hoje é o Dia Mundial a Terra, o dia que nunca esquecerei o último dia de vida do meu cunhado, pai da Sofia, no ano de 2002.
Estava um dia quente, saí do trabalho por volta das cinco, estacionei o carro, fui vê-lo ao hospital, na altura aqui perto de casa.
Estava tranquilo, olhar perdido na parede branca do quarto, a minha irmã e a irmã dele calçavam-lhe as meias nos pés que elas diziam estarem frios.
Estava afasta da dele,observava-as, e a ele.
A minha visita fora rápida e fizera-a porque o meu coração pedira-me para ir vê-lo.Em nenhum momento ele falou.Deixava que elas tratassem de si.
De repente, pareceu-me que, ao ver-me, esboçara um sorriso.E o seu olhar perdeu-se de novo na parede branca do quarto.
Depedi-me delas, porque não sei se ele me ouviria, com um adeus e saí do quarto a chorar perdidamente.
Tendo estado nos finais desses dias a cuidar dos meus sobrinhos enquanto a minha irmã cuidava do marido, nesse final de dia ela não chegava para jantar, queria dar de comer aos filhos,eles precisavam de dormir.
Ligou-me para lhes dar de comer, chegaria por volta das 21horas. Chegou logo a seguir,muito triste, o marido estava muito mal. Não jantou.
Por volta das 21h30m, o telefone tocou,atendi,pediram-me para a chamar.
Era um dos cunhados,disse-me ao telefone que o D tinha falecido.
Os meninos dormiam,vieram os irmãos buscar a roupa para o vestirem,não deram por nada.
Foi triste.
No dua seguinte, a Sofia foi para a creche, o mais velho para a escola, frequentava o 6º ano.
A mãe foi buscá-lo à escola, à hora do almoço. Foi nesta hora, à porta da minha casa, que ele soube da notícia.
Saiu do carro, pegou no telemóvel, foi aos contactos e apagou o número do pai.
Ele tinha uma admiração infinita pelo pai.
Almoçávamos todos cá em casa.
Eu vi da janela.
Faz hoje dezoito anos que o D faleceu.
Passaram rápido, estes anos.
Mas houve muita dor e revolta. Mas tudo tem o seu tempo,tudo se regenera.
Ficam as recordações e a saudade.
Um livro WOOK,que encontrei neste site,fala disto mesmo: