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cantinho da casa

cantinho da casa

um homem

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toda a semana fui de carro para o ginásio, já tirei a minha mala de viagem low cost para levar a roupa para as mudas, de acordo com as aulas que faço.

mas decidida que estou, nos dias mais frescos a ir a pé, hoje de manhã, na minha caminhada habitual, fui ver qual o percurso mais rápido a chegar ao novo ginásio. se para o ex-gym  levava cerca de 30minutos a chegar e o caminho é o mesmo até ao Continente, deste ao HP serão cerca de 10minutos mais e como só conheço o percurso de carro, fui descobrir o trajecto mais curto, a pé.

ora a cerca de 700 m do Continente, já no vale de Lamaçães, perto da passadeira, olho para ver se podia atravessá-la em segurança, reparei que uns minímos metros do lado direito um homem atravessava a rua. reparei que trazia a camisa de ganga toda aberta.

desviei o olhar, pareceu-me um homem de rua, não o vi mais.

quando estava prestes a atravessar outra passadeira ouço uma voz masculina atrás de mim: "então já não me conheces?"

era ele, o homem da camisa aberta. moreno, maduro, muito interessante, alguns cabelos grisalhos sobressaiam na cabeleira forte...

"desculpe, mas não o conheço", respondi.

"trabalhamos juntos, não te lembras? "

e de repente, a voz... " és o D! estás bom? há quantos anos não te vejo!"  (trabalhamos juntos sim, na empresa do meu pai , era ele um puto, adorava cantar, e cantava muitas vezes no trabalho, tinha uma boa voz, casou cedo, saiu da empresa  e foi trabalhar por conta própria. naquele tempo davamos emprego a famílias completas. era afilhado de um tio meu, ele e mais três ou quatro irmãos trabalhavam lá. tem agora, 54anos).

"estás na mesma!", comenta olhando-me de cima a baixo.

"tu estás muito bem! quantos filhos tens? (sabia que tinha um, ou uma, passaram muito anos).

"tenho duas, uma formada e a outra está em medicina..."

contou-me os vários percursos da sua vida, dedicara-se e dedica-se à música,  agora está de baixa, tem um problema na rótula, vai voltar ao que sempre gostou...dominou a conversa.

durante os cerca de 15 minutos que estivemos parados, apertou a camisa, o que me agradou pois detesto camisas abertas. óbvio que reparei que tinha um peito bonito, bronzeado, sem pêlos, e  não sei se foi o meu olhar que transmitiu alguma coisa que tivesse gostado, as mãos voltaram aos botões, desapertou-a e assim ficou.

chegava de conversa," a rótula deu-lhe sinal", despedi-me.

 

 

Meu amigo anónimo

 

 

 

 

 

de peito, quero deixar aqui a minha palavra de força e ânimo nestes momentos menos bons por que estás a passar.

O meu coração e o meu pensamento  estão contigo.

Jamais esquecerei o carinho que davas às tuas palavras para me confortares, também, naqueles longos e frágeis dias que há 6 anos atrás eu passei.

Estiveste sempre presente quando eu ria,  quando eu chorava, quando eu praguejava.

A vida pode afastar-nos dos nossos pequenos momentos de café, mesmo que esporádicos, mas não apaga os sentimentos e a amizade tão sincera e digna que temos um pelo outro.

Tudo o que desejo para este teu Natal, é que recomponhas a tua vida e que sejas um pouquinho mais feliz.

Força, meu amigo anónimo (do costume), deste cantinho.

 

Uma música para ti.