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cantinho da casa

cantinho da casa

759 - Saúde

Há algum tempo que noto que, sempre que vou ao supermercado e trazendo em média os mesmos produtos, iogurtes, leite, bolachas, pago mais do que era habitual. E compro os produtos da marca, ou seja, produtos brancos.

Por exemplo: antes de me deitar, tomo um copo de leite, magro, e algumas bolachas de fibra. Gosto muito destas bolachas e não as dispenso.

O preço andava à volta de 45 cêntimos quando comecei a comprar. A pouco e pouco foram aumentando, até que chegou a 50 cêntimos. E assim ficou durante bastante tempo, até ao dia em que reparo na prateleira : 69 cêntimos (não sejam malandros, é verdade, 69 cêntimos).

O supermercado fechou 15 dias para obras, em Junho passado. Quando reabriu, as mesmas bolachas estavam em promoção com o valor de 50 cêntimos.

Aproveitei para comprar alguns pacotes, pois , de vez em quando, estas desaparecem das prateleiras.

Quando cá por casa já não havia mais nenhuma bolacha, regressei ao supermercado. O preço "regressara" ao valor anterior. E continua. E compro.

Felizmente ainda tenho possibilidades de comprar produtos que gosto.

Mas há minutos atrás, escutando o jornal da RTP2, passava a notícia sobre a corrida às farmácias dos doentes que têm medicação grátis, e que  vão começar a pagar 5% do valor de referência.

Ora como todos sabemos, os idosos e pessoas com doenças crónicas são as pessoas lesadas, a maioria com pensões mínimas e sem condições de poderem suportar o pagamento daquilo que lhes dá alguma saúde e qualidade de vida.

E, como diziam os farmacêuticos entrevistados, isto vai fazer com que os doentes desistam do tratamentos.

Mais uma vez, o estado está a lesar os que mais precisam, os mais débeis da sociedade.

É um facto de que o dinheiro está muito mais caro. Sou cautelosa, "faço ginástica com as minhas contas e compromissos mensais" e se não me privo de uma ou outra pequena extravagância, o final do mês custa a chegar.

Se eu já sinto a carteira mais vazia, o que vai ser destas pessoas que "apenas" sonham viver o resto dos seus dias com alguma saúde e dignidade?