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cantinho da casa

cantinho da casa

uma jovem em apuros

Dizem que pessoas como eu não existem, o que não é verdade, porque há muitas e melhores ( às vezes, sou lixada).

Não gosto de ver pessoas em apuros, sobretudo quando tem a ver com dinheiro.

Tinha escrito, há pouco tempo, sobre algo que fizera para ajudar alguém que não tinha dinheiro, mas não me recordo o porquê da história  para publicar aqui.

Na Praia da Barra, estava no autocarro com destino a Aveiro, numa das paragens entrou um casal de jovems, nos seus vintes.

Sentaram-se os dois, num lugar atrás, até que, alguns minutos depois, o motorista disse: "Pegue o seu bilhete!"

A rapariga vai junto dele, e não sei o que lhe disse que ele respondeu:" não sei que lhe faça, eu não vou pagar do meu bolso"

Ela ficou preocupada, perguntou ao  companheiro quantas moedas tinha.

Ninguém que ia nos lugares da frente, e que certamente ouviu a conversa, disse nada, até que eu perguntei:
- Não tem dinheiro que chegue para pagar o bilhete?

Ela respondeu que sim.

Perguntei quanto faltava para completar o valor.

Perguntou ao companheiro, que lhe respondeu que tinha x, precisava de 1,15.

Abri o meu porta-moedas, vi que tinha moedas,  dei-he o valor que faltava.

Ela gradeceu-me várias vezes.

Foi ao motorista e deu-lhe o dinheiro.

Ambos tinham bom aspecto, apesar dos piercings que ela tinha na bochecha, no nariz e na boca fazerem-me confusão.

Saíram na paragem seguinte.

Não sei o que me leva a fazer isto, não faço julgamento do casal.

Estive para perguntar às senhoras, se queriam colaborar comigo, mas  achei que não iriam aceitar, decidi ser eu a ajudá-los.

Estivesse eu no lugar deles, não entrava no autocarro.

Ia a pé.

 

alegres e faladoras

No Natal,usei as velas brancas que tinha, quando fui comprar novas estavam esgotadas.

Sexta-feira passada, passei na loja do chinês, aqui da zona, ainda estavam nas embalagens, acabadas de chegar.

O dono da loja  viu-me à procura de alguma coisa, junto à prateleira, percebeu que eu estava a ver as velas, aproximou-se e perguntou-me se queria velas brancas, porque as que eu pegara eram amarelas.

Eu respondi afirmativamente, e comentei que tinha passado lá há alguns dias, e que me tinham dito que estavam esgotadas.

Disse que já tinham chegado e que estavam noutro lote.

Foi buscá-lo, e abriu-o.

Trouxe o que queria.

Entretanto, enquanto as procurava, ouvi os mesmo risos alegres de uma língua que não percebi, que tinha ouvido, minutos antes, no supermercado que fica ao lado da loja chinesa.

Vira na caixa do supermercado que eram quatro jovens pretas, super divertidas, que se riam muito, e eu ria-me dos riso jovens e alegre delas.

Já no balcão da loja dos chineses para fazer o pagamento das minhas velas, as jovens estavam a pagar algo que não vi, e continuavam no mesmo registo de conversa e risos.

Estava perto de uma delas e perguntei em inglês de onde eram.

A jovem não percebeu.

Voltei a fazer a pergunta, e diz-me ela :
-São Tomé.

Comento de imediato:

- São Tomé?! Então falam português. Sois umas jovens muito divertidas.

Às tantas, ouvi a funcionária do balcão dizer que o pagamento com cartão multibanco tem um valor superior  5 euros, ao que a amiga vira-se para as outras e pergunta se não têm moedas.

Todas responderam que não.

Perguntei eu:

- Quanto falta para completar o pagamento?

Respondeu a primeira, e a funcionária , ao mesmo tempo:

- 50 cêntimos.

Tinha o meu porta-moedas na mão, abri e disse:
-Eu tenho, pago o que falta.

-A funcionária, e o dono,que já estava ao lado dela no balcão, sorriram. Eu entreguei a moeda, e diz-me a jovem:

- Obrigada. Que Deus lhe pague.

E eu respondi.

- De nada. Gosto da vossa jovialidade, dessa alegria que irradiam.

Saíram da loja, as santomenses, com um grande saco cheio de compras de supermercado.

 

 

 

 

 

são uma praga!

As trotinetes invadem as ruas das cidades, umas estacionadas no espaço  a si destinadas, outras caídas e abandonadas nos passeios, ou encostadas aos muros das casas, ou até atiradas para os jardins, sem consideração pelas flores que os contribuintes pagam para manterem as cidades atractivas.

