Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

cantinho da casa

cantinho da casa

uma jovem em apuros

Dizem que pessoas como eu não existem, o que não é verdade, porque há muitas e melhores ( às vezes, sou lixada).

Não gosto de ver pessoas em apuros, sobretudo quando tem a ver com dinheiro.

Tinha escrito, há pouco tempo, sobre algo que fizera para ajudar alguém que não tinha dinheiro, mas não me recordo o porquê da história  para publicar aqui.

Na Praia da Barra, estava no autocarro com destino a Aveiro, numa das paragens entrou um casal de jovems, nos seus vintes.

Sentaram-se os dois, num lugar atrás, até que, alguns minutos depois, o motorista disse: "Pegue o seu bilhete!"

A rapariga vai junto dele, e não sei o que lhe disse que ele respondeu:" não sei que lhe faça, eu não vou pagar do meu bolso"

Ela ficou preocupada, perguntou ao  companheiro quantas moedas tinha.

Ninguém que ia nos lugares da frente, e que certamente ouviu a conversa, disse nada, até que eu perguntei:
- Não tem dinheiro que chegue para pagar o bilhete?

Ela respondeu que sim.

Perguntei quanto faltava para completar o valor.

Perguntou ao companheiro, que lhe respondeu que tinha x, precisava de 1,15.

Abri o meu porta-moedas, vi que tinha moedas,  dei-he o valor que faltava.

Ela gradeceu-me várias vezes.

Foi ao motorista e deu-lhe o dinheiro.

Ambos tinham bom aspecto, apesar dos piercings que ela tinha na bochecha, no nariz e na boca fazerem-me confusão.

Saíram na paragem seguinte.

Não sei o que me leva a fazer isto, não faço julgamento do casal.

Estive para perguntar às senhoras, se queriam colaborar comigo, mas  achei que não iriam aceitar, decidi ser eu a ajudá-los.

Estivesse eu no lugar deles, não entrava no autocarro.

Ia a pé.

 

há 10 anos foi assim

Primeiro dia de aulas de 2013.

Dez minutos depois de a aula começar, sumário registado no quadro, observa a professora para um aluno do 6º ano:

P - Então R, não tiras os livros da mochila?

R- Ó setôra, tiro já.

P- O sumário está escrito, os teus colegas já começaram a trabalhar e tu tens a mochila em cima da mesa e fechada?

R  Encolhe os ombros, e comenta:

- A professora deu-me 2 no final do período.

P- Tiveste 2 porque as tuas notas não chegaram à positiva e o teu comportamento é fraco. És um aluno com capacidades, se quiseres tiras positiva a todas as disciplinas. Mas para isso, tens de melhorar a tua atitude.

R- Ó professora, eu não gosto da escola.

P- Não gostas da escola, mas tens de cumprir a escolaridade obrigatória. Que esperas da vida? Do futuro?

R- Ó professora, eu não espero nada da vida. Eu não preciso de trabalhar. Para ganhar dinheiro basta apostar nos jogos online.

(De referir que o aluno é obeso e dissera, noutras alturas, que não gosta da escola. Gosta de dormir, comer e ver televisão).

Dez anos depois, que será feito deste jovem de 23 anos?

Dignificar o ensino, é, também, a luta dos professores. 

 

O porta-moedas

Que terá 4?,5? anos, efoi-me oferecido de presente de natal por uma das sobrinhas.

Gosto muito dele, não só porque gosto de vermelho, mas  porque este tem o monograma de um cão, marca Bimba & Lola.

Há  dois  anos, talvez, deixei-o esquecido na padaria, lembrei-me dele no dia seguinte quando fui à carteira e não o vi .

A minha sorte foi que uma das funcionárias o viu e guardou-o.

Depois, logo a seguir, penso que este ano, andou desaparecido cerca de três meses. E eu pensei que deixara cair na rua e alguém o achasse.

Até que em junho,  fui levar um presente  ao meu sobrinho, para o filhote dele, mas como estava a trabalhar, guardou o saco. 

No fim do dia, ligou-me a dizer que dentro do  saco estava um porta-moedas vermelho com dinheiro.

Aquele saco estava dentro do armário há muito tempo,  teria pegado para o levar para alguma compra, jamais me passaria pela cabeça que,  distraída, fosse deixar lá o porta-moedas.

Ontem, depois do ginásio, aproveitei estar de carro e passei na padaria e no supermercado.

Não levava mala, peguei na carteira, no porta-moedas e no telemóvel entrei no supermercado e fui diretamente procurar o que precisava. 

