes que tive de pedir licença para passar, até que, uma dada altura, a polícia municipal andava por lá tentando manter alguma ordem, e tudo corria bem.
Ora o mercado está previsto fechar para obras há mais de um ano, e até ver continua a funcionar, afastou dali os vendedores.
Convicta que a mini feira tivesse acabado, numa quinta-feira que decidi ir a pé ao mercado, já em frente à Arcada e uns metros à frente, vi uns toldos do que me pareceu ser uma feira ocasional, meti por esse caminho, eis que os vejo todos lá, os vendedores. Comentei com o meu decote: " afinal a feira continua, só mudou de lugar".
Nunca mais passei por lá.
Combinara almoçar, hoje, com uma das minhas sobrinhas, era cedo, demos um passeio, queria mostrar o restaurante vegan e self-service que gosto, metemos por esse caminho e que dá acesso ao restaurante, vejo as tendas e os vendedores.
Expliquei à minha sobrinha o que era aquilo, demos mais uma volta, chegou a hora do almoço, escolhemos uma mesa na esplanada, estava uma temperatura boa para a nossa refeição lá fora.
Ao lado da esplanada ouviam-se as vozes dos vendedores e os ruídos da desmontagem das tendas.
Deixamo-nos ficar a conversar naquele agradável espaço, por volta das 15h deixamos o restaurante.
Referi que aquele acesso fica a escassos metros da Arcada, o lugar de referência da cidade, muitos turistas passam aqui, eis que no chão, e do lado de dentro da porta, estava uma folha de papel amarrotada. Quando passamos a porta, deparamo-nos com o imenso lixo que o vento forte espalhava pela rua e em direcção à Arcada. Em frente à saída estava a ser desmontada a única tenda, não me intimidei, peguei no telemóvel e fotografei.
Comentava então com a minha sobrinha, que os vendedores tinham por obrigação, e à medida que vendiam os seus produtos, guardar os sacos e os papeis, os levassem para novas feiras e/ou os deixassem nos respectivos ecopontos. Ou a Câmara providenciar dois ou três que permitissem que, depois de desmontada a feira, os vendedores juntassem o plástico e o papel e o depositassem lá.
Se desde sempre eles fizeram este chiqueiro, quando lhes foi dado este novo espaço no centro da cidade, a Câmara devia ter feito um acordo com eles no sentido de os educar a preservarem o local.
Estamos numa era que precisamos de poupar o ambiente, e assim como nas festas da cidade ( Braga Romana, São João, Noite Branca) a Câmara providencia contentores de lixo e ecopontos nas várias ruas do centro, porque não habituar estes "profissionais" do sector grossista a respeitarem o ambiente no seu local de trabalho, usando os ecopontos?
(as fotografias são do lixo junto à saída do restaurante; havia muito maisespalhado naquela área)