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cantinho da casa

cantinho da casa

O miúdo do sino

A minha amiga MJ convidou-me e à D, para passarmos a Páscoa na aldeia.

O domingo estava bom, metemo-nos à estrada.

E ainda bem que fomos.

Os amigos do casal já lá estavam.

Enquanto não chegava o compasso, fomos colher flores.

Sentei-me num muro a conversar com a sogra da MJ (gosto de ouvir estas pessoas, têm muito para contar).

Ouviam-se os sinos.

O simpático padre benzeu a casa, beijamos o Senhor.

Todos os elementos do compasso cumprimentam-nos, até que surge o penúltimo elemento da comitiva, o miúdo do sino,  que não teria mais de 6 anos, com altura de 4, vestido com um fato, boina na cabeça, uma fita da comunhão pregada na manga do casaco.

Pedi-lhe para tocar o sino.

Senhor do seu nariz, não tocou, estendeu-me a mão, como um adulto, para eu o cumprimentar.

Percebi que não tocaria o sino, cedi, estendendo a minha mão, apertou-a e passou ao convidado que estava a meu lado.

Depois de cumprimentar todas as pessoas, encostou-se à parede..

A MJ ofereceu-lhe amêndoas, pegando no prato. O puto estendeu a mão para levar o prato.

Rimo-nos.

Pediram-lhe que tocasse o sino, mas o puto mantinha a sua postura de homem importante, vestido de fato...e calado.

A minha amiga, dona da casa, inclinou-se,  agarrou-lhe a mão e tocou. E o puto não deu confiança a ninguém.

O compasso saiu.

Hora do lanche. Comi tudo o que não devo (também não abuso): rissóis, chouriço, queijo, tremoços, azeitonas, broa, um copo de vinho branco, não mais que um (se conduzir não beba), que bem me soube.

Cá fora a temperatura convidava à preguiça.

Ao longe, os altifalantes soltavam a melodia da habitual música pimba.

Gosto destes momentos de fim de semana no campo.

Como sempre, tiro fotos.
Tenho de comprar uma máquina nova (esta já deu o que tinha a dar).