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cantinho da casa

cantinho da casa

é um post longo, eu sei, mas tinha de o escrever

Aluguei, com uma amiga, um quarto em Esposende para passar o maravilhoso fim de semana, que se previa quente.

Fomos na sexta-feira, alojamo-nos, saímos para um passeio, fotografamos o pôr-do-sol.

Depois de jantar, que nos fez não comer a sobremesa, de tão bem que comenos, fomos passear pela marginal de Esposende. A temperatura estava convidativa a bebermos um copo, entramos no hotel Suave Mar que tem uma esplanada coberta que dá para a avenida.

Há muito anos que não entrava neste hotel.

Os risos e algumas parvoíces de quem precisa de esquecer a rotina da semana, a conversa descontraída,  regressamos ao quarto pelas  2h. Sentia-se uma leve aragem fresca, própria  da estação, do rio e do mar daquela cidade.

Combinara  com a minha amiga, fazer a  minha caminhada pelos passadiços da beira do rio, até ao farol, no dia seguinte, de manhã

Depois de tomar o pequeno-almoço, segui o meu caminho.

 Também combinara,ligar-lhe para nos encontrarmos a meio da manhã, por que precisava de mudar a roupa e irmos para a praia.

Às 9h30 a temperatura estava bastante agradável, percebi que em pouco tempo iria aquecer mais.

A meio do percurso, comecei a sentir cólicas ligeiras.

Apressei o passo, por onde passava os cafés, que ficam abertos à noite até tarde, àquela hora ainda estavam fechados.

Eu precisava de tomar um café.

Fui andando até encontrar o único café aberto, depois de passar o farol, que fica junto à praia.

De quando em vez, as cólicas davam sinal.

No regresso, liguei à minha amiga, disse que ia ter com ela para me dar a chave do quarto.

Mudei de roupa, e fomos para a praia.

As dores aumentavam, mas em momento algum senti necessidade de evacuar.

Na praia, não parava quieta, ia ao mar refrescar-me, andava de um lado para o outro sempre a tentar perceber o porquê das dores.

Não estivemos muito tempo na praia, decidimos ir almoçar por voltas das 14h.

A esplanada estava cheia, escolhemos um lugar num cantinho sem sol.

Eu nem queria ver comida à minha frente, pedi um chá de cidreira.

Fui tomando, enquanto a minha amiga almoçava uma salada.

Eu levava a mão à barriga, fazia massagens.

Até que bastante tempo depois, levantei -me e fui em direcção  da casa de banho.

E libertei um pouco o instestino.

Felizmente,🙏, que nada aconteceu dentro da casa de banho, que eu fechara por dentro.

Saí, voltei a sentar -me na cadeira, e só me lembro de ter dito: "estou a sentir-me mal".

E desmaiei.

Quando recuperei, tive a noção de abrir os olhos e ao mesmo tempo sentir uma convulsão no braço esquerdo.Uma sensação de que estava a acordar de uma anestesia.

Foi muito estranho.

Vi pessoas que me olhavam, fechei os olhos, e foi então que ouvi a voz da minha amiga dizer que tinha desmaiado.

Já recuperada, apenas ouvia as pessoas falarem e a voz da minha amiga.

Ao que parece, uma senhora aproximou-se dela e perguntou se permitia que me prestasse os primeiros socorros, porque tinha formação para isso.

A minha amiga disse que sim, e eu só ouvi dizer para me deitarem no chão.

Um casal que almoçava na mesa ao lado também veio auxiliá-la,  ele, mais forte,  pegou em mim, deitou-me no chão,  de lado, e a senhora pediu a toalha de praia para apoiar a cabeça.

E de repente, senti água fresca no pescoço e na testa.

Às vezes, uma mão passava pela minha cabeça.

Entretanto, várias pessoas tentavam ligar o 112, foi pedida uma ambulância.

Ao que parece não demorou muito tempo.

Os bombeiros pegaram em mim, meteram-me dentro, mediram a pressão arterial  a febre. Estavam  normais.

Ainda tinha cólicas, mas estava consciente do que estava a acontecer.

