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cantinho da casa

cantinho da casa

quando a campainha tocou

9.00h da manhã, 8:00 da hora antiga, estava a dormir, a campainha tocou.

Não fui atender, pensando que estava a sonhar.

Segundo toque. Achei estranho. Pensei que se fosse alguém da família, ligava para o telemóvel.

Levantei-me e peguei no telefone do intercomunicador, perguntei quem era:

-Senhor Lima?

Respondi que não, que era engano.

-Ah, mas não é a esposa do senhor Lima?

Respondi que não e que no prédio ninguém tem esse apelido.

-Mas é aquele senhor que são dois irmãos gémeos.

- Aqui não mora ninguém.

Acabou a conversa. Nem fui ver à janela quem era a senhora.

E entretanto, percebi que tocou à camapinha dos outros andares.

E não voltei para a cama, sabia que o sono não voltaria.

Teriam passado dez minutos, fui dar patê à gata, fui tirar a roupa que deixara a secar, de noite, nas cordas, eis que vejo uma mulher subir as escadas das traseiras do R/C.

Bateu três vezes na porta de vidro.

Alguém abriu a porta e disse a senhora: 

- É para não se esquecer. É que estamos na nova hora .

- Estava a tomar banho, vou já - respondeu a madame do batom vermelho.

Foi quando me lembrei que o marido da madame  tem um irmão gémeo, mas não imaginava que tem o apelido Lima.

Aliás, nem sequer sei o nome dele.

E este casal vive aqui no prédio há um bom par de anos.

Com poucas horas de sono (deitei-me às 3:00h, hora actual, e não saí de casa) não estou habituada a fazer uma sesta, já sei que logo à noite vou adormecer no sofá.

 

 

 

sobre o respeito

tinha um post agendado há algum tempo, decidi publicá-lo hoje, a propósito da rubrica a Liberdade de..., sobre um caso que aconteceu no início do mês de Novembro de 2019, aqui no prédio:

 

 

 

“não faças aos outros o que não gostarias que fizessem a ti”

O conceito que tenho de liberdade começa , primeiro e acima de tudo, no respeito por mim própria.
Tento não impor a minha opinião sabendo que a do outro pode ser diferente da minha, e de modo a não causar danos evito situações de desrespeito quando percebo que os outros pensam que estão a ser lesados e reagem de forma negativa, promovendo a discussão que não leva ninguém a lado nenhum.

