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cantinho da casa

cantinho da casa

"fui entrevistada"

Estava a acender um círio na campa dos meus avós paternos, onde está também sepultado o meu irmão mais velho, quando quatro jovens, um rapaz preto, e três raparigas, estas vestidas com blaser preto, mais me pareceram que tinham ido a um funeral e precisavam de alguma coisa, e que os vira a falarem entre si, aproximarem-se e, timidamente, perguntarem-me se podiam falar comigo.

Falavam tão baixo que mal percebi o que disseram.

Apresentaram-se como estudantes de Relações Públicas da UM, e tinham de fazer um pequeno inquérito, e o lugar era no Cemitério.

Perguntei se iam gravar, a mais desinibida disse-me que iam tirar alguns apontamentos. Era o rapaz que apontava.

Então o que tinha de dizer:

-a idade

- quem estava ali sepultado

-alguma história que quisesse contar sobre algum deles

Elas tinham o telemóvel na mão, pareceu-me que uma delas estava a gravar,mas tambérm não me importei, não era nada demais.

Disse que ali estavam o meu irmão e os meus avós paternos, e noutra secção estavam a minha irmã e os meus pais.

A história que contei, foi que, e apontando para a fotografia do meu irmão, ele foi  um homem simpático e com sentido de humor bastante grande, que  fora tropa e estivera na Guiné uns anos antes do 25de abril de 1974. Que trabalhou na empresa da família.

Perguntaram qual o nome da empresa, respondi que podia ver na lápide dos meus avós a alcunha que tinha "ONÇA". 

Que a minha avó era uma boa mulher, gostava de ter os netos perto dela.

Que dava uma mesada aos netos, enquanto que às netas sentava-as ouvirem contar as histórias dela enquanto lhes dava o lanche.

Resumidamente, foi isto, perguntei se queriam saber mais alguma  coisa.

Disseram que gostaram muito de ouvir, que estavam muito gratos por ter colaborado.

Eu comentei que tive muito gosto em ajudá-los neste pequena entrevista, que lhes desajava muita sorte, e que fossem felizes.

Quando fui à campa dos meus pais e da minha irmã, estava mais um grupo a "entrevistar" um homem, jovem, muito bem parecido.

Quando regressava para sair do cemitérios, um grupo de três rapazes acabavam de entrvistar uma senhora, aproximaram-se de mim e eu comentei que já tinha sido entrevistada pelos colegas.

Com o sorriso nos rostos, agradeceram-me a ajuda.

Pareceu-me que os três grupos que vi, foram bem sucedidos .

 

 

O regresso e a solução

Estava à espera de algo com humor sério, nada de jagunços, bananas, pauladas, ofensas.

Quatro homens que nada disseram que valesse a entrevista.

Também fiquei na dúvida se Rodrigo Guedes de Carvalho sabia como orientar a entrevista ou se foi mesmo uma surpresa para si o modo como esta foi "levada" pelos quatro entrevistados.

Nada supreendente.

Fiquei decepcionada.

 

 

 

 

 

 

 

 

O que dizem os seus olhos?

A pergunta que Daniel Oliveira faz sempre que acaba o seu programa, "Alta Definição".

"Veem VIDA", resposta de Reynaldo Gianecchini.

 

Não podia deixar de ver este programa. Todo ele foi uma lição de vida em confronto e aceitação da morte.

Aprendi muito, talvez porque admiro este homem.

E, sensível que sou a estas coisas, todo o programa chorei.

 

 

Foto: Gianecchini.Todas as respostas.Sábado.14h.Alta Definição

Giane...

Vi nos dois jornais, ambas com apelido Sousa, na SIC, Clara,  e em direto, na TVI, Judite, as entrevistas que fizeram a Reinaldo Gianecchini, o ator brasileiro a quem, há dois anos, foi diagnosticado um cancro linfático.

Em Portugal para lançar o seu livro " Vida, Arte e Luta", e de autoria de Guilherme Fiuza, todo o discurso, nas duas entrevistas, foi de uma serenidade, sensibilidade e coragem sem limites.

O próximo programa, a não perder, de modo algum, com o jovem talentoso, David Oliveira em " Alta Definição".

Foto da web.

 

 

 Sinopse

Gianecchini enfim se permitiu encarar o pensamento proibido: ‘Pode ser que  tenha chegado a minha hora.’ No que olhou pela primeira vez para  a cara da morte, a sua morte, bem de frente, foi tomado por uma calma profunda.  Por um momento perdeu de vista os médicos, as enfermeiras, a empresária, a mãe,  os parceiros profissionais e afetivos, a legião de fãs. Enxergou com clareza o  verdadeiro lugar de todo mortal em sua condição mais pura: a  solidão.
E se sentiu forte nesse lugar. Entendeu que fora  exatamente dali que, ainda menino, vislumbrara o seu caminho – um caminho que o  diferenciava de todos os membros de sua família, de todos os exemplos que havia  à sua volta no interior, de tudo o que ouvira na escola. Sozinho, deixara  Birigui de ônibus e ganhara o mundo.
Agora, a sós com seu medo,  Giane foi sendo tomado de certa excitação. O que seria aquilo? Se não era  masoquismo, devia ser coragem.
Estava pronto para a travessia. Qualquer  uma.

Mas deixe-me dizer o seguinte...

deixe-me responder, a narrativa, o PEC4, o embuste, da maior importância, o Presidentes da República, deixe-me concluir...

Não é que o homem não tenha alguma razão, até tem, mas nada se altera no seu discurso teimoso, arrogante, repetitivo.

Até parece que ainda é o 1º Ministro.

E continua a fazer de nós parvos, o que não deixa de ser verdade. Somos TODOS parvos, lerdinhos, oh Deus!