A minha amiga estava do lado de fora a falar com as pessoas que prestaram-me auxílio, e a ajudavam,também, conversando com ela  que estava perturbada com o que acontecera.

Ela não podia entrar na ambulância até ser dada a informação do hospital para ondeme levarem , visto que os mais próximos, Espodende e Barcelos tinham as urgências fechadas.

Era preciso o meu CC.

Estava consciente, embora débil,do que se passava à minha volta,e respondi que costumo trazê-lo sempre comigo para onde quer que vá, mas nessa manhã decidi não o levar.

O discernimento fez-me lembrar que tinha a aplicação do SNS no telemóvel, teria, com certeza, os dados necessários.

Fui à aplicação, andei um pouco perdida à procura até que me lembrei que só na minha áera pessoal poderia encontrar. E lá estava.

E assim que passei o telemóvel para o jovem bombeiro, voluntário, que estuda na universidade de Aveiro, tudo ficou resolvido.

Foi dada a informação que a ambulância deveria levar-me para Braga.

Só mesmo o Hospital Central de Braga.

E lá fomos nós, auto-estrada fora,numa ambulância que,segundo a minha amiga,era antiga, os solavancos mais me fazia gemer de dores, mas  também nada podia ser feito, ia a caminho do hospital, era o mais importante.

Ia escutando a conversa entre a minha amiga e os dois jovens bombeiros.

Um é estudante na Universidade de Aveiro, aos fins de semana é voluntário nos Bombeiros de Esposende.Aminha amiga elogiou-o por isto.

Dei entrada nas urgências do hospital de Braga às 17h03, fui imediatamente para a triagem, a minha amiga contou o que aconteceu, segundo a médica iria fazer um electrocardiograma e análises.

Foi colocada a fita amarela no pulso, levaram-me para a sala de espera " atolhada" de utentes em cadeiras de rodas. E eu também.

Os bombeiros foram embora, agradecemos a simpatia e a eficiência, ficamos ali na sala.

Peguei no telemóve,liguei ao meu único irmão que sei que estava em casa, e expliquei o que aconteceu, pedi-lhe que levasse a minha amiga  a Esposende para trazer a roupa, uma vez que o carro ficara à porta do alojamento que alugamos, não iríamos voltar.

Ele respondeu que em poucos minutos estaria à porta das urgências e que levaria a minha amiga.

Deixei o meu telemóvel com ela.

Mas no preciso momento que lhe dou o telemóvel, peguei no lençol que me cobria o corpo, baixei a cabeça e vomitei tudo o que tinha cá dentro.

A minha amiga correu pelos corredores a pedir ajuda.

Eu só senti que alguém por trás da cadeira, levou-me para uma  sala vazia.

Entretanto, quando a minha amiga passou na sala de espera, quem lá estava disse que um funcionário tirara-me dali.

Ela foi à minha procura, e chegou até mim.

Eu estava toda suja e cheia de frio.

Deram-lhe uma bata e um lençol para eu vestir.

Eu tinha o biquini vestido e, a camisa que tinha na altura que entrei na maca estava suja, tirei-a, ela tinha os meus calções, vesti-os, e fui coberta com o lençol.

Deram-me um saco para o caso de vomitar.

De seguida, alguém levou-me para fazer o electrocardiograma, a minha amiga tinha o meu telemóvel, e desde aí, não me viu mais.

Foramos informadas que eu ficaria no hospital por longas horas, havia muitos utentes em espera.

Tudo, felizmente, bem combinado, porque em horas de aflição nem sempre ocorre, o meu irmão foi buscá-la e levá-la a Esposende.

E neste, período de tempo em que fiz o electrocardiograma, e ao que supostamente seria de esperar,e  porque na triagem foi dito, seria levada para a sala de enfermagem das urgências para tirar sangue e meter soro.

Após o electrocardiograma, alguém por trás do carro empurou-o e deixou-me encostada à parede a dois passos da porta da sala de tratamentos, e desejando-me as melhoras, não disse mais nada, fiquei 3 horas sem que alguém perguntasse porque estava ali.

