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cantinho da casa

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Festival de Jardins de Ponte de Lima

No post anterior, escrevi que fui ao Festival de Jardins, o 19º, de Ponte de Lima.

Este ano com o tema "O Imaginário na Arte dos Jardins", ficam aqui algumas das muitas fotografias que tirei,de cada um dos participantes, e por ordem numérica, dos onze em concurso.

À saída do recinto, deixamos o folheto com o voto do jardim que gostamos mais. Votei em " O Jardim Dinamarquês".

No final da exposição é dado a conhecer o jardim vencedor.

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Contestação da Imaginação

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O Mar de Areia

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Jardim  Intenção Paradoxal

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O Portal dos Sentidos

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Jardim ao Ar Livre

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(não me recordo de ver este jardim, a imagem é daqui)

 

O Jardim Dinamarquês

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Jardin del Leto

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Olho Interior

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(sem fotografia, esta é daqui)

 

O Sonho Imaginário de uma Infância Asiática

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Image(s) in Air

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concepção da ideia, Portugal/ Bélgica

 

Jardim da Moura

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As escolas também participam com  os Jardins das crianças

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Até 31 de Outubro, em Ponte de Lima.

 

 

 

 

Viver é isto

A morte deTina Turner levou-me para os  anos áureos da minha juventude, das viagens para as discotecas, nas noites de sábado de verao,para Viana do Castelo,   ou Ofir.

A mulher que o meu irmão dizia que tinha as pernas mais bonitas do mundo.

Depois, no programa "Essencial" do Jornal da Noite, da SIC, as três vítimas de assédio sexual na infância e adolescência, por padres ,  chocaram-me com as suas declarações.

E trouxeram-me lembranças da minha inocente infância, quando ia confessar os meus pecados ao padre, e eu pensava para mim mesma que não os tinha.

Quando ele me perguntava quais foram os que cometi e respondia que me tinha zangado com os meus irmãos, ou que não fizera o que a minha mãe mandava.

Eram sempre os mesmos. Mas a minha mãe mandava -me confessar-me e eu ia.

Eu inventava porque eu era criança e não sabia o que era fazer mal a alguém.

E poucos minutos após confessar os "pecados" , dava a absolvição e ainda tinha de rezar não sei quantas Avé Marias( hoje rezo porque quero e pela fé que tenho).

Acabado o Jornal da Noite,  peguei no telemóvel, entrei no Sapo blogs e vejo um destaque cujo nome reconheci.

E li.

As orquídeas que a Isabel trouxe de casa da mãe, e cuidou delas.

E neste primeiro aniversário do seu falecimento, com muito orgulho, e em sua homenagem mostra-nos a fotografia.

E que lindas orquídeas!

E as lágrimas caíam pelo meu rosto, limpava-as com as mãos.

Sempre que há uma notícia da morte de alguém, traz memórias da minha mãe.

Fiquei sem mãe, pai e dois irmãos, mas a minha mãe é a primeira pessoa que está sempre comigo. 

Faleceu a 13 dias de completar 53 anos.

Quando fiz 60, pensei " a minha mãe morreu com 52, a minha irmã com 56, o irmão com 55".

Respirei de alívio e comentei: "eu passei!"

E tudo isto põe-me a chorar.

Talvez seja a forma de libertar o que me preocupa no presente e que tento mostrar que está tudo bem.

Viver é isto.

 

 

 

"com o mar não se brinca"

 A reportagem no jornal da noite da SIC foi de um alerta extremo, na minha opinião.

Se não se fizer nada pelo ambiente, quer por cá, quer a nível global, mais 10 a 20 anos, os nossos netos não terão a praia que hoje muito gostam e usufruem.

Em 2014, escrevi este post (fiz um print screen do texto).

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Sempre manifestei que adoro o mar, e sempre disse que lhe tenho  muito respeito.

E o meu respeito está nas palavras que foram o título da reportagem, e ditas por uma das pessoa intervieram nela:

"Com o mar não se brinca".

