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cantinho da casa

cantinho da casa

a factura

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É obrigatório, onde quer que vamos fazer alguma compra, almoçar, jantar, cortar o cabelo, um pequeno ou grande serviço que alguém faça em nossa casa, que a factura seja com IVA.

Escrevi algures num post, que nem sempre me lembro de pedir factura, e se uns perguntam se a quero, grande parte não faz a pergunta.

Ontem, fui à CP comprar bilhetes de comboio.

Vou no fim de semana do feriado de 25 de Abril dar um passeio.

Não comprei os bilhetes online porque tinha algumas dúvidas e preferi fazer a compra pessoalmente.

E ainda bem, porque, sendo feriado, uma das horas  de saída do comboio de um dos lugares, que está no horário, não há nestes dias.

Disse ao funcionário que no  horário em PDF não há qualquer referência aos feriados.

Esclarecido o assunto, e depois de conferidas as horas e dias de saída dos lugares que vamos, paguei.

De repente, disse que queria factura.

O funcionário respondeu que não podia dar porque já tinha pago.

Nem sequer pôs a hipótese de anular e dar uma com o NIF.

Pelo contrário, o comentário que fez deixou-me  com cara de parva.

Com o à vontade de quem está habituado a fazer dos clientes,  que também habituam mal estes senhores, sobretudo os que viajam diariamente, disse:

" Pedir factura na vale para nada. Isso não interessa".

"Como?!, perguntei.

" A factura não vale nada, não serve para nada."

E eu, que até sou educada, fui uma parva e respondi: "Não há problema, não pode dar uma nova, deixe lá ".

Agradeci, e saí da estação.

Hoje, fui ao ginásio, já estava na hora do almoço, decidi trazer do bar alguma coisa para comer.

Pergunta o funcionário: " factura?"

"Sim", respondi.

Agradeci lembrar-me porque não me passou pela cabeça pedi-la.

É por tudo isto que a pergunta de quem nos presta um serviço devia ser "NIF, por favor".

Se o cliente não quisesse dar, aí o problema era dele.

Ainda está incutido em muitas mentes que as Finanças/Estado não precisam de saber onde  e em que gastamos o nosso dinheiro.

Comprei uma carteira que me custou 90€ e trouxe a factura com IVA.

Se eu pago impostos, e se peço factura, estou a contribuir para a economia, certo?

E também porque colhemos algum fruto dessa economia: a dedução à coleta.

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para acabar "bem" o ano

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(imagem, daqui)

 

A propósito deste post,  tinha marcação aqui, para ontem, à hora do almoço.

Cheguei um pouco antes da hora, estava uma funcionária à porta, discutia com um senhor que pedia encarecidamente que o deixasse entrar, que era oúltimo dia que podia resolver o assunto, que não tinha culpa do que acontecera.

A funcionária dizia que estava a cumprir o seu dever, só por marcação é que podia entrar.

O homem insistia, ela também dizia que não, até que diz:

- Se você fosse um homem eu dizia-lhe.  

Resposta dela:

- Sou mulher e sei defender-me muito bem.

Ele virou costas e foi embora a resmungar.

Na minha vez, disse que tinha hora marcada, mandou-me entrar e sentar no balcão.

Veio a colega, expliquei o que queria, entreguei-lhe o impresso preenchido.

Desapareceu da minha vista, ouvia fazer uma perguntas sobre o meu assunto, a alguém que não se via.

Alguns minutos depois, ela aproximou-se e perguntou-me se tinha feito a simulação e se compensava pedir a avaliação do imóvel.

Respondi que o valor não era alto, mas que compensava.

Foi então que recomendou que tinha de trazer a planta da casa, que devia ir à Câmara, que ficava com o impresso do pedido de avaliação, que não podia fazer nada sem ter a planta com as medidas certas.

- Oquê?!,perguntei.- Não, eu não vou perder tempo na Câmara, até porque não me vão dar a planta até ao fim da semana. Obrigada,mas desisto,- respondi.

Ela voltou a dizer que aceitava o impresso, que tentasse, e voltasse lá.

Agradeci a atenção, que desistia, que ficará para 2024.

E é isto.

Desisti.

 

 

 

 

 

a funcionalidade das nossas finanças

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Vi no Jornal da Noite da SIC, no Conta e Poupanças, que até 31 de Dezembro podemos pedir a actualização dos dados do imóvel, feita de três em três anos, mas antes disto, deve ser feita a simulação online, porque pode não compensar.

Nunca me lembrei de a pedir, e não pediria se não visse esta reportagem.

Fiz  a simulação duas vezes para ter a certeza de que não me enganei, a poupança não é muita, mas vale a pena pedir a reavaliação, pagarei, durante os próximos três anos, menos IMI.

Se fizer online, são muitos os anexos a preencher, só alguém especializado consegue.

Se for às Finanças, é mais rápido, mas é preciso marcar.

Fui hoje de manhã, estava uma senhora à porta, disse ao que ia.

Perguntou-me de imediato:

- Fez a simulação online?

Respondendo afirmativamente, perguntou:
- E vale a pena?

Respondi que sim.