Eu ouvia os funcionários chamarem pelos utentes para entrarem para a sala, eu via os utentes saírem e não percebia porque não ouvia chamer o meu nome.

O que entendi foi que teria muitos outros utentes à minha frente, ia aguentando a espera, e as dores que continuavam.E eu sabia que precisava urgentemente de soro.

Uma dada altura,saiu um funcionária, perguntei que horas eram,respondeu-me " quase sete", e eu ali há duas horas sem atenção.

Uns largos minutos depois, outra funcionária viu-me, no mesmo sítio, perguntou-me o nome, entrou na sala e não apareceu mais.

De vez em quando, de tão cansada que estava, apoiava a cabeça nas mãos, fechava o olhos, dormia por breves minutos.

Vejo sair uma funcionária, pedi que me ajudasee a esclacrecer... dizendo ela: " eu venho já", e não voltei a vê-la.

Já tinha perdido a noção  das horas, quando vejo a minha irmã entrar, pára à minha frente e perguntar-me o que aconteceu.

Ela estava perturbada,mas também sabia o que tinha acontecido, perguntei pela nossa amiga, que ela devia estar comigo porque só ela estava comigo quando tudo aconteceu, queroa-a comigo-

Respondeu-me que estava do lado de fora e que lhe disse para entrar para ver como eu estava.

Pedi por tudo que fosse chamá-la.

Vieram as duas, e foi quando disse que estava naquele sítio há 3h e ninguém me chamara, que tentassem saber o que se passava.

E que caso não resolvessem nada, queria sair dali e ir para o privado ( que eu sei que não iria melhorar a situação ), mas eu soqueria saber o que falhara. 

A minha irmã entrou na sala, vê um enfermeiro, explicou a situaçã. e eis que aparecem os dois. A minha amiga estava ao meu lado, ele perguntou-me a que horas dera entrada, e o que me fizeram desde então.

A minha amiga explicou tudo o que acontecera desde o desmaio na praia, até ao desmaio no hospital, e que apartir  dali não tivera acesso a mim, porque tinha ido buscar a roupa e o carro a Esposende.

Nós pedimos desculpa por tê-lo" atacado" de rompante, mas compreendíamos que o sistema está dificil e complicado para eles, mas precisavam de saber porque nem soro tinha. 

Ele respondeu que ia falar com uma médica, e voltava.

Uns minutos depois, levou-me para à médica, a minha amiga entrou comigo, e foi tudo posto em claro .

A médica disse que tinha de fazer uma TAC e imediatamente fazer análises e pôr soro.

Às 20h45 tudo estava a ser feito

Peguntei à enfermeira, tão novinha!, se a TAC era feita depois do soro. Ela respondeu que não,que não me preocupasse porque quando fosse chamada, o soro ia comigo.

Dez minutos depois, levaram-me para fazer a TAC.

Mas estavam duas pessoas acamadas que entraram à minha frente, o enfermeiro disse-me: " estou de castigo, disseram-me para a trazer e agora  dão prioridade a estes doentes".

Eu respondi que que estava tudo bem, que esperava.

A TAC foi rápida, voltei para a sala enquanto o soro ia entrando a pouco e pouco na veia.

Logo a seguir,fui levada para a consulta.

A médica viu o relatório,disse que não havia nada de maior, mas que devia procurar o médico de família e para que lesse o relatório,em que aconselhavam que fosse feita uma ressonância abdominal.

Voltei à sala, cerca de cinco minutos depois, o soro acabou, tinha alta hospitalar, saí do hospital às 23h45.

Ou seja, em 3 horas, entre as 20h30 que a minha irmãe amiga falaram com o enfermeiro,até às 23h45, tudo foi feito.

Entre a hora de entrada , às 17h03  e as 20h30, foram 3h30 que estive encostada "à box" sem que ninguém desse por mim. 

Entre as 20h30 e as 23h45, tudofoi feito, graças ao jovem enfermeiro que pediu desculpa , que bastava o serviço ter mais uma ou duas pessoas e as coisas andavam melhor.

