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cantinho da casa

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Desafio do Triptofano # 12

O peixe: a vida.

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Ringo era um gato que cheirava tudo quanto entrava em casa e fosse cosmestível. Saltava para a mesa, e se a dona se distraísse um pouco, lá estava ele a tentar deitar as patas e roubar o que melhor satisfizesse o olfacto.
No domingos de ramos, a dona trouxe da igreja um ramo de oliveira. E distribuiu-o pelas jarras
E nessa noite, Ringo saltou para a cómoda do quarto dela e trincava um raminho que tinha numa jarra pequena.
Ela ralhou e ele fugiu do quarto.
Amanhecia quando ela ouviu um estrondo.
Levantou-se e foi ver o que acontecera.
A jarra da mesa da cozinha estava no chão, e as folhas da oliveira espalhadas pela mesa.
Dois dias depois, a madrinha da filha mais nova oferecera de presente um aquário com um lindo peixe cor de laranja.
Ringo esfregava as patas, via ali um petisco fresco e delicioso.
Com uma das patas tocava na água, mas o peixe andava às voltas, não conseguia apanhá-lo.
Chegou a sentir-se tonto de tanto ver o peixe a mexer-se sempre que tentava meter uma pata dentro do aquário.
Quando se preparava para meter as duas patas, a dona gritou:
-Pára, Ringo! Sai daí!
E como se ele percebesse, disse: "Estamos na Páscoa, o peixe é o símbolo da vida, não podes comê-lo. Anda comigo, já!"
E dirigiu-se à cozinha, pegou na lata de mousse de atum, que Ringo muito gosta, e pôs um pouco no prato.
Ringo largou o aquário e foi lambuzar-se no atum.
A dona pegou no aquário e fechou-o no quarto da filha antes que houvesse alguma desgraça.

 

Estamos na Páscoa,  encontrei, em 2009 este post sobre os símbolos da Páscoa.

Foi o mote para escrever o texto desta semana, do desafio do Trip.

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Desafio do Triptofano # 11

os soldadinhos e a princesa Alice

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Quando entraram no sotão da casa onde nasceram, não imaginavam que iriam encontrar coisas tão belas de quando eram crianças, assim como tralha que a mãe dificilmente se desfazia dela.
E agora, herdeiros da casa onde viveram belos momentos da infância, puseram-na à venda , que, diga-se, estava a precisar de muitas obras.
Eram três irmãos que viviam na cidade, vinham a casa enquanto os pais foram vivos, estavam lá para retirar os bens que foram distribuídos pelos três. Faltava o sótão.
Os irmãos puseram mãos à obra, um separava o que não tinha préstimo algum, outro dava uma vista de olhos aos livros antigos, perguntava aos dois se queriam algum , consoante a importância dele.
E se alguns objectos tinham arranjo, como um gira-discos dos anos 60, tudo o que eles achavam que não havia jeito de reciclar, punham de parte. E comentavam entre si porque diabo a mãe guardara tanta tralha.
O terceiro, virou-se para o baú. E este foi uma caixa de surpresas.
Tudo o que estava lá eram os seus brinquedos. E estavam como novos.
Já não se lembravam da maior parte deles.
O carro de pilhas; a joaninha que acendia uma luz nos olhos quando ia contra a parede para depois se desviar ; os piões com as respectivas cordas; o jogo de damas dentro da caixa e com todas as peças, alguns livros de contos, enfim, nestas coisinhas a mãe teve o maior cuidado em preservar, e devidamente embalados.
À medida que tirava cada um dos brinquedos de dentro do baú, iam recordando as brincadeiras.
Até que viu um saco grande de pano. E a surpresa foi grande: dentro estava o brinquedo que todos gostavam; uma pequena placa de madeira com seis soldadinhos, e uma carroça de duas rodas( o trono da princesa) onde se sentava uma boneca, a princesa Alice , nome que lhe deram, que era puxado por um soldado.
E o soldado tinha nas mãos os pratos de música que, quando rodavam o botão, eles batiam. Eram horas de brincadeira entre os três, porque os seis soldados não estavam fixos na madeira, e à medida que inventavam histórias da princesa Alice, os soldadinhos contavam histórias de reis  para quem tinham servido, outras vezes eram só os soldadinhos que, junto com outros bonecos, inventavam cenas de luta, até que um dos irmãos pegava na placa e rodava o botão para o soldadinho bater os pratos, sinal de que a luta acabava e os seis soldadinhos tinham de se pôr em fila em posição para receber a princesa Alice, que ia passar na rua e saudar o povo e os soldados.
Qual dos três ficaria com este brinquedo?
Optaram pelo irmão mais velho, que era o único que tinha filhos, certamente que eles iriam gostar deste presente que foi a alegria de todos.
Uma carrinha levou a tralha, ficaram os três irmãos a dividir o que cada um queria levar para casa.
Sempre se entenderam bem.
Eram irmãos muito unidos. Herdaram bens preciosos que foram uma surpresa, que ia para além do dinheiro que receberiam pela casa: os brinquedos que a mãe guardara. E as recordações das histórias dos sete soldadinhos e da princesa Alice.