E todos sabemos que quem as usa são maioritariamente os jovens que, feitos pilotos de formula tinete1, nos passeios, ultrapassam os transeuntes, que, de costas, não os vêem, muitas das vezes sem tocarem atempadamente a campainha para avisar que há alguem atrás, fazem piruetas rente a quem vai sossegado no passeio, e olha lá que aqui vou eu porque o caminho é todo meu e tenho pressa de chegar ao meu destino. 

Também vejo adultos, e alguns de uma certa idade usarem as trotinetes, mas vão com calma e controlo sobre o veículo. E gosto de os ver.

Já apanhei muitos sustos, não só porque aparecem de rompante, como a sensação com que fico é que não controlam o veículo em vêm contra mim / as pessoas.

Sei que vai haver regras para quem utiliza as trotinetes, mas todos sabemos que não é fácil controlar os jovens. Sobretudo estes.

Nas bicicletas passa-se o mesmo. E se faço um reparo ou buzino quando me aparece um ciclista à frente do carro, os gestos são explícitos.

Ou seja, nós que andamos nos passeios, ou a conduzir, nas cidades, temos mil cuidados, não vá surgir um destes espertos e a culpa pode cair sobre nós.

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Por fim, vêm os skaters.

Andam nos passeios a uma velocidade louca, não têm buzina ( se a tivessem era o mesmo) ,fazem curvas e contra-curvas por entre os peões, e quem os vê de frente, tem de se afastar com pressa, não vá descontrolar o "veículo" e vir de encontro a alguém que, sossegado e a pensar na sua vida, é apanhado por ele, e "ai Jesus, que queda!"

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imagem daqui

Ontem, num passeio largo desta cidade, e com um dia de Sol fraquito mas o suficiente para passear e/ou aproveitar para fazer as coisas adiadas, porque a chuva não nos deixa ( hoje já chove por cá), vinha a subir a rua do centro histórico do Arco da Porta Nova, outras pessoas desciam a rua em direcção à estação de comboio, de repente, do nada, surge à minha frente um skater: Saiu-me um grito, porque estava mesmo a ver que vinha contra mim. As pessoas que desciam a rua, olharam para trás e o skater não travou, fez uns zigue-zagues rentinho a nós, quando lhe digo: " Calma! Tenha cuidado com as pessoas. O passeio é para elas."

Óbvio que ele não ouviu.

Não sou nada contra este tipo de veículos, mas acho que quem os utiliza tem de perceber que os passeios são lugares de passagem de pessoas, crianças e animais de estimação (acompanhadois dos seus donos), e que devem procurar seguir as regras adequadas ao veículo que têm.

4 tipos de skates e suas principais características - Hawaii Surf Point!

imagem daqui

 

das férias

de apenas seis dias, gostei de tudo.

Alojadas em Lanzada, não fizemos praia nas que se estendiam para o lado direito e esquerdo do hotel, em frente ao mar, porque estão mais expostas ao vento.

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Tranquilidade, e muitos passeios pelas várias praias da Galiza, foi San Vicente do Mar a eleita.

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A minha amiga  N passara férias nesta praia, já lá vão 30 anos, desafiou-me para passarmos alguns dias, lá queria voltar ao lugar onde fora feliz, e onde tinha de ir à cabine telefónica, que existe ainda, para ligar aos pais a informar que estava bem... Outros tempos.

Metíamos pelos caminhos entre as casas e os pinheiros.

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E a paisagem era maravilhosa.

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Pequenas praias que as rochas protegem do vento, sol quente, água fria mas ao mesmo tempo deliciosa porque se formavam pequenas lagoas onde as crianças estavam à vontade a tomar banho e a brincar. Óbvio que me banhei nelas.

De manhã, o público era maioritariamente com idade para cima dos 40  até aos 70, 80... que se reuniam naquele bocado de água que lhes dava até aos joelhos e cavaqueavam por ali até à hora do almoço.

Reunidas as tralhas, ficava a praia semi deserta.

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Por voltas das 16:00h mudava o público, vinham os casais com filhos pequenos.

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Às 17h00, juntavam-se os adolescentes.

Um grupo considerável concentrava-se no passadiço, alguns metiam-se debaixo dele, outros deitados na areia a conversar e com música a acompanhar.(Provavelmente encontravam-se todos os anos no verão naquela praia, como  na minha adolescência nos anos em que os meus pais alugavam casa por um mês, era o reencontro com os amigos que vinham de outras cidades): 

Depois, vinha outro grupo, mais pequeno, que ocupava sempre as mesmas rochas.  Estes também faziam o mesmo dos mais velhos que estavam de manhã na praia: juntavam-se no mar a conversar, tomavam banho, voltavam para as rochas. Alguns sacavam do cigarrro ( não faziam como os adultos que guardavam as pontas dos cigarros em garrafas de cerveja, mas depositavam-nas na areia). 