Então, disse-me que a marcação é feita por telefone, que devia ligar, a partir das 15h00,  para o número que está afixado na porta, acrescentando que é ela que atende o telefone.

Disse que tinha de levar documentos da Câmara ( nem comentei, acho que não tinha sentido), e que devia  ir ao site das Finanças e descarregar o modelo 1 do IMI, fotocopiá-lo e preenchê-lo, para, presencialmente, tratar  da actualização dos dados.

Ora, a partir das 15h00  ( são 16h30), liguei várias vezes para as Finanças, o telefone tocou, tocou, tocou, e ninguém atendeu.

Nada feito! 

Vou voltar lá, amanhã de manhã, e quero uma marcação.

Funcionalidade tuga, é o que tenho a dizer.

Apetece-me dizer que parece que estão a gozar com quem trabalha.

 

 

 

 

 

 

fim de semana

de temporal, esta noite foi terrível. Por volta da 1h da manhã, as rajadas de vento e a carga de chuva era de tal forma intensa, estavamos sentados no sofá a ver televisão quando, de repente, vejo através do estore da sala um clarão, seguido de um grande estrondo, e a gata que estava sentada no quentinho da manta, ao meu lado, assustada dá um salto, desata a correr, escondeu-se não sei em que lugar da casa.

Com o relâmpago a chuva e o vento serenaram.

E como é o segundo fim de semana de chuva, e por que o tempo não está bom para caminhadas, tenho ido ao domingo  à hidroginástica, que tem muita gente mas não é do tipo que está na conversa a falar da sua vida ou da vida alheia, felizmente.

Aproveito a tarde para tratar das contas do IRS de 2017. Não gosto de deixar para depois este serviço embora o controlo da nossas despesas nas Finanças seja ela por ela, não me dou ao trabalho de reclamar nada.

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último dia

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para validar as faturas de 2017 (sexta-feira da semana passada não tinha nenhuma por resgitar), hoje, das várias tentativas que fiz para validar as seis  que constam na minha página, clico no ícone "complementar informação de factura", e  o que me aparece é  isto:

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Tenho ou não tenho facturas pendentes?

Sim. 

O tráfego online está, com certeza, congestionado.

 

 

coisas do meu dia

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Fui as Finanças pagar o Imposto Automóvel, tirei a senha, aguardei a minha vez.

Ao meu lado, sentada, estava uma mulher jovem, com três crianças,  duas delas sentadas a seu lado. Mal reparei nelas. De repente, vejo que as cadeiras estavam vagas, sentei-me numa. 
O rapaz andava para um lado e para o outro, ria-se, não falava. Percebi que fungava muito, que estaria constipado.

Estava demorada a chamada da minha senha, embora só tivesse dois números à minha frente, sentei-me ao lado da jovem mulher.

O rapaz continuava na sua agitação mas não incomodava ninguém.

De quando em vez, ela chamava o miúdo que ora vinha junto dela, ora se afastava e parava em frente à porta. Olhava para fora.

Às tantas, diz-me ela:

" Ele não pára, mas não se incomode. Ele é autista".

Olhei para ela, fiquei entalada de emoção, mas disfarcei, respondendo que a criança não estava a incomodar ninguém, e eu nem reparara nesse pormenor e se ela não o dissesse não dava por nada.

" Ele é muito meigo, mas não pára e não fala. Quer ver?"

Chamava  o miúdo e pedia-lhe um beijo. Ele aproximava-se dela e fugia para junto da porta.

Imigrantes, perguntei se estavam há muito tempo em Braga. Contou que chegaram há um mês do Rio de Janeiro, vieram viver para Braga porque lá está impossível ter uma vida tranquila, sobretudo para as crianças, andam a tratar da documentação, estava difícil encontrar uma escola para as filhas e para o menino...  " São trigémeos", diz.

Comentei que nesta altura do ano é difícil porque as aulas começaram há dois meses, mas com a ajuda da Segurança Social certamente que a encontrará e para o menino também, porque sei que existe em Braga uma instituição que dá apoio a estas crianças.

"Elas são crianças normais. Adoro este meu filho. Eu sou portuguesa,o meu marido é italiano, vivíamos lá no Rio, decidimos vir para Portugal. Está tudo a correr bem, estou feliz por estar aqui, sei que vamos conseguir ..."

As duas raparigas, que estavam junto do pai, que estava a ser atendido, viram-nos a conversar e vieram ter connosco. Muito bonitas e simpáticas, dei-lhes as boas vindas.

Uns minutos depois, o marido aproxima-se, sorridente, cumprimentou-me.

Desejei-lhes muita sorte, comentei que as meninas de certeza que vão ter uma escola que as vai receber.

Perguntei-lhe a idade. 8 anos, estão no 2º ano.

Fiquei com a imagem desta jovem mulher na mente e acho que ainda nos vamos cruzar. Ela vive numa zona da cidade onde passo muitas vezes, acho que vou ter a alegria de saber que as crianças têm escola.

Os brasileiros estão de novo a procurar viver uma vida mais tranquila em Portugal. Há muitos aqui na cidade. Verifico isso nas lojas e no ginásio.