E agora vêm os agradecimentos.

Primeiro à minha amiga que, quando me viu sentada e desmaiada com a cabeça para trás, agiu por instinto, depressa  puxou-a para baixo o que fez com que eu vomitasse.

À senhora que se aproximou da minha amiga, disse que sabia como fazer nestas situações,mas não queria fazer nada sem a sua autorização.

Ao casal que estava a almoçar, que interropeu a refeição, e com as indicações da senhora, ele, com os braços por trás das minhas costas, ela que segurava as pernas, levantaram-me da cadeira e deitaram-me no chão.

Soube pela minha amiga que nunca a largaram até entrar na ambulância, foram muito simpáticos.E nesta pequena conversa, ficou a saber que não são de Braga, mas vivem em Braga, e agradeço-vos tudo o que fizeram por nós. 

Ao apoio que recebi dos jovens bombeiros o meu agardecimento, que também lhes fiz sempre que alguma coisa me perguntavam, e até deixarem o hospital.

Ao enfermeiro que veio ver-me e percebeu o que falhara nesta longa espera ( quem me deixou encostada à parede não comunicou que eu estava ali para ser tratada, que esconhecia o que se passava junto à porta da sala onde a equipa assistia, e bem, todos os utentes.

Durante todo este tempo não ouvi ninguém discutir ou reclamar pelo tempo de espera,o que significa que as pessoas compreendem a situação que estes profissiomais de saúde estãoa passar.

A minha gratidão a esse jovem enfermeiro por prontamente tratar de tudo.

À equipa de enfermagem que parece ser unida e ajudar-se mutuamente, o meu obrigada.

Não parávam,estavam cheios de trabalho, a sala cheia de utentes, amaioria com soro, uma jovem com uma transfusdão de sangue, idosos pacientes e calados,  à espera que depressa passasse o tempo para saírem dali,como eu também queria.

Mas estes profissionais tratavam os seus utentes com um sorriso, e sempre incansáveis, uma disposição positiva ao ponto de ouvir "o meu enfermeiro" dizer: " o meu Benfica só ganha por 1-0".

Eu estava muito melhor, apeteceu-me perguntar-lhe como ficara  "meu" Braga.

Entretanto, a minha irmã entrou na sala, pedi-lhe o telemóvel e vi que tinha ganho.

Antes de sair, as três agradecemos tudo o que fizeram e estavam a fazer pelos utenetes do SNS,que estavamos com eles nas dificuldades que estão a passar, que o Estado tem de lhes dar mais apoio, e eu disse que os enfermeiros são os que mais trabalham e precisam da nossa compreensão e apoio..

Eles agradeceram as nossas palavras.

A canção de Sérgio Godinho, que sempre gostei, " A paz, o pão, habitação, saúde, educação" nunca perdeu a sua essência e actualidade.

O meu obrigada a todos, e lutemos por estes direitos fundamentais que fazem um país crescer.

Bem hajam.

 

 

 

 

um fim de semana que tinha tudo para correr bem

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Estava um tempo fantástico na praia,  por volta das 16h00, vim de ambulância para o hospital de Braga . Mal disposta, a almoço foi um chá de cidreira,  uma hora depois desmaiei, e parece que vomitei nesse momento. Quando recuperei, deitaram- me no chão,  alguém prestou os primeiros socorros enquanto a ambulância não chegava.

Na ambulância os bombeiros esperavam a informação de qual o hospital mais próximo com urgência a funcionar: Braga.

Contarei o que aconteceu, e quão estes profissionais de saúde fazem o que podem para cuidar de nós.

Cheguei às 17h03 são 23h13 e ainda cá estou.

Mas bem.

 

 

 

 

 

o velhinho hospital

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Lancei um desafio ao grupo da família para descobrirem que edifício é este da fotografia, que tirei ontem, quando passei perto.

Passo aqui com frequência,  há uma semana reparei nas obras, procurei na internet, li que vai ser um lar de dois que já existem, que serão transferidos para este edifício,.E terá uma unidade de cuidados continuados ( há muito que se falava nesta).

