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cantinho da casa

cantinho da casa

do outro lado do balcão

Prescritas no ano passado para fazer este ano análises de sangue e ecografia da tiróide, fui, hoje, ao hospital privado.

Depois de tudo feito, tirei o ticket para pagar os exames.

Quando chegou a minha vez, que era no balcão junto à porta das urgências, enquanto o funcionário tratava da factura, os meus olhos fixaram-se, por breves segundos, num casal jovem que não teria mais de 30 anos, no balcão oposto.

Ela chorava em silêncio.

Ia limpando os olhos com os dedos.

Ele abraçava-a. Encostava a cabeça à dela.

Percebi que também chorava em silêncio.

Dos meus olhos caíram -me lágrimas que tentei esconder do funcionário que me atendia.

Eles recuperavam da dor quando a funcionária intervinha.

Ela caía na tristeza e os dedos voltavam aos olhos para limpar as lágrimas.

Senti uma dor. Um desânimo.

Rapidamente coloquei-me em frente ao funcionário que me atendia, não era sensato eu observar, até porque sou discreta com os meus olhares que vêem

sofrimento.

Paguei os meus exames.

Saí.

O casal ficou lá.

Estávamos na especialidade de Imagiologia.

 

 

 

 

Dia Nacional do Ar

Durante uns meses, já lá vão 2 anos, fui, várias vezes, levar a minha irmã ao hospital público.

Levava o meu carro, estacionava no parque.

Se não ficava lá, regressava a casa, e quando ela me ligasse, ia buscá-la, parava por breves minutos em frente à porta  principal, e seguia caminho.

Uma altura comentava com a sobrinha que se um dia precisasse de lá ir, usaria o autocarro.

Ela comentava: "ah, e tal, não sei por que não vais de carro. Se for porque tens de pagar parque, não compensa o tempo que perdes nos transportes".

A frota de autocarros tem sido melhorada nos últimos dois ou três anos, por que não andar de autocarro?

Ora, o mês passado, num dia de chuva, tive uma consulta.

Fui carregar um cartão que tinha há algum tempo para usar nos dias que me apetecesse ir de autocarro para o ginásio.

É que os autocarros que preciso páram perto da minha casa.

O tempo que leva a chegar lá são cerca de 15 minutos, tendo o autocarro prioridade, como sabemos, e conforme o trânsito, a maioria das vezes, chega a horas.

Hoje, tinha exame de sangue, fui para a paragem. Só tenho de atravessar uma rua.

Quando tirei o cartão para passar na máquina, a tampa de leitura  estava levantada.

Perguntei ao condutor se estava avariada, e o que tinha de fazer. 

Respondeu: "Hoje, não paga nada".

"Porquê?" perguntei.

" Hoje é o Dia Nacional do AR, os transportes são grátis".

Sentei-me, peguei no telemóvel e fui pesquisar no doutor do costume.

Não fazia a mínima ideia que existe este dia.

E assim, fui e vim sem pagar.

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Entretanto, no hospital, decidi não usar o elevador.

Ontem, ligaram-me a pedir que fosse levantar a ressonância magnética ( a médica tinha ficado com este exame) e uma vez que ia fazer o exame de sangue, para subir no elevador junto à entrada, ao andar x, ala y.

E fui.

Achei estranho, porque estava onde a minha irmã fora há dois anos: no ambulatório das pequenas cirurgias. Mesmo assim, a funcionária foi ver se tinha alguma coisa no armário.

Não estava, pois claro. Tinha de ir à recepção da especialidade onde tive a consulta.

Decidi deixar para depois das análises.

O tempo de espera foi de cerca de 15 mintutos, tinha muitas pessoas à minha frente.

Mas despachavam.

Depois de tirar o sangue, lá fui onde devia ir, mas usei as escadas.

Também não era naquele sítio.

Explicaram-me que era de facto no andar x,mas no lado oposto à entrada, que tinha de tirar uma senha para as informações.

Desci as escadas.

