Lisboa
Uma viagem com um pequeno atraso de quinze minutos, pensei que chegaria a tempo de dar um salto à Gulbenkian para ver a Exposição de Almada Negreiros.
Ficaria alojada em casa da minha sobrinha, que mora a cerca de 500m da Gulbenkian.
Deixei a minha mochila no El Cort Inglês ( que jeito dá guardarem a bagagem) e segui na expectativa que conseguiria aproveitar aquele bocado de tempo para ver a arte de Almada Negreiros.
Mas a sala da exposição estava fechada, a última visita orientada tinha entrado há pouco tempo.
O funcionário aconselhou-me a passear pelos jardins, e lá fui dar uma volta por este pequeno paraíso mesmo ao lado da confusão de trânsito que "desagua" na Praça de Espanha.
Embora não tenha muita paciência para andar em recintos fechados fui ver as novidades no El Corte Inglês. Uma volta rápida pela roupa, desci e encontrei a secção de artigos para praia.
Fui ter com a minha sobrinha ao Jardim de Água, os cães passeavam com os seus donos. E o Scott, o cão dela, mete-se com todo os cães que vê.
No dia seguinte levantei-me cedo, a primeira consulta estava marcada para as nove horas. Leva-me cerca de trinta minutos, a pé, de casa à clínica.
Faço uma boa higiene dentária em casa, não falho as consultas, de seis em seis meses, ora no Porto, ora em Lisboa, estou de parabéns, comentou a médica. A segunda consulta foi logo a seguir. Feita a "inspecção" dentária, estava tudo excelente, há nove anos que sou elogiada pelo cuidado que tenho em nunca falhar uma consulta.
"Visita de médico" diz a assistente quando o doutor R comentou que não precisava de lá ir em Outubro. Volto à clínica no Porto.
Despedidas feitas, saí em direcção à estação de Sete Rios para apanhar o autocarro que me levaria ao Palácio Marquês de Fronteira.
Na mouche, pois cheguei antes do meio-dia. As visitas são durante a manhã. A pouco e pouco juntou-se um bom grupo, a maioria estrangeiros.
Foi-nos explicado que veríamos a ala principal, uma vez que a outra ala é habitada pelo actuais membros da família.
Para tirsteza minha, não é permitido tirar fotografias.
Fiquei com imensa pena porque o interior é lindo. Predominam a azulejaria portuguesa e holandesa, no caso da Sala dos Painéis ou de jantar. A Sala das Batalhas e a Biblioteca foram as que me cativaram.
Indescritível a quantidade de livros nas estantes, assim como os objectos de decoração na Biblioteca, sobretudo os dois globos, o celeste, o terreste, e o piano. As janelas dão para os jardins. A guia abriu uma das janelas e avisou-nos que era a única oportunidade que tínhamos de, do interior, tirarmos fotografias aos jardins.
A Sala das Batalhas contem painéis de azulejos com figuras alusivas às batalhas da Restauração. E no campo de batalha lá está a figura do guerreiro João de Mascarenhas que viria a ser Marquês de Fronteira. Foi a minha sala preferida.
Nesta sala tem um grande tapete que tem uma história muito interessante.
Parece que fora encomendado para a cerimónia de casamento do segundo Marquês mas tendo o palácio passado por obras, a factura era demasiado alta não havia dinheiro para o pagar.
Mais tarde a Fundação comprou-o e lá está ele na parede da bela Sala das Batalhas.
Passamos à sala dos Painéis ( jantar) com azulejos holandeses, que não gostei. Mas o mobiliário e a peças da Indía compensam a decoração da sala.
As duas salas privadas da família, Sala dos Quatro Elementos e a Sala de Juno, esta recheada de fotografias, leva-nos para o ambiente familiar, as conversas, as leituras, o ambiente calmo daquele espaço. Um grande retrato de uma senhora do século XX (disse-nos a guia que era mãe do Marquês de Fronteira, falecido em 2011), ocupa uma parte da parede da Sala Juno.
Feita a visita ao interior da casa, passamos ao exterior: o terraço e os jardins.
Continua...