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cantinho da casa

cantinho da casa

10 de Junho é...

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Tendo ontem visto os ensaios, e como seria de prever, hoje a zona em que vivo, a poucos metros da Avenida da Liberdade, estava repleta de pessoas, poucas usavam máscara, e eu não queria ajuntamentos, não tinha ideia  de ver a cerimónia.

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Ontem pelas 23h00 ainda tivémos dez minutos de fogo de artifício no Monte Picoto, que desisti de ir ver, da rua, e vi de casa. 

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De manhã, liguei o televisor, vi a chegada do PR e ouvi o Hino Nacional, que muito me orgulha, desliguei-o, e fui dar um passeio pelo Centro Histórico, com menos pessoas.

Atravessava a rua, passou um, dois, helicópteros, mesmo no "meu" espaço de céu azul.

Parei à sombra e esperei pelos aviões. Eu sou apaixonada por aviões, desde criança. Sempre que vou a Lisboa, passam por cima da casa da minha sobrinha, fico fascinada vê-los descer, ou subir, depende dos ventos,ou quando um aborta o vôo, que já vi.

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Adiante. Eu queria tentar apanhar os caças, mas à velocidade que passam era difícil o click do telemóvel.

Mas consegui apanhar a ponta do nariz de um, e a parte de trás dos quatro. 

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O passeio foi pequeno, e quando descia a Avenida, vejo três jovens que davam água aos transeuntes,  comentei com eles que faltava o copo, ao que eles responderam que acabaram, só enchiam as garrafas.

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Mais abaixo reparei que o arsenal bélico subia a avenida, passava junto ao túnel e seguia em direcção à Rua do Raio.

Os soldados, nas suas viaturas, diziam adeus às pessoas. E deixei-me ficar a fotografar.

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E sem ter visto as cerimónias, vi tudo o que tinha a ver sem me meter em confusões.

A tarde tem sido em casa a ver a RTP1.

O calor é muito, não suporto andar na rua neste dias de multidão.

E é esta a minha reportagem.

A próxima festa é o São João, que já decora as artérias da cidade.

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no meio da multidão...

Cinco mulheres de mochilas às costas, os banquitos que haviam comprado há 4 anos a acompanhá-las,  chegaram a Fátima ao início da tarde.

Contrariamente ao que esperavam, a entrada em Fátima foi calma. O trânsito sereno, muitas pessoas na rua e nas esplanadas dos cafés, gente bem disposta.

Depois de tomarem o ansioso café, dirigiram-se para o recinto do santuário. 

Mais de metade deste estava cheio, decidiram ficar cá em cima, a "dois passos" daquele tão falado terço, que só à noite mostraria o seu esplendor.

Pessoas bonitas, pessoas bem dispostas, de  todos os estratos sociais, todos iam ocupando um bocadito do espaço que, sem se ficar apertado, era o ideal para si.

Uma das amigas, que conhece meio mundo, ouve alguém de um grupo de senhoras e um senhor, todos entre os 70 e 80 anos, que acabava de chegar e assentar  as cadeiras e bancos, ali ao lado, comentar algo com uma das suas amigas.  Reconhecendo a voz de uma das senhoras, virou-se e,  abraços e beijos . " Olá, .... Não é possível...".

Uma amiga da mãe, uma vizinha de rua de outros tempos, que já não via há bastante tempo.

E ali se formou um belo grupo de pessoas de várias idades.

O Papa chegou, a oração do silêncio seguido pela multidão, a sua saída do recinto para descansar e preparar-se para a noite mais mágica de Fátima, muitas pessoas começaram a movimentar-se para jantar.

O grupo das cinco mulheres, com as mochilas no chão a fazerem de mesa, tira-se tudo o que se levara para as refeições: bola de carne, rissóis de camarão e carne, bolinhos de bacalhau, panados de frango, pão e maçãs.

Convidados para este repasto, o grupo mais velho agradeceu o convite, tinham outros planos. 
De repente, forma-se mesmo ali ao lado um corredor pelo qual as pessoas passavam junto ao grupo das cinco, que petiscavam.

Ouve-se uma voz que diz mais ou menos isto: " Olha muito bem que aqui se  comi".

As cinco riem-se, vêem as pessoas que pararam a observarem-nas: um casal acompanhado de um jovem (este andaria pelos 20s). 

"Sirva-se", diz uma delas ao mesmo tempo que levanta o tupperware.

Ele serve-se de um rissol. O filho não quis rissóis mas gostaria de provar "aquela coisa além", a bola de carne.

A esposa teria ficado envergonhada, não quis nada.

E o marido serviu-se de mais um ou dois rissóis, agradeceram e seguiram o seu caminho.

Mais alguém passou que achou piada e também se serviu.

Uns breves minutos passaram quando a amiga organizadora da visita a Fátima, de frente para o corredor, diz: " A esta temos de oferecer".

Todas voltaram-se para ver quem era a "esta". 

A blogger deste cantinho riu-se. As outras riram-se, também.

Junto a "esta" o marido  com o filho mais novo sentado sobre os seus ombros. Muito simpático, diga-se.

Uma delas pergunta: " São servidos?"

Resposta da "esta": " Muito obrigada. Vamos dar de comer ao menino, os outros não quiseram vir,  ficaram lá em baixo"

De casaco comprido cinza, respondeu-nos com muita simpatia, agradeceu o gesto. Ele agradeceu também. E não se serviram.

Quando o casal estava fora de alcance, eis que uma das amigas do grupo comenta: " Não suporto esta mulher..." E conta às outras o motivo de...

Logo a seguir, telefona ao marido a contar a cena....E o marido ainda lhe respondeu que ela há-de mudar...

O mundo é pequeno, e, no meio da multidão passou junto ao grupo a mui conhecida e popular ex-ministra da Agricultura e Mar, agora presidente do CDS-PP e candidata à Câmara de Lisboa, Drª Assunção Cristas.