Resolvido o assunto nas informações, deram-me um papel com um código de leitura. Estava um vigilante que passava o dito papel e entrei. Ele explicou-me onde tinha de subir pelo elevador.  

E foi rapidamente resolvido.

Mas com estas idas de um lado para o outro, perdi mais tempo que o de espera para os exames de sangue.

Depois, esperei lá fora,com o tempo maravilhoso que faz, mas à sombra, pelo autocarro que chegou à hora certa.

Mais uma vez, dou os parabéns à forma como fui atendida, quer nos lugares errados que fui, e não tirei a senha porque só precisava de levantar o exame, quer no atendimento no laboratório de análises.

Eu não tenho nada a reclamar. E sempre que lá vou, penso que tenho de ir com calma e saber esperar.

Mas há quem se queixe.

Serviço Nacional de Saúde,sim!
Que nunca acabe.

 

 

 

 

 

 

 

 

a recepção

Na semana passada tive uma consulta num hospital bastante credenciado no país.

A consulta estava atrasada 15 minutos e eu fui mais cedo,conforme pedido.

Os utentes falam muito alto, como nos restaurantes onde não se consegue falar com quem está ao nosso lado, incomodava-me tanto ruído.

Uma amiga da minha sobrinha viu-me e veio cumprimentar-me.

Estava atrasada para a consulta.

Tinha ido à clínica que faz parte do hospital, disseram-lhe que a consulta era neste.

Enquanto conversávamos, ela olhava para o écran..

De repente, pensando ela que a senha era para a consulta, eu reparei que era a chamada para recepção.

E disse que fosse porque tinham chamado duas vezes.

Ela olhou o écran , e foi.

Passados três minutos, veio ter comigo e disse que afinal parece que estavam a brincar com ela.

A consulta era mesmo na clínica.

E lá foi ela "a correr"  para o outro lado da cidade.

Falta saber se com este atraso teve a consulta.

Entretanto, passado quase meia hora, e não aparecia o número da minha senha no écran, o telemóvel tocou.

Quando aparece chamada spam, não atendo.

Neste caso não aconteceu, e atendi.

Era do hospital onde me encontrava.

Pois bem, sentei-me na recepção e não aparecia o número, levantei-me e fui perguntar se era lá que tinha de dar entrada ou se era na recepção da especialidade da consulta.

O balcão estava sem utetntes.

Perguntou qual a especialidade e a colega do lado, que ouviu a minha pergunta, disse que a senha era directa, não precisava de ir ao balcão, e ele disse para eu subir ao 1º andar.

E lá fui. E foi nessa altura que a amiga da minha sobrinha falou comigo.

Ora, quem me ligou era de lá de dentro, e eu disse que estava no hospital, perguntou-me em que sítio estava.

Respondi que estava no 1º andar.

Pediu-me que descesse à recepção principal, que esperasse um pouco que me chamaria.

Quando vi no écran o número da senha e do consultório onde devia dirigrir-me, já estava a médica à minha espera.

Segundo ela, chamara três ou quatro vezes.

Eu não aparecia.

Mandou alguém procurar-me na casa de banho não fosse ter acontecido alguma coisa.

Ninguém me encontrou.

Lembrou-se de pedir a um auxiliar que ligasse para o meu telemóvel.

E foi isto que aconteceu.

Erro na recepção principal.

A minha amiga foi à clinica, mandaram-na para o hospital. Este disse que a consulta era na clínica.

No meu caso, estive 40 minutos à espera porque me mandaram para o andar errado. 

Todos comentem erros, mas.... Não fiz qualquer reclamação.

Voltando a acontecer, farei.

Entretanto, ontem, dia 26, tinha uma consulta no hospital público.

Fui com tempo.

Fiz perguntas, responderam-me onde devia tirar a senha, fui bem atendida. Fiz um reparo sobre um aviso que estava na parede e  perguntei se tivesse de marcar algum exame se era nessa recepção que devia voltar. 

A funcionária respondeu afirmativamente.

Lá subi ao 4º andar.

Esperei cerca de 10 minutos.

Fui chamada para a consulta..