Há cerca de dois meses, no logradouro que dá acesso às garagens deste prédio, um carro desconhecido estava estacionado junto ao prédio, de tal forma que impedia que os carros dos donos das garagens passassem.
Estranhei.
Uns dias depois, encontrei a vizinha do terceiro andar ( uma família que não re(age) porque não quer problemas com ninguém, como eu não quero, prefere ficar quieta e deixa que tudo aconteça, mesmo que em seu prejuízo) perguntei se o carro era de algum familiar seu, respondeu-me que não, que era de um familiar do inquilino do r/c.
O carro ficava, e fica, estacionado junto ao prédio, cedo pela manhã, até ao final da tarde.
Este andar não tem garagem, desde sempre foi-nos dito que o inquilino não tem direito a estacionar o carro no logradouro, a não ser que os donos das garagens permitam.
No quarto dia, esperei que o dono (a) do carro viesse tirá-lo . Via-a aproximar-se, abriu o portão. E perguntei se o carro lhe pertencia.
Respondeu-me que sim.
Perguntei por que razão estaciona o carro num lugar privado, já que é uma pessoa desconhecida no prédio e na zona.
Não foi mal educada, mas respondeu-me de forma arrogante com" a minha irmã autorizou-me a estacionar, fale com ela".
Fi-la entender que a irmã não tem  liberdade de mandar estacionar o carro sem falar com os inquilinos, que era uma falta de respeito para com estes, sobretudo porque ninguém pedira autorização para um desconhecido estacionar o carro .
Continuou a insistir que a imã a autorizara, que me entendesse com ela.
Perguntei-lhe o que faria se ela estivesse no nosso lugar se visse um carro de um desconhecido ocupar o espaço de acesso à sua garagem.
Fiquei sem resposta.
No pára-brisas do carro estava um papel escrito pelo vizinho do terceiro andar a alertar que, nesse dia, não conseguira passar com o seu carro, fora obrigado a deixá-lo na garagem, pedia que estacionasse o carro de forma a permitir a passagem das pessoas do prédio.
Nesse mesmo dia, à noite, depois da minha viagem à Maia, sem ter jantado, a inquilina  do r/c, a madame do baton vermelho ( já escrevi alguns post a seu respeito ), acompanhada do marido, tocou à minha campainha para "discutir" o caso do carro estacionado.(Noto que ela não foi "discutir" com o vizinho do andar de cima sobre aviso no pára-brisas do carro, veio discutir comigo porque a suposta irmã lhe ligou a fazer queixa de mim por tê-la advertido que o carro não podia estar estacionado num lugar que é dos donos das garagens).
Trazia o contrato do senhorio, metia-o à frente dos meus olhos para eu o ler, insistia que tem direito ao lugar no logradouro, que ligara à advogada, que lhe confirmara que o lugar é também seu, que ali estaciona o carro quem ela quiser, seja irmã, amiga, ou qualquer outra pessoa.
Fi-la perceber que vivo nesta rua desde criança, nunca "discuti" com um vizinho, sempre houvera harmonia e entendimento entre todos, ter uma discussão por causa de um carro era ridículo.
Fez algumas insinuações ( como se eu fosse fazer alguma coisa ao carro), e reafirmou a sua posição de que o carro ficaria ali :"é só durante a semana, ao fim de semana não ".
Quando referi que era uma falta de respeito não ter subido as escadas para pedir autorização aos três inquilinos que têm garagem, o marido, finalmente, falou , dizendo que de facto fora falha deles, que deviam ter dado uma satisfação.
Ela insistia no seu direito ao espaço e que o carro ia continuar ali estacionado, que há espaço para todos.
E foi então que desisti.

Disse-lhe que fizesse o que quisesse, há mais inquilinos no prédio, que só eu dou a cara ( há cerca de dez anos acontecera o mesmo autorizando que uma colega de trabalho estacionasse o carro), que não me metia mais no assunto, os outros inquilinos que se pronunciassem.
Antes de descer as escadas acentuou " o carro fica ali e fica muito bem, ai se alguma coisa lhe faz".
E assim o carro, que é um carrão, estacionado 9h por dia, e porque a passagem é estreita, obriga-nos a várias manobras.
O meu carro é pequeno passa com alguma dificuldade, mas os carros dos inquilinos são largos e compridos. Lamentavelmente, eles não têm coragem para fazer alguma coisa.

Entretanto, falei os donos ( herdeiros) do apartamento cave, vamos tentar uma reunião com o senhorio do r/c, saber se deu permissão a que o carro fique estacionado o dia todo, junto ao prédio, e resolver a questão da poluição que há anos ela provoca perto da minha garagem, e porque os falecidos donos desse apartamento nunca tiveram coragem de falar porque não queriam problemas com a madame( um assunto para contar, um dia destes).
Tudo isto porque em dezembro passado nas ruas do centro da cidade, e a minha também, activaram os parcómetros que estiveram parados por algum tempo. A inquilina achou que devia solucionar o problema da suposta irmã.
Entretanto, vim a saber que a pessoa não é irmã, será amiga do casal.
A ser verdade ou não, impôs o que pensa ser seu de direito.

Se me respeito a mim própria, não posso violar a liberdade dos outros mas também não devo permitir que violem a minha.

 

Bingo! A madame do baton vermelho percebeu...