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Desafio de Escrita do Triptofano # 10

no espaço

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Como todas as crianças que adoram brincam e sonhar, ele também sonhava.
E sonhava que as bolhas de sabão que fazia com os amigos da escola eram planetas que se espalhavam pelo céu.
Aprendera no Estudo do Meio sobre as estrelas e os planetas, olhava o céu e sonhava que um dia ia alcançar um deles.
Tinha 10 anos, acreditava que quando fosse homem ia fazer uma viagem pelo espaço. Mas o seu espaço eram as montanhas que ficavam perto da aldeia e que o aproximavam do universo.
O sol, no ocaso, deixava uma réstia de luz para que ele pudesse sair de casa e subir as montanhas verdes que o levavam ao céu. Preparou um pequeno farnel, não fosse demorar e a fome apertar. E meteu a lanterna do pai no saco.
Vestiu a roupa mais colorida que tinha no pequeno armário do quarto. Uma roupa que lhe fora oferecida por uma vizinha que tinha quatro netos pequenos, viviam na cidade, e os filhos mandavam o que já não servia para as crianças da aldeia. As calças vermelhas de lã e a camisola de felpo azul, o gorro para proteger a cabeça da humidadade da noite, foi o que ele escolheu.
Saiu feliz da vida, assobiava as cantigas que sabia, ou emitava o som dos pássaros que ele tão bem conhecia. E reparou que as flores azuis estavam mais bonitas que antes. Parecia que o céu prepositadamente transformara aquele entardecer num convite para a sua saída.
Queria subir à montanha mais alta, como as bolhas de sabão coloridas que subiam alto, e desapareciam no espaço.

E ele conhecia as montanhas. E era lá que queria estar, perto dos astros e chegar-lhes com a mão, se pudesse.
A lanterna iluminava o suficiente para ver o caminho que pisava, e subiu a montanha. As estrelas eram visíveis e ele falava com elas, e pedia-lhes que tornasse o seu sonho possível.
E encontrou a Estrela do Norte na cauda da Ursa Menor.
Aprendera na escola como a encontrar.
Sentou-se no alto da montanha, sentiu algum frio. E viu as lindas e brilhantes estrelas e os planetas. O brilho de Vénus era mágico. Lá do alto era tudo mais bonito.
De repente, pareceu-lhe ouvir um som sereno, profundo, e prolongado. Escutou com mais atenção. Era o universo que comunicava com ele, que lhe agradecia estar ali a observá-lo.


Sentiu algo no ombro que o despertou do êxtase e fê-lo dar um salto. Virou-se para trás e viu a mãe.
-O que estás a fazer à janela a estas horas da madrugada, filho?
- Oh! Quebraste o meu sonho! Estava lá em cima, no alto da montanha, a ver as estrelas. E sabes que a minha mão tocou em Saturno?
-Vá filho, vai para a cama. Amanhã é dia de escola.
Luís foi deitar-se. Um sorriso de felicidade enchia-lhe o rosto e a alma.
As suas bolhas de sabão levaram-no a descobrir o espaço, onde tudo é silêncio e luz.
E adormeceu.

 

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Desafio de Escrita do Triptofano # 9

a candeia

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Ninguém gosta de funerais.

