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cantinho da casa

cantinho da casa

e a prioridade aos idosos?!

Agora que estamos em casa, ligo a televisão para estar a par das notícias.

De  manhã, na SIC Notícias, no Opinião Pública, uma senhora de 80 anos falava ao telefone.Vive sozinha, vive num prédio onde não tem ajuda de ninguém, o seu vizinho fechou-se em casa, usa canadianas para se movimentar.

Um dia destes, foi ao Pingo Doce, em frente a sua casa, a fila era grande, e pensando que teria prioridade, e tendo recorrido ao facto de ser idosa, foi-lhe rejeitada ( não foi dito se foi alguém do supermercado que não lhe deu prioridade ou quem estava à frente na fila)  tinha de ir para o fim da fila.

Com as dificuldades que tem de estar de pé,  à espera da vez, decidiu ir para casa.

O seu telefonema para a SIC era no sentido de pedir auxílio.

Fiquei zangada com o que ouvi.

Fosse eu que estivesse na fila,  e nem que tivesse de discutir com as pessoas ou com quem estivesse a controlar a entrada, tenho a certeza que a senhora entraria, e pediria à primeira pessoa da fila que ajudasse a senhora a fazer as compras.

E à saída,eu iria ajudá-la levá-las a casa.

Tanta solidariedade e na hora de aflição, as pessoas tornam-se egoístas.

Que tristeza.

 

 

este tempo frio

é mau para os idosos.

Em dois meses, faleceram três vizinhos. 

Quinta-feira faleceu a vizinha do lado, andava eu aqui por casa, não vi nem soube de nada. 

No sábado, chegava eu da praia, encontrei um vizinho que percebeu que eu não tinha conhecimento de nada, disse-me que o funeral fora nessa tarde.

Vi saírem os filhos, fui cumprimentá-los, soube que a missa de sétimo dia estava marcada para hoje.

Não podia faltar.

E eis que no final da missa estou com a irmã de um amigo meu, perguntei pela mãe, respondeu-me que faleceu na terça-feira passada.

Segunda-feira, é a missa de sétimo dia. Mais uma vez, não posso faltar.

Esta nossa vida de nos fechamos em casa, não vamos ao café, não lemos o jornal da cidade (nem que fosse para ver a necrologia), raramente se sabe o que acontece na rua onde, em tempos, e nas férias de verão, os filhos brincavam até à meia-noite.

Éramos uma família.

 

 

 

 

não consigo perceber

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a mentalidade da maioria das pessoas que não querem fatura  das compras que fazem.

Vária vezes escrevi  e comentei que nem sempre me lembro de pedir fatura, mas se me perguntarem se quero, respondo que sim.

Na caixa do supermercado, um senhor que deve andar pelos 75 anos, foi operário na empresa do meu pai, conheço-o bem, estava a  ser um pouco grosseiro por que uma senhora  se posicionou ao lado da operadora de caixa, e falava de alguém que , porvavelmente, conheciam.

Disse-lhe para se acalmar porque a senhora estava a conversar enquanto fazia o pagamento das compras. Por sua vez,a senhora que estava à frente dele dizia: "parece-me que esta gente não tem o almoço para fazer, não saem do sítio, só conversa e mais conversa".

Quando chegou a vez do senhor e a operadora pergunta-lhe se quer fatura, responde: "Não minha, senhora! Era o que faltava, eles querem controlar o que nós compramos! Não precisam saber da minha vida".

Conhecendo-o eu, meti-me  na conversa e disse que não era bem assim, mas interrompe-me logo: "Um amigo meu disse-me que as finanças foram em cima dele porque gastou mais do que aquilo que recebe. As finanças não têm nada que saber onde gasto o dinheiro. Se as pessoas ganham 500 e gastam mil, dão um passo maior que a perna, logo, eles controlam tudo e lixam-nos a vida."

A minha vez chegou, já eu tinha na mão o cartão do supermercado, o cartão e-fatura, e o multibanco.

Comentei entre dentes: "Não vale a pena argumentar com pessoas  idosas e com ideias retrógradas".

Paguei e trouxe a minha fatura.