 

 

O carro parado e dentro da garagem entre setembro e novembro, ia de de dois em dois dias "aquecer o motor" , e só nessa altura via as pontas de cigarro aqui e aqui comentadas, até que no início de novembro, quando já podia conduzir, aconteceu isto.
Neste mesmo post escrevo isto:

"Na sexta-feira passada, fui à garagem, mais uma vez, para ligar o motor e enquanto este trabalhava, fui varrer umas quantas pontas de cigarro, cinco das quais com marca de baton vermelho, para o lado das escadas da madame do baton vermelho. (Que raiva! As pontas de cigarro continuam a acumular-se em frente à porta da garagem, mas não quero conversa com a madame do baton vermelho. Entretanto, no dia seguinte, verifiquei que ela apanhou-as. Presumo que tenha percebido a mensagem)."

Tinha comentado este assunto com a minha irmã que, por sua vez, comentou o seguinte: "Provavelmente, ela não faz de propósito. Vem da rua a fumar e antes de entrar em casa (quase sempre o faz pelas traseiras)  atira as pontas para o mesmo sítio e não deve ter a noção de que acontece sempre junto à tua garagem. Se ela as apanhou quando viu que estas acumulavam-se junto às escadas, percebeu que alguém teria varrido e com certeza não vai voltar a atirar as pontas para o chão".

Aceitei o comentário, nunca tinha visto o caso por esse ponto de vista e, à medida que o tempo passava, ia buscar o carro, olhava a entrada e não tinha pontas de cigarro.

"Bingo", o objectivo foi conseguido! A madame do baton vermelho percebeu a mensagem.

Agora, tenho a entrada da minha garagem limpa dessas malditas pontas que tanto tempo leva a decompor-se no ambiente.

Um dia destes, quando saía de casa, cruzei-me com ela e o marido: "boa-noite", trocámos...mas ela disse-o com os olhos postos no chão.

Eu sorri para mim própria.

Ai, a bateria!

O meu carro está na garagem desde o dia 13 de setembro (quase dois meses), uma ou duas vezes por semana ligava a ignição deixava o motor trabalhar.  

Quando fui tirar a tala, há três semanas, o médico avisara-me que devia estar quinze dias sem conduzir.

Comecei a fisioterapia e depois de cinco sessões, das vinte que tenho, a mão ainda estava muito "empenada" não senti necessidade de conduzir, até porque faço o percurso a pé.

Na sexta-feira passada, fui à garagem, mais uma vez, para ligar o motor e enquanto este trabalhava, fui varrer umas quantas pontas de cigarro, cinco das quais com marca de baton vermelho, para o lado das escadas da madame do baton vermelho. (Que raiva! As pontas de cigarro continuam a acumular-se em frente à porta da garagem, mas não quero conversa com a madame do baton vermelho. Entretanto, no dia seguinte, verifiquei que ela apanhou-as. Presumo que tenha percebido a mensagem).

Voltei à garagem arrumei a vassoura, desliguei o carro e saí para a fisioterapia.

Como a recuperação está a ver-se, esta semana fiz os meus planos a contar pegar no carro e voltar ao ginásio e à minha vida normal.

Ontem, fui de novo à garagem e quando entro a minha boca diz: "Ai, a bateria! E agora?"

Entrei,meti a chave, a bateria dá sinal de si mas muito muito fraca e sem a força necessária para que o motor arranque.

O que acontecera? Na sexta-feira deixara a porta do lado direito aberta, a luz ficou ligada, descarregou a bateria.

Como resolver? Pedir aos familiares? Se estão a trabalhar e como o final da tarde agora é noite, não me apetece chatear ninguém.

Com o assunto por resolver, hoje, quando saí da fisioterapia (que frio que estava, apetecia um casacão de malha bem quente) fui à oficina.

Amanhã o carro vai sair do seu estado letárgico, vai à inspecção (os mecânicos da oficina fazem-me este favor e não pago nada por isso) e volto à minha rotina a quatro rodas, agora que o tempo é de outono de chuva e frio. Brrrrr!

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