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cantinho da casa

cantinho da casa

Maquilhagem 2

Hoje,  a aluna  estava, mais uma vez,maquilhada. Blush castanho para dar um tom moreno à pele, risco preto nas pálpebras inferiores e sombra prateada nas pálpebras superiores.

A miúda pediu-me autorização para vir à minha beira. Permiti. E foi aqui que eu intervim. Abracei-a e comentei que estava muito maquilhada, que não me levasse a mal porque era apenas uma opinião, que não sou a mãe, esta é que sabe o que quer, que é muito jovem para usar maquilhagem, que começa a criar hábito de o fazer todos os dias, que vai chegar o tempo em que não vai sair de casa sem maquilhagem, que não tem olheiras, que é muito, muito jovem...

Foi então que perguntei a idade (para confirmar o que já sabia): 12 anos.

E ela acresentou: "gosto de me maquilhar, não consigo sair de casa sem maquilhagem, a professora tem razão, de vez em quando não me maquilho, desde a primária que gosto de me maquilhar, a minha mãe gosta e deixa-me, eu já não uso nbase liquida porque seca a pele, uso pó, eu tenho muitas olheiras (imaginem isto, a verdade é que ela não tem olheiras) aplico corretor, sei que a minha pele é morena, mas sou pálida, o meu pai trouxe blush do estrangeiro, a professora tem razão, sei que sou muito nova, que não devo maquilhar-me, vou tentar fazer o que a professora diz, a minha irmã mais velha põe camadas e camadas de base (é de família, pelo vistos).

As colegas, que ouviam esta conversa, comentavam: "Professora, na primária ela já se pintava. Há dias que ela vem muito mais maquilhada, hoje não é nada..."

E a conversa acabou com um abraço da aluna e um "obrigada, vou tentar seguir o seu conselho."

(Espero que a mãe não venha tirar satisfações. Mas eu não conseguia ficar calada. Mas também não influenciei. Apenas aconselhei).

Uma coisa fiquei a saber: percebe muito mais de maquilhagem que eu.

 

 

 

Finalmente o Sol

Ontem, depois de uma manhã de aulas, e vindo a caminho de Braga para almoçar, comentei com as colegas " Depois do almoço vou dar uma saltada à praia, e carregar as baterias. Estou farta de passar o fim de semana em casa a trabalhar".

Embora não parecesse que estivesse muito bom, fomos, eu e a minha princesa, até Ofir.

Estava o céu limpo. O mar  zangado estendia a sua ira até ao paradão, onde os casais  idosos, sentados nos bancos de granito,  conversavam com o Sol por companhia, a aquecer os corações que já precisavam de calor.

Passeamos na areia, onde o mar não invadisse os nossos pés. Brincamos, respiramos aquele cheiro delicioso a mar que no Inverno é mais puro.

Seguimos para Esposende, onde tem um parque infantil em forma de barco pirata, para a miúda brincar um pouco.

Depois fomos dar uma volta pelo centro e procurar uma padaria, comprar  pão para lancharmos aqui em casa.

O pão acabara de sair do forno. Cheirava bem de mais.

Comemos pelo caminho, bem quente. Fez-me lembrar o tempo em que saía com os meus amigos, naquelas noites de amenas em que íamos para as noitadas e por volta das 4 horas da manhã compravamos pão quente.

Se estavamos perto de casa, eu vinha buscar a manteiga, e o saca-rolhas e um deles(as), ia a casa sacar uma garrafa de vinho.

Então, partilhavamos o pão e muitas vezes cantavamos " Saca o saca-rolhas, abre o garrafão, viver sem vinho não presta. Saca o saca-rolhas abre o garrafão e vem fazer uma festa".

E eu odeio garrafões, de vinho, mas isto é um pormenor de infância que não vale a pena comentar.

Cheguei a Braga e enganei-me na saída da auto estrada, isto é, para evitar o centro de Braga que está em obras, fui  na direcçao de Braga sul.

Mas não me apercebi da placa e segui em frente. Quando me apercebi tinha a auto-estrada para Barcelos. Que remédio tive eu. entrar novamente. Andei 8 km, e saí depois na estrada nacional a 4 km.

A míúda, que entretanto adormecera, acordou e perguntou se já tinhamos chegado.

Como não gosto de enganar ninguém disse-lhe o que acontecera.

Ela queria vir para casa fazer os TPCs e estudar para o teste de Matemática.

Chegamos a tempo disso tudo, por que ela é uma miúda aplicada e responsável.

É uma criança linda e adorável, como são todos os outros 10 sobrinhos que tenho. Orgulho-me deles.

Esta é especial porque é a minha afilhada mais nova (a minha sobrinha mais velha também é).

E foi deste modo que eu passei o dia de ontem. Hoje, apesar de estar um dia de Sol e não trabalhar, nãopodia ir à praia porque à Quarta-feira é o dia que mais preocupações tenho.

E foi finalmente o Sol que veio dar um pouco mais de vida a esta vida cheia de preocupações. (O gajo, o vizinho, continua a massacrar a mãe. Há pouco, quando fui levar a miúda à escola, parece que houve circo e um vizinho chamou a polícia.

Não sei o que ele diz ou o que mostra que a polícia, e eu entendo, vai-se embora e nada faz.

Tem sido esta triste palhaçada, com todo o respeito pelos palhaços, todos os dias, e agora durante a noite também, acordando quem está no seu descanso, depois de um dia de trabalho).

E agora está na hora de voltar à escola. A miúda sai às 18h30m.