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cantinho da casa

cantinho da casa

raios partam as meias

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Um ano depois dos três tratamentos que fiz aos derrames nas pernas, tive a consulta na 5ª feira passada. Mais quatro picadas, volto em finais de 2018, saí do hospital com as meias descanso vestidas que terei de as usar pelo menos durante cinco dias.

Ontem precisa de levantar uma encomenda no centro comercial, vesti uma saia, uma meia calça opaca por cima das meias descanso.

No centro comercial, e sempre que percebia que ninguém me olhava, parecia uma tolinha a erguer um pouco a saia para puxar as meias que me caíam pela pernas.

O que valeu foi que não perdi muito tempo neste espaço cheio de gente que andava na loucura às compras Black Friday.

À noite fui jantar com um grupo de amigos, decidi não levar a saia para evitar sistematicamente puxar as meias, mudei de roupa, vesti umas calças. Não sei o que aconteceu, senti-as mais justas, não puxei uma única vez.

Como tenho um par, antes de deitar-me lavei-as, enxaguei-as numa toalha e deixei-as secar para de manhã as vestir.

Hoje, vesti calças, as meias também. Mas na rua, lembraram-se de me provocar; caíam coxa abaixo.

Andei 20 minutos a pé, parecia uma tolinha. A cada passo parava e tentava puxá-las, mas sem êxito.

Às tantas, desisti. Tirei o blusão ( hoje a temperatura estava agradável para andar em camisola) pu-lo à minha frente para que ninguém reparasse na figura que eu fazia.

Cheguei a casa da minha irmã, já elas estavam cá em baixo nos joelhos. Puxei-as o mais que pude. Saímos para tomar um café na Casa das Tíbias, bem perto de casa dela, mas durante esse pequeno percurso a minha irmã ria-se de gozo porque a minha forma de andar dava a entender que tinha algo na perna, tipo damos um passo e esticamos a perna e o pé amorteça o passo,  ao memso tempo que dizia: "raios partam as meias!".
Mal chegamos ao café, fui directa à casa de banho para as despir, acto possível depois de tomarmos o nosso café. Fomos ao nosso passeio eu de botins calçados e sem meias.

Com ideia de comprar um par de mini meia, entretanto, encontramos um casal amigo que  encontrara os familiares que passeavam. Depois  aparecem outros familiares desses amigos, formou-se um grande grupo que parou a conversar disto e daquilo. Combinou-se um jantar de Natal, mas ela ( que está à espera que o frango cresça para jantarmos em sua casa um arroz daqueles de comer e chorar por mais), que trabalha num banco, diz que tem os próximos fins-de-semana com jantares marcados, não vai ser possível estar presente.

E estivemos 1 hora na conversa a falar dos nossos tempos de noitadas nas discotecas, dos namorados, o prazer de mostramos as fotografias dos nossos sobrinhos netos; dos filhos que já têm idade para ter filhos, da vontade de verem a família crescer

Despedimo-nos com um "se não nos virmos antes, um Feliz Natal"... Continuo a dizer que os bracarenses gostam de viver a sua cidade ao fim de semana.

Porque fico mais confortável com as meias, vesti-as quando cheguei a casa. Aqui, faça as cenas que fizer, ninguém vê.