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cantinho da casa

cantinho da casa

no meio da multidão...

Cinco mulheres de mochilas às costas, os banquitos que haviam comprado há 4 anos a acompanhá-las,  chegaram a Fátima ao início da tarde.

Contrariamente ao que esperavam, a entrada em Fátima foi calma. O trânsito sereno, muitas pessoas na rua e nas esplanadas dos cafés, gente bem disposta.

Depois de tomarem o ansioso café, dirigiram-se para o recinto do santuário. 

Mais de metade deste estava cheio, decidiram ficar cá em cima, a "dois passos" daquele tão falado terço, que só à noite mostraria o seu esplendor.

Pessoas bonitas, pessoas bem dispostas, de  todos os estratos sociais, todos iam ocupando um bocadito do espaço que, sem se ficar apertado, era o ideal para si.

Uma das amigas, que conhece meio mundo, ouve alguém de um grupo de senhoras e um senhor, todos entre os 70 e 80 anos, que acabava de chegar e assentar  as cadeiras e bancos, ali ao lado, comentar algo com uma das suas amigas.  Reconhecendo a voz de uma das senhoras, virou-se e,  abraços e beijos . " Olá, .... Não é possível...".

Uma amiga da mãe, uma vizinha de rua de outros tempos, que já não via há bastante tempo.

E ali se formou um belo grupo de pessoas de várias idades.

O Papa chegou, a oração do silêncio seguido pela multidão, a sua saída do recinto para descansar e preparar-se para a noite mais mágica de Fátima, muitas pessoas começaram a movimentar-se para jantar.

O grupo das cinco mulheres, com as mochilas no chão a fazerem de mesa, tira-se tudo o que se levara para as refeições: bola de carne, rissóis de camarão e carne, bolinhos de bacalhau, panados de frango, pão e maçãs.

Convidados para este repasto, o grupo mais velho agradeceu o convite, tinham outros planos. 
De repente, forma-se mesmo ali ao lado um corredor pelo qual as pessoas passavam junto ao grupo das cinco, que petiscavam.

Ouve-se uma voz que diz mais ou menos isto: " Olha muito bem que aqui se  comi".

As cinco riem-se, vêem as pessoas que pararam a observarem-nas: um casal acompanhado de um jovem (este andaria pelos 20s). 

"Sirva-se", diz uma delas ao mesmo tempo que levanta o tupperware.

Ele serve-se de um rissol. O filho não quis rissóis mas gostaria de provar "aquela coisa além", a bola de carne.

A esposa teria ficado envergonhada, não quis nada.

E o marido serviu-se de mais um ou dois rissóis, agradeceram e seguiram o seu caminho.

Mais alguém passou que achou piada e também se serviu.

Uns breves minutos passaram quando a amiga organizadora da visita a Fátima, de frente para o corredor, diz: " A esta temos de oferecer".

Todas voltaram-se para ver quem era a "esta". 

A blogger deste cantinho riu-se. As outras riram-se, também.

Junto a "esta" o marido  com o filho mais novo sentado sobre os seus ombros. Muito simpático, diga-se.

Uma delas pergunta: " São servidos?"

Resposta da "esta": " Muito obrigada. Vamos dar de comer ao menino, os outros não quiseram vir,  ficaram lá em baixo"

De casaco comprido cinza, respondeu-nos com muita simpatia, agradeceu o gesto. Ele agradeceu também. E não se serviram.

Quando o casal estava fora de alcance, eis que uma das amigas do grupo comenta: " Não suporto esta mulher..." E conta às outras o motivo de...

Logo a seguir, telefona ao marido a contar a cena....E o marido ainda lhe respondeu que ela há-de mudar...

O mundo é pequeno, e, no meio da multidão passou junto ao grupo a mui conhecida e popular ex-ministra da Agricultura e Mar, agora presidente do CDS-PP e candidata à Câmara de Lisboa, Drª Assunção Cristas.

 

 

 

"12 e 13 de Maio foram dias únicos"

Estava a ler o blog em destaque sobre este dia 13 de Maio e já preparada para comentar, o telemóvel tocou.

Vejo o nome. Nem queria acreditar!  A minha colega e amiga Ni?! E lembrei-me que no ano passado, neste mesmo dia 13,  ela ligou-me.

Atendi e saiu-me um olá cheio de alegria, e diz ela sem demoras :"Tinha de te ligar. Tu sabes que os dias 12 13 foram mágicos para nós."

E as lágrimas caem-me do olhos, como caem agora que escrevo este post.

"Tu sabes que estes dias foram únicos para nós as quatro. A procissão das velas foi mágica, uma noite  de devoção única, e no dia 13 o Adeus a Nossa Senhora de Fátima fazem-me arrepiar quando recordo. Não achas que é mesmo de arrepiar?

"Sim", respondo eu. "Nem imaginas o quanto choro enquanto te ouço falar. Ontem à noite, antes de me deitar, lembrei-me desta maravilhosa e mágica noite do dia 12.  Só quem lá vai sabe dizer o que sente. O silêncio, o respeito, a fé, a devoção das pessoas, são impossíveis de contar."

"Acho que vamos ser velhinhas e todos os anos vamos recordar estes dias que passamos nós as quatro, em Fátima. E eu tinha de te ligar para te dar um abraço."

"Obrigada. Estou emocionada porque tu também és única."

E a conversa continuou, por breves minutos, com os desabafos de como andam as coisas por lá.

Acabamos com o envio meu de beijinhos para as ex-colegas, principalmente para as amigas de coração, com quem partilhei desafios, desabafos, brincadeiras, "raivas" mas sempre com a ideia de dever cumprido.

Dia 13 de maio, vai ser um dia bom. Fiquei tão feliz com esta chamada.

 

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( as quatro amigas, Maio de 2013) 

 

 

"E começamos em casa..."

são as palavras do  Papa Francisco na sua mensagem de Ano Novo e Dia Mundial da Paz, palavras fundamentais para um mundo mais equilibrado e solidário:

 

 

 

E neste pequeno excerto, que transcrevo:

 

(...) E convém desde já lembrar que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças sobretudo às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor."