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cantinho da casa

cantinho da casa

Campo de Papoilas, de Monet

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Um quadro primaveril, o passeio de mãe e filha pelos campos.

E a filha que se deixou ficar para trás.

E colheu umas quantas, fez um ramo e ofereceu-o à mãe.

São flores daninhas que aparecem entre o plantio, embora estejam a desaparecer, devido aos herbicidas.

Mas também têm o seu lado terapêutico, como calmante, especialmente a nível bronquial.

Adoro papoilas, a sua cor, a sua beleza nos campos, embora já não me lembre de as ver.

Do desafio da Fátima

P.S.: desculpem,mas estou em viagem, não deu para mais.

 

 

 

 

 

 

 

 

The Lady of Shalott

 

 

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Vestiu o melhor vestido para o encontro que não ia acontecer

Cobriu a barca com as belíssimas mantas.

Acendeu as velas que iluminavam a sua alma

E a barca seguia rio abaixo

Pouco lhe importava por ou para onde ia

Ao menor ruído, por entre o nevoeiro da manhã, levantava o olhar

Ele não estava lá 

E ela queria paz

Apenas.

 

desafio arte e inspiração do blog da Fátima.

 

 

 

 

 

O Fado

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Um quadro muito conhecido, um tanto ousado, porque sabemos que uma taberna era frequentada por homens e mulheres suspeitos, e significava vícios: de álcool e de tabaco.
Este quadro foi também cantado por Amália.
Amália lembra-me a minha mãe, que a cantava, e este era um dos que me lembro de ouvir.
Sobre Malhoa e a história da Severa, encontrei este link.

 

Do desafio dos quadros, blog da Fátima

 

"A persistência da memória" - Salvador Dali

Desafio Arte e inspiração 

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Quando a mãe lhe pediu que fosse fazer uma arrumação no sótão da casa dos avós, porque desde que eles faleceram perdera a coragem de lá ir, Marta, que em criança, nas férias de verão, e juntamente com os primos subiam as escadas, abriam os baús, remexiam o que lhes interessava, riam-se das brincadeiras, e quando ouviam a voz da avó a perguntar o que estavam a fazer, depressa atiravam tudo para dentro, desciam as escadas, abraçavam-na, e riam-se dizendo que estavam a brincar.
Passaram muitos anos, não se lembrava quando fora a última vez que lá fora, não imaginava que iria encontrar peças antigas,revistas, almanaques,relógios, rádios.
Perdeu-se a ver muitas revistas antigas, leu algumas anedotas engraçadas, desviou os baús, separou o que achava que não tinha qualquer significado ou valor sentimental, ia fazendo montes dessas coisas que a mãe havia de confirmar o que lhes fazer.
E num canto junto à porta estava um caixote de madeira  já sem cor.
Abriu.
Almanaques antigos, que não se lembrava de os ter visto na altura das suas brincadeiras.
Foi tirando um a um. Não os separou, iriam ficar guardados, com certeza que a mãe gostaria que se aguentassem mais uns tempos.
E foi quando viu, a um canto, um rolo de papel grosso.
"Só pode ser um poster" , pensou.
Ficou espantada ao ver uma reprodução do quadro de Salvador Dali. Mas não se lembrava o nome.
Arrumou tudo, meteu-o no rolo, desceu as escada e dirigindo-se à mãe, passou-o para a mão e perguntou-lhe se sabia o que era aquilo.
Quando ela o viu, admirada a olhar para o poster, comentou:
" Filha, este poster compramos eu e o teu pai quando fomos ao MoMa em Nova Iorque, pouco antes de casarmos. Onde o encontraste?!  A avó teria guardado, como sempre fazia, e nunca mais se lembrou de mo dar, e depois de a tua avó garantir-me que não tinha visto nada, pensamos que o tinhamos perdido."
"Que bom teres encontrado. Ofereço-to para levares para tua casa."
"Mãe, obrigada. Vou ficar com ele, sim. Embora não aprecie a pintura surrealista, conheço as obras de Dali, mas diz-me, que eu não me lembro: qual é o nome deste quadro?"
"A persistência da memória"- ,respondeu a mãe. "É dos quadros mais famosos deste pintor e tem uma história interessante. Um dia que ele se sentia indisposto para ir ao cinema com a esposa e os amigos, ficou em casa e em duas horas pintou o quadro."
"Aconselho-te a procurares o significado da pintura, vais ficar surpresa.
Estou contente, filha, por o teres encontrado, não porque valha alguma coisa, é um poster, mas porque me lembra a visita ao MoMa, e que um dia vais querer visitar."

