que devia ser de férias, descanso à sombra de uma, ou muitas, árvores; de temperaturas normais para esta estação, estão,ano para ano, a subir.
E quando faltar a água nas torneiras, como já acontece em várias regiões da nossa vizinha Espanha, pode ser que os homens pensem menos em si e mais nos outros.
E façam com que a natureza volte as temperaturas normais de cada estação.
Cuidemos do que é vosso, e nosso, deixemos um planeta equilibrado, e num prazo curto, as gerações do futuro: a dos nossos netos, e bisnetos.
Alojadas em Lanzada, não fizemos praia nas que se estendiam para o lado direito e esquerdo do hotel, em frente ao mar, porque estão mais expostas ao vento.
Tranquilidade, e muitos passeios pelas várias praias da Galiza, foi San Vicente do Mar a eleita.
A minha amiga N passara férias nesta praia, já lá vão 30 anos, desafiou-me para passarmos alguns dias, lá queria voltar ao lugar onde fora feliz, e onde tinha de ir à cabine telefónica, que existe ainda, para ligar aos pais a informar que estava bem... Outros tempos.
Metíamos pelos caminhos entre as casas e os pinheiros.
E a paisagem era maravilhosa.
Pequenas praias que as rochas protegem do vento, sol quente, água fria mas ao mesmo tempo deliciosa porque se formavam pequenas lagoas onde as crianças estavam à vontade a tomar banho e a brincar. Óbvio que me banhei nelas.
De manhã, o público era maioritariamente com idade para cima dos 40 até aos 70, 80... que se reuniam naquele bocado de água que lhes dava até aos joelhos e cavaqueavam por ali até à hora do almoço.
Reunidas as tralhas, ficava a praia semi deserta.
Por voltas das 16:00h mudava o público, vinham os casais com filhos pequenos.
Às 17h00, juntavam-se os adolescentes.
Um grupo considerável concentrava-se no passadiço, alguns metiam-se debaixo dele, outros deitados na areia a conversar e com música a acompanhar.(Provavelmente encontravam-se todos os anos no verão naquela praia, como na minha adolescência nos anos em que os meus pais alugavam casa por um mês, era o reencontro com os amigos que vinham de outras cidades):
Depois, vinha outro grupo, mais pequeno, que ocupava sempre as mesmas rochas. Estes também faziam o mesmo dos mais velhos que estavam de manhã na praia: juntavam-se no mar a conversar, tomavam banho, voltavam para as rochas. Alguns sacavam do cigarrro ( não faziam como os adultos que guardavam as pontas dos cigarros em garrafas de cerveja, mas depositavam-nas na areia).
No meio destes, e porque a hora da sesta passara há muito, chegavam os pais de 40 e 50; e os avós; e os grupos de jovens rapazes e raparigas de 30 que se deitavam na areia a conversar.
Era demais, e continuamente, os adultos, os jovens, e crianças que subiam os rochedos e sentavam-se lá no alto a ver a paisagem ( que tenho a certeza que seria fantástico).
A água era muito llimpa, não tinha a areia pó que há aqui no norte, mas abundavam as algas.
Era um prazer tomar banho naquelas " lagoas".
Passava das 20h00 quando o sol se punha por trás das árvores e uma parte da praia ficava à sombra, era então a hora de pegar nas coisas e regressar a casa.
Mas os jovens ficavam por lá.
Já passaram muitos anos que eu ficava na praia até depois das oito. Foi este o ano que voltou a acontecer.
Este lugar era especial.
Regressávamos ao hotel, a cerca de 8 km, e do quarto em frente ao mar, tinhamos o maravilhoso pôr-do-sol para ver e fotografar.
nesta "brisa promissora", para bem da humanidade e das gerações futuras.
"...os direitos humanos, o ambiente, o racismo, a igualdade de género, a justiça, a privacidade, a violência doméstica, entre outros temas que verdadeiramente tocam as pessoas, começam a ter mais importância do que a “estirpe” dos que lideram do alto das suas torres de marfim."
A SIC foi fantástica em transmitir para todo o país, e para quem não pôde estar "in loco" no Rock in Rio, o cantor da minha geração, Bryan Adams.
Uma hora antes da transmissão, cansada da caminhada que fizera e de trabalhar nas próximas avaliações, desliguei o pc cedo e decidi ver o filme "The war of the roses", em DVD.
Mas adormeci... Despertei ainda o filme passava. Desliguei o DVD e liguei para a SIC. Bryan Adams estava em palco. Aspecto impecável!
Gosto muito de o ouvir e, quando passa na rádio canto, oh se canto! Nunca fui a um concerto dele.
Não ouvi "The summer of 69" a canção que passa e passará por todas as gerações.
Onde estava eu no, Summer of 69? Na que foi até a idade adulta, a minha praia de Apúlia.
E lembro-me que tinhamos um rádio portátil, azul, que levavamos para a praia e desfrutávamos do verão hippie, da mudança, da minissaia, dos calções, do biquini, das serenatas, dos bailes no clube.
Inesquescíveis, Summer of 69, e outros que aconteceram desde então.
Um jovem muito arrogante, que estava assistindo a um jogo de futebol, tomou para si a responsabilidade de explicar a um senhor já maduro, próximo dele, porque era impossível a alguém da velha geração entender esta geração.
"Vocês cresceram em um mundo diferente, um mundo quase primitivo!", o estudante disse alto e claro de modo que todos em volta pudessem ouvi-lo.
"Nós, os jovens de hoje, crescemos com Internet , celular , televisão, aviões a jacto, viagens espaciais, homens caminhando na Lua. Nós temos energia nuclear, carros eléctricos e a hidrogénio, computadores com grande capacidade de processamento e ...," - fez uma pausa para tomar outro gole de cerveja.
O senhor se aproveitou do intervalo do gole para interromper a liturgia do estudante em sua ladainha e disse:
- Você está certo, filho. Nós não tivemos essas coisas quando éramos jovens por que estávamos ocupados em inventa-las. E você, um arrogante dos dias de hoje, o que está fazendo para a próxima geração?
Do blog theredroom retirei esta imagem preocupante.
Preocupa-me a poluição do ambiente, o calor fora da sua época, como neste mês de Outubro.
Preocupa-me ver a vegetação verde fazer frente àquela que nos montes cinzentos foram massacradas pelo fogo.
Preocupa-me o ar que fica irrespirável, perturbando o nosso trabalho.
Preocupa-me o degelo e a subida do nível da água do mar.
Preocupa-me ver cada ano que passa, os areais pequenos e cobertos de rochas e calhaus.
Preocupa-me a seca/inundações nos países onde há carência de bens essenciais.
Gostaria de... explicar às gerações futuras que a indústria foi boa para a economia mundial,mas o homem tentou preservar a terra arável, respeitar o ar e a água potável.