Lembrei-me que queria sumos para o sobrinho neto, fui à prateleira, e porque tenho o hábito de não pegar no carrinho das compras, pousei tudo o que tinha na mão em cima da prateleira, e peguei em duas embalagens de sumos. Depois, o telemóvel, as compras que trazia e fui para a caixa.

A fila não era grande mas demorou pelo menos cinco minutos.

Quando pus as minhas compras no tapete, não tinha o porta-moedas.

De imediato disse ao jovem da caixa que pusesse as compras de lado porque ia ao carro ver se tinha deixado lá.

De repente,  fez-se luz na minha mente, de certeza que o deixara na prateleira dos sumos.

Eu só pedia a todos os Santos que estivesse lá.

Quando cheguei ao corredor,  mais à frente uns passos da prateleira, e de costas para mim, estava um homem.

Aproximei-me e vejo o porta-moedas .

Peguei nele , voltei à caixa,  pus-me na fila e quando chegou a minha vez o jovem pegou nas compras e registou, ao mesmo tempo que eu lhe dizia que no porta-moedas tinha o dinheiro e o ticket do estacionamento.

Eu tinha o cartão multibanco na outra carteira, pagar as compras não era problema, problema era o porta-moedas que eu já "perdi"  três vezes... e o achei.

Sou muito cuidadosa com as minhas coisas, mas que elas acontecem, acontecem.

IMG_20221109_132640.jpg

 

 

fui turistar pelo centro do país

" turistar" ,palavra que copiei do nosso último, saí na sexta-feira, tinha autocarro às às 09:15h  ( a Rede Expressos está muito bem equipada), o primeiro destino era Fátima. O autocarro estava atrasado 15 minutos, vinha dos Arcos de Valdevez, atrasou, também, no Porto, pelo que a chegada a Fátima que seria às 12:10h, foi às 12:45h.

Tinha autocarro para Leiria às 14:00h, por isso a minha passagem por Fátima não foi a que eu desejei, mas deu tempo.

Não fui em promessa, fui porque tinha feito projectos de ir um dia que não estivesse muito calor dar um passeio por uma das cidades do centro do país, escolhi Leiria, que conhecia só de passagem em 2018.

Sem Título.jpg

Ora, em Fátima, no grande recinto que podia estar à vontade, sem a máscara, aproximei-me do espaço onde compramos as velas.

Os balcões têm de tudo, velas grandes e pequenas com os respectivos preços. Não há vendedores. Peguei nas que queria e, de repente, ouço alguém falar para mim. Uma mulher contava as velas que eu pegava, e fazia a conta. Fiquei baralhada. Voltei a fazer a conta das velas que tinha na mão, e o dinheiro que devia introduzir na caixa, diz ela : o dinheiro é para pôr neste copo (que segurava na mão), porque o dinheiro é para os pobres.

Parei a observá-la. O seu aspecto duvidoso fez-me dó, não por ser pobre, mas porque percebi que se aproveitava das pessoas para lhe darem dinheiro, e aproximando-se de mim, insistiu que eu devia pôr o dinheiro no copo,que o dinheiro é para os pobres, que " está ali escrito, veja", apontando para um qualquer lugar onde vi que estava outra mulher que andava atrás das pessoas a fazer o mesmo.

Virei-me para ela e disse:" o dinheiro vai para esta caixa, não vou pôr nada no copo. E se a senhora quer dinheiro, eu dou-lhe o que eu entender, não lhe dou o valor das velas".

Intoduzi as moedas na ranhura da caixa, e tirei do porta-moedas 70 cêntimos e meti no copo dela.

Fiquei a remoer por dentro.Como é possível esta gente querer enganar as pessoas? Como se eu fosse acreditar que todo o dinheiro que entra nas caixas fosse para os pobres. O Santuário tem despesas com a cera. E se a comissão dá dinheiro aos pobres, acho muito bem, mas estas pessoas não deviam estar ali a massacrar os fiéis que o dinheiro é para eles.

Entretanto, fui pôr as velas no tocheiro,segui para a Capela das Aparições. A missa estava quase no final. Deixei-me estar sossegada, contrariamente a muitas pessoas que não respeitam o silêncio de quem quer estar a reflectir ou rezar, assim como de quem celebra a Eucaristia.

Quando saí da Capela, e logo a seguir ao tocheiro, não vi as mulheres, mas mais à frente, ouvia-se falar alto. Um grupo dos tais pobres discutia, não percebi nada do que diziam, presumi que fossem imigrantes.

Segui o meu caminho, não fosse haver zaragata.

Não sou contra pedirem esmola, mas achei estranho aquelas pessoas ficarem atentas ao que os peregrinos compram e dizerem o que eu ouvi.

Às 14:30h, estava em Leiria.