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a "moeda" da minha infância

Esta coisa de trocar comentários ( sim, porque gosto mais de comentar que escrever no blog) com algumas bloggers que merecem a minha consideração, frequentemente levam-me para lembranças do passado longínquo ou mais recente da minha vida.

Ora um dia destes, na página do Município de Braga li esta notícia.

Saltaram-me logo aos olhos estas frases:

"Cacos D’Hóstia’ apelam à memória de Braga"

“Quem não se lembra de, na sua infância, vir ao IMA pedir aparas de hóstia ou cacos? É esta memória de Braga que os ‘Cacos D’Hóstia’ ajudam a preservar”,

 

"Uauuu! Vou voltar a comer a guloseima da minha infância", pensei.

De repente, lembrei-me que tinha escrito qualquer coisa sobre o assunto. Procurei nas tags do blog mas elas não me levavam ao que pretendia, até que se fez luz e: " Não! Comentei algures num blog!".

Lembrei-me da imagem e da palavra "moeda".

E cheguei à  'ssoa, em  " conversa com gente miúda" , lá no seu cantinho.

 

 

 

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( e os comentários continuaram)

 

Precisava de ir à farmácia, passaria no Posto de Turismo, queria saber onde comprar.

E mesmo ali ao lado, na pastelaria, encontraria os Cacos D' Hóstia.

Um euro cada saco, vim feliz e contente desejosa por comer a delícia da minha infância.

E o saco está a ficar vazio.

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Mas afinal o que são os Cacos D' Hóstia?

As hóstias têm várias medidas. Segundo esta fonte,  entre 3 e 5 cm  para os fiéis, as maiores, 7 e 16,5 cm para os sacerdotes.

Fabricadas nos Conventos, quando cortadas nestas medidas, os pedaços/ cacos que não eram aproveitados eram vendidas ao público nessas lugares religiosos.

E eram estes pedaços d' hóstia que faziam as delícias da minha infância.

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Não me recordo quanto custava cada saco de hóstias, mas que eram muitos e grandes os pedaços de hóstia, eram.

Mais tarde deixaram de ser vendidos, ficou para sempre na minha memória gustativa aqueles pedaços de farinha e água.

Farinha e água! E porquê esse gosto por uma coisa que parece saber a nada?

É que estes dois ingredientes, farinha e água, resultam no pão ázimo , saciam a fome e tem um sabor especial, para mim, quando se colam ao céu da boca, e, caramba, adoro!

Por tudo isto, ' ssoa, "é para comer, pode contar comigo" . Tenho o maior prazer em enviar-lhe uns sacos de Cacos d' Hóstia e provar as memórias da minha infância.

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(Não sou perfeita a fazer bolos,  mas hei de experimentar fazer um em que a base ou a cobertura seja a hóstia. Só de pensar!)

 

 

Como já não suporto mais ver o jogo da taça, escrevo sobre a tarde de ontem em Ponte de Lima

Antes de deixarmos o espaço do Festival de Jardins, fizemos a nossa votação do jardim que mais gostamos e, coincidência, conheci e fotografei uma das projetistas do jardim eleito por nós, o "Reflexos Infinitos", da Áustria.

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Fomos em direção ao centro da vila para um lanche num dos lugares mencionados pelo Casal mais "in" da blogosfera.

Antes de meter carro à estrada, consultei o blog deste simpático e muito bem informado Casal, pois não me lembrava do nome desse lugar, que não é um restaurante, mas uma mercearia, conforme aqui transcrito:

O ambiente 

A Mercearia da Vila é uma antiga mercearia com mais de 100 anos, totalmente restaurada. O balcão e os armários são anteriores a 1906, as balanças são autênticas relíquias e até o moinho de café antigo está exposto e restaurado. Dentro dos armários que cobrem todas as paredes da mercearia, há uma invejável colecção de brinquedos do tempo dos nossos avós: de carrinhos a aviões de corda, passando por caixas de música deliciosas. Nas paredes, há anúncios à papa Cérélac (do tempo em que ainda vinha numa lata) ou à "Novidade: a Super Farinha" Fortifex. Num canto, encontra um conjunto de latas, onde antigamente se guardava o chá, ou os magníficos chapéus de chuva de chocolate embrulhados em papel às cores."