A notícia data de 2021 e dizia que as obras começariam este ano.

E não falhou.

Vê-se na fotografia que todo o interior está a ser destruído.

A fotografia foi tirada junto ao Palácio do Raio, que era o edifício mais antigo do hospital, outrora uma albergaria e convento da Ordem dos Templários, que foi extinto e aproveitado para um hospital que ficaria com o nome de São Marcos.

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Subindo a Rua de São Lázaro, e na continuação do Palácio, encontra-se a Igreja de São Marcos. À esquerda a Farmárcia da Misericórdia, e à direita, o agora Hotel Vila Galé.

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as taxas covid

Ontem, num hospital privado aqui da cidade, paguei 25 euros de taxa de proteção Covid.

Este ano é a terceira vez que pago este valor.

O médico e a enfermeira não usavam máscaras especiais, nem fato, somente as luvas de borracha.

Não foi usado spray, apenas os pensos habituais.

Não há informação de que se paga taxa, nem uma tabela de preços à disposição do utente, sendo ela obrigatória existir, e que eu desconhecia...até hoje.

Estou a pedir informações noutros hospitais do Porto onde costumo ter consultas.

Reunidas aquelas, vou escrever uma carta à administração. Acho um abuso e um roubo às nossas carteiras.

Há 15 dias fui a uma consulta de otorrinolaringologia e não paguei taxa de covid ( pensei que iria pagar).

Do que já li e soube, a taxa pode andar entre os 3 euros, (exceptuando bloco operatório) e conforme a especialidade, e em alguns pode ter um valor de 10 euros para um utente não Covid, e 12 euros para um utente Covid.

E sendo a lista de preços actualizada, em nenhum deles vi o valor que paguei.

Aguardo resposta aos e-mails que enviei, apenas para estar segura do que vou escrever.

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compras no outlet

Ontem, tive uma consulta no Hospital da Luz, na Póvoa de Varzim.

Há mais de 15 dias que andava com dor e zumbido no ouvido esquerdo, ouvia mal, tinha expectoração, alguma tosse. Nada que nunca tivesse acontecido. Foi há três anos que estive exactamente nesta situação.

De vez em quando, o ouvido dá sinal, mas passa.

Fiz vários exames, que confirmaram o que sinto.

Ia almoçar a Vila do Conde, o médico sugeriu tomar o antibiótico ao almoço, se comprasse depois de sair do hospital, senão ficava para o jantar.

Pensei passar na farmácia que fica no centro, só tinha de estacionar o carro, tirar o bilhete, atravessar a rua...

Mas quando estava à procura de lugar para estacionar, verifiquei que a farmácia estava fechada.

Surpresa!

Aqui em Braga às farmácias não fecham à hora do almoço.

Como não conheço mais nenhuma, não queria meter-me no trânsito, e em ruas que não conheço, segui o meu caminho para Vila do Conde.

Já passava da hora do almoço, o melhor seria comprar os medicamentos quando chegasse a casa.

E estou a tomar antibiótico e cortisona.

A minha ideia de ir a Vila do Conde era com intenção de ir apenas à loja da Vista Alegre, no outlet. Até porque eu queria chegar cedo a Braga, e perder o meu tempo a ver montras, porque não preciso de nada, quando lá cheguei, fui directa à loja.

Acho que não ia lá há três anos, não a encontrei.

Tinha a certeza que era onde eu pensava, mas fui andando, se não encontrasse, não ia procurar em todo o espaço, iria perguntar a algum lojista se tinha fechado.

Mas encontrei-a. Vi o letreiro.

Tinha mudado de lugar, umas quantas lojas mais à frente.

A loja mudou por completo, já só tem peças da marca.

Eu tenho um serviço do dia-a-dia que comprei mas não tem a marca, fiquei na dúvida se na altura tudo era Vista Alegre.

Mas também não tinha importância. A louça é boa, tenho há alguns anos.

Só tive pena de não ter peças iguais à que comprei.

Havia serviços com designs mais simples que outros, comprei, avulso, um clássico para oferecer de presente de Natal.