 

 

 

 

depois, vai-se a ver

e nada.

Gosto do título do programa da RTP1, que nunca vi, nem vejo, porque não gosto do apresentador .Não vou com a cara dele.

E gosto do título porquê?

Porque tem muito a ver com os casos de crime e branqueamento de capitais; porque se tem falado muito desta pessoa, com quem não vou, também, à cara com ele; e porque, na maioria dos casos, ajustiça funciona  para o lado dos "pobres", porque quem é rico encosta-se a um bom advogado e, então, o resultado é nada.

Só isto que tenho para escrever.

 

 

 

uma rosa

Fui ao cemitério.

Antes, fui tomar café.

De repente, lembrei-me que esquecera de pôr dinheiro na carteira.

Fui ver os trocos no porta-moedas.

Tinha 2,59€, chegava para o café e comprar os três círios para as campas dos meus familiares.

Depois de tomar o café, deixei-me estar sossegada num canto a ler alguns blogs.

Fui pagar o café, dei 1€, tive troco de 0,20€. O café está mais caro 0,10€.

Os círios custam 0,60€ cada, pelo que faltava 0,01€  para os pagar.

Sou cliente da florista há muitos anos, ela sempre me pôs à vontade para me servir do que quiser e se não tiver dinheiro, pago depois.

Quando cheguei lá, a jovem mulher, que tem um namorado cigano e está sempre com ela a vender enquanto ela faz arranjos, chamou-o para me atender.

De imediato disse que queria três círios, mas faltava 0,01€, que me esquecera do dinheiro.

Ela perguntou se eu precisava, que me emprestava.

Agradeci, e respondi que não.

Ele pegou nos círios, meteu-os num saco de plástico, e estendeu o braço para um vaso com rosas, tirou uma e ofereceu-ma.

"Oh! Obrigada!", disse eu.

Entreguei o dinheiro contando as moedas todas e comentei com ela, a jovem mulher, " fico a dever um cêntimo e ainda levo uma rosa. Muito obrigada".

O cigano tem uns olhos azuis lindíssimos.

Ele fala muito pouco, parece ser muito tímido.

Também me parece ser educado.

A jovem mulher  deixou-me triste quando, há algumas semanas, ouvi ela mandar a mãe calar-se e tratar de trabalhar, estava lá para isso.

E a loja é da mãe.

Soube que estavam zangadas (foi a mãe que me contou), e andavam em tribunal.

O que o tribunal decidiu, não sei. Provavelmente, a filha  teve que a aceitar, mas quem orienta o negócio é ela.

Esta tem dias que é uma simpatia, outros que não fala para ninguém.

Pensei em mudar de florista mas decidi continuar, uma vez que sempre confiei em mãe e filha.

Mas não gostei nada do que vi e ouvi.

Hoje, a mãe não estava.

O cigano foi um amor, ela foi simpática, e eu tive uma rosa que coloquei na lápide da minha irmã.

IMG_20220114_154623.jpg

 

 

não sei o que pense, ou diga

A semana passada, descia a Avenida da Liberdade, uma senhora nos seus setenta, talvez menos,  aproximou-se de mim( presumo que teria feito o mesmo com muitas outras pessoas que subiam ou desciam a avenida) e disse qualquer coisa que não entendi.

Parei, e  perguntei o que queria.
Aproximou-se um pouco mais, disse que precisava de dinheiro, que tinha gasto noutras coisas, e pediu-me que lhe desse  2  € (entendi este valor).

Fiquei a olhar para ela, respondi que não tinha, e segui o meu caminho.

Hoje,dei um salto à feira semanal, e no regresso, subia a mesma avenida, uma senhora, que me pareceu ser a mesma, aproximou-se e diz:

- Preciso de um favor. A senhora pode dar-me 10 € para fazer umas compras?

Olhei para ela, disse que não tinha esse  valor, o que era verdade, e segui o meu caminho.

Dei uns passos, olhei para trás, deduzi que era a mesma pessoa que me abordara na semana passada. E fiquei a pensar que, nesse dia, ter-me-ia pedido dez euros e eu teria percebido dois.

De vez em quando, ajudo instituições e o mínimo que dou são 10 €. É com muito gosto que o faço.

Se esta senhora precisava de algum dinheiro e me perguntasse se podia dar o que eu quisesse, com certeza que lhe dava.

Assim, não!

 

coisas minhas

hurry.jpg

 

Um final de tarde atribulado, ontem, com a chuva que caía ( e hoje ainda não parou) sem lugares ( a pagar) na rua, estacionei o carro num parque que tem elevador de acesso à rua, não nos molhávamos porque os gabinetes( imobiliárias, cabeleireiros, e outros) ficam debaixo do edíficio. 