Era uma médica jovem, muito simpática.

Tinha lido o relatório que o médico de familia enviara, porque este queria que eu tivesse uma consulta da especialidade.Ela queria o CD da ressonância magnética que fizera aquando desta situação.

Conversamos um pouco, está tudo bem. 

Entretanto, marcou análises.

Disse que iria ligar-me para nova consulta.

Desci à recepção,tirei a senha para marcar as análises, tinha 50 pessoas à minha frente.

Esperei cerca de 30 minutos.

Fui atendida pela mesma funcionária, também acessível, disse que o pedido ficava com ela, uma vez que a médica não pediu consulta, receberei uma carta com a data e gora que tenho de lá voltar.

SNS, sim!

Por enquanto, nada a dizer.

E se tivesse de esperar muito, não havia nada a fazer.

Afinal, nos privados também se espera.

E há falhas

 

 

 

 

 

na urgência

Acordei às 6h00, para me levantar às 7h00 e levar a minha irmã à urgência do hospital.

Finalmente, para seu alívio , é o dia de tirar o gesso que tem há um mês, fruto de uma queda que teve e fracturou o pulso .

Ela queria ser a primeira utente a entrar. Às  6h30, levantei-me, tratei de mim, às 7h00 enviei-lhe uma mensagem a comunicar que  meia hora estava em sua casa .

E afinal, ela nem estava pronta.

O trânsito para a zona do hospital é intenso, convinha chegar antes das 8h00

Eu remoia que quando assumo uma responsabilidade, acordo cedo.

Chegamos as 7h50.

Estou estacionada num lugar perto da entrada, o carro não está a infringir nada, os pés gelados incomodam-me.

Há cerca de 10 minutos, ligou-me a dizer que quando entrou não tinha ninguém, foi à triagem, está à espera de fazer a radiografia, para de seguida ir ao médico e tirar o gesso. Ainda não tinha sido chamada e na urgência já tem utentes à espera, que está confuso.

Aconselhei-a a ir perguntar o porquê da demora, visto que entrou antes das 8h00.

São 9h23, eu continuo à espera, mas estou a precisar de comer um pão e tomar um café.

"O melhor será ires embora" , disse

Como vou embora se tenho de a levar à empresa?

É que depois de a deixar lá, vou directamente para o mercado municipal para as compras de legumes e frutas para o Natal.

Atrás do meu carro estão outros a dois.

Não há mais ninguém.

Está tudo calmo.

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é um post longo, eu sei, mas tinha de o escrever

Aluguei, com uma amiga, um quarto em Esposende para passar o maravilhoso fim de semana que se previa quente.

Fomos na sexta-feira, alojamo-nos, saímos para um passeio, fotografamos o pôr-do-sol.

Depois de jantar, que nos fez não comer a sobremesa, de tão bem que comemos, fomos passear pela marginal de Esposende. A temperatura estava convidativa a bebermos um copo, entramos no hotel Suave Mar que tem uma esplanada coberta que dá para a avenida.

Há muito anos que não entrava neste hotel.

Os risos e algumas parvoíces de quem precisa de esquecer a rotina da semana, a conversa descontraída,  regressamos ao quarto pelas  2h. Sentia-se uma leve aragem fresca, própria  da estação, do rio e do mar daquela cidade.

Combinara  com a minha amiga, fazer a  minha caminhada pelos passadiços da beira do rio, até ao farol, no dia seguinte, de manhã

Manhácedo, e depois de tomar o pequeno-almoço, segui o meu caminho.

 Também combinara,ligar-lhe para nos encontrarmos a meio da manhã, por que precisava de mudar de roupa e irmos para a praia.

Às 9h30 a temperatura estava bastante agradável, percebi que em pouco tempo iria aquecer mais.

A meio do percurso, comecei a sentir cólicas ligeiras.

Apressei o passo, por onde passava os cafés, que ficam abertos à noite até tarde, àquela hora ainda estavam fechados.

Eu precisava de tomar um café.

Fui andando até encontrar o único café aberto, depois de passar o farol, que fica junto à praia.