Depois, vi uns pratos couve em branco, trouxe dois e uma saladeira.

Tudo presentes de Natal.

Não trouxe mais nada, e vinha muito carregada, porque ainda não fiz a lista de presentes.

Eu disse num post que iria comprar presentes de Natal em "português".

No próximo sábado, vou a este lugar, parece ter produtos interessantes para comprar.

Se me agradarem, compro. Adoro sabonetes!

E a pouco e pouco, faço as compras para as mulheres.

Para os homens, vão ser as meias de uma fábrica de Braga, com lojas no centro da cidade.

Para as crianças, que têm brinquedos qb, vou pensar.

Mas gosto mais de dar dinheiro, e os pais fazem o que entenderem.

 

 

 

 

quem espera, desespera

Sou paciente, não o sou quando há crianças que não percebem o que é isto de atraso.

Há quinze dias,o sobrinho neto teve uma consulta no Porto num hospital privado.

Consulta que estava marcada para às nove horas, mas  teve de aguentar porque umas gotas agora, outras depois, quando regressou ao colégio já passava da hora do almoço dele.

Hoje, tem outra consulta, de pediatria, marcada para as 9:30h.

Não me deixaram subir, estou na recepção à espera dele e da mãe.

São 10:30h, e ainda não desceram.

Não consigo perceber porque uma consulta marcada para o início da manhã atrasa de mais.

Ou os médicos não chegam à hora de iniciarem o dia de trabalho, ou chegam à hora e começam as consultas meia hora depois...ou mais.

É uma consulta de rotina.

Já percebi que a criança vai chegar tarde ao colégio.

A criança não tem paciência para esperar.

Não me entra na cabeça estes atrasos.

 

mais uma consulta desmarcada

...desta vez pela entidade hospitalar, não por mim.

A especialidade é gastroenterologia, estava marcada há três meses.

Fizera o colonoscopia e endoscopia em Outubro passado, queria a consulta com o especialista para me esclarecer o resultado deles.

A consulta era para amanhã, recebi a chamada no sábado. 

Foi-me dito que o médico está doente, perguntaram-me se queria marcar para outro dia... Mas o outro dia ficou para Maio.

Aceitei,não havia nada a fazer.

Mas esta noite, em que os pensamentos  não me deixavam dormir, lembrei-me que poderia marcar para qualquer outro médico da especialidade, só quero que me expliquem os exames.

Liguei de manhã, e depois de vinte minutos a ouvir umas musiquinhas, que até nem eram muito aborrecidas,consegui falar com alguém.

Pedi que marcassem para qualquer um dos médicos. Mas a agenda de todos está cheia para os próximos três meses ( eu sabia disto porque tentei marcar na aplicação, mas o calendário estava bloqueado).

E a conversa foi outra: o médico anda com alguns problemas de saúde, cancelou todas as consultas da tarde, ficou só com as manhãs.

E reagi, claro!

Disse que não era justo, que o médico, ou quem faz as marcações, deveria ter distribuído as consultas da tarde pelas manhãs dos outros dias, que a minha consulta estava marcada há três meses, que fiz exames e preciso de  falar com ele, ou outro médico.

A  resposta foi que só uma consulta extra poderia conseguir, mas não era ela que tratava disso, tinha de passar o pedido para as colegas deste serviço.

Do lado de cá, ouvia o teclado do computador.

Poucos minutos depois, pediu-me o contacto móvel,  e avisou-me que se fosse possível a consulta, teria uma chamada de volta.. mas o dia não sabia.

Tenho de aguardar.

Tentei. Quem sabe um dia destes recebo resposta!

Mais uma descoberta que prova como  nos hospitais privados as coisas não são como eles divulgam.

 

 

 

 

 

 

as filas não são só para o supermercado

... infelizmente por nossa  culpa..

Em Março,quando o pai da minha amiga M faleceu ( doença não covid), o panorama na entrada do cemitério era este:

A minha homenagem foi o meu silêncio dentro do carro.

Depois do cortejo fúnebre passar o portão do cemitério, foi fechado.