Quem me dera que os meus sobrinhos deixem o Rio e venham para Portugal ou outro país da Europa.

Para o ano, o meu sobrinho neto faz  6 anos entra para a escola. Cá seria o ideal.

Gostaria de tê-los por perto.

 

agora, é a voz

A semana passada  fui às Finanças acompanhada de uma jovem que, além de simpática, é uma boa profissional a tratar de documentos. A funcionária que nos atendeu parecia que estava a fazer um favor, mas foi respondendo a tudo o que a jovem perguntava. Eu olhava-a e  associava o rosto a um caso que aconteceu comigo, há um ano e meio, sobre o que devia fazer para conseguir um documento.

Lembro-me que saí de lá frustrada, não por que o assunto não ficasse resolvido, mas pelo tratamento arrogante que me fez passar por uma imbeci. Também porque quem estava próximo ouviu tudo ( não devia ser permitido as pessoas que esperam a sua vez ficarem perto do balcão de atendimento. Ninguém precisa de saber o que cada um vai tratar). Contudo, não tinha a certeza se seria ela.

Hoje voltei às finanças. Esperei 45 minutos ( e porque muitas pessoas tiraram o ticket mas puseram-se a milhas com tantos números à sua frente), fui atendida pela mesma funcionária.

Antes de preencher a requisição, perguntei se podia ser eu a pedir o documento, visto que sou cabeça de casal da família. E expliquei o motivo do pedido. Respondeu que não podia se eu a fazê-lo.  Insisti na minha explicação, ela insistiu, também, até que acabei por dizer que o meu familar iria lá resolver o assunto.

E foi pela voz que lá cheguei. Foi ela, sim, que me atendeu  há um ano e me fez passar por um momento constrangedor e humilhante.

Hoje, de novo, a sua arrogância  fez-me corar. Corei, porque não consegui responder-lhe com a mesma "delicada" arrogância e porque me senti envergonhada  pela minha ignorância e o facto de, mais uma vez, estar um senhor encostado ao balcão e ouvir a conversa.

As Finanças estavam a fechar, fui à caixa de pagamentos, perguntei ao simpático funcionário ( já o conheço de outros pagamentos que fiz) que já contava o dinheiro para fechar a caixa, se podia aproveitar  para fazer o pagamento do imposto de circulação automóvel.

"Claro que sim", respondeu.

Perguntou-me o NIF, deu-me a máquina de pagamento automático e com um sorriso, respondeu-me: " Fez bem aproveitar. Está feito."

Agradeci, como sempre faço a quem me presta um serviço.

Se os funcionários devem ser tratados com educação, eu nunca fui mal educada para ninguém, também deviam ser mais simpáticos para quem precisa do seus serviços. E ser simpático não é rir e sorrir a todo o momento e para toda a gente. É explicar as coisas com alguma delicadeza.

A porta já estava fechada. Abri-a, e saí mais satisfeita.

Não volto lá tão cedo. 

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IRS, a primeira vez

 

que tive dificuldade em detectar os erros.

Não me dou ao trabalho de preencher  nova declaração, houve umas pequenas mudanças, os erros eram sempre os mesmos, no anexo H quadros 4 e 7.

No 4 abri uma linha, não me dizia respeito, não fechei, e até dar pelo erro, perdi um tempinho.

No 7 ( juros habitação)  faltava-me o IBAN do mutuante, que agora aparece noutra posição.

Resolvidos estes erros, simulei e submeti.

Dentro de três dias  a declaração estará disponível para verificação.

Feito!

 

 

 

 

“Li os livros de Richard Bach. O Fernão Capelo Gaivota era uma gaivota que queria voar mais alto do que as outras. Caiu, mas levantou-se e fez o seu grande voo. Eu também sonhei com um grande voo, ao estudar.

... ao estudar. Também caí, mas ainda me consegui levantar"

 

palavras finais de um dos depoimentos de uma das várias estórias que contam como funcionam as Finanças deste país, no artigo "O inferno são as Finanças" do jornal Público.

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"Hoje, tudo é automático. Não há a possibilidade de se analisar cada caso na sua especificidade. Isso já levou à falência de milhares de empresas. E tenho muitas dúvidas de que, feitas as contas, estes métodos estejam a levar a um aumento da receita."

Eduardo Paz Ferreira, fiscalista

 

"Eles não faziam ideia de como se organiza um espectáculo. Não se informaram sobre a especificidade do caso. Nem sabiam o que são royalties."

Cristina Branco, cantora

 

"Perdi a confiança em Portugal. As penhoras são automáticas, não há nada que se possa fazer ou alegar. Não há meios de defesa."

Tiago Salazar, escritor

 

"60%  dos chefes de Finanças ocupam o lugar em regime de substituição. É uma espécie de comissão de serviço, de que podem ser dispensados a qualquer momento"

 

“Cada vez que vou ao portal, a dívida aumentou. Há meses, tinha 70 processos e devia 12 mil euros.  Fiz as contas a um pagamento em prestações, mas não conseguiria, porque o prazo máximo que concedem é de 36 meses.”

 

Paulo T.