No meio destes, e porque a hora da sesta passara há muito, chegavam os pais de 40 e 50;  e os avós; e os grupos de jovens rapazes e raparigas de 30 que se deitavam na areia a conversar.

Era demais, e continuamente, os adultos, os jovens, e crianças que subiam os rochedos e sentavam-se  lá no alto a ver a paisagem ( que  tenho a certeza que seria fantástico).

A água era muito llimpa, não tinha a areia pó que há aqui no norte, mas abundavam as algas.

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Era um prazer tomar banho naquelas " lagoas".

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Passava das 20h00 quando o sol se punha por trás das árvores e uma parte da praia ficava à sombra, era então a hora de pegar nas coisas e regressar a casa.

Mas os jovens ficavam por lá.

Já passaram muitos anos que eu ficava na praia até depois das oito. Foi este o ano que voltou a acontecer.

Este lugar era especial.

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Regressávamos ao hotel, a cerca de 8 km, e do quarto em frente ao mar, tinhamos o maravilhoso pôr-do-sol para ver e fotografar.

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Liga Europa

Vim dar um passeio pelo centro da cidade.

Há dois anos, vínhamos de Lisboa, de comboio , eram muitos os adeptos do Rangers Football Club, que transportavam grades de cerveja, fizeram demasiado ruído, em Coimbra, alguns deles foram postos fora do comboio. 

Amanhã, o Sporting Clube de Braga vai jogar com a mesma equipa para a Liga Europa.

Hoje a cidade está repleta de escoceses.

Muitos jovens, demasiado jovens, que bebem cerveja, cantam, dançam, e desfrutam deste sol que também está a saber-me muito bem.

A bandeira da Ucrânia está lá, por cima da Igreja da Lapa, e as decorações da Páscoa.

No meio de tanta gente, sem máscara, só mesmo os bracarenses, como eu,  se cuidam.

Há festa na cidade.

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"fui entrevistada"

Estava a acender um círio na campa dos meus avós paternos, onde está também sepultado o meu irmão mais velho, quando quatro jovens, um rapaz preto, e três raparigas, estas vestidas com blaser preto, mais me pareceram que tinham ido a um funeral e precisavam de alguma coisa, e que os vira a falarem entre si, aproximarem-se e, timidamente, perguntarem-me se podiam falar comigo.

Falavam tão baixo que mal percebi o que disseram.

Apresentaram-se como estudantes de Relações Públicas da UM, e tinham de fazer um pequeno inquérito, e o lugar era no Cemitério.

Perguntei se iam gravar, a mais desinibida disse-me que iam tirar alguns apontamentos. Era o rapaz que apontava.

Então o que tinha de dizer:

-a idade

- quem estava ali sepultado

-alguma história que quisesse contar sobre algum deles

Elas tinham o telemóvel na mão, pareceu-me que uma delas estava a gravar,mas tambérm não me importei, não era nada demais.

Disse que ali estavam o meu irmão e os meus avós paternos, e noutra secção estavam a minha irmã e os meus pais.

A história que contei, foi que, e apontando para a fotografia do meu irmão, ele foi  um homem simpático e com sentido de humor bastante grande, que  fora tropa e estivera na Guiné uns anos antes do 25de abril de 1974. Que trabalhou na empresa da família.

Perguntaram qual o nome da empresa, respondi que podia ver na lápide dos meus avós a alcunha que tinha "ONÇA". 

Que a minha avó era uma boa mulher, gostava de ter os netos perto dela.

Que dava uma mesada aos netos, enquanto que às netas sentava-as ouvirem contar as histórias dela enquanto lhes dava o lanche.

Resumidamente, foi isto, perguntei se queriam saber mais alguma  coisa.

Disseram que gostaram muito de ouvir, que estavam muito gratos por ter colaborado.

Eu comentei que tive muito gosto em ajudá-los neste pequena entrevista, que lhes desajava muita sorte, e que fossem felizes.

Quando fui à campa dos meus pais e da minha irmã, estava mais um grupo a "entrevistar" um homem, jovem, muito bem parecido.

Quando regressava para sair do cemitérios, um grupo de três rapazes acabavam de entrvistar uma senhora, aproximaram-se de mim e eu comentei que já tinha sido entrevistada pelos colegas.