 

 

 

 

O respeito

 

Fui ao cemitério limpar a urna dos meus familiares (não é só em vésperas de finados que o faço) fui comprar círios e flores, pedi um balde emprestado (consegui fazer tudo com a mão esquerda) e no momento que estava a fazer o pagamento, a florista (cerca de 62 anos) levanta a voz "porque a senhora quer estes fetos, mas estes não lhos dou porque são caros, dou-lhe dos outros".

Viro-me para trás e vejo uma senhora idosa, forte, vestida de preto que,com ar arrogante, reclamava o quê?

Segundo a florista me contou, a filha da idosa andara por todas as bancadas à procura de umas flores (não conheço, nem sei o nome) de cor verde, lindas, por sinal, mas muitos caras. Como nesta bancada encontrou as mais bonitas e arranjadas, comprou-as.

A idosa achava que a florista devia oferecer-lhe os fetos "x" e que ela era cliente, e que a florista tinha obrigação de lhe oferecer o que ela queria. 

A florista dizia-lhe que não lhe dava esses, mas outros mais baratos, porque também  tinha de pagar ao fornecedor e a vida dela não é fácil, por isso, dava-lhe os outros.

A senhora não tem mais nada: tira o dinheiro, paga as flores ao mesmo tempo que diz para a florista: "A senhora é uma ladra!"

Palavra que esta disse, e espanto meu que nem queria acreditar no que ouvira: "Ladra, eu? A filha da senhora andou aqui e acolá a ver as flores, veio à minha banca porque disse que as minhas eram as mais bonitos e chama-me ladra só porque não lhe ofereço os fetos mais caros? Se a senhora quer os fetos leva os que lhe ofereço, ou então não lhe dou nada!"

E a idosa continuava a reclamar e volta à carga: "a senhora é sim, uma ladra".

A filha da idosa aproxima-se, conversa com a mãe, baixinho, vira-se para a florista e diz "então a senhora não dá os fetos à minha mãe?"

A florista contou o que acontecera e que a mãe a insultara de ladra. E a filha em defesa da mãe, responde: "a senhora é uma ladra, sim!"

E foi então que a filha da florista, que fazia os ramos e mantivera-se calada, reagiu também. Vai em defesa da mãe e atiram-se às outras duas...

E eu nem queria acreditar no que ouvia e via.

Tentei acalmar os ânimos, disse à florista para não lhe responder, não se sabe o que estas pessoas podem fazer, "deixe lá", dizia eu, ao mesmo tempo que a filha desta dizia aos berros,e para arrumar com a discussão: "Mãe, esquece. Acaba com a conversa. Deixa-as ir. Cliente destas não queremos aqui. Mãe, pára de barafustar"

E a florista reclamava "Olhe que isto é um caso de políca. Chamar-me ladra! A senhora não entende que não posso dar-lhe o que quer? Ladra, eu?"

E a idosa, de bengala, e ajudada pela filha, vão para o carro. Entretanto, dois homens também de idade avançada,sentados num banco em frente à bancada, levantam-se, acompanham a senhora e a filha, entram no carro e vão embora.

Os dois homens assistiram a tudo e não intervieram. Provavelmente, já conhecem as peças (coisas minhas).

No final, comentei com a florista: "Há idosos que pensam que porque são mais velhos têm direito a benesses e abusam dos mais novos. Neste caso, não teve respeito por si. Não se incomode, está um dia bonito, esqueça o assunto".

E fui à minha vida. Quando regressei para lhes entregar o balde, elas estavam mais calmas.

É um facto que constato: os idosos merecem todo o respeito, mas muitos não têm o direito de fazerem o que lhes apetece, só porque são idosos.

 

 

NÃO QUERO MORRER…..

Uma carta com data de fevereiro passado, recebida hoje, no meu e-mail, julgo ser de conhecimento de muitas pessoas, sobre um assunto que me toca e aos milhares de portugueses que se encontram em situação precária, " não quero morrer..."a carta de Júlio Isidro, aqui, no meu cantinho.

 

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Apareceu, por mão amiga, este texto de Júlio Isidro que dá para este fim de semana dar ânimo a todos os que bem pensam sobre o nosso futuro.

 

 

NÃO, NÃO ESTOU VELHO!!!!!!

NÃO SOU É SUFICIENTEMENTE NOVO  PARA  JÁ SABER TUDO!

 

Passaram 40 anos de um sonho chamado Abril.