De quando em vez, as cólicas davam sinal.

No regresso, liguei à minha amiga, disse que ia ter com ela para me dar a chave do quarto.

Mudei de roupa, e fomos para a praia.

As dores aumentavam, mas em momento algum senti necessidade de evacuar.

Na praia, não parava quieta, ia ao mar refrescar-me, andava de um lado para o outro sempre a tentar perceber o porquê das dores.

Não estivemos muito tempo na praia, decidimos ir almoçar por voltas das 14h.

A esplanada estava cheia, escolhemos um lugar num cantinho sem sol.

Eu nem queria ver comida à minha frente, pedi um chá de cidreira.

Fui tomando, enquanto a minha amiga almoçava uma salada.

Eu levava a mão à barriga, fazia massagens.

Até que bastante tempo depois, levantei-me e fui em direcção da casa de banho.

E libertei um pouco o instestino.

Felizmente,🙏, que nada aconteceu dentro da casa de banho, que eu fechara por dentro.

Saí, voltei a sentar -me na cadeira, e só me lembro de ter dito: "estou a sentir-me mal".

E desmaiei.

Quando recuperei, tive a noção de abrir os olhos e ao mesmo tempo sentir uma convulsão no braço esquerdo.Uma sensação de que estava a acordar de uma anestesia.

Foi muito estranho.

Vi pessoas que me olhavam, fechei os olhos, e foi então que ouvi a voz da minha amiga dizer que tinha desmaiado.

Já recuperada, apenas ouvia as pessoas falarem e a voz da minha amiga.

Ao que parece, uma senhora aproximou-se dela e perguntou se permitia que me prestasse os primeiros socorros, tinha formação para isso.

A minha amiga disse que sim, e eu só ouvi dizer para me deitarem no chão.

Um casal que almoçava na mesa ao lado também veio auxiliá-la,  ele, mais forte,  pegou em mim, deitou-me no chão,  de lado, e a senhora pediu a toalha de praia para apoiar a cabeça.

E de repente, senti água fresca no pescoço e na testa.

Às vezes, uma mão passava pela minha cabeça.

Entretanto, várias pessoas tentavam ligar o 112, foi pedida uma ambulância.

Ao que parece, não demorou muito tempo.

Os bombeiros pegaram em mim, meteram-me dentro, mediram a pressão arterial  a febre. Estavam  normais.

Ainda tinha cólicas, mas estava consciente do que estava a acontecer.

A minha amiga estava do lado de fora a falar com as pessoas que prestaram-me auxílio, e a ajudavam, também, conversando com ela  que estava perturbada com o que acontecera.

Ela não podia entrar na ambulância até ser dada a informação do hospital para onde me levarem , visto que os mais próximos, Espodende e Barcelos tinham as urgências fechadas.

Era preciso o meu CC.

Estava consciente, embora débil, do que se passava à minha volta, respondi que costumo trazê-lo sempre comigo para onde quer que vá, mas nessa manhã decidi não o trazer.

O discernimento fez-me lembrar que tinha a aplicação do SNS no telemóvel, teria, com certeza, os dados necessários.

Fui à aplicação, andei um pouco perdida à procura até que me lembrei que só na minha áera pessoal poderia encontrar. E lá estava.

E assim que passei o telemóvel para o jovem bombeiro, voluntário, que estuda na universidade de Aveiro, tudo ficou resolvido.

Foi dada a informação que a ambulância deveria levar-me para Braga.

Só mesmo o Hospital Central de Braga.

E lá fomos nós, auto-estrada fora,numa ambulância que,segundo a minha amiga,era antiga, os solavancos mais me fazia gemer de dores, mas  também nada podia ser feito, ia a caminho do hospital, era o mais importante.

Ia escutando a conversa entre a minha amiga e os dois jovens bombeiros.

Um é estudante na Universidade de Aveiro, aos fins de semana é voluntário nos Bombeiros de Esposende.

A minha amiga elogiou-o por isto.