Com o sorriso nos rostos, agradeceram-me a ajuda.

Pareceu-me que os três grupos que vi, foram bem sucedidos .

 

 

eu sei que sou chata

mas cada dia que passa fico  apreensiva com os números  da pandemia a subirem mais e mais, saio à rua para as minhas compras e ir buscar o sobrinho neto ao colégio.

E não me canso de ouvir e ler este jovem médico, que tem dado muito que falar nas redes sociais e média.

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E esta jovem, médica de família, nortenha, que publica pequenos artigos/ dicas e podcasts muito interessantes, no seu instagram, como este sobre a COVID19 e o SNS.

Hoje, mais infectados, mais óbitos( certamente idosos).

Dói-me alma.

 

 

constatação

Fui a um dos supermercados aqui da zona, estavam duas caixas abertas, uma fila não muito grande em cada uma delas, entraram dois grupos de jovens da escola secundária que vão comprar alguma coisa para se alimentarem ( desde a pandemia acabaram as pizzas congeladas e os micro-ondas para as aquecerem e onde faziam as refeições na esplanada da cafetaria).

Passam à minha frente, procuram a fila mais pequena.

A pessoa que estava à minha frente tinha o cesto cheio, deixei-me ficar atrás da marca,os jovens decidem ir para a fila da outra caixa. Entretanto, a  pessoa à minha frente  pôs as compras no tapete, foi para o fundo da caixa, eu dei uns passos para ocupar a marca no chão que me separava dela.

Ainda na fila do lado, reparei que os cinco jovens, além de não  seguirem as regras de distanciamento,  estavam em algazarra e a poucos centímetros do senhor que estava à sua frente. Não sei se este deu pela aproximação, se não quis dar importância, resolvi meter-me.

Sem sair do meu lugar, perguntei-lhes se achavam que estavam a cumprir as regras de distanciamento e as marcas no chão.

Olharam para mim, perguntou-me um deles: " o quê?"

E repeti.

A resposta foi, virarem-me as costas e ficarem calados.

Entretanto, um funcionário abriu outra caixa, despachou os jovens.

Também já reparei que neste supermercado as (os) funcionárias (os) das caixas nunca desinfectam as mãos nem limpam o tapete rolante.

E que eles são muito mais atenciosos do que elas.

Se faço algum reparo, elas reagem mal, quer tenham razão ou não.

Gosto e vou de lá porque é um supermercado arejado, sinto-me mais segura.

 

 

 

quando a criançada reage à provocação dos jovens

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Intervalo de almoço na escola  do 1º ciclo aqui da rua.

Junto ao pátio há uma passagem que vai dar a uma rua com acesso ao centro da cidade.

Os alunos da escola secundária passam por este caminho.

Estava eu nas minha tarefas, enquanto fazia o almoço, ouvi uma voz masculina, forte, proclamava qualquer coisa e as crianças gritavam de alegria.

Fui à varanda.

Nesse caminho, três rapazes negros e duas raparigas brancas, observavam os miúdos que jogavam à bola.

 O rapaz mais alto, gritava: "Bragaaaaaaaaaaa!"

Os miúdos saltavam e gritavam: Bragaaaaaaaaaaa!

Seguia-se a voz do rapaz: Benficaaaaaaaaaa!

E os miúdos gritavam mais alto : Benficaaaaaaaaaaaa!

Depois era a vez do rapaz:

Sportiiiiiiiiiiiing!

E elas: Uhhhhhhhhh!

E eu ria-me às gargalhadas com a cena.

Voltava a voz forte: Poooooooooooorto!
E deu-se o êxtase da criançada que saltava e batia palmas: Poooooooooooooooooooooooooooooorto!

Repetiu-se a cena para cada um dos clubes, com mais vigor e alegria da pequenada.

Acabou a cena, o grupo segui o seu caminho, as crianças regressaram ao jogo de futebol.

 

 

foi um dia e tanto

Quinta-feira, depois da cena do jovem  "o ruivo",  já na descida da rua 31 de Janeiro, o telemóvel tocou.

Era a minha amiga M a responder-me  à SMS que enviara (em conversa, no café, no dia anterior, dissera-me  que tinha intenção de ir ao Bom Jesus do Monte, no dia seguinte, supus que iria sozinha).

Estava um dia muito agradável, depois desta caminhada, e porque há muito tempo que não vou ao Bom Jesus a pé, far-lhe-ia companhia se ela assim o entendesse.