Era dia de ir à Maia, às 18:00h costumamos sair de Braga,  eram 17: 20h quando fui buscar o carro. Introduzi o bilhete na máquina para pagar o estacionamento, meti duas moedas de 1 euro. O miúdo estava encostado às minhas pernas, e bem junto à máquina, não fosse ele escarpar-se, o lugar é de garagens, também, poderia vir algum carro. 

Tê-lo no colo não era possível, além de ser pesado também tinha várias coisas nas mãos, estava tudo controlado.

Mas o bilhete não saía da máquina. Ainda me virei para o guichê onde estava o segurança, para pedir ajuda, mas ele não me ouviu, aguardei que a máquina me devolvesse o bilhete, o que aconteceu, assim como o troco.

Cheguei ao carro, atirei com as moedas para o tablier, sentei o menino na cadeira.

Quando me aproximei da máquina para meter o bilhete e a barra subir para eu passar, a máquina não lia o bilhete.

O segurança, que estava na cabine, percebeu que a barra não levantava, veio ter comigo.

Pediu-me o bilhete, perguntou-me se tinha pago. Respondi que sim.

Olhou para mim, viu o menino atrás na cadeira, foi à cabine, voltou e, manualmente,  fez com que a barra subisse.

Agradeci e passei.

Fui à Maia, com esta chuva que não nos larga, regressei a casa, jantei, fui para o sofá. E adormeci.

Quando acordei, pensando eu que seria 00:40h, hora que habitualmente me deito e se não tiver ginásio de manhã cedo, fui deitar-me... Olhei o relógio da cozinha, eram 11:40h ( é mecânico estes 40), mas de tão cansada que estava, fui dormir. E hoje tinha ginásio.

Como é normal, também, quando me levanto do sofá depois de ter passado pelo sono, e vou dormir, nem sempre ele volta logo.

Foi então que se fez luz na minha mente: quando tirei o troco do tablier, reparei que não correspondia ao troco que devia receber, pois a máquina marcava 1,55€ de parque ( devia ter recebido 0,45 €) pensei  que afinal a máquina demorou a devolver o bilhete porque faltava dinheiro. 

E lembrei-me que lera qualquer coisa na máquina de 35 cêntimos, mas como estava preocupada com o menino, não reaciocinei, e como a máquina devolveu o bilhete e o dinheiro, 1,20€, que só à noite tirei do tablier,  para mim estava tudo normal. 

Hoje está um dia muito cinzento e de chuva, vou buscar o menino ao colégio, não passo lá, mas amanhã de manhã, vou falar com o senhor ( se for a mesma pessoa, senão, explico o que aconteceu).

Cheguei a casa, subi as escadas com o menino, já estava a fazer-se tarde, quando fui à carteira para tirar a chave de casa, lembrei-me que a tinha metido na gaveta do tablier ( faço isto sempre que vou ao ginásio, para depois chegar e estacionar na garagem). Com dúvida de que teria deixado no carro, remexi a carteira. Nada!

Que nervos!

Peguei no menino ao colo, desci as escadas, fui buscar a chave.

Toda eu tremia. Transpirava de nervos.

O tempo estava a passar, a sobrinha a chegar.
Quando chegou, eu estava mais calma, mas disse-lhe : "que final de tarde stressante".

Contei a cena da chave.

Faltou a do parque.

 

 

 

 

coisas do meu dia

 

 

Estou farta de ouvir falar francês.

Hoje, fui levantar dinheiro.

Aproximei-me da caixa multibanco, quando um senhor passou à frente. Este era mesmo francês, deixei-o ir.

De repente, verifico que atrás de mim está uma família.

O "chefe" aproxima-se da caixa multibanco e fala em francês com o senhor que tenta levantar dinheiro. 

Percebi que a família portuguesa trouxe a família francesa.

Demorou algum tempo a fazer operação.

Quando o francês acabou a operação, eis que o chico esperto do tuga, que se deixou ficar ao lado daquele, rapa do seu cartão e trata de levantar dinheiro. As filhas adolescentes olhavam  para mim.

Não disse nada. Mas fiquei zangada.

Três vezes meteu o cartão, três vezes ele fez  operação, presumo para levantar dinheiro suficiente, a terceira para ver o saldo.

Contrariamente ao que costumo fazer, e porque detesto vê-los parados e resmungo comigo mesma, parei meu carro em segunda fila convicta que não demoraria mais de dois minutos.

Esperei muito mais.

Não tenho nada de nada contra os emigrantes, mas estou farta de os ouvir em todo o lado que vou.