 

 

 

 

 

Desafio "Arte e Inspiração" # 9

Vários Círculos  de  Wassily Kadinsky

 

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O desafio "Arte e Inspiração" da Fátima Bento regressou, deixo o meu texto

O passeio estava a ser melhor do que esperava. O objectivo deles era fazer toda a costa do norte de Espanha, até Bilbao, seguirem pelo interior e visitarem as cidades de Saragoça e Madrid, para oeste, Salamanca, e entrarem em Portugal por Vilar Formoso.
Foram de carro, levavam roupa para muitos dias, e com a liberdade de mudar de trajectórias, parar onde lhes apetecesse, sem horas. Não estavam no pico das férias, com certeza que encontrariam quarto para pernoitar, nem que fosse em albergues.
Para princípio de Outono, a temperatura estava bastante agradável, embora as noites fossem bastantes frescas.
Vivia com João há dois anos. Visitara lugares da Europa que desejara conhecer, mas Espanha, aqui tão perto, conhecia apenas Barcelona, numa viagem de férias que fizera com as amigas, de avião.
O objectivo era visitar o famoso Museu Guggenheim, que só conhecia por fotografias da internet. E fora sempre um sonho seu ir lá.
Um edifício vanguardista, mais sofisticado do que imaginara, o interior era um museu como os outros..
Não maginava que havia uma exposição de arte abstracta, só conhecia algumas obras que via na internet, o mais conhecido era Miró, não se lembrava de alguma vez ouvir falar em Kadinsky .
E ficava encantada com o que via. Um dinamismo de tons, linhas e formas geométricas que se misturavam, mas que se desviavam da realidade física. Era um cosmos de cor.
João ia explicando um ou outro quadro que já conhecia de uma exposição que vira anteriormente, ainda eles não se conheciam.
Adorava esta formas geométricas, porque adorava cor, muita cor.
E ficou parada quando viu Vários Círculos. Conhecia este quadro, não se lembrava de onde, talvez da internet. Era este a interpretação que tinha do infinito, da eternidade.
Comentou com João que tinha a certeza de que vira algo semelhante a esta pintura.
A exposição encheu-lh e a vista, saíram de lá maravilhados com o trabalho de Kadinsky.
O tempo estava fresco quando saíram do Museu, entraram num café.
Ela pediu um chá quente. Ele quis uma cerveja .
Quando o chá veio para a mesa, exclamou ela: "João, já sei de onde conheço aquele quadro, Vários Círculos! Quando a Ana foi a Nova Iorque, não podia deixar de visitar o Museu Guggenheim e trouxe-me de presente uma caneca preta com os vários círculos. Eu gostei muito dela. Está guardada em casa da minha mãe. Tenho de a trazer para nossa casa.
Obrigada por me trazeres a Bilbao. Obrigada por me recordares que tenho alguma coisa que simbolize as obras deste autor.

 

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Neste desafio Arte e Inspiração, participam:  Ana D.Ana de DeusAna Mestrebii yue, Bruno EverdosaCélia, Charneca Em FlorCristina AveiroFátima BentoImsilvaJoão-Afonso MachadoJosé da XãLuísa De SousaMariaMaria AraújoMiaOlgaPeixe FritoSam ao LuarSetePartidas

 

desafio arte e inspiração # 9

quadro 9

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Cabelo perseguido por dois planetas, Joan Miró

 

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Estava eu à janela
A lua a observar
Pensava no meu amor
No espaço a viajar.

Dizia -me ele que quando criança
Era sonho seu ser astronauta
Iria um dia voar, ver as estrelas no céu
E a nossa Terra do ar.

Estava eu à janela
Nesta noite de luar
Esperava o meu amor
No espaço a viajar.