Quatro homens estavam cá fora com máscaras nas mãos, presumi que haveria outro funeral.

E nesse curto espaço de tempo que estive no carro,chegaram quatro carros fúnebres. Esperavam a sua vez para entrar.

Um entrou, sem ninguém para a cerimónia,os outros ficaram à espera.

Só quando saíu o grupo do funeral do pai da minha amiga, entraram os outros carros, em que estavam apenas duas pessoas a acompanhar.

E foi então percebi e senti a dor das imagens que vira nas notícias ( deixei de ver) dos funerais  das vítimas do Coronavírus.

Dez meses depois, o panorama é este:

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(imagem que fui buscar ao blog do último)

 

 

 

na consulta

Mais de vinte anos em tratamentos de fisioterapia numa clínica  razoável, e gostava, há alguns anos que noto que precisa de obras urgentes, sobretudo nas casas de banho e na recepção, assim como  na modernização dos aparelhos, e mais pessoal a trabalhar.

Dois utentes em cada cabine, não há privacidade, embora tenha um corredor com cabines vazias. A maioria dos utentes são pessoas idosas, não sei por que razão não usavam uma cabine por utente.

O que em tempos o pessoal era demais, com a crise de 2011 ficou limitado a duas auxiliares e uma terapeuta.São as duas auxiliares ( que tiveram formação para fazerem as massagens ao utente, competência da terapeuta) que têm todo o trabalho, está a terapeuta, grande parte do tempo, no ginásio. Com a pandemia a clínica  fechou, não sei se, entretanto, e após o confinamento, abriu.

Quando tive esta dor, fui a uma consulta de fisiatria no hospital privado, pela primeira vez faço as sessões aqui.

Há três ou quatro terapeutas, as cabines são arejadas e espaçosas, em cada uma há uma marquesa e uma cadeira. Todo o trabalho é feito pela terapeuta. A funcionária auxiliar trata da logística para a terapeuta  trabalhar e numa ou outra pequena coisa que possa ajudar.

A terapeuta é dinâmica, fala com o utente, controla a ficha deste, interessa-se em saber como está a correr o tratamento. E é muito faladora.E fala alto. Assim como a ajudante.  Nada que incomode muito mas, às vezes, sabe bem o utente descansar um pouco,  ter aqueles minutinhos de silêncio, até para tirar uma soneca.

Estão dois jovens estagiários que a ajudam em tudo, pois claro, muito simpáticos, com quem ela fala muito, ri-se alto, é uma alegria naquele espaço de tratamento. 

Hoje,esperei imenso tempo pela consulta,tinha a fisioterapia logo a seguir, mas quando todos os utentes entravam para os tratamentos, a médica chamou-me.

Estou bastante melhor, perguntou-me se achava que eram precisas mais algumas sessões, mas eu fui sincera com ela e disse que me sentia bem, que,  para já, não queria mais sessões, visto que o número de infectados da COVID-19 tem aumentado no país e receio que nos próximos meses piore, não me sinto tranquila andar fora e dentro no hospital.

Ela aceitou, mas disse uma coisa:" muito bem, mas acima de tudo é preciso bom senso".

Palavras que me tocaram, olhei para ela e perguntei porquê.

Respondeu-me: " há muita gente com doenças graves que não procuram os hospitais com medo de serem infectados".

Comentei que tenho as consultas do ano todas marcadas, não tenciono faltar a nenhuma.E se por algum motivo alguma urgência tiver, não ficarei à espera que a COVID19 passe, procurarei o hospital.

Deu-me alta hoje, mas ainda faltam cinco tratamentos para acabar.

Acho que não voltarei à antiga clínica, a vinte minutos de casa, tenho o hospital à porta.