E lembro-me do texto de Jorge de Sena…. Não quero morrer sem ver a cor da liberdade.

Passaram quatro décadas e de súbito os portugueses ficam a saber, em espanto, que são responsáveis de uma crise e que a têm que pagar…. civilizadamente,  ordenadamente, no respeito  das regras da democracia, com manifestações próprias das democracias e greves a que têm direito, mas demonstrando sempre o seu elevado espírito cívico, no sofrer e ….calar.

Sou dos que acreditam na invenção desta crise.

 

Um “directório” algures  decidiu que as classes médias estavam a viver acima da média. E de repente verificou-se que todos os países estão a dever dinheiro uns aos outros…. a dívida soberana entrou no nosso vocabulário e invadiu o dia a dia.

Serviu para despedir, cortar salários, regalias/direitos do chamado Estado Social e o valor do trabalho foi diminuído, embora um nosso ministro tenha dito decerto por lapso, que “o trabalho liberta”, frase escrita no portão de entrada de Auschwitz.

Parece que  alguém anda à procura de uma solução que se espera não seja final.

Os homens nascem com direito à felicidade e não apenas à estrita e restrita sobrevivência.

Foi perante o espanto dos portugueses que os velhos ficaram com muito menos do seu contrato com o Estado  que se comprometia devolver o investimento de uma vida de trabalho.Mas, daqui a 20 anos isto resolve-se.

Agora, os velhos atónitos, repartem o dinheiro  entre os medicamentos e a comida.

E ainda tem que dar para ajudar os filhos e netos num exercício de gestão impossível.

A Igreja e tantas instituições de solidariedade fazem diariamente o miagre da multiplicação dos pães.

Morrem mais velhos em solidão, dão por eles pelo cheiro, os passes sociais impedem-nos de  sair de casa,  suicidam-se mais pessoas, mata-se mais dentro de casa, maridos, mulheres e filhos mancham-se  de sangue , 5% dos sem abrigo têm cursos superiores, consta que há cursos superiores  de geração espontânea, mas 81.000  licenciados estão desempregados.

Milhares de alunos saem das universidades porque não têm como pagar as propinas, enquanto que muitos desistem de estudar para procurar trabalho.

Há 200.000 novos emigrantes, e o filme “Gaiola Dourada”  faz um milhão de espectadores.

Há terras do interior, sem centro de saúde, sem correios e sem finanças, e os festivais de verão estão cheios com bilhetes de centenas de euros.

Há carros topo de gama para sortear e auto-estradas desertas. Na televisão a gente vê gente a fazer sexo explícito e explicitamente a revelar histórias de vida que exaltam a boçalidade.

Há 50.000 trabalhadores rurais que abandonaram os campos, mas  há as grandes vitórias da venda de dívida pública a taxas muito mais altas do que outros países intervencionados.

Há romances de ajustes de contas entre políticos e ex-políticos, mas tudo vai acabar em bem...estar para ambas as partes.

Aumentam as mortes por problemas respiratórios consequência de carências alimentares e higiénicas, há enfermeiros a partir entre lágrimas para Inglaterra e Alemanha para ganharem muito mais do que 3 euros à hora, há o romance do senhor Hollande e o enredo do senhor Obama que tudo tem feito para que o SNS americano seja mesmo para todos os americanos. Também ele tem um sonho…

Há a privatização de empresas portuguesas altamente lucrativas e outras que virão a ser lucrativas. Se são e podem vir a ser, porque é que se vendem?

E há a saída à irlandesa quando eu preferia uma…à francesa.

Há muita gente a opinar, alguns escondidos com o rabo de fora.

E aprendemos neologismos como “inconseguimento” e “irrevogável” que quer dizer exactamente o contrário do que está escrito no dicionário.

Mas há os penalties escalpelizados na TV em câmara lenta, muito lenta e muito discutidos, e muita conversa, muita conversa e nós, distraídos.

E agora, já quase todos sabemos que existiu um pintor chamado Miró, nem que seja por via bancária. Surrealista…

Mas há os meninos que têm que ir à escola nas férias para ter pequeno- almoço e almoço.

E as mães que vão ao banco…. alimentar contra a fome , envergonhadamente , matar a fome dos seus meninos.

