gaivotas em Braga e de noite
diz o ditado popular que "gaivotas em terra tempestade no mar".
Há cerca de dois anos, sobretudo no outono e na primavera, que, de vez em quando, ouço o pipilar destas aves que percorrem o céu desta cidade distante do mar cerca de 35 km.
Um dia destes, o telefone tocou e do outro lado escutei a voz da minha irmã: "Estou confusa, será que ouvi bem?! Pareceu-me ouvir gaivotas a grasnar aqui perto. Será possível?"
A minha reposta foi: "Sim, é possível, elas já andam há uns tempos por cá. A primeira vez que me lembro de as ver, nem queria acreditar. Agora, já me habituei a vê-las, umas vezes lá no céu, outras vezes quase a tocar os telhados dos prédios desta zona".
Hoje, por volta da 1h, sem sono para me deitar, enquanto lia o livro do desafio de leitura, eis que ouço o grasnado forte, diria que desesperado, das gaivotas. Fui à varanda olhar o lindo céu estrelado, mas não vislumbrei nada. "Óbvio, à noite?!", pensei. Mas o som que se aproximava era mais estridente.
Não desisti de olhar o céu até que vejo um pequeno bando delas que voavam e grasnavam fortemente. Seriam umas dez, que desenfreadas, passaram aqui bem perto do prédio, e desapareceram. Fui à janela das traseiras mas já não as vi e o som desaparecera, também.
Na pesquisa que fiz, fiquei a saber que, neste século, as gaivotas voam longos quilómetros para o interior do país (ao que parece, já foram vistas em Viseu) à procura de albufeiras, alimentos em terrenos lavrados, lixeiras e outros (mais informação aqui).
Um coisa é certa: vê-las durante o dia era normal, mas à noite a grasnar por estas bandas, nunca.