 

E eis que nos aparece à frente a fazer canto numa pequena praceta, a Mercearia da Vila.

Entramos, quase na hora de fechar, estava apenas um casal com um bebé, fomos de imediato recebidos por um simpático casal de jovens.

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Consultamos a lista, escolhemos sandes de presunto com queijo e rúcula ( a minha foi substituída por alface) e para beber, finos. Não arriscamos na sangria e/ou vinho ou champanhe porque eu conduzia e "se conduzir não beba".

Vieram as sandes para a mesa, um brinde à amizade e às saídas inesperadas, uma trinca na sande e eu, "alto aí que quero tirar fotografias!"

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Quando o primeiro bocado de pão entrou na minha boca "ai, que delícia!" proclamaram as minhas papilas gustativas.

"Delicioso pão, delicioso presunto!"

Enquanto comíamos, observavamos a decoração do espaço, os brinquedos da infância, os guarda-chuvas de chocolate, a máquina de furos da Regina (que saudades!), enfim, foi o recordar da nossa infância.

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Pensamos comer uma fatia de um dos muitos e variados bolos expostos no balcão mas já não aguentavamos mais nada, deixamos para uma próxima visita à Mercearia.

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Pedimos a conta. A dona deste simpático lugar veio receber e foi então que nos disse que andava muito cansada  pois os dois jovens que nos serviram são estagiários.

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Legos

Não cresci no meio dos brinquedos, não me lembro de os ter, e talvez por isso nunca tenha dado importância às bonecas.

As minhas brincadeiras eram na rua, quase  sempre a saltar à corda, fazer dos corrimões o escorrega, jogar ao esconde-esconde nos prédios em construção aqui da rua, jogar ao mata, na escola, jogar futebol no meio da rua, nas noites de verão e até que os pais chamassem para dormir.

Meus pais davam-nos um mês de férias na praia, as melhores que jamais tive(mos).

Meu pai, filho e sócio da empresa do pai, era caixeiro-viajente e costumava estar longos meses em Angola e Moçambique, assim como viajava por este país adentro, acima e abaixo, para tratar das vendas, dos clientes, dos negócios. 

E foi numa destas viagens a África que trouxe uma joaninha (já aqui falei dela, algures num post) na qual metiamos duas enormes pilhas, ligavamos o botão e lá andava ela casa fora e, quando esbarrava com um pé do móvel, com a parede, com a nossa mão, as duas pequenas lâmpadas, os olhos, acendiam e desviava-se do obstáculo, continuando o seu passeio.

Mas este brinquedo foi oferecido para as duas filhas. Os rapazes tiveram um autocarro, que se movia a pilhas, também.

Os meus dois irmãos mais  novos nasceriam mais tarde, foi uma alegria para todos nós, a vida era outra, e estes, sim, tiveram brinquedos. E o meu pai deixou de viajar para estes dois  países tão amados, deixou a sua experiente vida em África.

Os meus irmãos mais novos cresceram, estudaram, casaram, tiveram filhos.

Os seus filhos, meus sobrinhos, foram criados com brinquedos.

Outras vidas, outros modos de estar, outras educações.

O meu irmão mais novo adorava legos e, quando nasceu o primeiro filho, constantemente comprava peças que ia completando em pequenas coleções: de piratas, de carros, de construções.

Muitas foram as vezes que estas peças eram oferecidas como prenda de anos ou de Natal.

Hoje, nas estantes do seu escritório, tem uma bonita exposição de legos, do filho mais velho.

Não me recordo de os outros dois filhos darem tanta importância aos legos. Davam sim, aos bonecos da playmobil,comandos, tazos, bablades, tamagotchi, power  rangers , as tartarugas ninja, e outros que já não me lembro.

Ora o filho mais velho passava fins de semana aqui  em casa, e eu dava todo o tempo que podia para brincar com ele.