Dei entrada nas urgências do hospital de Braga às 17h03, fui imediatamente para a triagem, a minha amiga contou o que aconteceu, segundo a médica iria fazer um electrocardiograma e análises.

Foi colocada a fita amarela no pulso, levaram-me para a sala de espera " atolhada" de utentes em cadeiras de rodas. E eu também.

Os bombeiros foram embora, agradecemos a simpatia e a eficiência, ficamos ali na sala.

Peguei no telemóve,liguei ao meu único irmão que sei que estava em casa, e expliquei o que aconteceu, pedi-lhe que levasse a minha amiga  a Esposende para trazer a roupa, uma vez que o carro ficara à porta do alojamento que alugamos, não iríamos voltar.

Ele respondeu que em poucos minutos estaria à porta das urgências e que levaria a minha amiga.

Deixei o meu telemóvel com ela.

Mas no preciso momento que lhe dou o telemóvel, peguei no lençol que me cobria o corpo, baixei a cabeça e vomitei tudo o que tinha cá dentro.

A minha amiga correu pelos corredores a pedir ajuda.

Eu só senti que alguém por trás da cadeira, levou-me para uma  sala vazia.

Entretanto, quando a minha amiga passou na sala de espera, quem lá estava disse que um funcionário tirara-me dali.

Ela foi à minha procura, e chegou até mim.

Eu estava toda suja e cheia de frio.

Deram-lhe uma bata e um lençol para eu vestir.

Eu tinha o biquini vestido. A camisa que tinha na altura que entrei na maca estava suja, tirei-a, ela tinha os meus calções, vesti-os, e fui coberta com o lençol.

Deram-me um saco para o caso de vomitar.

De seguida, alguém levou-me para fazer o electrocardiograma, a minha amiga tinha o meu telemóvel, e desde aí, não me viu mais.

Foramos informadas que eu ficaria no hospital por longas horas, havia muitos utentes em espera.

Tudo, felizmente, bem combinado, porque em horas de aflição nem sempre ocorre, o meu irmão foi buscá-la e levá-la a Esposende.

E neste período de tempo em que fiz o electrocardiograma, e ao que supostamente seria de esperar,e  porque na triagem foi dito, seria levada para a sala de enfermagem das urgências para tirar sangue e meter soro.

Após o electrocardiograma, alguém por trás do carro empurrou-o e deixou-me encostada à parede a dois passos da porta da sala de tratamentos, e desejando-me as melhoras, não disse mais nada, fiquei 3 horas sem que alguém perguntasse porque estava ali.

Eu ouvia os funcionários chamarem pelos utentes para entrarem para a sala, eu via os utentes saírem e não percebia porque não ouvia chamar o meu nome.

O que pensei foi que teriam muitos outros utentes mais urgentes, ia aguentando a espera, e com as dores que não desapareciam. E eu sabia que precisava urgentemente de soro.

Uma dada altura,saiu um funcionária, perguntei que horas eram,respondeu-me " quase sete", e eu ali há duas horas sem atenção.

Uns largos minutos depois, outra funcionária viu-me, no mesmo sítio, perguntou-me o nome, entrou na sala e não apareceu mais.

De vez em quando, de tão cansada que estava, apoiava a cabeça nas mãos, fechava o olhos, dormia por breves minutos.

Vejo sair uma funcionária, pedi que me ajudasse a esclacrecer... dizendo ela: " eu venho já", e não voltei a vê-la.

Já tinha perdido a noção  das horas, quando vejo a minha irmã entrar, pára à minha frente e pergunta-me o que aconteceu.

Ela estava perturbada,mas também sabia o que tinha acontecido, perguntei pela nossa amiga, que ela devia estar comigo porque só ela estava comigo quando tudo aconteceu, "quero-a comigo".

Respondeu-me que estava do lado de fora e que lhe disse para entrar para ver como eu estava.

Pedi por tudo que fosse chamá-la.

Vieram as duas, e foi quando disse que estava naquele sítio há 3h e ninguém me chamara, que tentassem saber o que se passava.