É por estes meninos com a esperança de dias melhores prometidos para daqui a 20 anos, pelos velhos sem mais 20 anos de esperança de vida e pelos quarentões com a desconfiança de que não mudarão de vida, que eu não quero morrer sem ver a cor de uma nova liberdade.

 

Júlio Isidro

Os idosos são um perigo!

 

 

 

 

Hoje de manhã, na minha caminhada  matinal, agora que há sol e a temperatura ambiente é de primavera, passei pela feira.

Descendo a avenida principal, uma senhora idosa, baixinha, vestida de preto, com ar muito doce, aproxima-se de mim e diz-me: “A menina pode fazer-me um favor?”

“Claro que sim, o que deseja?”

“ Gostaria de atravessar para o outro lado da avenida, mas preciso de ajuda.”

“Não devemos atravessar aqui a avenida, é perigoso. Eu até a ajudava, mas não devo e não posso correr o risco”.

“Pois é, custa-me muito andar, atravessar o túnel, tenho medo, e ainda é um pedaço até lá e eu não posso andar muito”, insistiu.

“ Onde é que a senhora mora?”

“ Eu quero ir para o café São João.”
Volto à carga : “Eu teria muito gosto em ajudá-la, mas se quiser ir comigo até junto do túnel, atravessamos lá. Tem menos perigo.” (ajudá-la-ia, mas iríamos pelo túnel).

“Deixe lá. Eu peço a alguém que me ajude.”

Eu insistia: “Mas venha comigo, atravessamos mais acima. Aqui não. Eu conduzo e sei o perigo que se corre a atravessar esta avenida. Desculpe, mas é muito arriscado e eu não quero ser responsável por alguma coisa que possa acontecer.”

E ela insistia “Não. Não posso andar. Eu peço a alguém que me ajude.”

Pedi desculpa, e segui o meu caminho.

Dei uns passos, olhei para trás e lá estava ela com um senhor, parados na faixa do meio da avenida, à espera que os carros passassem para atravessar o resto que lhes faltava para ela ir para o café.

Sei o quanto é perigoso atravessar esta avenida, há muitos idosos que o fazem, buzino quando vejo as pessoas atravessarem à frente dos carros.

São poucas as pessoas que vão pelo túnel para peões, inclusive, eu.

 

 

O Arco

 

Subi, sim, o Arco da Rua Augusta.

Tive a sorte de a fila ser bem pequena no exato momento que decidimos ver Lisboa, lá do alto.

Algum tempo para comprar o bilhete, subimos no elevador até ao 2º andar.

Um lance de escadas em caracol dá acesso ao espaço onde se encontra o relógio e um painel que conta os momentos da história do arco.

Ao fundo, do lado direito, outro lance de escadas iguais, com mais degraus (só dá para uma pessoa subir e/ou descer) a vista é de facto fantástica.

Um senão: se as pessoas sobem e descem pelas mesmas escadas faz com que o receio de "colidir" com alguém seja provável e, pior ainda, as pessoas têm de descer ou subir para que quem desce ou sobe possa passar.

Outro pormenor; as pessoas idosas e/ou com deficiência motora não deviam  arriscar essa pequena maratona de subida e descida.

Aguardavamos que um grupo chegasse ao cimo das escadas, para descermos nós, eis que um senhor idoso não se tinha nas pernas, estava tonto, quase desmaiou. As pessoas foram em seu auxílio, não havia onde sentá-lo, arrastaram-no para os degraus que ficam no exterior.

"Como seria a descida?", perguntamo-nos.

Então ficam duas sugestões (para quem não é de Lisboa e sentiu as dificuldades) à Câmara de Lisboa ou a quem de direito:

1ª- quem sobe as escadas que dão acesso ao exterior, deve descer pelo lado oposto;

2ª - seria delicado da parte de quem está ao serviço dos utentes avisar, ou afixar na entrada,  que as escadas não são adequadas a pessoas com deficiência motora e a idosos.

3ª- pagar 2,50 para subir de elevador até ao 2º andar e fazer o resto da subida pelas escadas e descer pelas mesmas, o preço do bilhete é caro .

Foram estas as dificuldades que encontrei. Poderão haver outras, mas como fui de passagem, não as senti.

 

O Arco

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O sexo não tem idade, ah, pois não!