Eu não gosto porque custa-me expressar os pêsames aos familiares.
Mas vou, e dou, quando é alguém que me é chegado, ou um familiar de colegas ou amigos.
Já fui pior, evitava tudo isto.
No funeral da minha irmã mais velha, saí da igreja antes de ter a multidão ( estava muita gente) em cima de mim, sobretudo porque detesto pessoas hipócritcas e que eu não gostava, mas que estavam lá porque trabalharam com ela.
Com novos colegas de trabalho, e amizades bem construídas, mudei um pouco.
Quando alguém ou algum familiar das nossas relações de amizade ou trabalho nos deixa, faço questão de ir ao velório e/ou à missa. Mas nem sempre ao funeral.
Custa-me de mais ter de cumprimentar a família, ou a pessoa que me é mais chegada, e, então, quando estou acompanhada de alguém muito chegado, peço-lhe que vá à minha frente.
Esta semana, fui ao funeral do pai de um ex-colega de trabalho. Fui com uma grande amiga, a amiga dos desabafos, quer sejam os dela, quer sejam os meus.
No final da missa perguntei se ia cumprimentar o nosso colega, com quem mantivemos  uma boa amizade.
Ela respondeu que sim.
Quando já só estava a família, fomos ter com ele.
Mas antes, pedi: " Vai tu à frente".
Aliás, em quase tudo que fazemos, peço que seja ela a primeira.
Porquê?
Sinto-me mais segura. E nesses segundos, arranjo fôlego para não chorar.
Ela é uma luz para mim. E sei que eu sou para ela, também.
Porque "Candeia que vai à frente, alumia duas vezes".

 

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Desafio de Escrita do Tripofano # 8

o telemóvel

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Estavam de férias numa praia alentejana, levaram a tenda , adoravam acampar.
Joana não dispensava o seu bloco de notas para registar os momentos , o batom para as saídas à noite, um jogo para as noites de luar no acampamento, enfim, pequenas coisas que ocupam pouco espaço no saco da praia. A mochila era para a roupa.
Estava muito calor, nesse dia, ficaram pelo acampamento.
Tinha ido fazer as compras no mini mercado do parque. Hábito de todos os jovens, e até dos mais velhos, o telemóvel ia no bolso de trás das calças.
Joana queria ouvir música, a mão foi ao bolso direito e não estava lá.
Perguntou ao Luís se tinha pegado nele,que lhe disse que não. E toca a revirar a tenda. Mas não estava lá.
Pegou no saco da praia, atirou tudo para cima da manta que estava do lado de fora: o batom, os dados, os óculos, o bloco... armou a tenda em cima da manta.
O telemóvel não caiu de dentro do saco.
Já dizia alguns palavrões, quando mete a mão num bolso dentro do saco apalpa-o e sente qualquer coisa viscosa. Tira a mão.
Que diabo estava ali a fazer o gel de banho?
- Luís, puseste o gel de banho dentro do meu saco!
- Não,não pus. Estás tola?
- Caramba, é o gel! E estava mal apertado, soltou-se no bolso do saco.
- Que se lixe. .
- Joana abriu o saco, como devia ter feito antes, e reparou que o forro estava descosido.
Virou-o do avesso, e o telemóvel caiu em cima da manta.
Felizmente, estava num canto onde o gel não chegara.
Luís a rir-se, comentou: " Trazes a casa toda no saco! Olha a tralha que tens na manta!"
- Pois é! Mas quando queres guardar as chaves do carro e os documentos, a quem pedes?
Distraída que é não duvidou que, em vez do creme de protecção solar, tivesse metido o gel. Até porque as embalagens eram da mesma cor e marca.

 

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desafio de escrita do Triptofano # 7

a fragrância

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Aprendera que uma fragrância pode ter entre 30 a 300 ingredientes.
Queria uma mistura poderosa que espalhasse humor e amor pelo homem, se entranhasse na pele e actuasse como um sedativo que o fizesse entrar em transe e ouvir a voz do coração, falar com ele, lidar consigo próprio e com os outros, e espalhar a harmonia, a compreensão e a paz.
Mas isso não era experiência ou produto de laboratório.

 

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desafio de escrita do Triptofano # 6

o pierrot

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Ela até podia vestir aquelas roupas ridiculas de carnaval ,mas ai de quem tentasse pintar-lhe o rosto!

Ela entrava em pânico quando via palhaços na rua, que às vezes se aproximavam para lhe oferecer um balão, fugia deles a chorar, agarrava-se à mãe ou quem a acompanhava.
Mas gostava de ver o Batatton. Sabia que os dois personagens não estavam perto dela.
Estava no 7ºano, e numa pequena peça de teatro que ia haver na escola, foi-lhe entregue o papel de pierrot.
Ficou desolada, chorou, disse aos pais que não queria voltar para a escola.
Os pais tentaram ajudá-la a superar aquele medo pelos palhaços, disseram que a única forma de ela os enfrentar era participar no teatro.
Seria apenas aquela vez, mas não a obrigavam a isso, falariam com a professora para lhe dar outro papel.
Mas ela o que não gostava mesmo era das caras pintadas, nem de os ver por perto, insistia com os pais.
Algum tempo depois, convenceu-se que os pais tinham razão, tinha que superar essa fobia por palhaços.
Foi aos ensaios na escola sem nunca ter dado a entender que não queria representar.
E no dia em que os pais foram buscar o fato à costureira, para o experimentar, ela chorou muito.
Os pais já se sentiam culpados. Mais valia ter falado com a professora, pensavam.
Puseram o fato em cima da cama e pediram-lhe que o observasse e pensasse bem se era capaz ou não de o vestir, sobretudo na pintura que teria de fazer no rosto.
No final do dia, pouco antes de jantar, apareceu diante dos pais com o fato vestido.

