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cantinho da casa

cantinho da casa

a cruz que tem 122 anos

O sobrinho neto tem equitação à terça-feira, ao final da tarde.

Ontem, fui eu levá-lo.

Quando chegamos, à entrada do portão, estava o burro bebé, junto ao muro, a comer. Parei o carro, o burro bebé olhou para nós, baixou a cabeça, e continuou a comer.

O miúdo ficou aflito porque ele não estava com os pais.

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Expliquei que ele andava a comer e que depois ia para a beira do pai e da mãe.

Estacionei o carro, mas tive de o levar ao caminho onde viramos o burrito. Expliquei que ele ia para junto dos pais e no fim da aula íamos à cerca vê-los.

Consegui que ele desistisse de procurar o burro bebé,estava na hora da aula.

Com o bom tempo que tem estado, ontem, o miúdo veio dar um passeio pelo espaço circundante, e voltou para o picadeiro.

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Quando eles se aproximavam da cerca onde estão o casal de burros, do lado de fora, o burro bebé olhava-os com atenção.

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E comentei com o sobrinho neto: " Vês? O burro bebé já voltou para a beira dos pais"

Um dos espaços altos, e em pedra, onde tem umas escadas que dão acesso a uma cruz, esteve sempre vedado e com o sinal de proibição.

Tinha verificado que, há algumas semanas, o sinal não estava lá.

Ontem, atrevi-me a subi-las e chegar perto da cruz.

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Uma lápide com data de 2001, comemora os 100 anos da cruz naquele lugar, e diz isto:

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"Cruz do Senhor  que és única esperança

No tempo desta vida peregrina

Aumenta nos Cristãos a luz da fé

Sê para todos o sinal da paz"

Inaugurada em 01.01.1901

Comemoração do centenário  18-07-2001

 

Depois disto, fui fotografar os pinheiros.

Quando a aula acabou, voltamos à cerca para o miúdo ver o burro bebé, que estava junto do pai a comer palha, enquanto a mãe, longe de nós, observava-nos.

De repente, o miúdo pega numa coleira vermelha, a burrra veio a correr para junto da cerca. O pobre do animal queria sair dali.

E para trazer o miúdo para casa, foi um "suplício" .

 

uma foto # 16

 

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Três anos depois, a Cruz passou por casa.

Não foi dado o Cristo a beijar.

Rezamos o Pai Nosso, e no fim, a casa foi benzida e, como sempre, nesta freguesia, não damos dinheiro aos elementos do compasso.

Mas a igreja oferece um presente, símbolo da Páscoa.

Este ano foi uma cruz feita de galhos de madeira.

Gostei muito.

 

calor

a meteorologia diz que amanhã, aqui na cidade, vamos ter 30º, mas no Domingo de Páscoa a temperatura desce 5º e a partir de terça-feira, vem o inverno, de novo.

Amanhã, sábado, o dia vai ser passado na praia.

Domingo venho a casa, porque todos os anos abro a porta à Cruz, e depois do almoço volto para a praia, regresso na segunda-feira, ao final do dia.

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Resistência

domingo de Páscoa, Ressureição de Jesus, a cruz passou por aqui por voltadas 9:35h.

as mesmas pessoas Resistentes sobem as escadas deste prédio, duas com ar cansado mas sempre com o fôlego do cântico habitual da chegada do Senhor, agora  com a voz mais desafinada e fraca da idade que pesa.

este pequeno momento deixa-me com as lágrimas nos olhos.

não sendo eu católica cem por cento, sou crente, nunca deixo de abrir a porta ao Senhor.

os meus pais viveram aqui, a família cresceu aqui.

quando a minha mãe partiu há 32 anos, prometi que esta casa seria sempre benzida no dia de Páscoa e se não estivesse por cá, alguém da família encarregar-se-ia de abrir a porta.

Resistência, levou-me para começar por escrever sobre a "resistência e persistência" das pessoas do compasso,  mas o assunto é o espetáculo de ontem... foi incomparável!

o público cantava com a dupla perfeita Miguel Ângelo/Olavo Bilac, com garra, com saudade, com alegria e, na verdade, as canções têm outro sabor quando os instrumentos são indiscutivelmente tocados por um grupo de excelentes profissionais.

adorei, vibrei, escutei, cantei...voltaria a vê-los.

RESISTÊNCIA, sempre.