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cantinho da casa

cantinho da casa

os estudantes e o Banco Alimentar Contra a Fome

A minha sobrinha, e afilhada, a estudar no Porto, e elemento da TUNAFE, comunicou à familia que a tuna  ia festejar o 28º Aniversário, online, e para assinalar a data, aliaram-se aos seus padrinhos numa angariação de fundos para comprarem bens alimentares para o Banco Alimentar Contra a Fome..

Toda a família colaborou.

Passado algum tempo, perguntei se o valor angariado atingira as expectactivas. A resposta foi que estavam a tentar atingir os 1000 euros.

Uns dias depois, voltei a perguntar, estava feliz, ultrapassara esse valor.

Todos sabemos que este ano não há recolha de alimentos nos supermercados, fui espreitar a página do  Face Book   da tuna,  lá está o agradecimento a todos os que apoiaram a causa, conforme se pode ler aqui.

 

já ninguém reza...

Ontem, depois da fisioterapia passei junto à Sé entrei num quiosque comprei uma raspadinha de 1 euro ( quiçá um premiozinho pequeno, mas o normal é sair o dinheiro da carteira) a senhora, nos seus setenta e muitos anos, detrás do balcão,falava não sei para quem, e porque ouvia as notícias na rádio que seria sobre o Coronavírus em Portugal ( não conheço nenhum quiosque por cá que tenha um aparelho de rádio sintonizado numa qualquer estação)pedi uma raspadinha e enquanto me atendia ia falando, assim:

- ... também agora ninguém reza. Se rezassem a São Sebastião, tenho  a certeza que a epidemia passava. O povo não reza nada. É como a chuva, quando havia falta dela as pessoas rezavam e ela vinha...

Saí da loja a pensar nisto. Quando vim ao Google pesquisar sobre São Sebastião, sorri. São Sebastião é o patrono das epidemias, da guerra e da fome.

E há locais neste país que festejam o seu dia, conforme podem ler neste e neste blogues.

Procurei também onde é, em Braga, a Capela, porque sei que há, mas onde se situa não, fiquei estupefacta quando vi a imagem.

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Passo perto quando vou à fisioterapia e nunca a vi aberta, sempre tive curiosidade em conhecer.

Afinal ela abre todos os dias às 19:15h (excepto domingo).

Mais uma descoberta interessante nesta minha cidade. E vou lá fazer a visita.

A igreja paroquial está localizado na área sudoeste da cidade, em uma colina conhecida como Alto da Cividade o local conta com a maioria dos restos e ruínas da época romana de Bracara Augusta. Esta é uma das mais antigas igrejas de Braga, a sua construção foi ordenada por Pedro de Graã. É uma igreja octogonal de estilo barroco, com uma torre no meio. No final do século XVIII, todas as imagens que estavam ali foram transferidas para a Capela de São Sebastião das Carvalheiras. No interior, os mais notáveis ​​são os azulejos que destacam a vida de São Sebastião e da Capela das Chagas de Cristo, com um grande altar.

É possível visitar o local de Segunda a sábado, sempre as 19h15, no horário do culto. Descendo a rua da Torre do Postigo.

 

 

os nossos animais são como os nossos filhos

não sei o que se passa com a minha gata que me chateia a cabeça todas as noites.

por volta das cinco horas mia, quer que eu lhe dê de comer.

estava muito gorda, a veterinária pediu-me para ter cuidado com a quantidade de comida.

conto as horas das refeições, divido a ração três  vezes ao dia , de 8 em 8 horas.

volto para a cama, ela entra no quarto, quer saltar para a cabeceira da cama, é uma luta de forças entre as duas. digo "não", ela pára, sai do quarto, fecho a porta, ela mia, um miar de mimo, passa as garras na porta, fico desesperada.

passa-se isto durante duas horas, quando me levanto e vou dar-lhe de comer.

a partir deste momento, ninguém a ouve, vai para o seu canto, adormece.

estou rota de cansaço, cheia de sono, apática, sem forças.

esta cena acontece há pelo menos 3 semanas.

se esta brincadeira continuar, vou falar com a veterinária.

os nossos animais são com os nossos filhos. dão-nos muitas preocupações.

na próxima semana vou para a capital. fico tensa por deixá-la aqui, mesmo com a Sofia a cuidar dela.

 

 

 

 

 

 

 

Gata esfomeada

A Kat, a minha gata, gasta muitas energias a correr pela casa, é uma louca, sempre que vou à cozinha vai atrás de mim porque "pensa" que lhe vou dar comida.

Costumava deixar o prato com ração seca, embora tivesse o cuidado de não o encher, para comer durante todo o dia.

No verão passado, verifiquei que ela comia de uma só vez a ração que seria para todo o dia, o que me levava a reforçar a dose. E engordou.

Mudei de marca e reduzi a quantidade, mas não resultou.

Quando em dezembro fui à veterinária (sem a gata, porque esta porta-se muito mal quando tem de ir à consulta), perguntou-me se costumava dar-lhe alimento húmido.

Expliquei que sim experimentara vários sabores e ela não comeu(ela só come ração de frango). Deu-me uma amostra,  recomendou que pelo menos duas vezes por semana convém dar-lhe este tipo de alimento..

A partir desta altura, voltei a comprar comida húmida, de frango, e vou alternando com comida seca. Também distibuo as horas da refeição  e comecei a dar-lhe 3 refeições de 8 em 8 horas, mas doses mínimas.

Só que a gata come tudo de uma só vez. E, sempre que vou à cozinha, vem atrás de mim, pára, olha-me  e roça-se nas minhas pernas e/ou no estendal da roupa e via para junto do prato (sem comida). Olho-a e digo, "Não!" E viro costas.