Não tinha as tintas para o rosto, lembrou-se que a mãe tinha um creme de limpeza que aplicado na pele ficava como uma máscara branca, e com o lápis preto dos olhos fez o risco nas pálpebras e desenhou a lágrima que caía do olho esquerdo.
Se ela entrava em pânico quando via um palhaço, desta vez era ela o palhaço.

Os pais ficaram estupefactos com o que viram.
O candeeiro da sala evidenciava a tristeza, a amargura que saía do peito da filha.
As lágrimas escorriam dos olhos dos pais. Perceberam que a filha lhes dera uma lição.
Aproximaram-se dela. Abraçaram-na com muito amor.

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desafio do triptofano # 5

o filme

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Quando o Trip enviou a imagem do desafio desta semana, o meu primeiro pensamento foi para os sete pecados  capitais e que, mais uns que outros, estão muito bem caracterizados nos personagens do célebre e impressionante filme de Peter  Greenaway

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encontrei um documentário, que vale a pena ler, sobre este filme aqui.

 

 

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desafio de escrita do Triptofano # 4

a tela

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Comprara a tela numa loja de decoração em Madrid.
Captara a sua atenção a harmoniosa combinação do tabuleiro de xadrez com o chão em xadrez, também .
O casal, devidamente vestido, dava a sensação de que se conhecia pela primeira vez, pela postura dela, correctamente sentada, as pernas juntas e ligeiramente inclinadas, e os pés de lado mostravam ansiedade.
Não seriam xadrezistas, mas hóspedes de hotel, onde, para distração e relaxe, usufruiam-nos de um espaço de leitura, de conversa e, num canto, uma mesa com um tabuleiro de xadrez.
As expressões denotavam que ele a desafiara para um jogo .
Ela, que só conhecia o jogo das damas, de quando era adolescente e jogava com os irmãos, comentou que não fazia a mínima ideia de como se jogava.
Delicadamente, ele disse-lhe que se atrevesse a jogar, era um jogo de concentração , estratégia e paciência, iam até onde conseguissem, acabavam o jogo quando ela quisesse.
Nem um quarto do jogo tinham feito, ele fixou o olhar nela. O sorriso dele, fê-la corar. As pernas dele, abertas e relaxadas, levavam a crer que os seus pensamentos estavam para além do jogo, para um mundo de sensações, imagens e movimentos sensuais, e eróticos.
Ela tentava disfarçar o rubor, apoidando uma das faces na mão, enquanto o outro braço, apoiado na mesa, e para mostrar segurança, a mão apertava com alguma força a peça de xadrez.
Sentia o coração bater com força. Da sua mente irradiavam sensações que há muito tempo não tinha e sentia.
Se ele a convidasse para uma noite, que ela imaginou quente e inesquecível, ia aceitar.
Sara olhava a tela.  Trouxera-a nas férias que passara em Madrid, há dois anos atrás, a noite em que conhecera o Juan, e que ia uni-los para a vida.

 

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desafio de escrita do Triptofano # 3

o arroz

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João ajudava o pai a lançar a semente à terra, a semente que lhes daria o sutento para quase todo o ano.
Era a semente do milho, do grão, do feijão, das ervilhas, das batatas, das cebolas.
E perguntou ao pai porque não plantavam o arroz, que tanto gosta de comer acompanhado com as batatas fritas e os ovos estrelados que as galinhas lhes davam.
E o pai explicou que para lançarem a semente do arroz à terra, teriam de viver junto ao rio.
Que no inverno as terras ficam em descanso e à espera das chuvas para que se formem lagos de água e na primavera preparem os terrenos para o cultivo.
E do pouco que sabia sobre o cultivo, o trabalho era árduo e minucioso. E que em setembro é a ceifa, fazem fardos com as palhas que ficam nas eiras a secar eque depois vão para o moinho para ser descascado, e preparado para chegar à mercearia e ser cozinhado de muitas formas.
E João disse ao pai que gostava de viver junto ao rio.

 

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