 

saúde,o melhor da vida para sermos felizes

tinha planeado,ontem, depois do almoço, aspirar a casa ( a gata larga muito pêlo). é habitual aspirar o pó dos móveis com o aspirador, desta vez optei pelo pano do pó.

estava no escritório a limpar as prateleiras da estante, quando vou às de baixo, em vez de dobrar os joelhos, a posição mais adequada, dobrei o corpo,  e: "ai!", uma forte dor na lombar, como se  uma injecção com agulha grossa me tivessem espetado.

não consegui levantar-me, a dor era forte. respirei fundo, não me mexia.

lentamente, ia movendo as pernas e o corpo de modo a arranjar posição para me erguer. alguns minutos depois, levantei-me, mas a dor era muito forte.

fui buscar o meu saco de sementes, aqueci um minuto no micro-ondas, ia para o sofá deitar-me, não tinha posição para me sentar ou deitar.

que dores!

com dificuldade, consegui sentar-me, pus uma almofada atrás das costas o saco entre a almofada e a lombar.

à hora do lanche tomaria um anti-inflamatório.

liguei o televisor, decidi ver um filme na NETFLIX ( muito boa a escolha que fiz), passei a tarde a descansar.

chegou a hora de jantar,  não tinha fome nem forças para cozinhar,comi  sopa e fruta.

pensei ir à urgência do hospital privado, mas  o da minha zona funciona até às 20:00h, já passava da hora.

passei bem a noite, evitava virar-me.

às 8:00h levantei-me, tomei o pequeno-almoço para poder tomar um anti-inflamatório. depois,liguei para o hospital queria uma consulta de ortopedia com o médico que tivesse uma hora disponível... mas só consegui para as 17:30h. entretanto, e como estava difícil andar e mexer-me,pedi uma consulta de clínica geral,precisava de tomar qualquer coisa que tirasse as dores.

tinha para às 09:30h, e fui, mas mantive a consulta de ortopedia.

à hora estava na sala de espera.os minutos passavam, eu não queria sentar-me porque para me levantar tinha de arranjar  estratégia para não sentir dores fortes,  andar a pé era a solução, mas também não me dava descanso.

às 10:00h, perguntei à assistente se a médica ainda não tinha chegado, respondeu que sim,mas que teria um utente que estaria a demorá-la.

às 10:20h desesperada de dores e com a falta do meu café, fui ao bar, informei a assistente que não demoraria, caso a médica me chamasse.

às 11:00h a assistente pede que me aproxime dela e diz-me: " a doutora está nas urgências, pede para descer, a consulta é lá". 

agradeci.  a vontade era reclamar, mas ela estava a cumprir a sua função, não poderia ser ela a ouvir-me.

desci, passada da paciência por não ter sido avisada na altura que lá cheguei. e foi então que me lembrei que há cerca de dois ou três anos aconteceu exactamente a mesma coisa.

de novo à espera na sala das urgências, passaram mais vinte minutos,até que, e na altura que estava a escrever uma mensagem à minha sobrinha a relatar o que acontecia, a médica chamou-me. 

mal entrei no gabinete, ela apresentou-se, pediu-me desculpa pela demora, disse que não estava habituada a trabalhar nestas condições,que fora reclamar à administração,que contratassem mais médicos, que não tem sentido fazerem marcações de consultas normais, mandarem os utentes para a sala de espera e  depois de uma hora ou mais é  que avisam estes que devem ir para a urgência porque o médico(a) está lá.

comentei que o hospital está a funcionar muito mal,que já acontecera o mesmo há alguns anos, que sei que "chovem" reclamações de tudo, que o hospital dos Lusíadas ( não sei se já abriu)  está a dois passos, será a opção para muitos utentes porque sabemos que funciona melhor.

depois de contar o que aconteceu, pedi que receitasse algo que aliviasse as dores,que  vou à consulta de ortopedia.

disse que então não prescrevia medicação, deixaria para o médico de ortopedi. mas levei um injecção para aliviar as dores.

depois do almoço,sentia algumas melhoras, mas aquela dor no fundo da coluna persiste.

então, ontem,  não aspirei, não cozinhei, não jantei.  hoje não fui levar o sobrinho neto à creche ( à sexta-feira é tarefa minha),nem vou buscá-lo.

e são nestas situações inesperadas que dou muito valor à saúde que tenho.

e eu nem sou piegas de mais à dor,mas quando me queixo é porque dói a valer.

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