Ela vinga-se. Atira-se às minhas pernas, numa de me provocar, também. E eu rio-me e repito: "Não há comida!"

Antes da hora de jantar, fartei-me de ouvir a gata a brincar com o que me parecia ser ruído de papel.

Fui espreitá-la mas não dei fé de nada anormal.

Há pouco, voltei a ouvir ruído. Convicta que o som vinha do escritório, espreitei, mas ela não estava lá. Nada estava fora do sítio.

Fui à cozinha. Estava ela em cima de um saco de ração que comprei no final do verão, mas que ela não aprecia.

Tinha-o na prateleira para o gato da minha irmã.

Quando reparei na embalagem, ela tinha-o aberto com os dentes. Fiquei estupefacta porque, na verdade, ela nunca deu importância ao saco.

Arrumei-o no armário e fechei-o.

Uns minutos depois, ouço novamente o som de papel a arrastar no chão.

Voltei à cozinha.

Ora, na prateleira  junto à embalagem da comida, costumo ter um saco de papel com as cápsulas nespresso para reciclagem.

Que fez ela? Puxou do saco, caíram as cápsulas ao chão e a asa do saco estava enfiada no pescoço, arrastando-o pela cozinha.

Lá fui dar-lhe um restinho de comida da latinha.

Está agora, aqui ao meu lado, no sofá, a dormir uma tranqulla soneca.

 

 

 

 

 

 

 

 

Desperdícios

Ja tenho escrito sobre este assunto porque nos dias que almoço na cantina da escola, vejo que alunos desperdiçam bastante comida.

Chamo-os a atenção, olham para mim, mas seguem com o tabuleiro para o balcão, onde está uma funcionária a recolher e deitar os restos para o saco do lixo.

Aqui em casa, não digo que não vá algum resto para o lixo e, por vezes, custa-me ter de o fazer sabendo que há muitas pessoas com fome.

O Natal está a chegar e já pensei nos restos do bacalhau cozido e das batatas que ficam na panela, porque, aqui, já ninguém come "a roupa velha"( que eu nunca gostei).

Entro no Sapo, e vejo este vídeo.

Espero mesmo, que se tomem medidas sérias que possam fazer ver a muitas famílias que o que desperdiçam hoje, amanhã podem ser elas a precisar, inclusive eu,  deles.

 

 

 

Banco

Acordei cedo, hoje. Precisava de compas de supermercado.

Há alguns dias atrás, comprei na H&M um vestido/túnica de manga comprida, para uma ocasião especial, cujo tecido finíssimo e transparente mais parecia uma camisa de noite. Como a marca, de quando em vez, faz umas promoções para convidar o cliente a comprar, a peça que custava 25,90,trouxe-a pelo preço de 10 euros.

E por que fui trocar a peça?

Porque não a vesti na loja. Hoje, decidida a experimentá-la para ver se tinha coragem de a vestir num evento qualquer, depois de olhar o espelho, achei que não. Só com leggings, que eu não gosto, ficaria bem.

Fui à loja, dei umas voltas, vi o que queria e o que não queria, mas como não estava disposta a comprar o que poderia ficar guardado no armário e não estamos em tempo de extravagências, optei por uma malha preta (embora não seja adepta desta cor, faz sempre jeito para combinar com qualquer outra cor). Só que a malha custava 19,90, isto é teria de pagar mais 9,90 euros.

E trouxe. As malhas que comprei na H&M são confortáveis e têm um corte/modelo que gosto.

Fui ao supermercado. Entrei e lá estavam eles, os jovens/senhores/senhoras do Banco Alimentar, que chamam contra (não gosto destes nome) a fome. Mais suave seria Banco Alimentar de Erradicação da Fome.

Comprei carne, polvo, frango, pão.

Ofereci arroz e massas.

Quando lá voltar, será leite (existem os vales nas caixas de supermercado  que são uma ótima maneira de continuar a ajudar).

À saída, estava uma jovem junto a uma mesa com uns bonecos, ou outras coisas quaisquer, que não percebi. Aproximou-se e perguntou-me  se queria colaborar com um donativo para...

Respondi que ajudo com donativos em vários locais. E saí.

Lamento. Prefiro dar de livre vontade, uma moeda ou nota, a impingirem-me, quase sempre com o valor acima dos 3 euros, objetos sem préstimo algum e que eu não gosto.

Amanhã, será na escola. Também conta com todos para ajudar famílias carenciadas.

Todos os anos damos aquilo que podemos.

Hoje por uns, amanhã por outros, sabe-se lá quem (eu).

 

 

 

 

 

 

 

Nem ao domingo se tem aquele pequeno prazer de comer fora de casa.

Fui ao Pingo Doce fazer umas compras (lembrei-me que havia prometido nunca mais lá entrar, mas depois aconteceu algo que me fez reflectir e decidi voltar). Com um espaço de refeições alargado há algum tempo (eram muitas as pessoas de 3ª idade que lá almoçavam a um preço razoável, principalmente ao domingo), a venda de refeições para fora era considerável (nunca comprei, mas via-se as filas), hoje, estranhei: "Ninguém a almoçar?! Ou será cedo ?!" Confesso que sai de casa sem saber que horas eram.

Cheguei a casa, fui pôr as compras na cozinha, olhei o relógio:"13:45h?", inquiri-me.

E pensando no espaço de refeições Pingo Doce conclui: "os Portugueses não têm dinheiro. Os Portugueses já não podem ter aquele pequeno prazer dominical de ir à missa, entrar num restaurante acessível onde conviviam com outras pessoas da sua idade, e desfrutavam de uma refeição mais avantajada ".

Lembro-me bem de ver o espaço Pingo Doce cheio.

Agora, não há ninguém.

A pobreza está em Portugal.

Imagem retirada daqui.