E que caso não resolvessem nada, queria sair dali e ir para o privado ( que eu sei que não iria melhorar a situação ), mas eu só queria saber o que falhara. 

A minha irmã entrou na sala, vê um enfermeiro, explicou a situação. E eis que aparecem os dois. A minha amiga estava ao meu lado, ele perguntou-me a que horas dera entrada, e o que me fizeram desde então.

A minha amiga explicou tudo o que acontecera desde o desmaio na praia, até ao desmaio no hospital, e que a partir  dali não tivera acesso a mim, porque tinha ido buscar a roupa e o carro a Esposende.

Nós pedimos desculpa por tê-lo" atacado" de rompante, mas compreendíamos que o sistema está dificil e complicado para eles, mas precisavamos de saber porque nem soro tinha. 

Ele respondeu que ia falar com uma médica, e voltava.

Uns minutos depois, levou-me para a médica, a minha amiga entrou comigo, e foi tudo posto em claro .

A médica disse que tinha de fazer uma TAC e imediatamente fazer análises e pôr soro.

Às 20h45 tudo estava a ser feito.

Peguntei à enfermeira, tão novinha!, se a TAC era feita depois do soro. Ela respondeu que não,que não me preocupasse porque quando fosse chamada, o soro ia comigo.

Dez minutos depois, levaram-me para fazer a TAC.

Mas estavam duas pessoas acamadas que entraram à minha frente, o enfermeiro disse-me: " estou de castigo, disseram-me para a trazer e agora  dão prioridade a estes doentes".

Eu respondi que que estava tudo bem, que esperava.

A TAC foi rápida, voltei para a sala enquanto o soro ia entrando a pouco e pouco na veia.

Logo a seguir,fui levada para a consulta.

A médica viu o relatório,disse que não havia nada de maior, mas que devia procurar o médico de família para que lesse o relatório em que aconselhavam que fosse feita uma ressonância abdominal.

Voltei à sala, cerca de cinco minutos depois, o soro acabou, tinha alta hospitalar, saí do hospital às 23h45.

Entre a hora de entrada, às 17h03  e as 20h30, foram 3h30 que estive encostada "à box" sem que ninguém desse por mim. 

Entre as 20h30 e as 23h45, tudo foi feito, graças ao jovem enfermeiro, que pediu desculpa, que bastava o serviço ter mais uma ou duas pessoas e as coisas andavam melhor.

E agora vêm os agradecimentos.

Primeiro à minha amiga que, quando me viu sentada e desmaiada com a cabeça para trás, agiu por instinto, depressa  puxou-a o que fez com que eu vomitasse.

À senhora que se aproximou da minha amiga, disse que sabia como fazer nestas situações,mas não queria fazer nada sem a sua autorização.

Ao casal que estava a almoçar, que interropeu a refeição, e com as indicações da senhora, ele, com os braços por trás das minhas costas, ela que segurava as pernas, levantaram-me da cadeira e deitaram-me no chão.

Soube pela minha amiga que nunca a largaram até entrar na ambulância, que foram muito simpáticos. E nesta pequena conversa, ficou a saber que não são de Braga, mas vivem em Braga, e agradeço-vos tudo o que fizeram por nós. 

Ao apoio que recebi dos jovens bombeiros o meu agradecimento, também  sempre que alguma coisa me perguntavam, e até deixarem o hospital.

Ao enfermeiro que veio ver-me e percebeu o que falhara nesta longa espera ( quem me deixou encostada à parede não comunicou que eu estava ali para ser tratada,; que esconhecia o que se passava junto à porta da sala onde a equipa assistia, e bem, todos os utentes).

Durante todo este tempo não ouvi ninguém discutir ou reclamar pelo tempo de espera, o que significa que as pessoas compreendem a situação que estes profissiomais de saúde estão a passar.

A minha gratidão a esse jovem enfermeiro por prontamente tratar de tudo.

À equipa de enfermagem que parece ser unida e ajudar-se mutuamente, o meu obrigada.