Os filhos fora de casa, era o dia ideal. Ia, sim, sozinha. Eu sentia-me com forças para mais uns quilómetros, ofereci-me para fazer companhia, combinamos  sair por volta do meio-dia.

Pés a caminho, rodovia fora, subimos por Tenões. Eram inúmeros os jovens que desciam aquela estrada.

Chegamos aos escadórios lá estavam os autocarros que aguardavam os turistas que subiam o monte pelo velhinho ascensor movido a água, e desciam pelos escadórios.

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Subimos, e parámos no belo largo para as fotografias, continuámos a subida.

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Corpo quente da caminhada e da subida, não convinha entrar no frio Santuário, fizemos uma pequena paragem no miradouro para vermos a cidade.

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Após uns minutos de reflexão, e como adoro fotografar tectos e nunca me lembrara deste, chegou a sua vez.

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Orações cumpridas, fomos comprar gelados, ouço a minha amiga dizer "one hundred and forty", virei-me,  traduzia para  um estrangeiro o valor que a senhora lhe dissera em português. Uns segundos depois vejo-a  falar com outro senhor, a quem pediu desculpa pensando ser estrangeiro, que era, mas brasileiro.

Encetou-se uma conversa sobre o ascensor que queria saber onde era, a explicação de como funcionava a subida e a descida, que o Santuário é dos mais bonitos da Europa, nem o de Notre Dame é tão belo, que temos uma paisagem lindíssima...

Eu pouco falava, e nem precisei, limitei-me a observar o senhor. Uma simpatia de homem, cabelos grisalhos a tender para o branco, olhos castanhos, barba de 2/3 dias, vestuário desportivo mas elegante, fazia perguntas sobre Braga e comentava se há casas para alugar, que somos um povo tranquilo, que a polícia trata bem as pessoas, que no Brasil as balas perdidas matam muita gente, que é impossível lá viver, que é do Recife, que tem intenção de viver em Portugal, que pensou viver em Cascais ou Oeiras..

Chamou a esposa que, mais à frente, observava a vista da cidade, para ouvir a nossa conversa.

Ela aproximou-se e cumprimentou-nos.

Os óculos escuros não deixavam ver o seu rosto moreno, mas pareceu-me ser uma bela mulher.

À minha pergunta se estavam de carro, e  à resposta afirmativa, reparando  no calçado prático que traziam, aconselhei-os a descer os escadórios, "a descer todos os santos ajudam", disse, e fazer a subida de ascensor;  que o parque era grande, havia o lago na parte superior, muito para ver neste espaço.

Despediram-se de nós, dirigiram-se à loja de recordações.

Subimos ao lago, vimo-los caminhar na direcção da gruta, cá em baixo.

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Gosto de tirar fotografias dos mesmos locais, e este, em particular, onde se vê a cidade ao fundo. 

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Pais e filhos passeavam de barco. Do outro lado do parque  as crianças divertiam-se no renovado "parquinho" infantil.

E as numerosas árvores carregadas de camélias dão vida e cor ao espaço.

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Muitos eram os turistas que tiravam a fotografia da praxe, consegui um pequeno espaço para fotografar a minha amiga.

Decidimos fazer o regresso a casa a pé, passamos pela antiga bracalândia que deu lugar ao Instituto de Nano Tecnologia, lembrei-me da "anedota" com imagem  que alguém me enviara e que diz mais ou menos isto: 

Bracarense que é bracarense dirá sempre que foi ao Feira Nova (Braga Parque), que estacionou o carro na Bracalândia ( Instituto de Nano Tecnologia)  e meteu gasolina na Mobil ( BP).

5 km de manhã, mais estes 9,5 km, comentei com a minha amiga que as pernas estavam a dar os mesmos sinais de cansaço da nossa longa caminhada em Barcelona, naquele domingo de Março de 2015.

E por falar em Barcelona, comentei, também,  que "conheço" um blogger que viveu nesta bela cidade, que escreve belos textos dos lugares menos frequentados pelos turistas, e que, quem os lê, apetece meter-se no avião e conhecer o que passa ao lado.

Metemos pelos campos de jogos da Rodovia, em reconstrução, vê-se algum betão (espero que não deja demais), um parque radical já pronto, barras paralelas para os atletas de rua,  novas vias pedonais a alcatroar.

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A M é uma boa companhia ( ela diz que sou a sua mana) tem o tempo muito ocupado com a família e o trabalho, já nem os nossos passeios à noite, pelas ruas da cidade, fazemos.

Gostaria de repetir as nossas caminhadas, as conversas, os desabafos, as gargalhadas.

Foi um dia e tanto, esta quinta-feira.