tinha planeado,ontem, depois do almoço, aspirar a casa ( a gata larga muito pêlo). é habitual aspirar o pó dos móveis com o aspirador, desta vez optei pelo pano do pó.
estava no escritório a limpar as prateleiras da estante, quando vou às de baixo, em vez de dobrar os joelhos, a posição mais adequada, dobrei o corpo, e: "ai!", uma forte dor na lombar, como se uma injecção com agulha grossa me tivessem espetado.
não consegui levantar-me, a dor era forte. respirei fundo, não me mexia.
lentamente, ia movendo as pernas e o corpo de modo a arranjar posição para me erguer. alguns minutos depois, levantei-me, mas a dor era muito forte.
fui buscar o meu saco de sementes, aqueci um minuto no micro-ondas, ia para o sofá deitar-me, não tinha posição para me sentar ou deitar.
que dores!
com dificuldade, consegui sentar-me, pus uma almofada atrás das costas o saco entre a almofada e a lombar.
à hora do lanche tomaria um anti-inflamatório.
liguei o televisor, decidi ver um filme na NETFLIX ( muito boa a escolha que fiz), passei a tarde a descansar.
chegou a hora de jantar, não tinha fome nem forças para cozinhar,comi sopa e fruta.
pensei ir à urgência do hospital privado, mas o da minha zona funciona até às 20:00h, já passava da hora.
passei bem a noite, evitava virar-me.
às 8:00h levantei-me, tomei o pequeno-almoço para poder tomar um anti-inflamatório. depois,liguei para o hospital queria uma consulta de ortopedia com o médico que tivesse uma hora disponível... mas só consegui para as 17:30h. entretanto, e como estava difícil andar e mexer-me,pedi uma consulta de clínica geral,precisava de tomar qualquer coisa que tirasse as dores.
tinha para às 09:30h, e fui, mas mantive a consulta de ortopedia.
à hora estava na sala de espera.os minutos passavam, eu não queria sentar-me porque para me levantar tinha de arranjar estratégia para não sentir dores fortes, andar a pé era a solução, mas também não me dava descanso.
às 10:00h, perguntei à assistente se a médica ainda não tinha chegado, respondeu que sim,mas que teria um utente que estaria a demorá-la.
às 10:20h desesperada de dores e com a falta do meu café, fui ao bar, informei a assistente que não demoraria, caso a médica me chamasse.
às 11:00h a assistente pede que me aproxime dela e diz-me: " a doutora está nas urgências, pede para descer, a consulta é lá".
agradeci. a vontade era reclamar, mas ela estava a cumprir a sua função, não poderia ser ela a ouvir-me.
desci, passada da paciência por não ter sido avisada na altura que lá cheguei. e foi então que me lembrei que há cerca de dois ou três anos aconteceu exactamente a mesma coisa.
de novo à espera na sala das urgências, passaram mais vinte minutos,até que, e na altura que estava a escrever uma mensagem à minha sobrinha a relatar o que acontecia, a médica chamou-me.
mal entrei no gabinete, ela apresentou-se, pediu-me desculpa pela demora, disse que não estava habituada a trabalhar nestas condições,que fora reclamar à administração,que contratassem mais médicos, que não tem sentido fazerem marcações de consultas normais, mandarem os utentes para a sala de espera e depois de uma hora ou mais é que avisam estes que devem ir para a urgência porque o médico(a) está lá.
comentei que o hospital está a funcionar muito mal,que já acontecera o mesmo há alguns anos, que sei que "chovem" reclamações de tudo, que o hospital dos Lusíadas ( não sei se já abriu) está a dois passos, será a opção para muitos utentes porque sabemos que funciona melhor.
depois de contar o que aconteceu, pedi que receitasse algo que aliviasse as dores,que vou à consulta de ortopedia.
disse que então não prescrevia medicação, deixaria para o médico de ortopedi. mas levei um injecção para aliviar as dores.
depois do almoço,sentia algumas melhoras, mas aquela dor no fundo da coluna persiste.
então, ontem, não aspirei, não cozinhei, não jantei. hoje não fui levar o sobrinho neto à creche ( à sexta-feira é tarefa minha),nem vou buscá-lo.
e são nestas situações inesperadas que dou muito valor à saúde que tenho.
e eu nem sou piegas de mais à dor,mas quando me queixo é porque dói a valer.