Procissão dos Passos
Há muitos anos, acho até que desde miúda, que não ia à procissão dos Passos.
Hoje fui ver, aqui perto de casa, e fiquei decepcionada. Um cortejo pequeno.
Ou as pessoas não têm dinheiro para vestir as crianças de anjos e/ou outras figuras bíblicas, ou as crianças não querem (eu nunca quis), ou a tradição já não é o que era e as pessoas preferem ser espectadoras.
Também, se não me recordo há quantos anos não vou, posso estar a exagerar e esta procissão ser de facto pequena.
Passaram os GNR, que abriam a procissão, alguns estandartes que voavam quando o vento soprava ais forte e quem os levava fazia um grande esforço para os segurar.
E de repente a procissão parou em frente à Igreja da Santa Cruz . Dos altifalantes saía a voz do Arcebispo Primaz que, durante cerca de meia-hora, fez a pregação.
A temperatura não era de primavera, o sol fraquito ia sorrindo sem aquecer os corpos e a paciência não era muita. Viam-se alguns anjinhos fora do cortejo a brincar no jardim em frente. Pudera! Quem aguenta meia-hora com a brisa fria que fazia?
Alguns idosos que se sentavam nas escadas da Igeja de São Marcos, onde arranjei um lugar para poder tirar algumas fotografias, comentavam "não há anjos? as pessoas estão a guardar-se para as procissões da Semana Santa?"
E os transeuntes que já tinham visto a procissão noutra rua passavam pelo meio do cortejo parado, sem respeito por quem estava ali à espera que a pregação acabasse e pudesse seguir o seu caminho.
Habituada que estou a ver muitos andores, passaram apenas dois, mais alguns anjinhos, grandes e pequenos, os seminaristas e a banda.
E eu que pensara que ia ver um grandiosa procissão.
E as fotografias não foram as melhores, também.