Não parávam. Estavam cheios de trabalho, a sala cheia de utentes, a maioria com soro U ma jovem com uma transfusão de sangue, idosos pacientes e calados  à espera que depressa passasse o tempo para saírem dali,como eu também queria.

Mas estes profissionais tratavam os seus utentes com um sorriso, e sempre incansáveis, uma disposição positiva ao ponto de ouvir "o meu enfermeiro" dizer: " o meu Benfica só ganha por 1-0".

Eu estava muito melhor, apeteceu-me perguntar-lhe como ficara  " o meu" Braga.

Entretanto, a minha irmã entrou na sala, pedi-lhe o telemóvel e vi que tinha ganho.

Antes de sair, as três agradecemos tudo o que fizeram e estavam a fazer pelos utentes do SNS,que estavamos com eles nas dificuldades que estão a passar; que o Estado tem de lhes dar mais apoio.E eu disse que os enfermeiros são os que mais trabalham e precisam da nossa compreensão e apoio.

Eles agradeceram as nossas palavras.

A canção de Sérgio Godinho, que sempre gostei, " A paz, o pão, habitação, saúde, educação" nunca perdeu a sua essência e actualidade.

O meu obrigada a todos.E lutemos por estes direitos fundamentais que fazem um país crescer.

Bem hajam.

 

um fim de semana que tinha tudo para correr bem

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Estava um tempo fantástico na praia,  por volta das 16h00, vim de ambulância para o hospital de Braga . Mal disposta, a almoço foi um chá de cidreira,  uma hora depois desmaiei, e parece que vomitei nesse momento. Quando recuperei, deitaram- me no chão,  alguém prestou os primeiros socorros enquanto a ambulância não chegava.

Na ambulância os bombeiros esperavam a informação de qual o hospital mais próximo com urgência a funcionar: Braga.

Contarei o que aconteceu, e quão estes profissionais de saúde fazem o que podem para cuidar de nós.

Cheguei às 17h03 são 23h13 e ainda cá estou.

Mas bem.

 

 

 

 

 

o velhinho hospital

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Lancei um desafio ao grupo da família para descobrirem que edifício é este da fotografia, que tirei ontem, quando passei perto.

Passo aqui com frequência,  há uma semana reparei nas obras, procurei na internet, li que vai ser um lar de dois que já existem, que serão transferidos para este edifício,.E terá uma unidade de cuidados continuados ( há muito que se falava nesta).

A notícia data de 2021 e dizia que as obras começariam este ano.

E não falhou.

Vê-se na fotografia que todo o interior está a ser destruído.

A fotografia foi tirada junto ao Palácio do Raio, que era o edifício mais antigo do hospital, outrora uma albergaria e convento da Ordem dos Templários, que foi extinto e aproveitado para um hospital que ficaria com o nome de São Marcos.

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Subindo a Rua de São Lázaro, e na continuação do Palácio, encontra-se a Igreja de São Marcos. À esquerda a Farmárcia da Misericórdia, e à direita, o agora Hotel Vila Galé.

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as taxas covid

Ontem, num hospital privado aqui da cidade, paguei 25 euros de taxa de proteção Covid.

Este ano é a terceira vez que pago este valor.

O médico e a enfermeira não usavam máscaras especiais, nem fato, somente as luvas de borracha.

Não foi usado spray, apenas os pensos habituais.

Não há informação de que se paga taxa, nem uma tabela de preços à disposição do utente, sendo ela obrigatória existir, e que eu desconhecia...até hoje.

Estou a pedir informações noutros hospitais do Porto onde costumo ter consultas.

Reunidas aquelas, vou escrever uma carta à administração. Acho um abuso e um roubo às nossas carteiras.

Há 15 dias fui a uma consulta de otorrinolaringologia e não paguei taxa de covid ( pensei que iria pagar).

Do que já li e soube, a taxa pode andar entre os 3 euros, (exceptuando bloco operatório) e conforme a especialidade, e em alguns pode ter um valor de 10 euros para um utente não Covid, e 12 euros para um utente Covid.

E sendo a lista de preços actualizada, em nenhum deles vi o valor que paguei.