Vejo algo estranho a aproximar-se
Uma coisa redonda amarelada
Dois pontos pretos
Eram olhos de assustar.

Meus cabelos loiros eriçados
Perseguidos por este bicho
Ouço um ruído estridente
E o meu grito de medo
Ai Jesus, o que é isto?

Dei um salto na cama
Era o despertador a tocar.

 

 

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desafio arte e inspiração # 8

"Eu amo aquellas mulheres formosas que indiferentes passaram a meu lado e nunca mais os meus olhos pararam nelas."

Almada Negreiros, in ‘Frisos – Revista Orpheu nº1’

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As mulheres modernas de Almada Negreiros - Figurinos da Alfaiataria Cunha, 1913, óleo sobre tela 

 

"A mulher moderna emancipada está presente na produção artística de Almada: na moda dos anos vinte ou através da representação de mulheres fumadoras, sedutoras, rebeldes, artistas, cantoras, bailarinas, atrizes, desportistas ou acrobatas. No entanto, ainda subiste o olhar masculino e voyeur que dominou a história da arte, tornou o corpo feminino em objeto e fez dele parte substancial da sua tradição.

A figuração feminina enquanto força de trabalho também é evocada através da representação de mulheres do mar, cuja expressão endurecida e sofrida anuncia preocupações realistas, presentes na obra plástica de Almada dos anos trinta."

fonte daqui

 

Não vos contar uma história, isto é, eu tenho uma  já escrita para o quadro desta semana, e guardada na minha pasta,  mas o que aconteceu foi que enganei-me na fotografia, que tirei na Exposição de Almada Negreiros, no Porto, ou em Lisboa?, pois vi as duas, e  quando vi no blog da Fátima a imagem que enviei, não correspondia ao que eu escrevera.

Como não queria alterar o texto, e estando com esta semana muito ocupada, aproveito a hora do almoço para vos enviar estes links, sobre o que li e fotografei nas minhas visitas às duas exposições, e possais ver a obra deste homem, que algumas delas foram plagiadas e postas à venda, conforme foi noticiado.

 

em 2017

 

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em 2018

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Para quem quer saber mais sobre este homem das artes e da escrita, neste link há muito mais para conhecer.

 

 

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desafio arte e inspiração # 7

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O Beijo, Gustav Klimt

 

No desafio desta semana, gostaria que vissem este vídeo que publiquei há cinco anos, aqui

Gosto de receber beijos,dependendo da forma e de quem mos dá, e gosto de beijar, muito.

Então, pensei procurar os vários tipos de beijos, destacando os que mais gosto e têm a ver com a minha forma de viver o beijo, os que combinam comigo:

 

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imagem daqui


Beijo esquimó: é aquele que esfrega o nariz um no outro, bem fofinho.
Beijo francês: é o tradicional, famoso beijo de língua.
Beijo de vampiro: esse tipo de beijo é aquele que começa nos lábios e termina no pescoço.
Beijo molhado: muita língua e saliva.
Beijo de amigo, ou selinho: é aquele que os lábios se tocam rapidamente.
Beijo roubado: inesperado, surpreendente e inesquecível.
Beijo animal: esse tipo de beijo é intenso, forte, com muitas mordidas e arranhões.
Beijo apaixonado: cheio de amor, carinho e afeição.
Beijo cinematográfico: é encenação, falso e sem sentimento.
Beijo de saudade: aquele beijo que é desejado muito antes de acontecer. E quando acontece todos se entregam completamente.
Beijo tímido: quando você percebe já está parecendo um pimentão.
Beijo demorado: esse beijo é de tipo intenso, com muita entrega e sempre deixa um gostinho de quero mais.
Beijo liquidificador: é aquele que faz movimentos circulares com a língua na orelha do parceiro.

