cabeça minha!
O bilhete que ganhei para o Rock in Rio, que não vou porque não gosto do cartaz desse dia, esteve dias dentro do envelope junto ao computador.
A semana passada a empregada veio limpar, arrumei tudo e pus, como sempre, os papeis em cima do computador, o envelope ficou também.
No dia seguinte, peguei nas coisas e reparei que o envelope estava vazio. Bilhete do RocK in Rio. Nada!
Procurei tudo, nas gavetas, na reciclagem, nada.
No fim de semana não me preocupei, até que ontem impliquei que tinha de o encontrar, lembrei-me se estaria caída debaixo do móvel da sala, peguei na vassoura e, "voilá!"
Mas vai ficar no "baú" das recordações, ou vai para a reciclagem, porque ninguém quer ir neste dia.
Há dias comprei um blusa que gostei demais. O tecido pareceu-me ser viscose.
Sempre confiro as etiquetas. Se tem poliéster deixo ficar. Desta vez, não vi.
Paguei a blusa, cheguei a casa, voltei a vesti-la, gostei, cortei as equiquetas e lavei-a.
No dia seguinte, vesti-a e fui com uma amiga, aqui.
Disse tão mal da minha vida. Sentia-me envergonhada porque as manchas de transpiração causadas pelo poliéster eram notáveis, estava com nojo de mim própria e quanto mais comentava com a minha amiga, mais as manchas aumentavam.
Mal saí do centro, vim a casa mudar a blusa.
A tarde de hoje foi a separar a roupa de verão que não tenciono vestir nunca mais, lembrei-me dela, que estava no cesto da roupa, juntei-a ao monte de roupa prontinho a dar à rapariga do costume.
Ontem fui ao Ikea para trocar uma das cadeiras que faz conjunto com a mesa de exterior, para a varanda, porque um canto de uma ripa rachou.
Cadeira na mala do carro, lá fui feliz e contente, aproveitei para almoçar lá.
Mal estaciono o carro no parque, lembrei-me que tinha deixado a fatura em casa.
"Cabeça esta!", comentei.
Mas não vim a casa. Decidi voltar amanhã.
Almocei, dei uma volta pelo centro comercial, que anda quase às moscas, vi umas calças que gostei, vesti, comprei.
Antes de regressar, passei no balcão de apoio ao cliente do Ikea para saber quanto tempo tinha para fazer a troca.
Vim a casa, deixei o saco com as calças, voltei a sair para passar na companhia de seguros.
Assunto resolvido, passei no Pingo Doce, fiz umas compras e vim para casa.
Vesti mais uma vez as calças, gostei de me ver com elas, um pouco compridas demais, porque sou baixa, arrumei-as sem tirar as etiquetas.
Sei que tenho um mês para fazer a troca, por isso deixei-as no saco faté decidir se quero mesmo usá-las ou se desisto e troco.
Ora hoje de manhã, impliquei que são giras e tal, mas às tantas não as vou usar muito tempo, mais roupa para ficar no armário para depois dar, "vou trocar!", pensei. "Amanhã vou ao Ikea fazer a troca da cadeira, troco as calças".
Venho à mesa procurar a fatura que pensara estar junto às outras, e " fatura?! onde está?!
Sempre que faço compras guardo os talões de compra/faturas na carteira ou na mala.
Lembro-me de a guardar na carteira "à trolha" que o fecho quase nem fechava.
Cheguei a casa, tirei a carta verde do carro que estava no bolso da mala, e na carteira tirei os talões que guardara.
Pois estou farta de o procurar e não encontro. Nem o talão de pagamento do cartão multibanco!
Virei o saco da reciclagem, sentei-me no chão a ver papel a papel se o encontrava. Não está.
Depois, não fosse o diabo tecê-las, peguei numa chave de parafusos e afastei o lixo doméstico, poderia, por engano, ter colocado lá.
Nada!
Virei o saco da loja, as calças, mala. Zero!
Fui à garagem conferir se estaria caído no carro e, nada!
Depois lembrei-me. Quando fiz o pagamento no supermercado, o talão estava junto ao dinheiro. Provavelmente tirei-o, pousei-o na caixa, não reparei e ficou lá.
E agora?
Agora, vou tentar a sorte. Vou à loja, digo o que aconteceu. Se a funcionária da loja aceitar, ótimo, se não aceitar, lá vou ter de ficar com as calças, que até são giras, mas, e repito, acho que vão ficar mais vezes no guarda-roupa que no meu corpo.
Sou tão cuidadosa com os talões de compra! Mas elas acontecem. Aprende, mulher!