Onde anda a minha cabeça?
Há 15 dias, fui ao ginásio e, quando estava a chegar a casa, tive um "flash" que não trazia a carteira com os documentos do carro e cartão multibanco.
Parei na paragem para autocarros, fui verificar o saco da ginástica e não estava lá.
Voltei ao ginásio com alguma esperança de encontrar a carteira, uma vez que àquela hora, final de aulas, o balneário estaria vazio, e, como tenho o hábito de fechar a porta do cacifo que uso, o que raramente os utentes do ginásio fazem, ela estivesse lá.
Informei a recionista do que acontecera, e fui direta ao cacifo. Estava lá.
Na passada quarta feira, fui tomar café com uma amiga, ao centro da cidade. Um espaço interessante, bom ambiente. Como ficámos junto à vidraça a nossa conversa prolongou-se pela tarde , observando o ambiente lá fora, bastante animado ainda e com sabor a natal.
Tiravamos fotografias com os telemóveis ao exterior.
Quando decidimos sair do café, e dispostas a tirar umas fotos à árvore de natal que fora colocada na fonte assim como toda a fachada iluminada da Arcádia, procuro o meu telemóvel na carteira, ao mesmo tempo que alguém me bate no ombro e diz:"deixou na sua mesa um objeto", quando olho para o interior do café e vejo a carteira onde guardo o meu telemóvel novinho, comprado há 3 semanas. E fui buscá-lo. Nem agradeci à jovem Brasileira que me tinha alertado.
Hoje, fui ao ginásio. Pronta para seguir para a piscina, fecho o cacifo com o cadeado, ao mesmo tempo que me a minha mente me diz "deixaste a chave dentro do saco".
Sem stressar, fui para a aula.
Como acontecera há alguns meses atrás, que perdera a minúscula chave, e tiveram de o cortar, no final da aula, chamei uma das funcionárias da limpeza e pedi que falasse na receção, para alguém cortar, mais uma vez , o meu cadeado.
Apareceu com um alicate gigante, mas nenhuma das duas funcionárias da limpeza conseguiu cortá-lo.
Aflita para vir fazer o almoço e ir para a escola (4ª feira, tempo contado), aparece a menina da receção e, de uma só apertadela cortou-o com a maior das facilidades.
"Questão de jeito e força", responderam as funcionárias.`
Rapidamente tomei um banho , vim para casa com o cabelo molhado, fiz o almoço para os sobrinhos, almocei e fui para a escola.
Na escola, depois de pegar no telemóvel para telefonar, não vejo a carteira.
Uma colega diz: "tu passaste aqui com ela na mão". Procurei e quando regressei à sala ao lado, estava caída no chão. Nem dera conta.
Pergunto: "Onde ando eu com a minha cabeça? Sinal de cansaço? Sinal de velhice? Sinal de quê? E eu que sou muito cuidadosa. Com as minhas coisas e com a dos outros..."