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e há as formas de beijar, que trouxe daqui, e que destaco , também, e porque, " na verdade  existem diversos tipos de beijo e distintos modos de beijar. Cada beijo é único, assim como cada pessoa também carrega sua identidade":


Com paixão: coração a mil, muita entrega, suspiro e, principalmente, muito amor
Com pegada: É aquele que te joga na parede, na cama, no chão, no sofá… a verdade é que o lugar é o que menos importa. Haja fôlego!
Com carinho: Cheio de beijinhos, abraços, carícias, tudo com muito amor e delicadeza
Romântico: Tem muito sentimento, é intenso com uma mistura de carinho e paixão, que provavelmente, deixará o casal ainda mais apaixonado
Fogoso: O calor do corpo fala mais alto que qualquer outra coisa, beijo intenso e inesquecível.
Agarrado: Soltar? Jamais!
No escurinho: é aquele no cantinho da balada, na escada de emergência, no fundinho do cinema para ninguém ver ou ficar sabendo.

E finalmente, porque todo beijo é uma nova descoberta, um novo sentimento, uma nova sensação.

Vale lembrar, que o importante é experimentar até achar um que seja compatível com você e te leve nas nuvens.

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desafio arte e inspiração # 6

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Sobreiro de D. Carlos de Bragança

 

quadro 6

Dentro de casa a azáfama era demais, o aroma do bolo de noz, no forno, espalhava-se pela casa, as crianças corriam de um lado para o outro, as mulheres mandavam-nos lá para fora, eles insistiam que queriam ajudar a fazer os bolos. "quereis ajudar é a meter os dedos na massa e lambê-los. ide daqui para fora. ide brincar!", escorraçavam-nos elas.
Joaquim afastou-se da confusão, não estava ali a fazer nada, saiu de casa e foi sentar-se debaixo do velho sobreiro que tantas vezes ao longo da sua vida lhe fizera companhia.
As memórias de um tempo de trabalho árduo, a doença da mulher que sucumbira pouco depois de dar à luz o filho mais novo, a dificuldade que teve em criar os três filhos , não fossem os sogros deitarem-lhe uma mão enquanto ia para o campo trabalhar.
Estava no final do tempo, o cancro veio rapidamente, tiveram de antecipar o parto, era urgente que se fizessem os tratamentos, ele estava desesperado, amava muito a mulher, tão bonita, tão forte, tão amiga dele.
E ficou sozinho com aquela filha de três meses quando ela morreu. Os outros, mais crescidos, sentiram a falta da mãe, mas eram a alegria da casa.Era à noite, no seu leito, que chorava a morte dela, que rezava para que nunca lhe faltassem as forças para criar os seus filhos.
O tempo passou muito depressa, todos três frequentaram a escola.O mais velho, João, trabalhava num banco em Lisboa, o do meio, Luís, trabalhava na junta de freguesia, e a mais nova, era engenheira agrícola, tomara conta da quinta que, graças a Deus, ia muito bem.
Tinha muito amor aos filhos, mas esta era o seu ai Jesus.
E se por algum motivo a filha tivesse de vir a casa e o via sentado debaixo do sobreiro, o seu fiel companheiro, sabia que ele queria este momento só para si, para chorar as mágoas do passado. E não o incomodava.
E sabia quando chegar perto e sentar-se à conversa com ele, ou ajudá-lo a levantar-se ,dar-lhe o braço e levá-lo para casa.
Meiga, sempre atenta : " pai, precisas de descansar; pai, queres vir comigo à cidade? pai, eu levo-te ao centro de saúde". Nunca lhe faltara com nada.
Todos casados, são a sua felicidade, mais os netos que têm.
Ainda hoje sente a falta da mulher, a vida que ela tinha nas lides da casa, no brio em fazer roupa para os filhos, comerem à mesa e saber como fora na escola, deitar as crianças, e voltar a sentar-se à mesa para falar do dia, da quinta, dos filhos.
- Avô, avô, vem à cozinha! A minha mãe diz que é hora de comeres o lanche!
E o neto mais velho abraçava-o, ajudava-o a levantar-se, iam os dois para casa.
Parava a meio do caminho, e olhava o seu fiel amigo, dos desabafos, das doces recordações da sua mullher, do quanto estava grato a Deus por ter aqueles filhos, e os netos tão queridos.
No dia seguinte, a neta, com seis meses, ia ser baptizada. E teria o nome da sua mulher.

Isabel.

 

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