Pois então, os legos faziam parte do nosso entretenimento (e de os ter eu de arrumar, sempre que as peças ficavam espalhadas pelo chão, quando o puto ia embora). Horas dedicadas a construir, a mudar, a não querer assim, a querer assado, põe, tira, volta a pôr.

O tempo passou e ficou a saudade dos Legos, que não há muitos anos deixaram de existir por cá.

Estes dias, na minha página do FB, tinha isto.

 A recordação destes anos que passaram e nos momentos que vivi com este meu sobrinho deixam-me uma saudade enorme desse tempo não muito longe, e "já!?".

Não me recordo de haver alguma exposição de Legos cá em Braga. E por que este fim de semana está cá a maior Exposição de Legos da Península Ibérica, vou ter o prazer de deliciar os meus olhos com este pequeno mundo fantástico dos brinquedos que não fizeram parte da minha vida de criança, mas da minha vida de adulta, quando o Pedro (agora a viver fora do país) andava por este meu cantinho.

Bem-vinda, Braga, ao mundo fantástico da LEGO.

 

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 E que tal, ao lanche, um Lego hamburger daqui?

 

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Comentário

O amigo carapaucarapau fez o seguinte comentário sobre meu post «Crianças»:

 
 
"Lousa, dizes tu e muito bem.
Mais para o sul chamava-se "ardósia" ou mesmo "pedra". Nela se escrevia com um "ponteiro". Era uma placa de xisto encaixilhada num quando de madeira que levávamos dentro da sacola e onde eram feitas as contas e os problemas e às vezes pequenas redacções. Dimensões aprox. 20X30 cm.
Semanalmente a moldura de madeira era lavada com água e sabão para se apresentar limpa, pois muitas vezes o apaganço era feito com cuspo...
Pois era...
Calcula que os putos até aprendiam a ler, a escrever, a contar, a fazer contas, a não dar erros e tudo a partir duma "pedra".
Ainda tenho uma "pedra" dessas, ainda que não seja a da minha infância.
Estou a escrever isto e a pensar numa coisa. Como sabes nas salas de aula também havia (há?) essas "pedras" (os quadros pretos em ponto maior é claro onde se escrevia (escreve?) com um giz.
Suponho que a expressão "ser chamado à pedra" vem daí, de ser chamado ao quadro para mostrar os seus conhecimentos.
Se bem me lembro..."
 
Pois, carapau, tens razão. O pormenor de apagarmos com a saliva aquilo que tínhamos feito e /ou errado.
E a expressão, sendo tu um homem muito bem informado e vivo de memórias, deve querer significar isso mesmo.
Admiro os teus conhecimentos, amigo.

(Parece que a imagem que postei foi retirada. Aqui está, com a história que conhecia em crianaç. Vamos ver se fica)
 
santa nostalgia lousa de escrever

 

  Acrescento mais alguns dos objectos que eram moda na época e cuja variedade era escassa.

 

As SEBENTAS.

 

 

Na minha adolescência interpretávamos cada uma das letras da palavra como, « Se És Bom Estudante Namoras Todo Ano»

 

 

 

 

Neste pequeno caderno, sem linhas, registávamos os nossos TPCs, fazíamos desenhos, riscos e rabiscos.

 

 

 

Usávamos a ainda actual borracha ou "safa".

 

  

 

 

 

Os guaches, dos mais baratos, porque não era possível comprar os de marca.

 

 

 

Os godés  em plástico para lavar os pincéis.    

 

Como a família era grandem comprava-se uma caixa de 6 lápis de cor, para todos.

 

 

(não consegui encontrar uma imagem com marca e embalagem de 6 cores que se usava nos anos 60).

 

Os livro de leitura com o símbolo que eu muito gostava.

 

 

 

 

 

 

 


Falta a mala da escola. Impossível encontrar a que eu usei, na Primária.

 

Ao Domingo, na missa, usávamos o Missal. 

        

 

   e o véu branco em tule para a meninas.

 

 

 


Obrigado carapau, por me fazeres lembrar mais alguns do objectos da minha/nossa infância