Aguardo resposta aos e-mails que enviei, apenas para estar segura do que vou escrever.

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compras no outlet

Ontem, tive uma consulta no Hospital da Luz, na Póvoa de Varzim.

Há mais de 15 dias que andava com dor e zumbido no ouvido esquerdo, ouvia mal, tinha expectoração, alguma tosse. Nada que nunca tivesse acontecido. Foi há três anos que estive exactamente nesta situação.

De vez em quando, o ouvido dá sinal, mas passa.

Fiz vários exames, que confirmaram o que sinto.

Ia almoçar a Vila do Conde, o médico sugeriu tomar o antibiótico ao almoço, se comprasse depois de sair do hospital, senão ficava para o jantar.

Pensei passar na farmácia que fica no centro, só tinha de estacionar o carro, tirar o bilhete, atravessar a rua...

Mas quando estava à procura de lugar para estacionar, verifiquei que a farmácia estava fechada.

Surpresa!

Aqui em Braga às farmácias não fecham à hora do almoço.

Como não conheço mais nenhuma, não queria meter-me no trânsito, e em ruas que não conheço, segui o meu caminho para Vila do Conde.

Já passava da hora do almoço, o melhor seria comprar os medicamentos quando chegasse a casa.

E estou a tomar antibiótico e cortisona.

A minha ideia de ir a Vila do Conde era com intenção de ir apenas à loja da Vista Alegre, no outlet. Até porque eu queria chegar cedo a Braga, e perder o meu tempo a ver montras, porque não preciso de nada, quando lá cheguei, fui directa à loja.

Acho que não ia lá há três anos, não a encontrei.

Tinha a certeza que era onde eu pensava, mas fui andando, se não encontrasse, não ia procurar em todo o espaço, iria perguntar a algum lojista se tinha fechado.

Mas encontrei-a. Vi o letreiro.

Tinha mudado de lugar, umas quantas lojas mais à frente.

A loja mudou por completo, já só tem peças da marca.

Eu tenho um serviço do dia-a-dia que comprei mas não tem a marca, fiquei na dúvida se na altura tudo era Vista Alegre.

Mas também não tinha importância. A louça é boa, tenho há alguns anos.

Só tive pena de não ter peças iguais à que comprei.

Havia serviços com designs mais simples que outros, comprei, avulso, um clássico para oferecer de presente de Natal.

Depois, vi uns pratos couve em branco, trouxe dois e uma saladeira.

Tudo presentes de Natal.

Não trouxe mais nada, e vinha muito carregada, porque ainda não fiz a lista de presentes.

Eu disse num post que iria comprar presentes de Natal em "português".

No próximo sábado, vou a este lugar, parece ter produtos interessantes para comprar.

Se me agradarem, compro. Adoro sabonetes!

E a pouco e pouco, faço as compras para as mulheres.

Para os homens, vão ser as meias de uma fábrica de Braga, com lojas no centro da cidade.

Para as crianças, que têm brinquedos qb, vou pensar.

Mas gosto mais de dar dinheiro, e os pais fazem o que entenderem.

 

 

 

 

quem espera, desespera

Sou paciente, não o sou quando há crianças que não percebem o que é isto de atraso.

Há quinze dias,o sobrinho neto teve uma consulta no Porto num hospital privado.

Consulta que estava marcada para às nove horas, mas  teve de aguentar porque umas gotas agora, outras depois, quando regressou ao colégio já passava da hora do almoço dele.

Hoje, tem outra consulta, de pediatria, marcada para as 9:30h.

Não me deixaram subir, estou na recepção à espera dele e da mãe.

São 10:30h, e ainda não desceram.

Não consigo perceber porque uma consulta marcada para o início da manhã atrasa de mais.

Ou os médicos não chegam à hora de iniciarem o dia de trabalho, ou chegam à hora e começam as consultas meia hora depois...ou mais.

É uma consulta de rotina.

Já percebi que a criança vai chegar tarde ao colégio.

A criança não tem paciência para esperar.

Não me entra na cabeça estes atrasos.