coisas do meu dia
A semana passada vieram os técnicos para instalar a fibra óptica, que não foi possível executarem o trabalho uma vez que não podiam invadir os quintais sem autorização dos vizinhos.
Depois de falar com dois, todos donos dos apartamento, só no domingo consegui pedir a autorização do terceiro, já depois de ter marcado o novo dia, segunda-feira, para a instalação.
Se da primeira vez vieram dois técnicos, desta vez, veio um.
Mostrei-lhe os quintais e perguntei se não vinha alguém para o ajudar.
Respondeu-me que estava sozinho.
Decidi ajudar o jovem brasileiro, muito simpático e educado.
Começou o trabalho dentro de casa.
Descemos as escadas, fui tocar à porta da vizinha do quintal mais afastado. Abriu-me a porta e lá fui ver os quintais, completamente abandonados ( vêem-se da janela, perguntava-me o porquê do abandono quando, em tempos, nos dias de verão, alguns inquilinos faziam churrascos e jantavam lá).
O sol da manhã era quente. Nas traseiras que dão acesso à minha garagem, e de molde a evitar passar por todos os quintais, aguardava eu no outro extremo, que ele enrolasse o fio e o fizesse chegar às minhas mãos, qual corda de um rodeio americano, em que eu teria de puxar o fio e esticá-lo, segundo as suas instruções, ditas do outro lado.
Com o escadote, viria, prendê-lo ao emaranhado dos outros que se juntam e se unem nas caixas dos CTT, da MEO, da NOS.
Trazer o longo escadote para o quintal, foi uma jogada que ele teve de fazer (que tinha de descer à cave), mas conseguiu.
E pedia-me: "faça assim, puxe mais um pouco", sempre debaixo do sol escaldante.
Ainda fora de casa, saímos do quintal e passamos para o terraço que dá acesso às garagens dos apartamentos onde está a caixa.
Esquecera-me de pedir autorização aos inquilinos, uma vez que deste lado não há quintais, tem um portão exterior, um dos apartamentos está em obras, se houvesse alguém a questionar a presença do técnico, estava eu para falar. E não larguei o jovem.
De repente, vem o vizinho de um dos andares.
Vi-o, cumprimentei-o ( há muitos anos que vive aqui, também) pedi desculpa pela invasão, expliquei o que estavamos a fazer.
Esta fase foi demorada. Aqui, estava eu à sombra e ele, no escadote, fazia o seu trabalho. Atirava as sobras e o que não precisava para o chão, eu apanhava.
Acabada a instalação, viemos para casa.
O jovem brasileiro fez as ligações e os testes.
Às tantas diz-me ele: " Obrigada, senhora, pela ajuda. Se não fosse a senhora ainda estava lá fora a fazer a instalação."
Respondi que sempre estive e estou disponível para ajudar, não me custa nada.
Mesmo assim, levou-lhe (nos) mais de 2 horas.