Esposende
Ontem, estive a trabalhar no pc até às 2:30h. Fui descansar preparada para acordar às 11:00h e conduzir os cerca de 35 km, pela auto-estrada, até Esposende.
Acordei muito cedo. Cansada, deixei-me estar à espera que o sono voltasse para ficar mais um pouco na cama, mas não. Esta cabecinha quando não quer dormir, o corpo reage, salta da cama e vai à vida.
Foi o que aconteceu hoje, logo de manhã.
Saí de casa por volta das 11:00h disposta a tomar café no “Pé no Rio”, onde posso usufruir de esplanada, sol, rio e, seja eu sincera, de uns motards que os olhos não se imiscuem de apreciar. E nada melhor que os óculos de sol para os observarem, com discrição.
Levei um livro que comprei para oferecer no Natal. Como me tem despertado a curiosidade de o ler, fazer-me rir e pensar nos comportamentos que eu e todos nós temos, obviamente, vai ficar comigo.
O sol deixava-me estar serenamente a deliciar-me, não só do seu calor, mas também da leitura do livro, até ser interrompida pelo toque do telemóvel.
Cerca das 12:30h saí da minha leitura para ir em direcção à praia.
Como eu gosto de passear pela praia, com este sol radioso e quente! Não estava frio de mais. Até senti algum calor, pois agasalhei-me para o momento.
E lá fui eu dar a caminhada. Maré alta, mas nada de fúria. Muitas algas estendidas na praia, misturadas com lixo, que o mar trouxera para terra.
Garrafas de plástico, de vidro, chinelos de adulto, bidões de gasolina, tudo aquilo que nós nos encarregamos de deitar ao mar, e que este teima em o trazer de volta para nos mostrar que não o quer.Em dias de raiva, trá-lo.
Louvo -o pela sua raiva. Louvo-o pela sua imensidão. Louvo-o porque nos faz pensar que, se nos dá serenidade, energia e sensações únicas que só nós sabemos apreciar, também é capaz de sentir o quanto sofre e se revolta com o descuido dos nossos prazeres.
Regressei pelo interior. As vivendas, algumas muito antigas, cercam as ruas estreitas que dão acesso à praia. Fiquei satisfeita com o arranjo destas. Há pouco tempo havia muita areia, e os transeuntes tinham de fazer o seu trajecto bem junto aos muros que cercam as casas, pois os carros estacionados, em tempo de praia, eram muitos. Então, fizeram passeios o que evita o estacionamento indevido.
Voltei à praia para regressar ao carro. Mas lembrei-me de ir ao meu bar favorito, junto à estrada e a caminho da praia, e comer a minha tosta de fiambre e o panaché. Já estava na hora de matar a fome.
A temperatura estava convidativa. Sentei-me na esplanada. A dona aproximou-se, reconheceu-me e cumprimentou-me com muita familiaridade: « Bem-vinda! Há quanto tempo, minha jóia! Bendito sol que traz as pessoas a este bar!»
Sorri e agradeci a amabilidade da senhora. Há quantos anos eu lá vou ! Estas pessoas não esquecem os clientes, não! Sempre que chegava um cliente, ela tratava-os com muito carinho e dizia, «Ai que o sol de Inverno convida as pessoas a saírem dos seus ninhos! Nada melhor que o sol para alegrar a vida”.
E assim fiquei mais um pedaço a ver as fotos que tirara e a desfrutar de um calorzinho muito agradável.
Mas como o trabalho de professor exige horas em casa e não pode ser descurado, estava na hora de regressar a Braga.
Bem disposta, com energia para uma semana de trabalho, com mais dois dias de sol, porque Quarta-feira a chuva regressa, está na hora de voltar às grelhas de avaliação dos meus pupilos, que amanhã vão querer fazer a auto-avaliação a que têm direito.
Amanhã, vou postar algumas das fotos que tirei. As que mostram a beleza da praia e do mar, e o lado revoltoso deste: o LIXO.