era para as 15:00
ontem, escrevi aqui que hoje ia acompanhar uma amiga ao hospital privado, ela não podia entrar sozinha porque depois dos exames quem a acompnahasse tinha de lá estar para a trazer para casa.
quando lá chegamos, uma colaboradora controlava a entrada, foi-nos dito que eu tinha de esperar fora do hospital.
a minha amiga disse que não fora isso que lhe disseram ao telefone, mas que quem a acompanhasse ficava na sala de espera.
eu não me importei nada de ficar cá fora, perto do hospital tem um café, iria para a esplanada ler o livro que levava.
o exame estava marcado para as 15:00h mas tinha de dar entrada meia hora antes.
fui para o café, peguei no livro,li umas quantas páginas, mas os meus olhos de quando em vez caíam em cima dele, fechei-o e deixei-me estar a desfrutar do espaço, muito ruidoso,pois a via rápida que vai dar à auto-estrada fica mesmo em frente ao café.
e pensei no silêncio do confinamento, dos pássaros que encantavam os nossos ouvidos. acreditam que tenho saudades desse sossego?
às 15:45h o telemóvel tocou, era a minha amiga a dizer que ainda não tinha feito os exames,que a técnica lhe disse que estava demorado,que os exames levavam cerca de uma hora. pediu-me que fosse embora,e quando estivesse pronta ligava-me,que pagava-me a gasolina.
uma amiga de coração não tem de pagar gasolina alguma, faço com muito carinho,como já fiz por outras amigas que merecem
vim até casa.
tanta eficiência,tanta publicidade,afinal o privado demora tanto quanto o público ( e eu confio muito neste, o tempo de espera deconsultas e/ou exames é que é longo de mais).
fiquei de ir buscar o sobrinho neto à creche,seguia depois para lá...
e de repente lembrei-me que não posso ir buscá-la com o menino comigo.
eu vou ter de entrar no hospital!
logo hoje que a minha sobrinha sai mais tarde da empresa!
resta-me esperar pelo telefonema dela.